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Prefiro rosas, meu amor, à pátria

RICARDO REIS

Trabalho realizado por:


Diogo Jacinto nº10
Frederico Azevedo nº12
Bibliografia
Ricardo Reis (1887 - 1936) é um dos três heterónimos mais conhecidos de

Fernando Pessoa. Nascido na cidade do Porto. Estudou num colégio de jesuítas,

formou-se em medicina e, por ser monárquico, expatriou-se espontaneamente

desde 1919, indo viver no Brasil. Era latinista e semi-helenista.

Na poesia de Ricardo Reis é constante o Neoclassicismo. Para finalizar, podemos

concluir que através da intemporalidade das suas preocupações, a angústia da

brevidade da vida, a inevitável Morte e a interminável busca de estratégias de

limitação do sofrimento que caracteriza a vida humana, Ricardo Reis tenta iludir o

sofrimento resultante da consciência aguda da precariedade da vida.


Prefiro rosas, meu amor, a pátria

Prefiro rosas, meu amor, à pátria, Se cada ano com a Primavera


E antes magnólias amo
As folhas aparecem
Que a glória e a virtude.
E com o Outono cessam?
 

Logo que a vida me não canse, deixo


 
Que a vida por mim passe E o resto, as outras coisas que os humanos
Logo que eu fique o mesmo. Acrescentam à vida,
 
Que me aumentam na alma?
Que importa àquele a quem já nada importa
 
Que um perca e outro vença,
Nada, salvo o desejo de indiferença
Se a aurora raia sempre,
E a confiança mole
Na hora fugitiva.

 
Prefiro rosas, meu amor, a pátria

Neste poema podemos encontrar as linhas de força da filosofia de


vida:

-A recusa do esforço (da pátria, da gloria e da virtude).

-A demissão da vida e ataraxia (Procura da felicidade com


tranquilidade).

-A indiferença.

-A aceitação da precariedade da vida.

O próprio ritmo da natureza “ensina” o sujeito a “olhar” a vida como


simples espectador.
Características de Ricardo Reis
Ricardo Reis é o poeta clássico, apologista da vida calma e serena do campo, é aquele que reconhece

a fugacidade da vida e como tal, a necessidade de viver o momento de forma natural, sem grandes

envolvimentos. Este poeta, defende a procura de uma felicidade relativa que só conseguirá através da

indiferença à perturbação, isto é da ataraxia.

Para Ricardo Reis a cedência ao prazer é algo que poderá trazer dor, logo na sua perspectiva não se

pode ceder muito aos instintos imediatos.

O estoicismo e epicurismo percorreram toda a sua obra poética, pois Ricardo Reis procura através

destas doutrinas provar que se pode alcançar a felicidade aproveitando o momento.

Este poeta vive o drama -transitoriedade da vida – vive perseguido pelo destino, sente medo da velhice.

Para Ricardo Reis, não existe nem passado, nem futuro, privilegiando o momento.

Tal como Pessoa é o poeta da razão, consciente de que o pensar traz dor. Este heterónimo é sem

dúvida um portador de egoísmo epicurista.

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