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RESENHA DE TEXTO
DISCIPLINA
Formação Econômica e Social do Brasil e da Amazônia
PROFESSOR
Prof. Dr. Fábio Fonseca de Castro
ALUNO
Rafael Acatauassú Ferreira
DATA
19/12/2019
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA)
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU)
Nascido em Viena, na Áustria, em 1938, veio para o Brasil ainda pequeno, com
os pais, os quais eram judeus e fugiam do movimento nazista que ocorria na Europa.
Graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), em 1960, e
partiu então para os Estados Unidos, onde cursou mestrado em Teoria Literária na
Universidade de Yale, de 1961 a 1963, para depois voltar ao Brasil e se tornar
assistente de Antonio Candido no Departamento de Teoria Literária da USP e professor
de Teoria Literária e Literatura Comparada na mesma Universidade. Foi autor de uma
obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil, em especial
sobre a obra de Machado de Assis, também muito pesquisada por Candido.
Em 1968, com a ditadura militar, partiu para o exílio em Paris, onde, anos
depois, obteve o doutorado em Estudos Latino-Americanos na Sorbonne (Universidade
de Paris III). Quando retornou ao Brasil, em 1978, começou a lecionar literatura e teoria
literária na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), pela qual se aposentou,
em 1992. Suas principais obras literárias, além dos livros onde esse texto está
presente, são críticas relacionadas à literatura nacional e à obra de Machado de Assis.
RESENHA DO TEXTO
ideológico dos países que nos servem de modelo" (Scharwz, 1986). Ainda, segundo o
autor, na vontade de se adequar às realidades culturais externas, muitas vezes a
cultura nacional atropela movimentos e ciclos culturais internos, gerando uma certa
frustração, além de não aproveitar todos os aspectos dos movimentos culturais internos
em voga:
Schwarz ressalta também que o retorno crítico não se trata de uma continuidade
pela continuidade, e sim da construção de um campo de debate sobre "problemas
que podem acabar
reais, particulares, com inserção e duração histórica próprias", e
posteriormente constituindo conhecimento novo.
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA)
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU)
Para Roberto Schwarz sim. Tanto que o autor critica a ausência do conceito de
nacionalismo no debate intelectual sério dos anos 80 e de como era incongruente tal
fato, já que em áreas como a de administração da cultura, "não há como fugir à
existência efetiva da dimensão nacional". Hollanda (2000) concorda com o raciocínio de
Roberto Schawrz afirmando que, "apesar de reconhecer a “vitalidade do silêncio”, … a
produção cultural precisava redefinir seu espaço e seu papel na sociedade durante os
anos 80" e não manter-se nas "novidades literárias" d o período, como o gênero de
“memórias de exílio/poesia na prisão”, uma nova forma de retratar os anos de chumbo
(O que é isso companheiro?, Dossiê Herzog, etc). Para a autora, apesar da relevância,
esse tipo de literatura ficava devendo um balanço crítico das intervenções políticas do
período, pois sustentava-se apenas no relato das experiências vividas.
meriodionais, poucos dotados para a criação". Ora, tais pensamentos parecem ser no
mínimo imperialistas, segregadores, anti-republicanos, racistas e xenofóbicos.
ue o texto de Romero
Ainda discordando da "denúncia do transplante cultural" q
quer fazer, para Schwarz fica nítido que foi devido a deliberação de uma elite cultural,
da qual Silvio Romero fazia parte, que a imitação passou a ter conotação pejorativa,
especialmente se não fosse de Portugal, e que tal argumento era, na verdade, mais
usado para mascarar o grande problema decorrente da segregação da produção
cultural de outras classes não dominantes. Tal segregação inclusive ficava explícita em
casos como os das críticas a Machado de Assis, mulato e filho de escravos alforriados,
considerado hoje um dos maiores escritores escritores brasileiros, mas que durante
muito tempo foi renegado, especialmente por parte de alguns de seus contemporâneos.
Finalizando a segunda parte do texto, o autor diz:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, M. de. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro : Nova
Fronteira, 2015.
ASSIS, J. M. M. de. Instinto de nacionalidade. In: Crítica literária. São Paulo: Mérito,
1961.
BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. 17 ed. SP: Ática, 1997
GIL. G. Chiclete com Banana. In: Expresso 2222.São Paulo: Philips Records, 1972.
SCHWARZ, R. Nacional por subtração. In: Que horas são? Ensaios. São Paulo: Cia.
das Letras, 1987.