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Os Lusíadas

EPOPEIA

• A epopeia consiste no mais elevado género literário cultivado pelos


poetas da Antiguidade Clássica. Os poetas clássicos renascentistas
procuram imitar mas, sobretudo, superar os modelos greco-
-romanos;
• trata-se de um longo poema narrativo que conta factos históricos,
num estilo grandiloquente;
• o real e o maravilhoso misturam-se na ação, que é realizada por
heróis de força e nobreza fora do comum, adquirindo um interesse
universal.
Os Lusíadas

MODELO CLÁSSICO DE EPOPEIA

Estrutura
Herói Ação:
interna:
(individual - unidade
- Proposição
ou coletivo) - variedade
- Invocação
- verdade
- Dedicatória
- integridade
- Narração

Estrutura externa: EPOPEIA Narração in medias


narrativa em verso res

Reflexões/ Intervenção do
considerações maravilhoso/
do poeta sobrenatural
Os Lusíadas

POEMA ÉPICO

A viagem de descoberta do caminho marítimo


Central
para a Índia (situada no presente narrado)
Ação

A História de Portugal (narrada no passado,


Encaixada
presente e futuro)

“o peito ilustre lusitano” – representa o povo


Personagens

Principal português; como tal, é uma personagem


coletiva

As personagens referidas ao longo da ação, de


Secundária
entre as quais se destaca Vasco da Gama
Os Lusíadas

FONTES HISTÓRICAS

• Crónicas de:

 Fernão Lopes;
 Rui de Pina;
 João de Barros.

Ilustração de João de Barros, in


Décadas da Ásia, Lisboa, 1777-1778
Os Lusíadas

FONTES LITERÁRIAS

• Epopeias greco-latinas:
 Ilíada e Odisseia, de
Homero (grego);
 Eneida, de Virgílio (romano);
 Trovas à Morte de Inês de
Castro, de Garcia de
Resende. Início da Ilíada, na língua original.
Os Lusíadas

ESTRUTURA INTERNA

Os Lusíadas dividem-se em quatro partes:

Proposição – o Poeta enuncia o que se propõe cantar (estâncias 1 a 3)

Invocação às Tágides (estâncias 4 e 5)

Dedicatória a D. Sebastião (estâncias 6 a 18)

Narração – in medias res – a narração da ação central inicia-se quando os


navegadores se encontram a meio da viagem (estância 19)
Os Lusíadas

ESTRUTURA INTERNA

Ninfas, Ettore Tito, século XX


Os Lusíadas

ESTRUTURA INTERNA

A ação de Os Lusíadas desenvolve-se em quatro planos:

da Viagem – tem a ver com a descoberta do caminho marítimo para a Índia (o presente da
narração)
do Maravilhoso – articula-se com o plano da Viagem e tem a ver com a intervenção dos
deuses (pagãos) ou de Deus (cristão) no destino dos portugueses
da História de Portugal – surge encaixado no plano da Viagem e refere--se aos factos
narrados no passado (desde as origens da nação até D. Manuel I), no presente (tempo da
ação central da epopeia), no futuro (profecias, por exemplo, dos deuses e de Adamastor)

do Poeta – consiste em intervenções do Poeta que incluem lamentações, advertências,


críticas e/ou reflexões
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ESTRUTURA INTERNA

O consílio dos deuses, ilustração da Odisseia de


Homero traduzida por Victor Berard, 1929-33
Os Lusíadas

ESTRUTURA EXTERNA
Estrutura externa

• Constituídos por 10 cantos;


• os cantos contêm um número variável de oitavas;
• esquema rimático ABABABCC;
• versos decassilábicos heróicos (acentuados nas 6.ª e 10.ª sílabas).
Os Lusíadas

EPISÓDIOS

A morte de Inês de Castro,


Karl Briullov, século XIX
Os Lusíadas

EPISÓDIOS

PLANO(S) CLASSIFICAÇÃO DO
EPISÓDIOS CANTOS VALOR SIMBÓLICO
NARRATIVO(S) EPISÓDIO

Consílio Maravilhoso Sobrevalorização do


dos Deuses I (pagão) Mitológico povo português

Sublimação do
Inês História
III Lírico amor verdadeiro,
de Castro de Portugal
mas infeliz
Símbolo dos
Viagem e História perigos do mar
Adamastor v Simbólico
de Portugal e do amor
não correspondido
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EPISÓDIOS

PLANO(S) CLASSIFICAÇÃO DO
EPISÓDIOS CANTOS VALOR SIMBÓLICO
NARRATIVO(S) EPISÓDIO
Triunfo do
Viagem e
Homem contra
Tempestade VI Maravilhoso Naturalista os elementos
(pagão e cristão)
da Natureza
Viagem e
Ilha dos Imortalização do
IX e X Maravilhoso Simbólico
Amores povo português
(pagão)
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EPISÓDIOS

O Triunfo de Vénus, Francis Podesti,


1833

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