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Os Lusíadas

Luís de Camões

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA 2. VISÃO GLOBAL DA OBRA: UMA


PRODUÇÃO DA OBRA EPOPEIA

RENASCIMENTO
Epopeia
O termo Renascimento designa Uma composição narrativa, em
os séculos XV e XVI da história verso, que celebra uma ação heroica
europeia, altura em que surgiu passada ou uma série de grandes
uma nova conceção do Homem e da acontecimentos históricos
Natureza, assim como um renovado
entusiasmo pela cultura clássica. Os
Descobrimentos constituíram a grande
Os Lusíadas
contribuição portuguesa para essa época • Na epopeia há 4 planos, cada um com
grandiosa da história. Desvendaram novos uma função específica e que se vão
climas, paisagens, floras e costumes, entrelaçando ao longo da obra:
alargando assim o conhecimento do
Mundo e do Homem e alargando a vontade Plano da viagem – viagem
do saber. marítima de Vasco da Gama à
India. Confere unidade ao poema.
A IMPORTÂNCIA DO TÍTULO
Plano da História de Portugal –
relato dos acontecimentos
OS LUSÍADAS heroicos que constituem a História
nacional de modo a enaltece-la.

Deriva de Luso, filho de Líber. Plano mitológico – intervenção


Nasceu e povoou a parte dos deuses e a consequência
mais ocidental da Ibéria, que dessa intervenção no destino
se chamou Lusitânia dos nautas lusos. Confere beleza, ação e
diversidade ao poema.

Camões não escolheu um herói individual Plano das intervenções ou


que motivasse o título da sua obra, mas reflexões do poeta - excursos
procurou que a sua epopeia anunciasse a pessoais que constituem as
história de um herói coletivo – o povo reflexões críticas, os lamentos e as
exortações face ao mundo, aos outros e a
português.
si mesmo.
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Os Lusíadas
Luís de Camões

3. ESTRUTURA EXTERNA DA OBRA DEDICATÓRIA


• 10 cantos - cada canto possui um O poeta dedica o poema a D. Sebastião,
número variável de estrofes pois considera o monarca a “segurança” de
• 1102 estrofes (oitavas) Portugal, a “maravilha”, o assombro da sua
• Esquema rimático – ABABABCC época, a esperança do alargamento da fê
• Versos decassilábicos cristã e o temor dos Mouros.

4. ESTRUTURA INTERNA DA OBRA NARRAÇÃO


A Epopeia divide-se em Proposição, Iniciada in media res (a meio do
Invocação, Dedicatória e Narração. acontecimento), apresenta momentos
retrospetivos (da História de Portugal e da
PROPOSIÇÃO Viagem), momentos prospetivos (sonhos,
Camões enuncia a matéria da epopeia, presságios, profecias…) e um epílogo
propõe-se cantar: (regresso dos nautas).

• As navegações e as conquistas no 5. IMAGINÁRIO ÉPICO


Oriente nos reinados de D. Manuel
O poeta, ao escrever esta obra, pretende
e de D. João III
cantar:
• As vitórias em África de D. João I a “O peito ilustre lusitano”
D. Manuel Glorificar os feitos do povo português,
• A organização do país durante a 1.ª feitos esses que dizem respeito quer aos
dinastia nautas portugueses quer a outras ilustres
figuras históricas portuguesas.
INVOCAÇÃO
O poeta pede inspiração às Tágides, para
que estas o auxiliem a escrever a epopeia, 6. MITIFICAÇÃO DO HEROI
dando-lhe inspiração e um estilo
Na obra Os Lusíadas é relatada a viagem
eloquente, próprio da epopeia.
dos Portugueses até à Índia e,
Ninfas do rio entrecortando-a com episódios do passado
Tejo e profecias do futuro, mostra-se a história
de um povo que teve a ousadia da ventura
marítima. A intenção de exaltar os heróis
que construíram e alargaram o Império
levou Camões a torna-los verdadeiros
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Os Lusíadas
Luís de Camões

símbolos da capacidade de ultrapassar a


força humana, merecendo, assim, um
lugar entre os seres imortais.

7. REFLEXÕES DO POETA
O olhar glorificador e o tom de exaltação
eufórica de que se revestem Os Lusíadas
não invalidam a manifestação de um
desencanto face à pátria portuguesa,
capaz de grandes feitos, mas
progressivamente mergulhada numa
“austera apagada e vil tristeza”. Com
efeito, surgem momentos de disforia, que
mais não são do que reflexões do poeta
sobre o mundo que o rodeia, sobre os seus
contemporâneos, sobre a vida humana,
sobre injustiças e crueldades

Antiepopeia
O poeta tece críticas aos
portugueses ou deixa conselhos
aos seus contemporâneos.
Reconhece e condena a vileza, a
miséria humana.

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