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Poema I ("O Guardador de Rebanhos")

 
     O sujeito poético inicia o poema com a afirmação de que nunca guardou
rebanhos, isto é, de que não é um pastor na realidade, mas comporta-se como se
o fosse («Mas é como se os guardasse» - v. 2), ou seja, há uma parte de si que se
comporta como um pastor - a alma -, uma alma de pastor (comparação do verso
3) que «anda pela mão das Estações / A seguir e a olhar» (vv. 5-6).

     Estes dados permitem-nos, desde já, concluir que estamos na presença de um


pastor por metáfora que procura estabelecer com a natureza uma relação de
comunhão, de harmonia, de simbiose: «Conhece o vento e o sol / E anda pela
mão das Estações». De pastor, tem o deambulismo, o andar constantemente e
sem rumo definido, observando o que o rodeia, a variedade inexaurível da
natureza, concentrado numa única atividade: olhar («A seguir e a olhar.» - v. 6).
A sua contemplação da natureza, da beleza primordial, faz com que o «eu» sinta
a realidade como se a vivesse intensamente, de acordo com um modo de vida
similar ao de um pastor, que contempla, além da proximidade e intimidade ["(...)
Natureza sem gente" - v. 7]. De facto, o pastor é o símbolo da solidão do
pensamento contemplativo: é o homem que está sozinho na natureza e que ocupa
os seus dias vagueando com o seu rebanho, sem a perturbar, alimentando-se do
que ela dá, «vislumbrando os seus segredos no silêncio». Daí que o «eu» se
considere um pastor, visto que incorpora em si as qualidades de um pastor, mas
não é limitado pela vida que um pastor leva. Ou seja, ele serve-se da "arte do
pastor para atingir o estado contemplativo, como um budista se serviria da
meditação".

     A consequência imediata de o sujeito poético possuir uma alma assim é ter


acesso a «toda a paz» que a natureza sem gente proporciona - ela vai «sentar-se»
a seu lado (vv. 7-8). Caeiro apresenta-se, assim, em suma, como um poeta
metáfora e como o poeta da natureza e do olhar.

     No entanto, no verso 9, o sujeito poético confessa-se triste. Numa primeira


leitura, essa tristeza é motivada pelo fim do dia, representado pelo pôr do sol,
dado que, quando a noite cai sobre a natureza, ele sentirá maiores dificuldades
em contemplar a natureza. E, como já sabemos, Caeiro é o poeta do olhar,
o sensacionista para quem a visão é o sentido primordial. Por outro lado, note-
se como a tristeza invade o «eu» de forma impercetível, como a borboleta que
entra impercetivelmente pela janela.

     A nível estilístico, é de salientar, na primeira estrofe, antes de mais a


personificação da natureza (vv. 5, 7-8) e as comparações (vv. 3, 9 e 13), recursos
que evidenciam a relação íntima e intensa que o «eu» estabelece com ela. Por
outro lado, genericamente, a comparação é o recurso estilístico de que Caeiro se
socorre para exprimir a concretização do abstrato, para aproximar o imaginário
do real, tornando-o simples e acessível. Por seu turno, a conjunção coordenativa
adversativa «mas» (v. 9) sugere o caráter contraditório da tristeza do sujeito
poético, pois, se ele tem à sua volta tudo o que deseja, por que razão se sentirá
triste?

     No início da segunda estrofe, o sujeito poético identifica a sua tristeza com
sossego e considera-a «natural e justa». Porquê? Porque «é o que deve estar na
alma / Quando já pensa que existe / E as mãos colhem flores sem ela dar por
isso.» (vv. 16-18). Isto é, o «eu» sente-se triste porque pensa e porque pensa é
natural e justo que se sinta triste. É merecido ser triste quando o pensamento
invade a sua alma e esta não dá pela natureza, pelas flores que as mãos colhem.
Por outro lado, esta postura revela a aceitação do real tal como ele se
apresenta por parte do sujeito lírico. Este é um ser pragmático, não tem ilusões,
daí que a tristeza constitua uma imposição aceite livremente, uma submissão a
algo superior, uma aceitação voluntária do sofrimento e do Destino («Mas a minha
tristeza é sossego» - v. 14).

     Além disso, o verso 14 acima referido aponta para uma linha central da poesia
de Alberto Caeiro: o objetivo da meditação do poeta é o «sossego», a paz. Caeiro
troca tudo o resto (uma vida comum, dinheiro, desejo sexual, desejo de posse,
passado, presente e futuro), a vontade própria, a personalidade, por uma forma
superior de existência, feita só de sensações e em comunhão com a natureza.
     Esta ideologia aparenta semelhanças com o processo budista de
conhecimento, assente nas quatro verdades: 1.ª) a existência implica a dor; 2.ª) a
origem da dor é o desejo; 3.ª) a dor só cessa com o fim do desejo; 4.ª) há um
caminho de oito passos para acabar com o desejo: a visão correta, a intenção
correta, o discurso correto, a ação correta, a vida correta, o esforço correto, a
atitude correta e a concentração correta.

     Os pensamentos do sujeito poético aparecem ruidosamente («Com um ruído


de chocalhos» - v. 1) destituídos de simplicidade («Para além da curva da
estrada» - v. 20). A sua recusa - do pensamento - constitui a via para alcançar a
paz e a felicidade, daí que lamente, não que os seus pensamentos sejam
contentes, porque sê-lo-iam de qualquer modo («Em vez de serem contentes (...)
/ Seriam (...) contentes» - vv. 23-24), mas saber que eles o são (contentes). Se
não o soubesse, seria feliz; assim é paradoxalmente «contente» e «triste» e a
tristeza advém-lhe da consciência de saber (= pensar). É o retorno da síntese
impossível de opostos - o conhecer e o ignorar, a consciência da inconsciência -
já abordada pelo ortónimo no poema "Ela canta, pobre ceifeira".

     O incómodo que o ato de pensar acarreta é reforçado pela metáfora dos


versos 26 e 27: «Pensar incomoda como andar à chuva / Quando o vento cresce e
parece que chove mais». Pensar é, pois, como andar numa chuva cada vez mais
intensa - quanto mais chove, mais nos é difícil avançar normalmente. De modo
semelhante, quanto mais pensamos, mais difícil é viver normalmente. Dito de
outra forma, é o pensamento que gera a tristeza e a infelicidade.

     De seguida, o sujeito poético confessa-se sem ambições nem desejos -


despindo-se da vontade própria -, nem sequer de ser poeta, que constitui «a
minha maneira de estar sozinho». Estar sozinho é estar sozinho com as suas
ideias, num estado contemplativo, de autorreflexão. Ser poeta é uma
necessidade para atingir a paz. O único desejo que lhe resta, ainda que residual,
é um desejo infantil: «desejo às vezes (...) ser cordeirinho». Ora, o cordeiro é o
símbolo do ser pacífico, natural, ingénuo, desprovido de pensamento, e da
ligação à natureza. Ou então, antropomorfizando a natureza, deseja ser o
rebanho todo, para melhor fruir a felicidade e ultrapassar a tristeza que
ocasionalmente o assalta, representada simbolicamente pelo pôr do sol, pela
nuvem que «passa a mão por cima da luz» (v. 37), pelo silêncio que «corre (...)
pela erva fora» (v. 38). Por outro lado, com o verso 37 Caeiro assume que a
natureza tem uma vontade própria, semelhante à do ser humano, logo, se esta
possui uma importância ao nível da presença humana, estar sozinho na natureza
é como estar sozinho na humanidade - são duas situações comparáveis. "Esta
visão impede que o «estar sozinho» seja sinónimo de «estar preocupado», ou
«estar inquietado». A segurança com que o «estar sozinho» é assumido dá a
Caeiro a certeza que esta solidão não o preocupa, não o vai levar ao desespero e
à análise racional. É quase um «estar sozinho» natural".

     Encontramos aqui as razões que estiveram na génese de Caeiro: a tentativa de


superação, pelo recurso ao bucolismo e à ingenuidade, da infelicidade e tristeza
que o dominam (a Pessoa).

     E o sujeito poético prossegue a sua autocaracterização enquanto pastor,


iniciada nos primeiros versos do poema. O pastor ilusório, o pastor em essência,
que escreve versos num papel que está no seu pensamento, sentindo «um cajado
nas mãos» (v. 42), um cajado que só sente, não possui - o cajado é o atributo do
pastor e, simultaneamente, o símbolo da sua segurança e estabilidade -, é ele
próprio a natureza que desvenda, daí que afirme: «vejo um recorte de mim / No
cimo de um outeiro». O «recorte de mim» (v. 43) é mais uma manifestação da
dispersão que o aflige.

     De seguida, o sujeito poético saúda, ironicamente, todos quantos o lerem (v.
49), de forma gentil e humilde, como homem do campo e da natureza, esperando
que não lhe peçam mais do que a gentileza firme de uma saudação passageira.
Uma interpretação «alternativa» para esta saudação aos leitores pode sugerir a
condição de mestre da parte de Caeiro, sediado no coração da natureza,
procurado por muitos interessados na sua «doutrina» (vv. 51-52), a quem acena
(v. 50). Ele deseja não o conhecimento, mas a chuva quando é precisa, senão o
sol.

     Ele saúda-os, sugerindo-lhes tudo quanto é simples e objetivo, pacífico e


suave, ingénuo e natural - o sol, a chuva, a casa, a janela aberta, a cadeira
predileta, a árvore antiga, a acriança despreocupada (tal como no ortónimo, a
alusão à temática da infância). O «eu» deseja uma cadeira, para que se sentem a
ler os seus versos e se lembrem os seus leitores da simplicidade que advoga. O
seu maior desejo, porém, consiste em que, ao lerem-nos , o pensem como algo
natural, como uma árvore antiga que conheceram crianças a brincar.

     Quanto a si, deseja fazer-se passar por «qualquer coisa natural» (v. 60),
alheia ao ato de pensar. Ele quer assumir-se natureza, libertar-se das cadeias e
desejos humanos e existir de outras maneiras. Assim, "o homem dilui-se na
tristeza e perde a sua identidade para assumir uma existência pacífica com a
natureza que pretende tomar como sua. Caeiro quer perder-se para
se encontrar".

     Neste poema, encontramos os traços essenciais da ideologia de Caeiro:


1. O poeta apresenta-se como o poeta da objetividade, do imediatismo das
sensações. Ele pretende eliminar os vestígios da subjetividade, usando
uma linguagem simples, direta e natural (vv. 59-65) e deseja que os seus versos
levem os leitores a imaginá-lo como algo natural, como uma árvore, por exemplo,
à sombra da qual se sentavam, quando crianças, cansados de brincar.
2. Caeiro apresenta-se como pastor, como o poeta da Natureza e do olhar,
de olhos ingénuos sempre abertos para as coisas (vv. 3-6, 31-35).
3. Caeiro apresenta-se como o anti metafísico, negando a utilidade ou
o valor do pensamento (vv. 19-25, 26, 31-32). De facto, o pensamento é
entendido como algo negativo, pois, se não pensasse, os seus versos não teriam
nada de tristeza, seriam apenas «alegres e contentes». E recordemos que foi o
incómodo, a dor de pensar («Pensar incomoda como andar à chuva») que o
ortónimo nunca conseguiu evitar, que sempre o torturou, ainda que ele tivesse
encetado inúmeras saídas para o drama do seu eu dividido, que saíram sempre
goradas (vide «Impressões do Crepúsculo», «Chuva Oblíqua», «Ela canta, pobre
ceifeira», «Gato que brincas na rua», etc.).
4. Ora, a tentativa mais radical de Pessoa de fugir à dor de pensar foi a de
transferir a sua alma para um poeta bucólico que olha e sente o mundo com a
simplicidade com que uma criança olha uma flor. Porém, nem assim o poeta
conseguiu libertar-se do pensamento, que se insinua e acaba por enevoar a
simples alegria de ver (vv. 21-22).
     Para quem defende a poesia espontânea, Caeiro socorre-se  de inúmeros
recursos poético-estilísticos. Desde logo, visualiza-se em
termos metafóricos como um pastor, de cajado na mão, guardando o seu
rebanho. Aliás, a metáfora é um dos recursos de que se socorre com abundância:
escreve versos num «papel» que é o seu «pensamento»; olhando para o seu
«rebanho», vê os seus «pensamentos» e, olhando para estes, vê o seu «rebanho»,
donde se conclui que o rebanho é os seus pensamentos (as suas ideias) e vice-
versa. Deste cruzamento simétrico de rebanho - pensamento, pensamento -
rebanho, resulta o quiasmo, que acentua a expressividade da metáfora.
     O recurso às comparações reflete uma certa cor campestre, obedecendo a
uma preocupação de objetividade «... é como se os guardasse»; «minha alma é
como um pastor»; «Mas eu fico triste como um pôr do sol»; «E se sente a noite
entrada / Como uma borboleta pela janela»; «Pensar incomoda como andar à
chuva»; «E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz / E quer
fingir que compreende».
     O tempo verbal predominante é o presente, a assinalar as sensações
ocasionais do poeta, um presente durativo que o situa no momento que vive sem
pensar nem no passado nem no futuro. A presença do gerúndio («olhando»,
«vendo», «sorrindo») está ao serviço da expressão da simultaneidade e do fluir
das sensações, sugeridas pelos verbos sensitivos.

     O linguagem é simples, nunca ultrapassando os limites da norma, de acordo


com a cultura rudimentar que possui (relembremos que Caeiro ostenta somente a
quarta classe), e está de acordo com uma certa pobre lexical que predomina na
composição poética. Atente-se, ainda, no uso de determinadas expressões que
refletem a ingenuidade de um pastor: «Minha alma é como um pastor / (...) E
anda pela mão das Estações / A seguir e a olhar»; «Com um ruído de chocalhos /
Os meus pensamentos são contentes»; «E se desejo às vezes / (...) ser
cordeirinho / Ou ser o rebanho todo»; «(...) quando uma nuvem passa a mão por
cima da luz»; «... corre um silêncio pela erva fora» (pleonasmo); «Escrevo os
versos num papel que é o meu pensamento»; «(...) sou (...) a árvore antiga...».
Poema II ("O Guardador de Rebanhos")

          Se, no poema I, Caeiro definiu a sua filosofia, assente no sensacionismo, na


objetividade na análise da natureza, neste segundo poema da obra O Guardador
de Rebanhos refere-se mais concretamente ao seu processo de pensamento. É
preciso não esquecer que, para deixar de pensar, é necessário pensar no assunto.
          O texto inicia-se com uma comparação ("O meu olhar é nítido como um
girassol.") que significa que o sujeito poético vê a realidade à luz do sol, com
toda a nitidez que essa luz lhe propicia. Dito de outra forma, a comparação
evidencia a nitidez do olhar do «eu», dado a planta a que o seu olhar é
comparado segue continuamente a luz solar. À semelhança de Cesário Verde, o
sujeito poético assume uma atitude deambulatória ("Tenho o costume de andar
pelas estradas..." - v. 2), observando atentamente a realidade, atento à
diversidade que o rodeia, ("Olhando para a direita e para a esquerda..."),
descobrindo novas «coisas» a cada olhar, constituindo, assim, a visão, o sentido
primordial que nos permite conhecer o mundo.

          O verso 9 apresenta-nos uma nova comparação, desta vez com uma
criança, um símbolo recorrente em Caeiro, pela inocência e ingenuidade que lhe
estão associadas. Neste caso específico, a comparação é estabelecida com uma
criança "ao nascer", o que remete para um ser não contaminado, constantemente
surpreendido pelos estímulos da realidade que lhe chegam através dos sentidos e
que provocam o seu espanto ("pasmo essencial" - v. 8), resultante do que o
rodeia, novo para quem acabou de nascer. De modo semelhante, o sujeito
poético sente-se como a criança recém-nascida, que vê com uma inocência
primordial, isto é, vê tudo como se visse pela primeira vez, espantado perante "a
eterna novidade do Mundo". Todos estes dados confirmam, no fundo, a afirmação
de Jacinto do Prado Coelho: "Caeiro (...) vive de impressões, sobretudo visuais, e
goza em cada impressão o seu conteúdo original.".

          À semelhança do que sucede na primeira estrofe, a segunda abre com nova
comparação (neste caso, entre a sua crença no mundo e um malmequer), que é
uma forma de objetivação, concretização, através dos sentidos, de uma realidade
eminentemente abstrata dado que reside apenas no pensamento. No entanto,
este versos confirmam-nos que, apesar do seu esforço para afirmar o contrário, o
sujeito poético ainda pensa e não vê apenas. Dito de outra forma, ele apresenta
uma teoria à qual falta uma prática efetiva e continuada, confirmada por uma
espécie de «insistência doentia» nas explicações dos seus atos. Repare-se como
ele começa por fazer uma constatação ("Creio no Mundo"), para de seguida se
justificar: "Porque o vejo. Mas não penso nele (...)". Se estivesse convicto das
suas afirmações, não necessitaria do raciocínio justificativo. Ainda assim,
prossegue a sua afirmação da supremacia do olhar sobre o pensamento: "Porque
pensar é não compreender..." - v. 15; "(Pensar é estar doente dos olhos)" - v. 17).
Este último verso é uma confirmação da negação do pensamento, da metafísica,
pois não devemos procurar ou atribuir significados ao mundo, devemos antes
deixar-nos guiar pelos sentidos, pelas sensações puras, aceitando pacificamente
as coisas tais quais elas são ("Mas para olharmos para ele e estarmos de
acordo..." - v. 18).

          A terceira estrofe abre com uma afirmação categórica: "Eu não tenho
filosofia: tenho sentidos...". Esta afirmação clarifica a sua veia antifilosofia,
evidenciando a recusa da metafísica, do pensamento abstrato, defendendo em
alternativa o primado dos sentidos. Os restantes versos acabam por comprovar /
aprofundar esta ideia, ao aclararem o tipo de relação que o «eu» estabelece com
a natureza, uma relação de amor ("Mas porque a amo..." - v. 21). E é uma relação
de amor porque no amor não há perguntas, não há certezas acerca do «objeto»
amado, não há «razões» que justifiquem o «amor por», nem sequer uma
definição do que é amar. Deste ato amoroso, está ausente o pensamento, a
racionalidade; o sujeito aceita apenas as coisas tais como são. Há, portanto, uma
tentativa de equiparação do amor ao seu desejo de inconsciência, de não pensar

          A última estrofe é constituída por um dístico silogístico: se "amar é a


eterna inocência" (v. 24) e se "a única inocência é não pensar" (v. 25),
então "amar" é "não pensar". Neste sentido, não pensar é uma espécie de amor
sem objeto, um amor ideal. É um amor pela Natureza, um amor natural e
sinónimo de aceitação incondicional, sem questionação. No fundo, estamos
perante a necessidade humana de amor, de carinho, mesmo que unicamente no
seio da Natureza.

         

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