GÊNEROS LITERÁRIOS
TEXTOS HÍBRIDOS = MISTURAM GÊNEROS.
Épico/Narrativo:
Conta histórias de grandes heróis. Possui
narrador personagem (1° pessoa, pouco
confiável, visão parcial), narrador observador
(3° pessoa, neutro) ou narrador onisciente (3°
pessoa com conhecimento pleno). Os
personagens (protagonista, coadjuvante e
antagonista) são desenvolvidos em tempo linear
ou imaginário e espaço real ou imaginário.
Lírico:
Geralmente é acompanhado por lira e expressa
emoções e sentimentos. Retratado em 1° pessoa,
tem a estrutura baseada nos poemas. Exemplos:
sonetos, hinos, poesias e sátiras.
Luís de Camões, poeta lírico. Obra:
os lusíadas.
Dramático:
É baseado na encenação de tragédias e
comédias. Não possui narrador e contém muitas
rubricas. Os textos contam com apoio para a
leitura e montagem.
Ensaístico:
São textos não-ficcionais e trabalham a
literariedade. Tem uso artístico-expressivo da
linguagem. Como exemplo desse gênero,
existem cartas, artigos e diários.
QUINHENTISMO
→ Não é uma escola literária. (1500-1601)
Refere-se ao momento de descobrimento do
Brasil. Eram textos escritos pelos portugueses
sobre o Brasil e enviados para Portugal, com o
objetivo de informar o rei sobre a nova terra
recém-descoberta.
Considerada uma literatura descritiva e
informativa, foi escrita por viajantes, cronistas e
padres. Um exemplo desses indivíduos é Pero
Vaz de Caminha.
A literatura da época ficou conhecida. Era
produzida por jesuítas e tratava temas
teocêntricos. Na poesia havia versos
redondilhos, preocupação espiritual e estética, e
possuía tom didático-pedagógico de caráter
catequético. O principal representa foi Padre
José de Anchieta, homem tolerante que
doutrinou os índios pelo tupi.
• Características do Quinhentismo:
Produzida por viajantes.
Descritivismo da fauna, flora e nativos.
Exaltação da terra.
Preocupação com a conquista material.
Sem preocupação estética.
Grande valor histórico e documental.
 BARROCO NO BRASIL
PRIMEIRAS PRODUÇÕES BRASILEIRAS
FINAL DO SÉCULO XVII.
O marco inicial foi Prosopopeia, de Bento
Teixeira. Contava com esculturas e arquiteturas
de Aleijadinho.
No Brasil estava ocorrendo o século do ouro.
Muitos filhos de burgueses foram estudar na
Europa e trazem a literatura de lá.
• Características:
Linguagem dramática.
Racionalismo.
Exagero e rebuscamento.
Uso de figuras de linguagem.
União de religioso e profano.
Dualismo (dia na igreja, noite na festa).
Jogo de contrastes.
Valorização dos detalhes.
Cultismo (jogo de palavras)
Conceptismo (jogo de ideias).
• Autores:
Bento Teixeira (prosopopeia)
Gregório de Matos (líricas, satíricas, religiosa e
erótica – conhecido como Boca do Inferno).
Manuel Botelho de Oliveira (1° a publicar)
Frei Vicente de Salvador
Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica
Padre Antônio Vieira
ARCADISMO NO
BRASIL
Ainda no ciclo do ouro, novos estudantes
vinham da Europa. Com isso, a literatura
barroca e árcade chocaram-se, até o arcadismo
ganhar espaço em âmbito nacional.
• Características:
Objetividade e racionalismo.
Linguagem simples.
Bucolismo (vida no campo) e pastoralismo.
Simples, natureza, pseudônimos.
Critica o urbano.
Fugere Urbem (fugir do urbano).
Locus Amoenos (lugar ameno).
Aurea Mediocritas (equilíbrio de ouro).
Inutilia Truncat (cortar o inútil).
Carpe Diem (gozar o momento).
Linguagem menos rebuscada.
Autor europeu = Bocage.
• Autores:
Cláudio Manoel da Costa (livro Obras)
Tomás Antônio Gonzaga (Marília de Dirceu).
• Poemas épicos:
O Uruguai, de Basílio da Gama.
O Caramuru, de Santa Rita Durão.
• Poesias satíricas:
Cartas Chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga.
 ROMANTISMO
1° GERAÇÃO → Indianista.
Caracteriza-se por ter o índio como herói,
exaltar a floresta virgem, conter ideias liberais e
nacionais e tratar com subjetividade. Além
disso, é a gênese do brasileiro e fala sobre a
nação e a saudade do lar. Principais autores:
Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
2° GERAÇÃO → Drama para a pessoa
amada.
Fala sobre morte como único jeito de salvação,
pessimismo, amor e religião. Ademais, possui a
evasão da realidade, visão angelical e divina da
mulher e contem subjetivismo. Assim, seja fase
ficou conhecida como Ultrarromantismo e tem
como principais autores o Cassimiro de Abreu
(que fala mais de saudade) e Alvares de
Azevedo (que teve influência de Byron e fala
sobre tristezas).
3° GERAÇÃO → Condoreira.
Os autores apresentam suas críticas sociais
sobre o abolicionismo e ideias republicanas. Há
o desejo de liberdade e os escritores se
expressam com muita eloquência (oratória) e
injunções (que busca comunicar algo). Além de
idealizar o amor carnal com muito exagero e
desejo, possui musas concretas, não mais
imaginárias como nas outras fases. O principal
nome dessa fase é Castro Alves, que escreveu
alguns poemas dedicados a uma bailarina.
REALISMO
Século XIX.
O realismo caracteriza-se pela denúncia aos
burgueses da época. Retrata temas sociais e
exalta a podridão da sociedade. Possui
abordagem objetiva e é o momento em que a
literatura deixa de ser apenas leituras e passa a
representar críticas. As prosas falavam sobre
romances sociais, romances psicológicos e
romances de tese. Assim, tornou-se um veículo
de crítica à escravidão, sexualidade e igreja,
além de ter influência do positivismo racional.
Foi considerado uma oposição ao romantismo e
também descrevia os avanços tecnológicos da
época (carros, máquinas a vapor, etc).
Machado de Assis foi o principal autor da
época, publicando o marco inicial do realismo
no Brasil: Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Machado analisava e representava o psicológico
da sociedade.
• Características:
Reprodução da realidade observada.
Objetividade no compromisso com a verdade.
Personagens baseados na sociedade da época.
Exposição das condições sociais e culturais.
Ações e reações.
Linguagem de fácil entendimento.
Contemporaneidade e preocupação em mostrar
personagens reais, até a miséria de caráter.
 NATURALISMO
Ocorre durante o 2° reinado, período de mudanças
no Brasil, como o capitalismo e abolição.
O marco inicial é O Mulato, de Aluísio de
Azevedo. É considerado um realismo
exagerado, que animaliza o homem. O foco é na
classe operária, porém, prossegue com as
críticas à sociedade.
• Características:
Linguagem coloquial.
Observação da realidade.
Retrato objetivo da sociedade.
Descrição de ambientes e personagens.
Problemas humanos e sociais (patologias,
mentais e físicas).
Evolucionismo, cientificismo, positivismo e
erotismo.
Busca pela liberdade em relação ao passado.
PARNASIANISMO
Preocupa-se com a estética, não com o
conteúdo. Por isso, usa a sintaxe (rimas ricas) e
é associal. O conteúdo dessa literatura é
esvaziado e artificial. Conta com descrições
poéticas (como o poema Vaso Grego, que
descreve tão bem o vaso que torna-se possível
desenhá-lo). Não possui religião em seus versos.
O melhor exemplo são os hinos, formas que
representam o parnasianismo. O lema dessa
geração foi “Arte pela arte”, tendo como marco
inicial a obra Fanfarras, de Teófilo Dias, em
1882.
• Características:
Preocupação estética.
Baseada na realidade.
Objetivismo, universalismo, cientificismo e
positivismo.
Busca a perfeição na forma.
Sacralidade e culto à forma.
Palavras raras em forma de soneto.
Descrição visual detalhada e versificada.
• Autores:
Conhecidos como a tríade parnasiana: Olavo
Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correira.
SIMBOLISMO
Bate de frente ao Realismo.
O marco inicial é Missal e Broquéis (1893), de
Cruz e Souza. Possui linguagem subjetiva,
transcendental, musical e criativa.
• Características:
Não racional.
Subjetiva e individual.
Conta com a imaginação, espiritualidade e
elementos místicos.
Inconsciente ou subconsciente.
Figuras de linguagem: Sinestesia, aliteração e
assonância.
• Autores:
João da Cruz e Souza – satanista, sensual.
Alphonsus de Guimaraens – Neorromântico +
árcade, sensível.
Augusto dos Anjos – Poeta da morte, surge
entre o simbolismo e o pré-modernismo.
PRÉ-MODERNISMO
É a transição entre simbolismo e modernismo,
fase repleta de mudanças, preparações e
movimentações literárias. Possui sincretismo
estético: características neorrealistas,
neoparnasianas e neossimbolistas. Critica os
modelos de literatura anteriores e a sociedade.
Rompe as linguagens formais e explora temas
históricos, políticos e econômicos.
Nessa época, o Brasil passava pela República
Café com Leite e diversas revoltas.
• Características:
Rompe o academicismo, o passado e a
linguagem parnasiana.
Possui linguagem simples e coloquial.
Expõe a realidade brasileira.
Tem regionalismo e nacionalismo.
Marginaliza personagens (sertanejo, mulato,
caipira).
• Autores:
Monteiro Lobato (Obra: Sítio do Pica-pau
Amarelo)
Lima Barreto (Obra: Triste Fim de Policarpo
Quaresma)
Euclides da Cunha e Graça Aranha
 SEMANA DA ARTE
MODERNA
Ocorreu de 11/02 – 18/02 em São Paulo.
Estavam comemorando 100 anos de
independência e o fim da 1° guerra mundial,
pela influência das vanguardas europeias e os
burgueses. Ocorre a integração de várias
expressões artísticas.
Nessa semana, os artistas decidem colocar a
identidade brasileira em suas obras, rompendo
preceitos vigentes, descartando a formalidade e
usando a linguagem coloquial. Diante disso, o
movimento criticou os conservadores e
parnasianistas.
• Representantes: Grupo dos Cinco.
Anitta Malfatti (pintora, expressionista,
desenhista e professora)
Mário de Andrade (poeta, prosador, musicista,
historiador)
Oswald de Andrade (escritor e dramaturgo)
Tarsila de Amaral (pintora e escultora – artista
da obra Abaporu)
Menotti del Picchia (jornalista, político, pintor,
crítico – Obra Juca Mulato)
Obra de Tarsila, Abaporu.
MODERNISMO
1° GERAÇÃO → (1922 – 1930), fase
heroica. Essa fase mudou toda a arte, cultura,
política e sociedade. Inicia-se na Semana da
Arte Moderna e rompe padrões tradicionais,
reunindo dança e música.
Os grupos modernistas de destaque são:
manifesto pau-brasil, movimento verde-
amarelismo e movimento antropofágico.
Revistas: Klaxon e Antropofagia.
• Características:
Valorização do cotidiano.
Nacionalismo crítico.
Raízes culturais.
Nova linguagem.
Oposto ao parnasianismo.
Traz experimentações estéticas, ironia, sarcasmo
e anarquia.
Faz uso de versos livres e brancos.
2° GERAÇÃO → Consolida o modernismo, é
conhecida como geração dos 30 (1930-1945,
Era Vargas) A obra inicial foi A Bagaceira, de
José Américo de Almeida.
• Características:
Influência do Realismo, Romantismo e
Nacionalismo.
Retrata a realidade social, cultural e econômica.
Possui influência da psicanálise de Freud.
Versos livres e brancos, com temas do cotidiano
e linguagem do dia a dia.
• Prosa: foca na ficção de romances
regionalistas e urbanos, preocupada com
problemas sociais, mostrou a realidade de
diversos locais. Autores = Jorge Amado, Rachel
de Queiroz, Graciliano Ramos, José Lens do
Rego e José Américo de Almeida.
• Poesia: é a fase madura da poesia. Autores =
Carlos Drummond de Andrade (percursor),
Cecília Meireles (psicanálise social), Mário
Quintana (simples), Murilo Mendes (prosa e
poesia), Jorge de Lima (príncipe), Vinícius de
Moraes (dramaturgo e diplomata).
3° GERAÇÃO → De 1945-1980. São menos
liberais.
• Características:
Academicismo.
Retorno ao passado.
Opõe liberdade formal.
Tem realismo fantástico e experimentações
artísticas.
Influência do parnasianismo e simbolismo
(valorização da estética e forma).
Nova linguagem e metalinguagem.
Regionalismo universal.
Retrata temas sociais.
Linguagem objetiva.
• Prosa:
Urbana – Possui Lygia Fernandes Telles como
principal escritora e detêm o campo.
Regionalista – Possui Guimarães Rosa como
principal autor e enaltece o campo.
Intimista – Possui Clarice Lispector como
principal escritora e aborda temas humanos e
psicológicos.
• Poesia: Retoma características parnasianas
como a estética, metrificação, perfeição, culto a
forma e versificação. Conhecida como poesia
neoparnasiana. Os autores são – Clarice
Lispector, João Cabral, Guimarães Rosa, Ariano
Suassuna e Lygia Fernandes Telles.
Obra de Van Gogh, considerada
Modernismo Europeu.
Escritora Clarice Escritor Guimarães
Lispector. Rosa.
VANGUARDAS
EUROPEIAS
Faz parte do estopim da arte moderna e deseja
romper os padrões clássicos, interpretando a
realidade individual de forma nova e chocante.
Existem 5 principais vanguardas europeias:
• Futurismo – É contrário ao passado e presente.
Desenvolveram um manifesto futurista que
deseja destruir museus e valores tradicionais.
Exalta a tecnologia da época.
• Expressionismo – Interpreta a realidade da
angústia e crises interiores do artista. Distorce a
realidade intensamente e exageradamente. Uma
obra dessa fase é O grito, de Edward Munch.
• Cubismo – Fragmenta a realidade como forma
de questionar a limitação da visão humana.
Apresenta o objeto em cubos para mostrar os
lados simultaneamente e quebrar as perspectivas
tradicionais. O artista Picasso é atribuído a essa
vanguarda.
• Dadaísmo – Rompe a sacralização da arte por
meio de zoeiras e provocações. Possui arte
metalinguística (bagunça voltada para a própria
arte de maneira ilógica, sem sentido e
espontânea).
• Surrealismo – É espontâneo de forma
psicológica: sonhos. Tem influência da
psicanálise, interpreta sonhos, expressa o
inconsciente (algo reprimido efetivamente,
emocionalmente e sexualmente) e conta com um
universo onírico.
 QUESTÕES DO ENEM
Para você treinar.
1. (Enem 2017) Segundo quadro
Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto.
Durante a mutação, ouve-se um dobrado e
vivas a Odorico, “viva o prefeito” etc. Estão em
cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, o vigário
e Odorico. Este último, à janela, discursa.
ODORICO – Povo sucupirano! Agoramente já
investido no cargo de Prefeito, aqui estou para
receber a confirmação, a ratificação, a
autenticação e por que não dizer a sagração do
povo que me elegeu.
Aplausos vêm de fora.
ODORICO – Eu prometi que o meu primeiro
ato como prefeito seria ordenar a construção do
cemitério.
d) despertar a preocupação da plateia com a
expectativa de vida dos Cidadãos.
e) questionar o apoio irrestrito de agentes
públicos aos gestores governamentais.
2. (Enem 2013)
TEXTO I
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez
deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E
parece-me que viriam, este dia, à praia,
quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta.
Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos
trocaram por carapuças ou por qualquer coisa
que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-
dispostos, tão bem feitos e galantes com suas
tinturas que muito agradavam. CASTRO, S. “A
carta de Pero Vaz de Caminha”. Porto Alegre:
L&PM, 1996 (fragmento).

Aplausos, aos quais se incorporam as TEXTO II

personagens em cena.
ODORICO – (Continuando o discurso:)
Botando de lado os entretantos e partindo pros
finalmente, é uma alegria poder anunciar que
prafrentemente vocês lá poderão morrer
descansados, tranquilos e desconstrangidos, na
certeza de que vão ser sepultados aqui mesmo,
nesta terra morna e cheirosa de Sucupira. E
quem votou em mim, basta dizer isso ao padre
na hora da extrema-unção, que tem enterro e
cova de graça, conforme o prometido.

GOMES, D. O bem amado. Rio de Janeiro:

Ediouro, 2012.
O gênero peça teatral tem o entretenimento
como uma de suas funções. Outra função
relevante do gênero, explícita nesse trecho de O
bem amado, é a
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a
carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de
a) criticar satiricamente o comportamento de
Portinari retratam a chegada dos portugueses ao
pessoas públicas.
Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
b) denunciar a escassez de recursos públicos nas
prefeituras do interior. a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa
c) censurar a falta de domínio da língua padrão uma das primeiras manifestações artísticas dos
em eventos sociais. portugueses em terras brasileiras e preocupa-se
apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com
corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a
contestação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político,
mostra o olhar do colonizador sobre a gente da
terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a
inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens
diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a
mesma função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são
manifestações de grupos étnicos diferentes,
produzida em um mesmo momento histórico,
retratando a colonização.
3. (Enem 2014)
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele Povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro Deus,
que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.
DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas:
Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
Com uma elaboração de linguagem e uma visão
de mundo que apresentam princípios barrocos, o
soneto de Gregório de Matos apresenta temática
expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
4. (Enem 2008)
Torno a ver-vos, ó montes: o destino
Aqui me toma a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.
Aqui descanso a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença
Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78/9.
Assinale a opção que apresenta um verso do
soneto de Claudio Manoel da Costa em que o
poeta se dirige ao seu interlocutor.
a) "Torno a ver-vos, ó montes: o destino" (v. 1)
b) "Aqui estou entre Almendro, entre Corino,"
(v. 5)
c) "Os meus fiéis, meus doces companheiros"
(v. 6)
d) "Vendo correr os míseros vaqueiros" (v. 7)
e) "Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto" (v. l l)
GABARITO
1. A
2. C
3. C
4. A