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Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades

Guião de Estudo
História A
12º Ano de Escolaridade Ano letivo 2023-2024
Módulo 8.2. A RECONSTRUÇÃO DO MUNDO DO PÓS-GUERRA:
A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

Apesar do fracasso da Sociedade das Nações, a ideia de um organismo internacional capaz de garantir a
segurança coletiva manteve-se viva e foi, mesmo, reforçada nas Conferências realizadas antes da guerra
terminar (nomeadamente, em Teerão e Ialta).
Em 1945, na Conferência de S. Francisco (27 de abril a 26 junho), 50 países elaboraram a Carta das Nações
Unidas, documento fundador de uma nova instituição internacional, sucessora da Sociedade das Nações. A
Carta foi assinada por 51 países, a 26 de junho de 1945, entrando em vigor a 24 de outubro de 1945. Nascia,
assim, oficialmente a Organização das Nações Unidas, uma instituição internacional multilateral que
procura, desde a sua fundação, representar “os povos do mundo”.

NOME: Organização das Nações Unidas (O.N.U.).


DOCUMENTO FUNDADOR: Carta das Nações Unidas, tratado internacional que enuncia os direitos e deveres
dos membros da comunidade internacional e estabelece a estrutura da ONU (assinatura a 26.06.1945 e
ratificação a 24.10.1945).
DATA DE NASCIMENTO: 24 de outubro de 1945 (após a ratificação da Carta pelos governos dos “Cinco
Grandes” e uma maioria dos outros Estados signatários).
SEDE CENTRAL DA ONU: Nova Iorque, nos EUA.
OBJETIVOS DA ONU
 Manter a paz e a segurança coletiva, com recurso, se possível, a meios pacíficos e diplomáticos, de
acordo com os princípios de justiça e do direito internacional;
 Fomentar as relações de amizade entre as nações do Mundo, respeitando os princípios de igualdade de
direitos e de autodeterminação dos povos;
 Promover a cooperação internacional entre os estados-membros, procurando soluções para os
problemas económicos, sociais e culturais que possam gerar desequilíbrios e degenerar em conflitos
político-militares;
 Defender os direitos e as liberdades fundamentais da pessoa humana, em todo o Mundo – aprovação da
Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948;
 Conjugar os esforços das nações para que alcancem estes objetivos – ONU como centro da política e da
cooperação mundiais.
BANDEIRA:

Aprovada a 26 de outubro de 1947, a bandeira das Nações Unidas mostra um


mapa da terra e dois galhos de oliveira em branco contra um fundo azul.
O galho de oliveira simboliza a paz e o mapa é um lembrete de que somos
todos parte do mesmo mundo.

PRINCÍPIOS DE ATUAÇÃO DA ONU


 Todos os Estados-membros gozam de igualdade soberana.
 Todos os Estados-membros devem cumprir os compromissos da Carta e dar toda a assistência à ONU.
 Todos os Estados-membros deverão resolver os seus diferendos por meios pacíficos.
 Todos os Estados-membros devem abster-se de usar a força ou de recorrer à ameaça de uso da força
contra outros Estados.
 A ONU não está autorizada a interferir nas questões internas de cada Estado.
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ESTRUTURA DA ONU:
 Formada, atualmente, por 193 Estados soberanos, ou seja, por todos os países reconhecidos como
pela comunidade internacional como Estados independentes (exceto o Vaticano). Portugal é
membro desde 1955.
 Constituída por seis órgãos principais, a saber a Assembleia-Geral, o Conselho de Segurança, o
Secretariado, o Conselho Económico e Social, o Tribunal Internacional de Justiça e o Conselho de
Tutela, todos situados na sede da ONU, em Nova Iorque, com exceção do Tribunal, que fica em Haia
(Holanda) (ver manual escolar, p. 30 e https://unric.org/pt/orgaos-da-onu/). Todas as suas
propriedades são consideradas território internacional.
A figura mais visível das Nações Unidas é o Secretário-Geral, eleito por 5 anos (reelegível). O atual
Secretário-Geral da ONU é António Guterres, de Portugal, que assumiu o cargo a 1 janeiro de 2017 e
que cumpre, desde 2022, o seu segundo mandato.
 O Sistema das Nações Unidas é, ainda, composto por diferentes programas e fundos (tais como o
PAM - Programa Alimentar Mundial e o UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância) e por
diversas entidade e órgãos (como o ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados), assim como por várias agências especializadas, organizações autónomas que
trabalham com a ONU em áreas tão diversas como as da saúde, da educação, ciência e cultura, da
alimentação, do trabalho, da agricultura, da indústria, do comércio, do turismo, das finanças, entre
outras (ver manual escolar, p. 30).

DIFERENÇAS RELATIVAMENTE À SDN:


 Maior universalismo geográfico;
 Maior eficácia através dos “capacetes azuis”;
 Existência de instituições especializadas.

BALANÇO DA AÇÃO DA ONU (v. Quadro, manual, p. 31)


A atuação da ONU tem recebido muitas críticas. A sua ação relativa à concertação da paz mundial tem ficado
aquém das expectativas, não conseguindo evitar a eclosão de violentos conflitos regionais. Por outro lado,
tem assumido posições ambíguas na salvaguarda dos interesses das grandes potências, originando algum
descrédito face à organização.
‒ A sua relativa ineficácia resulta, em parte, do peso da máquina burocrática e da delicadeza dos problemas
em que é necessário intervir – as tentativas de resolução dos conflitos ou a implementação dos
programas de apoio implicam a intervenção em questões internas dos estados, obrigando a uma
discussão rigorosa dos problemas e a complicadas ações diplomáticas.
‒ Mas as suas limitações devem-se, principalmente, à existência do direito de veto dos cinco membros
permanentes do Conselho de Segurança, bloqueando frequentemente a ação deste órgão,
particularmente durante a Guerra Fria. Com o desmoronamento do bloco soviético, os consensos
relativos a intervenções militares (de índole político-humanitária) têm sido mais frequentes.

Apesar destas limitações, a intervenção da ONU tem sido meritória em diversas áreas:
‒ na busca de plataformas de entendimento entre todas as nações do Globo, através da promoção de
contactos diplomáticos, de forma a evitar conflitos, e do incentivo ao desarmamento;
‒ no aumento da intervenção dissuasora e mediadora dos capacetes azuis em algumas zonas de conflito;
‒ no levantamento dos graves problemas que afetam o planeta e a humanidade e na procura de soluções
através de ações de cooperação económica e social-cultural à escala mundial, levadas a cabo pelas
instituições especializadas – terrorismo, alterações climáticas, desenvolvimento sustentável, direitos
humanos, emergências humanitárias e de saúde, igualdade de género, governança e produção alimentar,
entre outros;
‒ no apoio ao processo de descolonização.

Para saber mais, consultar:


https://unric.org/pt/

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