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Espaços e poderes

públicos na Atenas
democrática
Principais espaços do poder político

Pnyx Areópago
Areópago

Ágora

O coração da cidade de Atenas, no século V a. C.


A ágora

O recinto da ágora visto do Templo de Hefaísto, em 1949, durante as escavações.


A ágora Helieia

Edifícios da Bulé

Strategion

Arquivos do Estado
Pedestal dos Heróis
Epónimos

Stoa de Zeus

Stoa Real

A ágora, na Antiguidade (reconstituição)


A ágora: os edifícios do “Governo”

Buleuterion Aos pés do Templo de Hefaísto, no canto


noroeste da ágora, erguiam-se três
importantes edifícios para o
Areópago
funcionamento da democracia
Metroon ateniense: o Buleuterion, onde se reunia
o Conselho dos 500, também chamado
Bulé; uma pequena construção circular
(tholos), onde trabalhavam e se
Oalojavam
Tholos dos os prítanes,
Prítanes (estadoisto é, os 50
atual)
buleutas de cada tribo que,
sucessivamente, se ocupavam dos
assuntos correntes da cidade; e o
Metroon, originalmente um templo
dedicado à deusa-mãe, onde se
guardavam os arquivos do Estado
ateniense.
Tholos dos Prítanes

Ruínas do Metroon
A ágora: instalações militares

Strategion

Estado atual do edifício que poderá corresponder ao


Strategion

Junto ao Tholos dos Prítanes, permanecem vestígios de um edifício onde, provavelmente,


reuniam os 10 estrategos de Atenas.
Pela sua competência militar e capacidade política, alguns estrategos adquiriram grande
proeminência. Tal foi o caso de Milcíades, Temístocles, Cimon, Alcibíades, mas, sobretudo de
Péricles, que liderou os destinos de Atenas durante cerca de três décadas.
A ágora: os edifícios dos arcontes
Monumento aos Heróis Epónimos
o arconte epónimo ‒ que dava o nome ao ano –
sentava-se, geralmente, junto deste
monumento. Tinha a seu cargo os litígios
familiares e as questões de heranças, por
exemplo.
Stoa Real
Provável local de trabalho do arconte-rei, que
superintendia nos casos de assassínio ou
sacrilégio. Pensa-se que aqui se encontravam
expostas inscrições com as leis atenienses, para
que o público as pudesse consultar.
Stoa de Zeus
Só o arconte polemarco se instalava fora dos os arcontes conhecidos como tesmótetas e o
muros da cidade, junto do Liceu. Originalmente secretário ocupariam, pensa-se, a Stoa de Zeus.
com funções militares, tinha a seu cargo, entre Competia-lhes examinar as leis, fixar os dias de
outras, as acusações contra os estrangeiros. funcionamento dos tribunais e indicar os
respetivos júris, por exemplo.
A ágora: o Helieu

Tribunal dos Heliastas

No canto noroeste da ágora, erguiam-se vários


edifícios, hoje completamente destruídos. Porém, as
Local de reunião do Tribunal dos Heliastas (?)
suas dimensões, planta, localização e o facto de neles
terem sido encontradas fichas de voto, clepsidras,
bem como outros objetos ligados ao funcionamento
da justiça ateniense, levam os arqueólogos a
identificá-los como locais de reunião dos tribunais.
A colina do Areópago

Numa colina rochosa,


Constituído pora antigos
sul da
ágora, reunia aquele
arcontes, queque fora,
ocupavam
outrora,oolugar
maisaimportante
título vitalício, o
conselhoAreópago
de Atenas: o Areópago.
gozou sempre
As reformas democráticas
de grande prestígio,de Solon
e Efialtessendo
reduziram-lhe
visto pelosas funções
aos crimes de homicídio,
atenienses como oincêndio,
Areópago
envenenamento
garante da e assuntos de
Constituição.
índole religiosa.

O Rochedo de Ares (em grego, areios pagos), onde reunia o conselho e


tribunal
O que com
Areópago recebeu o seu nome.
a Acrópole Ao fundo,
ao fundo, numa arecriação
Acrópole.
de Leo von Klenze, 1846
A Pnyx, local de reunião da Assembleia

Trezentos e cinquenta metros a sudoeste da Ágora, ergue-se a colina da Pnyx, verdadeira


sede da democracia ateniense. Nela reunia a Eclésia.
A Pnyx, local de reunião da Assembleia
Depois das reformas de Clístenes,
definiu-se o recinto da reunião e
escavou-se na rocha a tribuna dos
oradores.
A Eclésia era o local privilegiado do
exercício da isegoria. “Quem quer
falar à Assembleia?”, perguntava-se
aos cidadãos.

A Pnyx, cerca de 500 a. C. ( maquete do Museu da Ágora)

A Eclésia era vista como o demos reunido para


tomar decisões sobre a vida da pólis. Por isso,
embora as reuniões decorressem de acordo com
uma ordem de trabalhos previamente afixada na
ágora, pelos buleutas, os poderes da Assembleia
eram teoricamente ilimitados.

Tribuna dos oradores, erguida cerca de 500 a. C.


A Pnyx, local de reunião da Assembleia
Faziam parte da Eclésia todos os cidadãos da pólis ateniense e os trabalhos começavam de manhã
cedo. Porém, a motivação para comparecer nas reuniões nem sempre era grande, como ironiza
Aristófanes, na sua
A cena passa-se na peça, Os Arcanenses.
Pnyx, onde se encontra apenas
Diceópolis, um camponês que espera a reunião da Eclésia.

DICEÓPOLIS ‒ […] A Eclésia estava convocada para o


amanhecer e vejam (faz um gesto com a mão, olhando em
redor), a Pnyx está deserta. A nossa gente cavaqueia na
ágora, fugindo da corda avermelhada. [...] Oh cidade! Oh
minha cidade! Eu, no entanto, chego sempre antes dos
outros e sento-me. Pouco depois, aborrecido por estar
sozinho, suspiro, bocejo, estendo-me, bebo, não sei o que
fazer, desenho no chão, arranco cabelos, faço as minhas
contas com o pensamento posto na minha terra, desejoso
de paz, deplorando a cidade […]. (Entra um grupo
precipitadamente) Alto! Já cá estão os prítanes. Ao meio
Cidadãos atenienses, no friso este do Pártenon,
dia! Eu não dizia? obra de Fídias, c. 447–433 a. C.

Aristófanes, Os Arcanenses, c. 425 a. C.


Cidadãos atenienses, no friso Este do Pártenon,
obra de Fídias, c. 447–433 a. C.
A Pnyx, local de reunião da Assembleia
A “corda avermelhada” de
que nos fala Aristófanes era
real: à hora marcada para a
reunião, sob a supervisão
dos arqueiros citas, grupos
de escravos estendiam na
ágora cordas húmidas de
vermelhão e avançavam
lentamente, em direção à
Pnyx. Os cidadãos eram
assim obrigados a deixar
conversas e afazeres e a
dirigir-se à Assembleia.
Quem, atrasando-se,
ficasse manchado com o
vermelho da corda era
punido com uma multa.
Lei contra a tirania
“Se alguém se levantar contra o povo para instalar
a tirania ou ajudar na implantação da tirania ou
prejudicar o povo e a democracia de Atenas, não
seja imputada culpa a quem o matar. Que não seja
permitido
Em 337 aos
a. membros do Conselho
C., apreensivos do Areópago,
com o futuro da
se o sua
povoConstituição
ou a democracia de Atenas forem
depois da vitória de
derrubados,
Filipe dasubir ao Areópago,
Macedónia participar
na Batalha de de uma
sessão ou deliberar
Queroneia, sobre qualquer
os Ateniense matéria.
aprovam, na Mas, se
o povo ou a democracia
Eclésia, tiverem
uma “lei contra sido derrubados
a tirania”,
em Atenas e algum
destinada membro
a preservar do Areópago subir
o sistema
ao Areópago, se sentar em sessão e deliberar sobre
democrático.
alguma coisa, que seja privado dos seus direitos
de cidadão, tanto ele como os seus descendentes,
e os seus bens sejam confiscados em favor do Estado
e um décimo da sua fortuna dado à Deusa. E o
secretário fará inscrever esta lei em duas estelas de
pedra e colocará uma na entrada do Areópago que
fica perto do caminho para o Buleuterion
O arqueólogo Americano Eugene Vanderpool estuda a e a outra na Eclésia […]. “
Estela inscrição
com a inscrição da Lei Contra
da Lei contra a Tirania, hoje no Museu
a Tirania
da Ágora. Em cima, em relevo, a democracia coroa o povo.
Questões

1. Refira três instituições/magistraturas


da pólis ateniense sediadas na ágora. Areópago
2. Indique os locais onde decorriam
as sessões do Tribunal do Areópago
e da Eclésia.
3. Explique por que motivo os poderes
da Eclésia eram teoricamente ilimitados.

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