Os documentos descrevem:
1) Acordos pós-guerra que dividiram a Alemanha em zonas de influência e cobraram indenizações da Alemanha;
2) A criação da ONU para promover a paz global;
3) A assinatura do acordo de paz em Angola em 4 de abril de 2002 que pôs fim à guerra civil.
Os documentos descrevem:
1) Acordos pós-guerra que dividiram a Alemanha em zonas de influência e cobraram indenizações da Alemanha;
2) A criação da ONU para promover a paz global;
3) A assinatura do acordo de paz em Angola em 4 de abril de 2002 que pôs fim à guerra civil.
Os documentos descrevem:
1) Acordos pós-guerra que dividiram a Alemanha em zonas de influência e cobraram indenizações da Alemanha;
2) A criação da ONU para promover a paz global;
3) A assinatura do acordo de paz em Angola em 4 de abril de 2002 que pôs fim à guerra civil.
As grandes potências do período da Segunda Guerra Mundial firmaram
acordos para estabelecer as punições a serem aplicadas àqueles países que fossem derrotados na guerra, as discussões sobre esse assunto tiveram início antes mesmo do término do conflito.
Aconteceu em 1945 a Conferência de Yalta, na qual os líderes
participantes foram Roosevelt (EUA), Primeiro-Ministro inglês Churchill e o soviético Stalin, nessa conferência ficou definido que a Alemanha seria fragmentada em zonas de ocupação.
Na Declaração de Potsdam, o território alemão e Berlim seriam
monitorados por quatro diferentes países em forma de zona de influência, sendo ocupada por russos, ingleses, franceses e norte- americanos. Além de cobrar uma indenização por causa da guerra estipulada em 20 milhões de dólares.
Na Conferência de São Francisco foi criada a ONU (Organização das
Nações Unidas), instituição de caráter internacional que tem por princípio zelar pela paz entre os povos, além de preocupação com as questões financeiras, políticas, sociais e culturais, tentando constantemente harmonizar as relações entre os povos. Dentre os vários órgãos da ONU estão:
- Assembléia Geral, é formada por todos os líderes dos países que
integram, é realizada discussões de âmbito globalizado sobre assuntos da esfera de ação da Carta da ONU.
- Conselho de Segurança, tem como finalidade promover medidas que
garantem a paz e a segurança no mundo.
- Corte Internacional de Justiça, é um órgão de caráter jurídico da ONU,
considerado um dos principais da instituição.
- Secretaria Geral, corresponde a um secretário geral, esse é o cargo
mais importante da ONU, sua escolha é realizada por meio de assembléia.
- Conselho Econômico e Social, desenvolve projetos de caráter não
político, é um órgão executivo da Assembléia Geral. Dia 4 de Abril 2002
Duas majestosas mãos angolanas erguidas para o céu libertando a
pomba da paz impressiona os nossos sentidos quando chegamos ao Luena.
Ali, naquele recanto onde se escreveram páginas heróicas debruadas a
oiro puro da História de Angola, o dia 4 de Abril de 2002 se anunciava como alicerce seguro da construção de um país exaurido por guerras de agressão de décadas. Na noite anterior, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, falara à Nação para anunciar a assinatura da acta do acordo de paz naquele torrão sagrado, entre militares antes desavindos e que agora se abraçavam nas mesmas Forças Armadas. Durante muitos anos, o nosso dia-a-dia foi marcado pela tristeza e pelo sofrimento de uma guerra que consumiu vidas e bens e deixou as famílias angolanas destroçadas por mortes e desaparecimentos. Em 1992, o líder da UNITA recomeçou a guerra, desta vez com muito mais crueldade e destruição. À medida que ia perdendo posições fazia política de terra-queimada, obrigando populações inteiras a fugir para o acolhimento e a segurança de Luanda, Sumbe, Benguela. Dez anos demorou a injusta guerra que Jonas Savimbi lançou contra o povo. Sem objectivo e sem norte, o líder da UNITA, desesperado, lutava contra tudo e contra todos numa altura em que a comunidade internacional reconheceu, finalmente, que Savimbi não lutava pela democracia, pelo contrário, desencadeara uma guerra de índole terrorista contra o próprio povo.
Dez anos de luta pela paz
Durante dez anos, todos os dias, a todas as horas, o Executivo
angolano, liderado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, tentou dissuadir Jonas Savimbi de continuar com a guerra e a integrar-se na vida civil angolana. Não o conseguiu, apesar de a frente de luta pela paz nunca ter esmorecido. Isolado Jonas Savimbi, causador da guerra e da destruição sem sentido do povo e das estruturas físicas do país, o Executivo angolano iniciou um processo estratégico e sem retorno de alcance da paz e da reconciliação nacional, aceite por muitos dirigentes da UNITA que não queriam continuar no caminho do seu próprio aniquilamento.
No seu discurso emocionado de 3 de Abril de 2002, no qual anunciou o
acordo de paz, José Eduardo dos Santos, o arquitecto da nova Angola, disse ser forte a ânsia de todo o povo pela paz, a qual criaria um novo cenário de esperança para o país. Mais do que o reencontro das famílias, dos pais, dos filhos, das esposas, dos irmãos, a paz, palavra com apenas três letras, passava a ser a essência da vida em Angola, o reencontro da grande família angolana. Todos os angolanos, disse o Presidente da República, passam a ter algo em comum, o perdão e o esquecimento, o fim do ódio e da vingança. Este novo tempo, o da paz e da reconciliação nacional, deve ser vivido em serenidade para que o passado seja olhado com sabedoria e humildade e as mãos dos angolanos construam a cultura da paz, da tolerância e do respeito pela diferença, numa Pátria unida e solidária. Assinada a paz em 4 de Abril de 2002, uma pergunta ressoava de Cabinda ao Cunene: e agora? Porque tudo estava destruído, o país estava exaurido de recursos financeiros, humanos e materiais. Não bastava falar só de harmonização da vida nacional, o povo tinha pressa, queria produzir, alargar a sua iniciativa, a pressão era terrível para que o espaço nacional libertasse a circulação de pessoas e bens. O acordo de paz foi rubricado e começou a integração dos elementos da UNITA na vida da Nação, como cidadãos no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos. Tarefa nada fácil para quem governa, diferente de quem se quer integrar e ganhar espaço, pela pressão, nas instituições que ajudou, antes, a destruir.
O povo confiou
Como um só ser, como uma só vontade, todo o povo confiou na acção
do arquitecto da paz, José Eduardo dos Santos, e isso tornou possível o grande salto em frente das forças humanas e produtivas do país. Um país devastado, sem divisas, com 500 mil mortos, com um quarto da população deslocada e à deriva, com 300 mil refugiados nos países vizinhos, com a paralisação quase completa do seu parque industrial, limpava as suas feridas, secava as suas lágrimas e iniciava a nova caminhada. O Executivo, agora libertado das amarras de uma guerra terrorista que minou todo o território e reduziu a cinzas grandes obras estruturantes dos sectores da energia, águas, transportes, comunicações, saúde e educação, iniciou a grande aventura da reabilitação, da construção e reconstrução de infra-estruturas, da modernização do país, ao mesmo tempo que as instituições democráticas eram aprimoradas. Milhares de quilómetros de estradas foram construídos e reabilitados, centenas de pontes foram erguidas e reparadas, aeroportos foram apetrechados, o sistema escolar generalizou-se a todo o país, do básico ao universitário, a alfabetização generalizada permitiu a todo o povo ter as bases necessárias à formação com vista à melhor qualificação dos quadros nacionais. E o esforço colectivo de todo o povo não foi em vão. Em dez anos de paz, o produto interno bruto cresceu dez vezes, passando em 2002 de cerca de 12 mil milhões de dólares para cerca de 125 mil milhões em 2013, o maior crescimento da África Subsaariana e do mundo. Esse crescimento aconteceu num contexto de paz e de estabilidade política e criou oportunidades de desenvolvimento muito grandes. O processo que conduziu ao acordo de paz e de reconciliação nacional foi liderado por angolanos sem mediação estrangeira. Os angolanos provaram ao mundo a sua maturidade para solucionarem os problemas internos, por mais graves que fossem. Essa ausência de mediação estrangeira constitui hoje exemplo e modelo para muitos outros processos de paz. O entendimento entre irmãos só foi possível, em primeiro lugar, porque contou com a liderança sábia, pragmática, patriótica e humanista do Presidente da República, que não vergou os ex-inimigos armados quando os venceu, antes deu-lhes a mão sincera para se integrarem na vida social, política, económica, cultural e militar do país. Hoje, 14 anos depois do 4 de Abril de 2002, Angola é um país unido, estável, democrático, onde as instituições democráticas funcionam, onde os partidos políticos têm espaço de intervenção, onde todo o povo e os seus bens podem circular livremente, em paz e harmonia, por todo o território. A paz parecia uma utopia. José Eduardo dos Santos transformou a utopia em realidade e por isso o seu nome fica na História como o artífice da esperança de todo um povo que se reencontrou após o 4 de Abril de 2002, o dia que o próprio Presidente da República definiu como o marco do direito à diferença e do respeito pela diversidade de opiniões no quadro do lema “Um só Povo uma só Nação”, lançado décadas antes pelo fundador da Nação e primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto. Paz, uma palavra simples, com três letras apenas, foi e é obra de todos os angolanos, sob a liderança incontestável do Presidente José Eduardo dos Santos.
4 de Abril dia da Paz e Reconciliação Nacional
O abraço solidário entre irmãos desavindos foi há 11 anos. A assinatura
do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka selou o compromisso de todos os angolanos com a Paz e a Reconciliação Nacional. O acto realizado no Palácio dos Congressos mudou o curso da História de Angola.
O documento, assinado pelo então chefe do Estado-Maior General das
Forças Armadas Angolanas (FAA), general Armando da Cruz Neto, e pelo então chefe do Alto Comando das Forças Militares da UNITA, general Geraldo Abreu Muendo "Kamorteiro", mudou o curso da História da República de Angola.
A cerimónia, que marcou o fim da guerra em Angola, que provocou
milhares de deslocados, mutilados e órfãos, foi assistida pelo Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, por representantes da comunidade internacional e entidades nacionais e estrangeiras.
A partir daí, as chefias militares das FAA e da UNITA começaram a dar
os primeiros passos para a validação do cessar-fogo assinado e marcação da cerimónia formal da incorporação dos oficiais e militares nas forças armadas nacionais.
Esta data, 4 de Abril de 2002, constitui uma das maiores conquistas do
povo angolano após a Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, por marcar uma viragem decisiva no processo político e desenvolvimento de Angola.
Pelo facto, o 4 de Abril foi instituído como feriado nacional e passou a
ser uma referência histórica importante na luta do povo angolano pela sua dignificação e construção de uma sociedade próspera.
Actualmente, o país vive um ambiente de Paz justa e definitiva, um
momento particularmente importante da sua história, nunca antes experimentado pelo povo angolano, mesmo num passado longínquo e desde o nascimento de Angola como um Estado independente e soberano.
A Paz justa foi alcançada sem imposição de forças externas e resultou,
sobretudo, do esforços dos angolanos, que entenderam que havia a necessidade de cessação da guerra e das hostilidades e de encetar o processo de conclusão das tarefas remanescentes do Protocolo de Lusaka, tendo em vista o estabelecimento da Paz e a consequente reconciliação e reconstrução do país. Pela primeira vez, um protocolo visando a paz foi assinado, em território nacional, sem qualquer mediação externa. Por esta razão a Paz conseguida no Luena corresponde aos interesses mais legítimos do povo angolano. Ela é definitiva porque a Paz conquistada está a ser consolidada no dia-a-dia dos angolanos, através de acções e atitudes práticas e é dever de todos contribuir para que este processo seja irreversível. É vontade dos angolanos que sejam removidos todos os factores do passado, de modo a se construir uma pátria unida, solidária e madura, orientada pelos valores da unidade nacional, da democracia, liberdade, justiça social e pelo respeito dos direitos humanos.
Conquistada a Paz, novos desafios se colocam ao povo angolano.
Torna-se necessário continuar a envidar esforços para a sua consolidação, através do desenvolvimento de um conjunto de acções, que visem combater à fome e à pobreza. Até 2002, em Angola, mais de quatro milhões de cidadãos eram deslocados, havia 170 mil portadores de deficiência e a taxa de desemprego atingia 43 por cento da população.
Depois de várias décadas de conflito, regista-se nos últimos onze anos
um dos períodos de maior crescimento económico, com sinais concretos de estabilização da infracção, suportada por uma política macroeconómica reconhecida pelas principais instituições internacionais.
Angola assume-se como país do futuro, onde o Governo tem os seus
programas e metas orientados para a reconstrução e com um forte investimento no sector social. O Orçamento Geral do Estado (OGE) passou a ter como uma das maiores preocupações o sector social, que inscreve o desenvolvimento de vários programas para o reforço de uma economia equilibrada.
Com a Paz, os angolanos devem também promover a tolerância e o
respeito pela diferença de opiniões e filiação partidária, incentivar o sentimento patriótico da população, sobretudo nas crianças e jovens, e fortalecer as instituições do Estado Democrático de Direito como premissa indispensável para encetar, com firmeza, novos passos rumo ao crescimento harmonioso do país.
Citando o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, "quem
ama verdadeiramente a Paz tem de saber perdoar, reconciliar-se com o seu próximo, contribuindo assim para uma união verdadeira e sólida dos angolanos, sem prejuízo para as divergências que uns e outros possam expressar".