Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Este poema tem um significado simbólico óbvio: as quinas representam, na Mensagem, as chagas de Cristo na cruz. O
das Quinas é o Português.
Na bandeira, as quinas representam os cinco reis mouros derrotados por D. Afonso Henriques.
(1ª estrofe) Encontramos um aviso, para quem quer enfrentar e compreender o significado do sofrimento, da luta,
porque é de luta e sofrimento que Fernando Pessoa vai falar neste livro.
Ele avisa que nada é dado sem que algo seja tirado. “Os Deuses vendem quando dão”, ou seja, quando dão a glória, tiram
a felicidade – “compra-se glória com desgraça”. Os felizes mesmo de modo passageiro, ignoram que a felicidade é boa
mas também é momentânea (“só o que passa”), enquanto que o sofrimento, para aquele que luta, é por vezes eterno,
sempre presente. Os felizes são assim abençoados, mas por outro lado são passageiros inconsequentes.
(2ª estrofe) Depois do aviso da primeira estrofe, quase odioso, a segunda estrofe apresenta-nos um conselho: ter
cuidado com o que desejamos. “Bata a quem baste o que lhe basta”, ou seja, devemos nunca desejar mais do que nos
está destinado. Isto porque “o bastante de lhe bastar” deve ser suficiente, porque a vida é breve, a alma é vasta. Querer
sempre mais é adiar, não aceitar o destino, é “tardar”.
Quer Pessoa também dizer que quem está preparado para conquistar, tem de estar preparado para renunciar. Mas pode
agora, antes de tudo ter ainda começado, deixar-se na praia e não partir na aventura do mar e da alma.
Há ainda tempo para ficar resignado, satisfeito, porque em verdade nunca se pode possuir tudo o que alma deseja.
(3ªestrofe) Fernando Pessoa equipara a luta dos Portugueses aos sacrifícios de Cristo ao tornar-se, como eles, homem.
A glória do Salvador veio também através de grande sofrimento, além da própria dor. Não se pode exigir menos a quem
segue a sua palavra e a sua missão.
Estes obstáculos, são postos por uma razão, para filtrar os corajosos, os que estão preparados no seu coração para se
sacrificarem, além de todo o sacrifício que pensem suportar. O exemplo para todos os que lutam é Cristo, Deus-homem
caído em desgraça na cruz, que sofre e dúvida da sua paternidade no último grito antes da morte e da ressurreição.
Porque sofre ele? Porque se opôs à natureza. Deus “filho o ungiu”, para que ele sofresse pelos homens e os redimisse,
mas também para que lhes comunicasse a existência de um Destino superior – como os navegadores.
1
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
1. Refira-se ao papel da memória para preservar a História e este herói pré-nacional, justificando a sua resposta com dois
elementos textuais pertinentes.
2. Comprove que a mitificação de Viriato foi determinante para a nação portuguesa.
3. Explicite de que modo a importância do mito é relevada neste poema, considerando, particularmente, o conteúdo da
última estrofe.
4. Descodifique o sentido da metáfora de “o ir a haver o dia” (v.11), atendendo à mensagem que o sujeito poético pretende
transmitir.
2
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
3
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
1. A primeira quadra do poema de Mensagem apresenta uma conceção messiânica da História. Justifica a afirmação.
1.1. Mostra como essa conceção serve de base à descrição de D. João I, quer no poema de Mensagem, quer nas
estâncias d’Os Lusíadas que lhe são dedicadas.
4
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
1. Explicita os elementos textuais que remetem para a ideia da predestinação da figura histórica destacada.
2. Refere cinco traços caracterizadores do “eu”, fundamentando-te no texto.
3. Apresenta uma possível explicação para o verso 3: “sagrou-me seu em honra e em desgraça”.
4. Expõe duas razões para a utilização verbal, na última estrofe.
5
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
6
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
7
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
Tópicos de análise:
- A referência construída em torno do Infante;
- As estruturas adjetivais utilizadas;
- O significado da marca de presente que domina o poema;
- A expressividade dos recursos estilísticos;
- A comparação deste poema com o Infante de “Mar Português”;
- Aproximações do poema pessoano à epopeia camoniana;
- A justificação para a localização do poema na obra pessoana.
8
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
10
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
11
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
12
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
1. Explica os processos através dos quais se engrandece a figura de Vasco da Gama, considerando:
- A situação escolhida;
- Os efeitos provocados nos deuses, nos homens, no lugar;
- O nome dado ao Gama.
2. Mostra a importância das aliterações na construção do sentido e da musicalidade do poema.
1. Refira a condição necessária à manifestação da voz e transcreva elementos do texto que justifiquem a sua resposta.
2. Explique o sentido dos dois últimos versos do poema.
3. Explique de que modo o conteúdo da última estrofe convoca o mito sebastianista.
14
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
15
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
Tópicos de reflexão:
- Gonçalo Annes Bandarra (1500-1556) foi um sapateiro e poeta português;
- Escreveu trovas messiânicas (com caráter profeta).
- Nessas trovas refere a vinda do Encoberto e o futuro de Portugal como reino universal que contém marcas de Judaísmo e por
isso é acusado e processado pela Inquisição. Foi condenado a não ler mais a Bíblia nem escrever sobre assuntos de Teologia.
- Essas trovas foram interpretadas como uma profecia ao regresso do rei D. Sebastião e tiveram muito sucesso pois apesar de
interditas pela Inquisição, circularam diversas cópias manuscritas.
- As Trovas de Bandarra influenciaram o pensamento sebastianista e messiânico de D. João de Castro, Padre António Vieira,
Fernando Pessoa, entre outros.
- É o primeiro poema dos Avisos e é constituído por duas quadras. O seu esquema rimático é ABAB; CDCD (rima cruzada). Quanto
à métrica, os versos são octossílabos.
- O oito é o número das pontas da Cruz da Ordem de Cristo (cruz que as caravelas ostentavam). Oito letras tem Portugal e oito
letras tem Mensagem.
- Sonhava: via o futuro em sonhos proféticos.
- Anonymo: sem nome nobre, desconhecido.
- Disperso: com vários ofícios de modo a sustentar a sua pobreza.
- “O Império por Deus (…)” Previsão do período de domínio filipino, da Restauração e de uma posterior expansão imperial; origem
da convicção do Padre António Vieira quanto ao advento de um Quinto Império Português. Teria sido destinado por Deus.
- Deus deu-lhe o dom da profecia.
- Não foi nem santo nem heroe: referência ao Santo Ofício.
- Ele é respeitado por representar a coragem de desafiar a autoridade (contar o futuro de Portugal) – conseguiu ver a
potencialidade de Portugal, onde nenhum outro português a via.
1. Indica os motivos/as razões que justificam os elogios feitos a Padre António Vieira.
2. Na última estrofe, o sujeito poético relaciona claramente António Vieira com o “Quinto Império”. Caracteriza este
“Quinto Império”, recorrendo a referências textuais.
3. Demonstre a utilização de palavras relacionadas com “luz”, ao longo da composição poética.
4. Justifica a inserção deste poema na estrutura global da Mensagem.
…
1. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético.
2. Divida o poema em duas partes, apresentando sinteticamente o conteúdo de cada uma delas.
16
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
17
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
18
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
19
Mensagem, Fernando Pessoa
Profª Constança da Marta
1. O poema estrutura-se em torno de várias oposições. Faça o seu levantamento, referindo a que lhe parecer mais
pertinente para o desenvolvimento temático do poema, justificando a sua escolha.
2. Relacione este poema com “O Mostrengo”, evidenciando a atitude desta “personagem” e a sua relação com o homem
nos dois textos.
3. Tendo em conta a componente simbólica de Mensagem, explique os dois últimos versos do poema.
4. Este poema integra a última parte de Mensagem. Partindo dos seus conhecimentos sobre a “estrutura” do poema
pessoano, justifique a sua inserção em “O Encoberto”.
20