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Fundamentação da Immanuel Kant John Stuart-Mill

Ética  Teoria deontológica


 Intenção
 Teoria utilitarista
 Consequência

ÉTICA MORAL ética kantiana

 Latim- costumes
Defende que o valor moral de
 Conjunto de normas
 Grego- carácter uma ação reside em si mesma e
que, dentro de uma
 Reflexão sobre a não nas suas consequências- o
comunidade,
validade das regras valor moral de uma ação depende
regulam o
morais apenas da intenção.
comportamento dos
indivíduos.

Muitas vezes, os conselhos são usados como sinónimos. 


EX: Agir eticamente ou moralmente.
TIPOS DE AÇÕES:
 IMORAIS: Contrárias ao dever.
distinção entre moral e legal EX: Roubar
 AMORAIS: Em conformidade com o dever.
1) As normas morais não são impostas por uma
EX: Roubar por medo da punição (ação legal)
força ou autoridade externa como as normas
jurídicas.  MORAIS: Por dever (de vontade autónoma).
EX: Não roubar por condição moral ou por medo de EX: Não roubar por convicção (ação moral)
ser apanhado.
CRITÉRIO DA AÇÃO CORRETA:
2) As regras morais são mais abrangentes do que
as normas jurídicas. Kant defende que o critério da ação correta é o
EX: Ser leal a um amigo não é uma imposição jurídica. imperativo categórico.
3) Nem tudo o que é legal é moral. IMPERATIVO IMPERATIVO
EX: A proibição do voto às mulheres em certos países.  CATEGÓRICO HIPOTÉTICO

NORMAS INFORMAIS NORMAS FORMAIS OU


 Obrigação absoluta ou  Obrigação relativa ou
OU MORAIS LEGAIS
incondicional: condicional:
 Código moral: O que Motivada pelo seu motivado pelo
 Código jurídico: valor intrínseco e não interesse em obter
é desejável que se
Estipula o que é por causa dos seus ou evitar qualquer
faça.
permitido/proibido. efeitos. coisa.
 É uma obrigação da
 Regula o  Obrigação universal:  Obrigação particular:
consciência.
comportamento. válido para todos depende dos gostos e
 Moralidade.
 Ilegalidade. mesmo que o seu desejos particulares.
 Legislador e
 Executante. cumprimento não seja
executante.
do seu interesse. EX: Só tenho obrigação de tirar
EX: Não matar. a carta de condução, se quiser
EX: Não mentir. conduzir.
EX: Um médico é obrigado a
prestar assistência a qualquer
PROBLEMAS: circunstância.

 Qual é o bem último? Qual é o bem em função O que faz com que, para Kant, agir por dever,
do qual valorizamos todas as outras coisas como respeitar a lei moral, e obedecer ao imperativo
meios? Boa vontade ou Felicidade? categórico, sejam sinónimos.
 Qual é o critério da ação correta? O que
determina se a minha ação é moral ou imoral? FÓRMULAS PARA O IMPERATIVO CATEGÓRICO:
Imperativo Categórico ou Consequência? 1) Fórmula da lei universal: faz apenas o que se
possa tornar padrão de comportamento para
Teorias todos.
“Age apenas segundo uma máxima tal que possas Porque é que a felicidade não é um
querer ao mesmo tempo que se teve lei universal” bem supremo?
2) Fórmula da humanidade: não usar os outros  A felicidade só é boa se for
para satisfação dos nossos interesses merecida.
(instrumentalizá-lo). EX: Um criminoso que vive uma vida feliz.
“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto
 A felicidade é, em boa parte, uma questão de
na tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre e
sorte.
simultaneamente como fim e não como meio”
EX: Um virtuoso que é associado pela desgraça.
Uma ação não é moral, se violar alguma das fórmulas.
Porque é que a boa vontade é um
Se decidimos individualmente, como bem supremo?
é que é a Lei Universal?  Todas as outras coisas
A razão é imparcial e universal, ou seja, podem ser usadas para o
se colocarmos todos os nossos mal.
interesses, gostos e desejos de parte, a Lei Moral será EX: Usar a inteligência para prejudicar os outros.
universal e todas as pessoas pensarão da mesma
forma.

BEM SUPREMO: conceitos


Ação por dever: Ação exclusivamente motivada
VONTADE pelo cumprimento do dever, sem outras intenções.

AUTÓNOMA HETERÓNOMA Dever: Aquilo que temos obrigação de fazer (o


justo) independentemente das circunstâncias e das
As suas escolhas são consequências.
imparciais e Consciência moral: Segue a voz da razão, afasta-se
desinteressadas As suas escolhas
baseiam-se em motivos da influência das inclinações sensíveis (egoísmo,
porque segue a Lei
externos (interesses, interesses, etc.).
Moral ditada pela
razão. consequências, dever a Lei moral: “Deves em qualquer circunstância
Deus etc.)
cumprir o dever pelo dever, sem segundas
 Cumpre o dever, não
 Uma vontade que intenções” (Imperativo Categórico)
pelo motivo certo.
cumpre o dever
pelo dever.

O sujeito autónomo, é livre, pois é legislador e


sujeito dessa lei. OBJEÇÕES

A BOA VONTADE: 1) Estabelece deveres absolutos


EX: “Nunca devemos mentir”; mas
A boa vontade, é a vontade de agir em conformidade intensionalmente parece-nos que, em certas
com a lei. É uma vontade: situações, é correto mentir.
 Livre: não é determinada por inclinações, 2) Há deveres incompatíveis entre si
interesses, autoridades etc. EX: “Salvar uma ou várias vidas?”. Para cumprir
uns, temos de violar outros. Isso significa, na
 Autónoma: a vontade quer o que a razão manda.
prática, que não pode haver deveres absolutos.
A boa vontade não se trata de agir na base dos
bons sentimentos ou boas intenções. Quando se diz
que a ética Kantiana considera que o valor moral da ética de mill
ação é encontrado na intenção, não são as intenções
que o sujeito teve com a ação. Por exemplo, o homem
que mentiu ao assassino dizendo que o seu amigo não Defende que uma ação é boa se,
estava em casa, podia até ter uma boa intenção, mas dadas as circunstâncias, implica
continuou praticar o errado para Kant, que defendia as melhores consequências
sim, que a única boa intenção, é fazer a coisa certa possíveis.
pelo motivo certo, é respeitar a razão.
 Hedonismo: Devemos fazer aquilo que cause
maiores benefícios (prazer) e menores prejuízos
CRITÉRIO DA AÇÃO CORRETA: (dor) ao conjunto dos afetados.
Para Mill, o valor moral de uma ação depende das  Imparcialidade: Ao ponderarmos a maior soma
suas consequências, daí a sua teoria ser de felicidade global, devemos contabilizar o
consequencialista. bem-estar de cada indivíduo como sendo
igualmente importante.
A INTENÇÃO AS CONSEQUÊNCIAS Hierarquização de prazeres:

Refere-se ao carácter do PRAZERES PRAZERES


Referem-se aos
agente e não à SUPERIORES INFERIORES
resultados e objetivos
moralidade da própria
da própria ação.
ação. Prazeres intelectuais
e morais, apenas
Pareceres físicos, comuns
acessíveis ao ser
a todos os animais.
Que tipos de consequências são as humano.
mais desejáveis? EX: Comer, dormir, sexo.
EX: Aprender, ler um
 Principio da utilidade ou da maior livro, ouvir música.
felicidade- A maior felicidade
possível Têm opiniões diferentes quem já viveu inferiores e
para o maior número ou, dadas as circunstâncias, a superiores quem só viveu inferiores. Porém só quem já
menor infelicidade possível. conheceu os 2 prazeres, é que pode dizer qual é melhor.

BEM SUPREMO:
A teoria de Stuart-Mill é um teoria hedonista, ou seja, OBJEÇÕES
identifica a felicidade com o prazer ou bem estar. 1) Objeção dos limites da maximização
EX: “Maria tem de escolher entre meter um
O que é a felicidade ou o bem estar? paciente sadio para salvar outros 4”; se o
 Para Mill é o bem supremo- a utilitarismo estivesse correto, a Maria teria a
única coisa boa em si mesma é a obrigação d matar o Jorge. Há limites para aquilo
felicidade. É um bem intrínseco. As que pode ser feito em nome da maximização da
outras coisas são felicidade geral.
boas instrumentalmente, se forem meios para a
felicidade. 2) Objeção da exigência excessiva
EX: As vacinas ou o dinheiro. EX: A maioria das nossas ações, como por
exemplo comprar um novo computador etc.,
FELICIDADE INDIVIDUAL E FELICIDADE GERAL: não maximizar a felicidade do maior número
de pessoas, que nos obriga a fazer coisas que
Tanto Kant como Mill consideram que o egoísmo é um
intuitivamente consideramos não serem
obstáculo à ação moral, daí termos que ser
obrigações.
imparciais, visto que a felicidade individual é tão
importante como a dos outros envolvidos.
3) Objeção do “bode expiatório”
Por isso é que tanto para Kant como para Mill os EX: Colocar em causa certos direitos individuais
princípios são universais, simplesmente para Mill são em nome da maioria, pode conduzir a
universais e relativos já para Kant são universais e consequências moralmente inaceitáveis.
absolutos.
4) Justificação de práticas imorais
PRAZERES: EX: “Matar um assassino que pudesse por em
causa a vida de outro”; agir moralmente mesmo
A avaliação do prazer é qualitativa e não quantitativa. desrespeitando uma regra moral básica como
O principio utilitarista da maior felicidade apresenta não matar.
3 pressupostos:
 Consequencialismo: Devemos orientar-nos
pelos resultados previsíveis das nossas ações.
Critério da
Fundamentação Fim da
avaliação da O valor moral da ação Natureza da lei moral Vantagens Desvantagens
da moral moralidade
moralidade
Caráter absoluto e O desprezo pelas
KANT

Valorizar os princípios
Obediência ao A intenção de A ação moral tem um valor incondicional das leis A autonomia consequências e o respeito
morais, não fazendo
Imperativo cumprir o dever intrínseco “Fazer o correto morais, há normas que da vontade absoluto pela lei moral
depender a moralidade de
categórico pelo dever pela razão correta” nunca devemos (boa vontade) podem revelar-se
circunstâncias particulares
desrespeitar problemáticas
O principio da utilidade a
Obediência ao Caráter relativo e procura da maior felicidade
As Defende a imparcialidade e
MILL
Principio da A ação moral tem um valor condicional das leis global podem pôr em
consequências O bem estar o altruísmo, e prescreve a
Utilidade ou o extrínsecos “Fazer algo morais. O respeito pelas causa os direitos
previsíveis da ou a felicidade felicidade global como ideal
Princípio da Maior pelas suas consequências ” normas depende das individuais e legitimar a
ação moral
Felicidade consequências da ação instrumentalização dos
indivíduos.

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