PRÉ-VESTIBULAR ILÉO

• Figuras de linguagem
• Escolasliterárias (romantismo, barroco, quinhentismo, arcadismo, simbolismo,
realismo, naturalismo, modernismo, pós-modernismo...)
• Interpretação de textos literários
• Gêneros literários
(1500 – 1601)
O Quinhentismo é um período literário
brasileiro que se desenvolveu durante o O que é?
período da colonização do Brasil pelos
portugueses.
É caracterizado pela produção de
textos de cunho informativo e
Quais suas principais descritivo, que tinham como objetivo
características? principal registrar os feitos dos
colonizadores e descrever as
riquezas da terra recém-descoberta.
Literatura de informação
Carta de Pero Vaz de
Caminha
Literatura de catequese
Escrita pelos jesuítas
(1601-1768)
O Barroco é um período literário que se
caracterizou pela utilização de uma linguagem
rebuscada, pelo uso de figuras de linguagem, O que é?
antíteses e paradoxos, pela valorização da emoção
e da subjetividade, além de uma forte temática
religiosa.
É caracterizado pela exuberância
ornamental, pelo uso de antíteses e
Quais suas principais paradoxos, pelo uso de figuras de
características? linguagem, pela religiosidade, pelo
pessimismo e pela visão de mundo
conflitante.
Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.

Maldade que encaminha à vaidade,

Vaidade que todo me há vencido.
Vencido quero ver-me e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.

Arrependido estou de coração,

De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços que me rendem vossa luz.

Luz que claro me mostra a salvação,

A salvação pertenço em tais abraços,
Misericórdia, amor, Jesus, Jesus.
(1768-1808)
O Arcadismo é uma escola literária
que teve início na Europa. Uma das O que é?
suas principais características é a sua
oposição ao Barroco, escola literária
anterior.
O Arcadismo se opõe à
Quais suas principais religiosidade, valoriza a
características? harmonia da natureza. A
simplicidade é tudo.
 A clareza e a harmonia nos
temas e nas formas afastaram
das produções literárias a
linguagem rebuscada e confusa
do Barroco. As antíteses e
paradoxos do homem do século
XVII passaram a dar lugar
ao sujeito racional, que
buscava a simplicidade e
a racionalidade em suas obras.
(1808-1836)
Este período ficou marcado pela vinda da Família
Real portuguesa para o Brasil, no ano de 1808, e
significou o início do processo de Independência
da Colônia.
Com isso, teve a transferência do poder de Portugal
para as terras brasileiras que trouxe consigo, além da
corte e da realeza, as novidades e modelos literários
do Velho Continente nos moldes franceses e ingleses.
(1836-1881)
O Romantismo foi um movimento estético
cultural que revolucionou a sociedade nos
séculos XVIII e XIX, deixando para trás
valores clássicos e inaugurando
a modernidade nas artes.
Quais suas principais
características?
O que é?
Subjetivismo, escapismo ou
evasão, baseavam-se, então,
em valores da burguesia, classe
social que substituía a elite
absolutista em diversos países.

Predomínio da emoção e do
sentimento. Nesse caso, as
obras apresentam grande
função emotiva, e centrada,
principalmente, no emissor. Os
autores apresentam as suas
realidades pessoais, pois existe
a imposição do “eu” artista.
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! por que não apagas,
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
(Castro Alves)

Os autores românticos eram
bastante idealizadores e
possuíam uma insatisfação
constante. Neste período, o
romântico assumia um papel
revolucionário ou se deprimia
e buscava fuga.
Pensamento gentil de Paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és o termo
De dois fantasmas que a existência
formam,
– Dessa alma vã e desse corpo
enfermo.
Pensamento gentil de Paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és o nada,
Tu és a ausência das moções da
vida,
Do prazer que nos custa a dor
passada.
(Junqueira Freire)
(1936)
 "Minha pátria é o seio desta selva,
Que brilha mais que a face do sol
posto;
Minha pátria! Onde a terra mais
revoltosa
Exaltação da natureza, Deixa no ar a palmeira oscilando,
medievalismo, E o índio da Guanabara aos ventos
exaltação da figura do soltos
E à boca da noite a canção entoa.“
índio.
(Gonçalves Dias)
 "Eu me lembro... era outono,
Noites curtas, frias manhãs;
As obras apresentam uma Os risos daquelas horas,
carga grande de Eram risos de embriaguez,
egocentrismo, negativismo, Não de alegria!...
pessimismo, desilusão. A os meus cantos,
principal característica é a Lembram gemidos d'angústia e dor!“
busca pela fuga da (Álvares de Azevedo)
realidade.
 Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
• Eles buscavam na natureza e na
Tanto horror perante os céus...
história do país as fontes de
Ó mar! por que não apagas,
inspiração para a sua produção
Co'a esponja de tuas vagas
• Os escritores do movimento
De teu manto este borrão?...
defendiam a luta contra a
Astros! Noites! Tempestades!
escravidão e a exploração
Rolai das imensidades!
colonial, assim como a
Varrei os mares, tufão!...
construção de uma sociedade
(Castro Alves)
mais justa e igualitária.
(1881-1896)
O Realismo foi um dos principais
movimentos artísticos do final do
século XIX. Com diversas formas de
manifestação, a arte realista teve
grande importância tanto na Europa
quanto no Brasil.
Principais características
Oposição ao movimento artístico anterior, o Romantismo.
Nesse sentido, opondo-se à idealização amorosa, os realistas representavam
figuras humanas profundas, que fugiam aos estereótipos de herói, da
amada ou do vilão, típicos dos românticos.

Além disso, a perspectiva egocêntrica, muito comum na segunda geração

do Romantismo, é substituída por um olhar o mais objetivo possível,
buscando representar a realidade de modo impessoal ou crítico, sempre
afastando o olhar apaixonado dos objetos retratados.
No Brasil, o Realismo teve como
principal representante
Machado de Assis, autor de
célebres livros, como ”Memórias
póstumas de Brás
Cubas” e ”Dom Casmurro”.
O Naturalismo chegou ao Brasil no final
do século XIX. Foi nessa época que,
influenciados por escritores europeus, nossos
escritores passaram a enxergar na literatura
um instrumento de denúncia social, e não
apenas um entretenimento para a classe
média e para a elite brasileira.
Quais suas principais
características?
Não há espaço para metáforas ou
subjetividade

A linguagem aproxima-se da
simplicidade do coloquialismo para que
o leitor tente captar com exatidão as
descrições feitas pelo narrador.
 ⇒ Objetivismo científico e
⇒ Determinismo: Teoria filosófica que afirma que as
impessoalidade: Apenas são
escolhas e ações humanas acontecem por relações de considerados os fatos, sendo eles
causalidade, e não em virtude do livre-arbítrio. Os seres descritos minuciosamente por meio de
não possuem vontades, são apenas fantoches nas mãos do uma linguagem simples e direta, tal
destino qual um documento científico.
⇒ Preferência por temas de patologia social: De
acordo com a concepção naturalista, o homem é apenas um
animal cujo destino é determinado pelo meio ambiente e pela
hereditariedade.

“(...) Não era a inteligência nem a razão o que lhe apontava o

perigo, mas o instinto, o faro sutil e desconfiado de toda fêmea
pelas outras, quando sente seu ninho exposto (...)”.
O cortiço – Aluísio Azevedo
 Foi uma tendência literária
que valorizava e retomava O que é?
elementos da Antiguidade Clássica.

Teve como prioridades o culto à

Quais suas principais forma, a “arte pela arte”, a
características? objetividade temática e o
distanciamento de questões de
cunho social.
Características
•Rigor formal: descartaram os versos livres do romantismo e •Vocabulário acurado e complexo: palavras
substituíram-nos por métrica e rima regulares, especialmente pouco populares, elitização da linguagem, poesia
versos alexandrinos (doze sílabas métricas) ou decassílabos como aristocratização espiritual;
(dez sílabas métricas); •Afastamento das questões reais do presente:
“A arte pela arte”: a produção artística não deve ser útil, preferência por temáticas reflexivas e universais,
mas pura, alheia e erudita, um culto ao belo, à perfeição, sem descrições de objetos e de cenas da natureza;
se ocupar dos problemas da realidade; •Impessoalidade: em oposição à subjetividade
acentuada do romantismo.
•Valorização e enobrecimento do artista: o poeta é
comparado a um artífice da palavra, um ourives, responsável
por lapidar o texto tal como se lapida uma pedra em estado
bruto para que se torne uma joia;
•Distanciamento da linguagem oral: buscando as formas
clássicas (como o verso alexandrino e a presença de deuses
da mitologia greco-romana);
•Inversão sintática: (como “Ouviram do Ipiranga as margens
plácidas / de um povo heroico um brado retumbante” em
lugar de “As margens plácidas do Ipiranga ouviram um brado
retumbante de um povo heroico”);
 Em seus diversos livros, Bilac contemplou as temáticas do
Tríade parnasiana amor – platônico, espiritual, sensual –, da mitologia greco-
romana e de cunho filosófico, criando atmosferas
de reflexão sobre o sentido da vida. Escreveu
também poesias didáticas e patrióticas, além de ser o autor
do Hino à Bandeira do Brasil.
Via Láctea
XIII
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
Olavo Bilac (Via Láctea, 1888)
Tríade parnasiana Uma de suas composições mais famosas é “Vaso chinês”,
exemplo de soneto parnasiano que toma por tema
a descrição de um objeto que inspira pela perfeição de sua
forma, pelo trabalho artístico de sua feitura:

Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
(Sonetos e poemas, 1886)
Alberto de Oliveira
 Serenata
Tríade parnasiana
Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da dor, do mundo e do terreno;
Acorda! é tempo!
A noite abre o seno
À chama errante das paixões vulgares!
Acorda! e vê se a vida tem pesares,
E vê se o inferno pode ser tão pleno!
Tristeza! irmã do cântico divino,
Ódio celeste, a luz do eterno amor,
Fazei vibrar as cordas do destino!
Creia o sorriso no sarcasmo impuro,
Fé no que mente, esperança no que morre!
Raimundo Correia
Que importa o nome, ó vítima do futuro!
(1893-1910)
Surgiu contra o Realismo e o Naturalismo.
Os simbolistas acreditavam que a realidade
visível não era suficiente para expressar o
O que é?
mundo interior e os sentimentos humanos, e
que era necessário buscar outras formas
de expressão poética.
Utilizavam símbolos, metáforas,
alegorias, para criar uma atmosfera de
Quais suas principais mistério, sugestão e ambiguidade, e
para expressar ideias e sentimentos
características? que não podiam ser descritos
diretamente.
 Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —

Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(Augusto dos Anjos)
Cruz e Sousa Carnal e místico
Pelas regiões tenuíssimas da bruma
vagam as Virgens e as Estrelas raras...
Como que o leve aroma das searas
todo o horizonte em derredor perfuma.

Numa evaporação de branca espuma

vão diluindo as perspectivas claras...
Com brilhos crus e fúlgidos de tiaras
as Estrelas apagam-se uma a uma.

E então, na treva, em místicas

dormências,
desfila, com sidéreas latescências,
das Virgens o sonâmbulo cortejo...

Ó Formas vagas, nebulosidades!

Essência das eternas virgindades!
Ó intensas quimeras do Desejo...
(Cruz e Sousa, Broquéis, 1893)
(1910-1922)
O pré-modernismo representa, na literatura brasileira,
um período de transição, já que, de um lado, ainda se faziam
fortes as tendências artísticas do realismo, do naturalismo, do
simbolismo e do parnasianismo, movimentos iniciados na
segunda metade do século XIX, e, de outro lado, já se faziam
presentes escritores e artistas que apresentavam em suas
obras os indícios do que viria a resultar na Semana de Arte
Moderna de 1922.
Os autores, mesmo com alguns traços das escolas anteriores,
fizeram sobressair dois aspectos como marcas típicas do
movimento em questão: a abordagem da realidade brasileira e
o uso da linguagem.
Abordagem da realidade brasileira: dia a dia da
população

O uso da linguagem: linguagem simples e coloquial

Lima Barreto • Olhar crítico em relação à realidade brasileira.
• Em Triste fim de Policarpo Quaresma, por exemplo, observa-se
a narração em torno da vida de Policarpo Quaresma,
um funcionário público extremamente nacionalista que vê seus
sonhos frustrados.
“Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo?
E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara
toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por
amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir
para a sua felicidade e prosperidade. Gastara sua
mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora
que estava na velhice, como ela o recompensava,
como ela o premiava, como ela o condecorava?
Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar,
de frui, na sua vida? Tudo. Não brincara, não
pandegara, não amara — todo esse lado da
existência que parece fugir um pouco à sua
tristeza necessária, ele não vira, ele não provara,
ele não experimentara.”
(1922-1950)
O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e
literário que se caracterizou pela liberdade estética, o nacionalismo
e a crítica social.

Ele teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, que

aconteceu entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro
Municipal de São Paulo.
O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e
literário que se caracterizou pela liberdade estética, o nacionalismo
e a crítica social.

Ele teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, que

aconteceu entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro
Municipal de São Paulo.
Características da primeira fase
•fase mais radical e nacionalista;
•busca de uma identidade nacional;
•maior liberdade formal com
rupturas da sintaxe;
•presença de regionalismos e
linguagem informal;
•valorização do folclore, arte e
cultura popular brasileira;
•uso de versos livres, que não
possuem métrica (medida);
•uso de versos brancos, com
ausência de rimas;
•utilização do sarcasmo e da ironia.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no
dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
(...)
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é
libertação.
•Manuel Bandeira (1886-1968) - Obras: A cinza das
horas (1917), Carnaval (1919) e Libertinagem (1930).
Características da segunda fase modernista
•fase de consolidação do
modernismo no Brasil;
•vasta produção literária em
poesia e prosa (poesia de 30 e
romance de 30);
•valorização do regionalismo e da
linguagem popular;
•utilização de versos livres, sem
métrica, e brancos, sem rimas;
•crítica à realidade social brasileira;
•valorização da diversidade
cultural do país;
•temática cotidiana, social,
histórica e religiosa.
Os artistas demonstram maior
equilíbrio e racionalidade em seus
escritos.
Esse momento de
amadurecimento da literatura
brasileira é caracterizado por
temáticas nacionalistas,
regionalistas e de caráter social,
com predomínio de uma literatura
mais crítica e revolucionária.
Características da segunda fase modernista
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma
pedra.
Nunca me esquecerei desse
acontecimento
Na vida de minhas retinas tão
fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do
caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma
pedra.
Carlos Drummond de Andrade
“poesia de 30”
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas
manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia
inteiro, estavam cansados e famintos.
Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam
repousado bastante na areia do rio seco, a viagem
progredira bem três léguas. Fazia horas que
procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros
apareceu longe, através dos galhos pelados da
catinga rala.
Graciliano Ramos – Vidas secas
“romance de 30”
Características da terceira fase
“Geração de 45”
reuniu um grupo de escritores, muitas vezes chamados
de neoparnasianos, que buscavam uma poesia mais
equilibrada e objetiva.
Assim, a liberdade formal, característica das fases
anteriores, é deixada de lado para dar lugar à métrica e
o culto à forma, com produções inspiradas no
Parnasianismo e Simbolismo.
Além da poesia, há uma diversidade grande na prosa
com a prosa urbana, intimista e regionalista.
•linguagem mais objetiva e equilibrada;
•influência do Parnasianismo e Simbolismo;
•oposição à liberdade formal;
•forte preocupação com a estética e a perfeição;
•valorização da métrica e da rima;
•temática social e humana.
— O meu nome é Severino, como não
tenho outro de pia. Como há muitos
Severinos, que é santo de romaria, deram
então de me chamar Severino de Maria
como há muitos Severinos com mães
chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
(...)
— Desde que estou retirando só a morte
vejo ativa, só a morte deparei e às vezes até
festiva só a morte tem encontrado quem
pensava encontrar vida, e o pouco que não
foi morte foi de vida severina (aquela vida
que é menos vivida que defendida, e é
ainda mais severina para o homem que
retira).
João Cabral de Melo Neto – morte e vida
severina
Palavras-chave

1ª fase- renovação, estética,

radicalismo
2ª fase- temáticas nacionalistas
3ª fase- inovações linguísticas e
experimentações artísticas
(1950 - hoje)
As principais características do movimento pós-moderno são
a ausência de valores e regras, imprecisão, individualismo,
pluralidade, mistura do real e do imaginário (hiper-real),
produção em série, espontaneidade e liberdade de expressão.
Oposto ao modernismo, racionalismo, ciência e aos valores
burgueses, podemos considerar o pós-modernismo como
uma combinação de várias tendências. Essas tendências
vigoram até hoje nas artes (plásticas, arquitetura, literatura),
filosofia, política e no âmbito social.
Crônica
A crônica teve um lugar especial no período
pós-modernista. Sendo, por muitos e por
muito tempo, considerada de menor ou mais
baixa valia, ganhou destaque por contar sobre
os momentos cotidianos de modo crítico,
ácido, humorístico e pitoresco.

Ex.: Luis Fernando Veríssimo

Poesia concreta
Música popular brasileira

Pai, afasta de mim esse cálice

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Chico Buarque
Palavras-chave

Espontaneidade,
liberdade artística,
multiplicidade de estilos
e combinação de
tendências.
PRÉ-VESTIBULAR ILÉO
No Brasil, o Classicismo é mais conhecido Caminha, cuja finalidade era a de relatar as
como Quinhentismo, abrangendo toda a características da terra descoberta, e a
produção literária da fase renascentista no literatura jesuíta, que produziu textos
século XVI. Toda literatura desse período simples com a finalidade de catequizar os
foi escrita por portugueses e resume-se à: índios.
(D) literatura de protesto, produzida para
(A) literatura de catequese, cuja principal denunciar o extermínio da população
função era doutrinar os indígenas segundo indígena e os desmandos da coroa
os preceitos cristãos. São escritos, portuguesa no Brasil. Essa literatura foi
principalmente, dos padres Antônio Vieira e representada por nomes como Gonçalves
José de Anchieta. Dias e Padre José de Anchieta.
(B) literatura de informação, com (E) literatura de formação, cuja principal
documentos sobre as terras descobertas, função era alfabetizar os indígenas para que
suas belezas e habitantes, e também a eles pudessem produzir a literatura
literatura indígena, que foi posteriormente brasileira independentemente da literatura
traduzida para o português. portuguesa.
(C) literatura de informação, representada
principalmente pela Carta de Pero Vaz de
Cárcere das almas Os elementos formais e temáticos
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, relacionados ao contexto cultural do
Soluçando nas trevas, entre as grades
Simbolismo encontrados no poema “Cárcere
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza. das almas”, de Cruz e Sousa, são:
Tudo se veste de uma igual grandeza (A) a opção pela abordagem, em linguagem
Quando a alma entre grilhões as liberdades simples e direta, de temas filosóficos.
Sonha e, sonhando, as imortalidades (B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. em relação à temática nacionalista.
Ó almas presas, mudas e fechadas (C) o refinamento estético da forma poética e o
Nas prisões colossais e abandonadas, tratamento metafísico de temas universais.
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! (D) a evidente preocupação do eu lírico com a
Nesses silêncios solitários, graves,
realidade social expressa em imagens poéticas
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?! inovadoras.
CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. (E) a liberdade formal da estrutura poética que
Florianópolis: Fundação Catarinense de dispensa a rima e a métrica tradicionais em
Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993. favor de temas do cotidiano.
“Tupi or not tupi, that is the question”. A paráfrase, elaborada a partir da
célebre frase de William Shakespeare, figurava no Manifesto Antropófago de
1928, escrito por Oswald de Andrade, um dos principais líderes do
movimento modernista. A esse respeito, é correto afirmar:
(A) O modernismo brasileiro questionava o nacionalismo defendido pelas elites
regionais como um dos aspectos do atraso cultural a ser superado.
(B) Os principais líderes do movimento modernista brasileiro eram filhos de
imigrantes originários da classe operária de São Paulo e do Rio de Janeiro.
(C) A produção modernista brasileira evidenciava a assimilação de referências
culturais estrangeiras e a sua articulação com as particularidades nacionais.
(D) Os artistas e escritores modernistas, influenciados pelas notícias referentes
à Revolução Bolchevique, fundaram o Partido Comunista do Brasil em 1922.
(E) O modernismo brasileiro teve uma extraordinária aceitação no interior das
Forças Armadas, que se tornaram um de seus centros de difusão cultural.