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Fernando Pessoa
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D. Pedro, regente de Portugal: O sujeito que me a tomem Com o que nela ia”. O
poético caracteriza o percurso de vida do jogo dos tempos verbais - “ser que houve,
regente como um homem culto, honesto e não o que há” – exprime a dicotomia entre
decidido, integro porque não abdicou dos o ser mortal, o D. Sebastião histórico (que
seus ideais “Dúplice dono, sem me dividir”, ficou no areal de Alcácer Quibir) e o ser
vítima da incompreensão dos outros “Não imortal, o D. Sebastião mítico (protagonista
me podia a Sorte dar guarida Por eu não ser do sonho, do desejo de grandeza). D.
dos seus”, um mártir fiel à vontade de Sebastião é mais um agente do objetivo da
Deus. Mensagem pessoana. Figura messiânica,
aquele que vem salvar o país da
D. João, Infante de Portugal: O sujeito decadência, restituindo-lhe a grandeza e a
poético assume a voz do infante D. João, glória perdida.
afirmando “Não fui alguém” por seus
irmãos serem demasiado grandes. A sua IV. A COROA
verdadeira vocação, a cavalaria, foi Nun`Álvares Pereira: O sujeito poético
inutilmente desperdiçada “Inutilmente
apela ao Condestável para que seja o
eleita, Virgemmente parada”. Assumindo a
iniciador de um Portugal místico, cabeça de
sua incapacidade de atingir “O todo”,
um império espiritual que se avizinha, o
ficando no “seu nada”, D. João caracteriza,
Quinto Império.
no entanto, o povo português como “pai de
amplos mares”, responsável pelo
V. O TIMBRE
desvendar do “inteiro mar” e responsável
pela descoberta de novas terras. “A cabeça do grifo – o Infante D.
Henrique”: É um poema dedicado ao
Infante D. Henrique. A figura do infante é
Profecia, uma vez que a conquista
desenhada a partir da atitude estática e
dos amplos mares só acontecerá
imperial do infante, como aquele que
cerca de 60 anos após a morte do
concebe e impulsiona os Descobrimentos –
Infante D. João.
o vidente de sagres. A simbologia da
D. Sebastião, Rei de Portugal: Num cabeça de grifo – figura mitológica cuja
cabeça é a de uma águia, ave que tem uma
discurso de primeira pessoa, D. Sebastião
visão acutilante, tal como o Infante que vê
assume-se, orgulhosamente, como louco.
à distância (vidente).
A loucura do rei, de sinal positivo, projeta-
se no desejo de ultrapassar os limites do Uma asa do grifo – D. João O
Homem, na ousadia de transmitir o seu Segundo: D. João é apresentado como
sonho aos outros “Minha loucura, outros
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VISÃO GERAL
• 12 poemas