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2ª Série do Ensino Médio

Literatura – Professora Ciomara - Atividade 001

→ Romantismo no Brasil (revisão dos capítulos 1e 2, da unidade 1, do livro 1A)

1) O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves:
Oh! eu quero viver, beber perfumes Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
Na flor silvestre, que embalsama os ares; –– Árabe errante, vou dormir à tarde
Ver minh'alma adejar pelo infinito, À sombra fresca da palmeira erguida.
Qual branca vela n'amplidão dos mares. Mas uma voz responde-me sombria:
No seio da mulher há tanto aroma... Terás o sono sob a lájea fria.
Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na
juventude. A imagem da morte aparece na palavra:
a) embalsama. d) dormir.
b) infinito. e) sono.
c) amplidão.

2) Leia o trecho.
“Pálida, à luz da lâmpada sombria, Era a virgem do mar! Na escuma fria
Sobre o leito de flores reclinada, Pela maré das águas embaladas!
Como a lua por noite embalsamada, Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Entre as nuvens do amor ela dormia! Que em sonhos se banhava e se esquecia!”
A mulher aparece frequentemente na poesia de Álvares de Azevedo como figura:
a) sensual. d) natural.
b) concreta. e) inacessível.
c) próxima.

3) Leia o trecho.
“Ó guerreiros da Tribo Tupi
Ó guerreiros, meus cantos ouvi.”
A geração da poesia romântica aí representada é:
a) pré-romântica. d) mal do século.
b) social. e) ultrarromântica.
c) indianista.

4) A impossibilidade de realizar o sonho absoluto do Eu gera inquietude, desespero, frustração, que levam às vezes ao
suicídio, refletindo a evasão na morte, solução definitiva para o:
a) culto ao real. d) mal do século.
b) nacionalismo. e) indianismo.
c) culto ao fantástico.

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5) Leia o trecho.
“Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”
O fragmento acima, de um poema de Gonçalves Dias caracteriza o:
a) nacionalismo. d) pessimismo.
b) mal do século. e) fantasmagórico.
c) culto ao fantástico.

6) Leia o fragmento.
Canção do Tamoio (Natalícia)
Não chores, meu filho: A vida é combate,
Não chores, que a vida Que os fracos abate,
É luta renhida: Que os fortes, os bravos,
Viver é lutar. Só pode exaltar.
O indianismo de nossos poetas românticos é
a) uma forma de apresentar o índio em toda a sua realidade objetiva; o índio como elemento étnico da futura raça brasileira.
b) um meio de reconstruir o grave perigo que o índio representava durante a instalação da capitania de São Vicente.
c) um modelo francês seguido no Brasil; uma necessidade de exotismo que em nada difere do modelo europeu.
d) um meio de eternizar liricamente a aceitação, pelo índio, da nova civilização que se instalava.
e) uma forma de apresentar o índio como motivo estético; idealização com simpatia e piedade; exaltação da bravura, do
heroísmo e de todas as qualidades morais superiores.

7) Leia o fragmento.
"Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma,
Também meu coração, como estas
flores,
melhor perfume ao pé da noite exala!"
É possível reconhecer, na estrofe acima, um exemplo da corrente.
a) barroca, pela imagem que evoca a natureza como símbolo da transitoriedade da vida.
b) arcádica, pois o poeta revela seu amor a uma natureza idealizada.
c) romântica, pela identificação dos sentimentos humanos com aspectos da natureza.
d) parnasiana, pela apresentação da natureza como imagem da perfeição.
e) simbolista, pois a natureza é apenas um recurso que o poeta transcende, atingindo um nível de espiritualidade plena.

8) (PUC-PR) Leia o trecho.


"Nas horas mortas da noite Quando a lua majestosa
Como é doce o meditar Surgindo linda e formosa,
Quando as estrelas cintilam Como donzela vaidosa
Nas ondas quietas do mar! Nas águas se vai mirar!"

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A primeira estrofe do poema Saudades, de Casimiro de Abreu, tem demonstra a tendência do autor de:
a) utilizar uma linguagem rebuscada, complexa.
b) refletir sobre a natureza, sem estabelecer juízos de valor.
c) tratar de temas comuns à subjetividade humana.
d) extravasar sentimentos de profunda tristeza.
e) analisar o tema saudade, expressando exacerbada sensualidade.

9) Leia o trecho.
MUITO ROMÂNTICO (Caetano Veloso)
Não tenho nada com isso nem vem falar Faço no tempo soar minha sílaba
Eu não consigo entender a sua lógica Canto somente o que pede pra se cantar
Minha palavra cantada pode espantar Sou o que soa eu não douro pílula
E a seus ouvidos parecer exótica Tudo o que quero
Mas acontece que eu não posso me deixar É um acorde perfeito maior
Levar por este papo que já não deu não deu Com todo mundo podendo brilhar no cântico
Acho que nada restou para se guardar Canto somente o que não pode mais calar
Do muito pouco que houve entre você e eu Noutras palavras sou muito romântico.
Nenhuma força virá me fazer calar
Embora não sendo do período cronológico romântico, essa música de Caetano Veloso apresenta características do
Romantismo.
Assinale as opções que confirmem esta afirmativa:
I — Há o extravasamento da emoção individual, subjetivismo.
II — Preocupação extremada com a forma.
III — As razões do coração e a rebeldia individual.
IV — Liberdade de pensamento.
a) I, II, III, IV. d) II, III, IV.
b) I, III, IV. e) I, II, III.
c) I, II, IV.

10) Leia o trecho da música “Tristeza”, de Vinícius de Moraes.


Tristeza
Por favor vai embora
A minha alma que chora
Está vendo o meu fim (…)
Já é demais o meu penar
Quero voltar àquela vida de alegria
Quero de novo cantar
Nos versos dessa canção popular, o eu lírico situa-se em oposição a uma das características do Romantismo:
a) a ênfase no aproveitamento poético da paisagem local. d) a evasão do poeta num passado histórico.
b) a ruptura com os valores estabelecidos. e) o culto à razão, em detrimento das emoções.
c) o gosto pela melancolia e pelo sofrimento.

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QUESTÕES DISCURSIVAS

ATENÇÃO: Lembre-se de que sua resposta deve ser sempre em forma de um texto claro, coerente e coeso, com
introdução, desenvolvimento e conclusão; seguindo sempre a norma padrão da língua. E, ainda, você deve sempre
exemplificar suas argumentações com elementos do texto.

1) Os excertos poéticos integram a obra de Gonçalves Dias. Cabe a você analisá-los, levando-se em consideração as
características que demarcaram a primeira fase romântica.
Canção do Exílio I-Juca Pirama
Minha terra tem palmeiras, Nosso céu tem mais Meu canto de morte, Da tribo pujante,
Onde canta o Sabiá; estrelas, Guerreiros, ouvi: Que agora anda errante
As aves, que aqui gorjeiam, Nossas várzeas têm mais Sou filho das selvas, Por fado inconstante,
Não gorjeiam como lá. flores,] Nas selvas cresci; Guerreiros, nasci;
Nossos bosques têm mais Guerreiros, descendo Sou bravo, sou forte,
vida, Da tribo tupi. Sou filho do Norte;
Nossa vida mais amores. Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.

2) (FUVEST)

I. Pálida à luz da lâmpada sombria II. Uma noite, eu me lembro... ela dormia
Sobre o leito de flores reclinada Numa rede encostada molemente...
Como a lua por noite embalsamada Quase aberto o roupão... solto o cabelo
Entre as nuvens do amor ela dormia! (Álvares de Azevedo) E o pé descalço no tapete rente. (Castro Alves)

Os dois textos apresentam diferentes concepções da figura da mulher. Se ambos os textos são românticos, como explicar a
diferença no tratamento do tema? Apontar nos dois textos situações contrastantes que revelam essas diferentes concepções.

Leia os textos para responder às questões seguintes.

TEXTO 1 – Amor (Álvares de Azevedo – 1831-1852) TEXTO 2 – Eu Sei Que Vou Te Amar
Amemos! Quero de amor (Vinícius de Moraes – 1913-1980)
Viver no teu coração! Eu sei que vou te amar
Sofrer e amar essa dor Por toda a minha vida eu vou te amar
Que desmaia de paixão! Em cada despedida eu vou te amar
Na tu'alma, em teus encantos Desesperadamente
E na tua palidez Eu sei que vou te amar
E nos teus ardentes prantos
E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida

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Suspirar de languidez! E cada verso meu será pra te dizer
Quero em teus lábios beber Que eu sei que vou te amar
Os teus amores do céu, Por toda a minha vida
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu! Eu Sei que vou chorar
Quero viver d'esperança, A cada ausência tua eu vou chorar,
Quero tremer e sentir! Mas cada volta Tua há de apagar
Na tua cheirosa trança O que essa ausência tua me causou
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela, Eu sei que vou sofrer
Minha' alma, meu coração! A eterna desventura de viver a espera
Que noite, que noite bela! De viver ao lado teu
Como é doce a viração! Por Toda a minha vida.
E entre os suspiros do vento http://www.vagalume.com.br/vinicius-de-moraes/eu-sei-
Da noite ao mole frescor, que-vou-te-amar.html#ixzz2QlXdANRc
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!
http://www.aindamelhor.com/poesia/poesias07-alvares-
azevedo.php

3) Com base na leitura do TEXTO 1, responda.


a) Explique como o poeta romântico vê o sentimento amoroso. Justifique seus argumentos com elementos do texto.

b) Identifique e explique quais são as características românticas presentes nesse poema. Justifique sua resposta com
elementos do poema.

4) Com base na leitura do TEXTO 1 e do TEXTO 2, responda.


a) No Romantismo, é comum o homem prestar uma “vassalagem amorosa” à mulher, assumindo um comportamento que se
assemelha ao dos cavaleiros medievais. Destaque e explique pelo menos um verso de cada texto em que essa
característica se manifesta.

b) Podemos afirmar que esses textos pertencem uma mesma tendência de estilo, apesar de serem épocas distintas?
Comprove seus argumentos com elementos dos textos.

GABARITO:
1) A 6) E
2) E 7) C
3) C 8) E
4) D 9) B
5) A 10) C

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DISCURSIVAS:
1) Ambos os textos, de Gonçalves Dias, ilustram a primeira fase romântica no Brasil, pois apresentam nacionalismo
ufanista; idealizam a figura heroica do índio e da natureza exótica, como vemos em: “Nossas várzeas têm mais
flores,” e em: “Guerreiros, descendo/ Da tribo tupi”. Para construir uma identidade nacional, visto que era período de
Independência do Brasil.
2) No primeiro texto a mulher é vista com o olhar pessimista do mal-do-século, o eu lírico idealiza a amada morta e a
descreve com sensualidade, em um caixão, “Sobre o leito de flores reclinada”. Já no segundo texto, a amada é
descrita com erotismo e de maneira encarnada, participando do jogo de sedução amorosa: “Quase aberto o roupão...
solto o cabelo”. Portanto, ambos textos idealizam as amadas, mas um a mulher morta e outra a mulher ativa.
3) a) O eu lírico vê o amor como algo maior que a própria vida e a morte, idealiza tanto o sentimento que clama pela
morte, como um escapismo para o sofrimento terreno: “Quero viver um momento,/ Morrer contigo de amor!”. Temos
uma visão típica do mal-do-século.
b) Esse poema apresenta o pessimismo, o escapismo e a idealização dos sentimentos, como vemos em: “Sofrer e
amar essa dor”. Assim, observamos os traços da segunda geração romântica.
4) a) Nos dois poemas observamos o comportamento de vassalagem amorosa, pois o eu lírico se coloca como um servo
da sua amada: “Quero em teus lábios beber/ Os teus amores do céu,” e em: “A eterna desventura de viver a espera/
De viver ao lado teu”. Ambos poemas colocam o eu lírico como submissos em relação às amadas divinizadas.
b) Ambos os poemas revelam uma tendência romântica de idealização do amor e da amada: “Viver no teu coração!” e
“Por toda a minha vida eu vou te amar”. Porém, o texto 1 é do século XIX e o texto 2 do século XX.

Dica quente!

Lembre-se de ler os livros:


1) I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias
2) Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo
3) O navio negreiro, de Castro Alves
Nossas leituras do trimestre!
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