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Escola Secundária da Portela

Estrutura e Simbologia
“Mensagem”, de Fernando
Pessoa

Português
12ºC
Realizado por:
Ana Tavares, nº1
Ana Barroqueiro, nº2
Heral Mukesh, nº13
Estrutura da Obra
• A Mensagem, de Fernando Pessoa é uma obra composta por
quarenta e quatro composições que constituem o livro e estão
repartidas por três partes:

1. Brasão
2. Mar Português

3. O Encoberto

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Estrutura da Obra
• Cada uma destas partes está subdividida noutras:

o 1.ª parte: “BRASÃO” está dividida em cinco partes


o 2.ª parte: “MAR PORTUGUÊS” está dividida numa parte com doze
poemas
o 3.ª parte: “O ENCOBERTO” está dividida em três partes

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Estrutura da Obra
• Esta divisão tem um simbolismo e tem como base o facto das
profecias se realizarem três vezes, ainda que de modo diferente e
em tempos distintos. Corresponde à evolução do Império Português
que tal como o ciclo da vida, passa por três fases:

o Brasão – nascimento/fundadores;
o Mar Português – vida/realização;
o O Encoberto – morte/ressurreição.

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Simbologia
• Na primeira parte “BRASÃO”, as cinco partes que a constituem são:

1. Os Campos (2)
2. Os Castelos (7)
3. As Quinas (5)
4. A Coroa (1)
5. O Timbre (3)

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Simbologia
• Os Campos - (2)
I. “O dos Castelos”
II. “O das Quinas”

• Os Castelos - (7)
I. “Ulisses”
II. “Viriato”
III. “O Conde D.Henrique”
IV. “D. Tareja”
V. “D. Afonso Henriques”
VI. “D. Dinis”
VII. “D. João, o Primeiro”
VIII. “D. Filipa de Lencastre”

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Simbologia
• As Quinas – (5)
I. “D. Duarte, Rei de Portugal”
II. “D. Fernando, Infante de Portugal”
III. “D. Pedro, Regente de Portugal”
IV. “D. João, Infante de Portugal”
V. “D. Sebastião, Rei de Portugal”

• A Coroa - (1)
I. “Nun’ Álvares Pereira”

• O Timbre - (3)
I. “ A Cabeça do Grifo: O Infante D. Henrique”
II. “Uma Asa do Grifo: D. João, o Segundo”
III. “A outra Asa do Grifo: Afonso de Albuquerque”

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Simbologia
• Na segunda parte, “MAR PORTUGUÊS” os doze poemas que a
constituem são:

I. “O Infante”
II. “Horizonte”
III. “Padrão”
IV. “O Mostrengo”
V. “Epitáfio de Bartolomeu Dias”
VI. “Os Colombos”
VII. “Ocidente”
VIII. “Fernão de Magalhães”
IX. “Ascensão de Vasco da Gama”
X. “Mar Português”
XI. “A Última Nau”
XII. “Prece”

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Simbologia
• Na terceira parte, “O ENCOBERTO”, as três partes que a constituem
são:

I. Os Símbolos (5)

II. Os Avisos (3)


III. Os Tempos (5)

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Simbologia
• Os Símbolos - (5)
I. “D. Sebastião”
II. “O Quinto Império”
III. “O Desejado”
IV. “As Ilhas Afortunadas”
V. “O Encoberto”

• Os Avisos - (3)
I. “O Bandarra”
II. “António Vieira”
III. “Screvo meu livro à beira-mágoa”

• Os Tempos - (5)
I. “Noite”
II. “Tormenta”
III. “Calma”
IV. “Antemanhã”
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V. “Nevoeiro”
PRIMEIRA PARTE - BRASÃO

• A Mensagem abre com uma frase em latim: “Benedictus Dominus


Deus noster qui dedit nobis Signum” (“Bendito seja Deus Nosso
Senhor que nos deu o Sinal”) e encerra com outra: “Valete, Fratres”
(“Saúde, Irmãos”).

• Na frase de abertura o poeta refere-se a uma dádiva de Deus e na


frase do fecho faz votos para que os destinatários dessa dádiva
saibam convertê-la em meio de salvação.

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PRIMEIRA PARTE - BRASÃO

• A dádiva em questão, o “signum” (signo, ou sinal, ou conjunto de


sinais), será a Mensagem, que significa evangelho, ou seja, boa
nova, palavra do Senhor. Esta obra não será mais que um evangelho
segundo Fernando Pessoa, dirigido ao Povo Português, também
inspirado por Deus: “Benedictus Dominus Deus noster qui dedit
nobis Signum”.

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PRIMEIRA PARTE - BRASÃO

• Esta primeira parte da Mensagem intitula-se Brasão e tem por


epígrafe “Bellum sine bello” (Guerra sem guerra). E, tal como
acontece nas Segunda e Terceira Partes, também esta epígrafe terá
de ser a chave que abre a porta do Brasão, se bem que encerre,
desde logo, um paradoxo: guerra sem guerra.

• Isto significa que, ao contrário das batalhas cruentas que no tempo


histórico de Portugal se tratavam, a guerra que o poeta propõe aos
destinatários da sua mensagem é diferente daquela que está
retratada no campo dos castelos do escudo de Portugal. A guerra
que os Portugueses terão de travar no futuro Quinto Império não
será cruenta. Será um combate de carácter espiritual, a que vários
poemas da obra se referem, com especial destaque para o primeiro
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e o último.
PRIMEIRA PARTE - BRASÃO

• Contudo, nesta primeira parte é onde desfilam os heróis lendários


ou históricos, desde Ulisses a D. Sebastião, ora invocados pelo
poeta, ora definindo-se a si próprios, como em inscrições lapidares,
epigramáticas.

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SEGUNDA PARTE – MAR PORTUGUÊS

• Também esta parte tem uma epígrafe em latim: “Possessio Maris”


(“Posse do Mar”), que tem um sentido explícito e directo, na
medida em que traduz perfeitamente o seu conteúdo: a posse do
mar, por parte de Portugal.

• São doze os poemas que constituem a segunda parte da Mensagem.


Numa obra tão densamente simbólica é de chamar a atenção para a
importância do número doze (há também alguns poemas com doze
versos), porque nos remete para os doze trabalhos de Hércules e as
doze batalhas do rei Artur. Como eles, os portugueses terão de
enfrentar mil perigos, vencer mil obstáculos, antes de poderem
alcançar o prémio que os espera: a posse dos mares.

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SEGUNDA PARTE – MAR PORTUGUÊS

• Esta Segunda Parte sintetizada poderá ficar: O Infante (D. Henrique)


concebe a ideia de um império marítimo português (“O Infante”);
partem as suas naus em busca de novas terras (“Horizonte”); Diogo
Cão toma oficialmente posse, em nome de Portugal, das terras
descobertas (“Padrão”); o Mostrengo quer pôr termo a essa
aventura (“O Mostrengo”), mas é simbolicamente vencido por
Bartolomeu Dias, ousadia que virá a pagar com a vida (“Epitáfio de
Bartolomeu Dias”); as outras nações europeias lançam-se também
na aventura marítima, mas os seus feitos não passam de uma
sombra dos feitos de Portugal (“Os Colombos”);

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SEGUNDA PARTE – MAR PORTUGUÊS

• prosseguem as caravelas do Infante e encontram as terras do


Ocidente, especificamente o Brasil (“Ocidente”); descobertos todos
os novos continentes e ilhas sem fim, procedem os nautas a uma
viagem de circum-navegação, proeza que as forças adversas do
universo irão punir (“Fernão de Magalhães”); obreiros de gestos
heróicos, os marinheiros são convertidos em semi-deuses e
ascendem ao Olimpo, como acontecia na Antiguidade (“Ascensão de
Vasco da Gama”); sujeito às leis inexoráveis do tempo, que tudo
consome, o império marítimo português (“Mar Português”) também
morre; com a partida de D. Sebastião, o último navegante do Mar
Português, para Alcácer-Quibir – “a noite veio” (“A Última Nau”);

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SEGUNDA PARTE – MAR PORTUGUÊS

• mas, ansiosos por se perpetuarem no tempo e no espaço e cientes


de que é esse o seu destino manifesto, os portugueses imploram a
Deus que lhes conceda a graça de um Império que não morra
(“Prece”).

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TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO

• Como já vimos, “Bellum sine bello” é a epígrafe da Primeira Parte e


“Possessio Maris” é a epígrafe da Segunda. “Pax in excelsis” (“Paz
nas alturas”) é a epígrafe desta Terceira Parte. O que quer dizer que,
na Primeira Parte, Portugal realiza-se na terra, na Segunda realiza-se
no mar e na Terceira realiza-se no Céu, podendo-se, portanto,
afirmar que, na economia da Mensagem, estão presentes os quatro
elementos: a terra, na Primeira Parte; a água na Segunda; e o ar e o
fogo na Terceira.

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TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO

• Nesta Terceira Parte anuncia-se, então, a “paz nas alturas”, o que


significa que o Quinto Império, a criar sob a égide de Portugal, será
essencialmente um império do espírito, realizado sob o signo da
Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: o Espírito Santo. Poder-se-á
dizer que a História de Portugal compreende três idades: a da
fundação do reino e da sua preparação para a expansão
ultramarina, que foi a primeira dinastia; a da expansão ultramarina,
com as suas descobertas, conquistas e evangelização, que foi a
segunda dinastia; e a da santificação e glorificação do mundo, que
será a dinastia que há-de vir.

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TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO

• No contexto da Mensagem não há quatro dinastias na História de


Portugal. No final da segunda, Portugal morre e é metonimicamente
sepultado com D. Sebastião e é como se não existissem as dinastias
filipina e brigantina. A terceira dinastia será a que há-de vir a seguir
à ressurreição e ao regresso de D. Sebastião.

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TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO

• No domínio dos “Símbolos”, a primeira coisa a notar é que D.


Sebastião aparece três vezes, sob três nomes diferentes, com
atribuições distintas, em analogia com a unidade e trindade de
Deus: D. Sebastião, o Desejado e o Encoberto são um só ser em três
pessoas, do mesmo modo que Deus é um só em três pessoas: Pai,
Filho e Espírito Santo.

• Finalmente, importa insistir na importância do simbolismo nesta


última parte e na obra como um todo, a ponto de uma das suas
secções se intitular “Os Símbolos” e de ser visível o relevo dado aos
números cinco (número de poemas das primeira e terceira partes) e
três (desdobramento de D. Sebastião).

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TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO

Esta estrutura tripartida poderá visualizar-se do modo seguinte:


Império Marítimo (Vida)
A Construção do
MAR PORTUGUÊS
O QUINTO IMPÉRIO
II
(Ressurreição)

Ascensão
Queda
Nevoeiro

I
BRASÃO III
A Fundação O ENCOBERTO
O Fim do Império (Morte)

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