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Esta atividade de recuperação paralela, bem como as aulas expositivas e demais instrumentos de aprendizagem,
faz parte das estratégias utilizadas pela equipe de professores e visa a prover estudos de recuperação como
determinam a lei 9.394/96 e a Deliberação 155/2017 (Art. 18, inciso V).
Poesia
Prosa
2. A ação e o enredo perdem importância em favor das emoções, estados mentais e reações das personagens;
4. A literatura torna-se cada vez mais subjetiva, interiorizada e abstrata, constituída de experiências mentais;
6. Normalmente, o autor não faz o retrato da personagem: este vive e o leitor o conhece e julga.
Principais Autores
Poesia: João Cabral de Melo Neto, Vinícius de Morais, Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar.
prosaísmo esconde a procura de uma expressão poética autêntica e autônoma e, ao se voltar para o cotidiano,
transcende o tempo e o espaço em busca do perene e universal.
Em Angústia, o protagonista Luís da Silva, funcionário público, com dificuldades financeiras e frustrado
intelectualmente assassina o rico Julião Tavares, pelo fato desse último ter conquistado a sua noiva Marina. Pelo
discurso do próprio narrador, inicialmente, a ação é tomada como heroica já que novos abortos não serão
praticados, bem como outras moças pobres não serão ludibriadas pelo capitalismo de Julião Tavares, mas a
sensação de arrependimento também se percebe com o início da compulsiva necessidade de ‘lavar as mãos’.
T1. (UFS-SE)
um
movi
mento
compondo
além
da
nuvem
um
campo
de
combate
Volto a ser criança, revejo a figura de meu avô, Trajano Pereira de Aquino Cavalcante e Silva, que alcancei
velhíssimo. Os negócios na fazenda andavam mal. E meu pai, reduzido a Camilo Pereira da Silva, ficava dias
inteiros manzanzando numa rede armada nos esteios do copiar, cortando palha de milho para cigarros, lendo o
Carlos Magno, sonhando com a vitória do partido que Padre Inácio chefiava. Dez ou dozes reses, arrepiadas no
carrapato e na varejeira, envergavam o espinhaço e comiam o mandacaru que Amaro vaqueiro cortava nos
cestos. (RAMOS, 1978, p. 11).
A) Considerando que o nome do protagonista da obra é Luís da Silva, o que se sugere em relação aos do avô e
o do pai, por meio de uma análise da situação econômica dos três?
Fica evidente uma gradação, ou seja, do nome do avô – Trajano – e a quantidade de sobrenomes,
passando pelo pai – Camilo – até chegar ao de Luís vem diminuindo a quantidade e, por conseguinte, o
poder econômico da família, que já estava em derrocada na época do avô.
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ENSINO MEDIO 2
A justiça e a religião não tomariam conhecimento do caso. E a família de Seu Ramalho continuaria como
estava, sem um escândalo para alimentar D. Rosália, sem peso novo no orçamento, uma criatura que seria
necessário vestir, calçar nutrir e mandar à escola. (RAMOS, 1978, p. 164).
B) O que pretende esconder o narrador da “justiça” e da “religião” para que o caso insinuado não se torne um
escândalo? Justifique considerando a obra em sua íntegra.
Da justiça deve ser escondido o fato de Luís Pereira da Silva ser o assassino de Julião Tavares,
descontruindo-se, dessa forma, a ideia de que este último praticara suicídio. Da religião, o fato de que
Marina se entregou antes do casamento a um homem, engravidando do mesmo e ao abortar a criança
pelas mãos de D. Albertina.
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Agora Quitéria estava morta. E os filhos dela e os das outras pretas que, depois de 88, foram viver em
ranchos de palha, nas ribanceiras do Ipanema, começavam a desacatar os descendentes dos antigos senhores.
Muitos andavam nos grupos de salteadores que assolam o Nordeste, queimando propriedade, violando moças
brancas, enforcando os homens ricos nos ramos das árvores. (RAMOS, 1978, p. 136).
A) O fragmento alude ao início de um comportamento agressivo entre dois grupos. Quem são? E explique o
porquê da contenda
Os descendentes dos escravos e os descendentes dos antigos proprietários das terras em que os
escravos eram explorados. A bem da verdade, a contenda se mostra como uma espécie de vingança pelo
tratamento que os escravos tiveram anterior a lei 13 de maio, sabidamente pleno em humilhações,
agressões, estupros etc.
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B) Das agressões citadas como vingança praticada pelos descendestes dos escravos, uma delas foi atualizada
pelo protagonista. É possível concordar com tal afirmação? Justifique.
É plenamente possível concordar com tal afirmativa, já que o protagonista Luís da Silva enforca Julião
Tavares em uma árvore. Nesse sentido, o episódio passado parece servir como inspiração para Luís, até
mesmo porque a sua vítima também era rica, tal qual as vítimas ‘homens ricos’ que foram enforcadas nos
ramos das árvores.
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Retirei a corda do bolso e em alguns saltos, silenciosos como os das onças de José Baía, estava ao pé de
Julião Tavares. Tudo isto é absurdo, é incrível, mas realizou-se naturalmente. A corda enlaçou o pescoço do
homem, e as minhas mãos apertadas afastaram-se. Houve uma luta rápida, um gorgolejo, braços a debater-se.
ENSINO MÉDIO 3
Exatamente o que eu havia imaginado. O corpo de Julião Tavares ora tombava para a frente e ameaçava
arrastar-me, ora se inclinava para trás e queria cair em cima de mim. (RAMOS, 1978, p. 182).
B) O fragmento deve ser entendido como uma confissão de Luís da Silva ante o assassinato que praticara.
Nesse sentido, tal depoimento deslegitimaria um álibi?
Certamente, pois o próprio Luís Pereira, após assassinar Julião Tavares, coloca o corpo de sua vítima em
tal posição a sugerir um suicídio. Nesse sentido, para o sujeito que fosse testemunha ocular da cena,
veria um corpo atado a uma corda pelo pescoço, dependurado em uma árvore. Portanto, na sequência da
narrativa, o narrador relatará a adulteração da cena do crime, mas aqui já se pode perceber o que
realmente aconteceu durante os fatos.
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Q6. (Vunesp-SP) Em seu álbum póstumo, o cantor e compositor Cazuza diz, com sarcasmo:
"A burguesia fede!
A burguesia quer ficar rica!
A burguesia não tem charme nem é discreta com suas perucas de cabelo de boneca.
A burguesia quer ser sócia do Country.
Quer ir em Nova lorque fazer compras".
"Burguesia". Cazuza.
ENSINO MEDIO 4
B) Que relação pode existir entre a simbologia gráfica do tipo de letra "decorativa" ou "ornamental" com que
Augusto de Campos escreve a palavra "luxo" e os versos "A burguesia não tem charme nem é discreta/Com
suas perucas de cabelo de boneca".
Os dois enunciados apresentam uma perspectiva crítica da sociedade, sobretudo pela focalização do
universo burguês. Na montagem de Augusto de Campos, essa crítica se realiza por contraste entre as
palavras lixo e luxo, tão parecidas no significante quanto opostas no significado. Assim, o luxo burguês
dissimula sua própria realidade que é o lixo moral da sociedade de classes, e a função das letras
"ornamentais" denunciaram-se a si mesmas como aparência e ideologia que esconde o lixo. Processo
semelhante aparece na canção "Burguesia", no qual a expressão "não tem charme" evoca imediatamente
o seu contrário, celebrado num filme de Buñnuel (O discreto charme da burguesia).
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1
As peras, no prato,
apodrecem.
O relógio, sobre elas,
mede
a sua morte?
Paremos a pêndula. Deteríamos,
assim, a
morte das frutas?
2
Em usinas escuras,
Homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema
3
Só cabe no poema
O homem sem estômago
A mulher de nuvens
A fruta sem preço
O poema, senhores,
Não fede
Nem cheira
Está(ão) correta(s):
A) apenas a afirmativa I.
B) apenas a afirmativa II.
C) apenas a afirmativa I e II.
D) apenas a afirmativa I e III.
E) apenas a afirmativa II e III.
ENSINO MÉDIO 5
I. Buscou na visualidade um dos suportes para atingir rupturas radicais com a ordem discursiva da língua
portuguesa.
II. Teve como integrantes fundamentais Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari.
III. Foi um projeto de renovação formal e estética da poesia brasileira, cuja importância fica restrita à década de
1950.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e III.
E) Apenas III.
T9. (UFRGS) Leia o poema abaixo, de Décio Pignatari, e considere as afirmações que seguem.
I - Trata-se de um exemplo de poesia concreta, vanguarda do século XX que alterou radicalmente os recursos
materiais da construção poética, valendo-se, inclusive, de técnicas da publicidade.
II - No poema, o uso do imperativo e o jogo lúdico das aliterações contribuem para denunciar a forma persuasiva
e sedutora da mensagem publicitária que induz ao consumo.
III- O último verso é a síntese da intenção satírica do poema, que desqualifica o produto anunciado e, por
extensão, a sociedade de consumo que ele representa. Quais estão corretas?
A) Apenas I, II e III.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas II e III.
E) Apenas I.
ENSINO MEDIO 6
O texto poético pode servir de base ao texto publicitário; porém, às vezes, é este que fundamenta aquele.
Relacionando essa observação ao texto anterior, julgue os itens que se seguem.
A sequência correta é:
A) F, V, V, V, V
B) F, V, V, F, V
C) V, F, F, F, V
D) V, V, V, V, F
E) F, F, F, F, V
Leia o texto "O açúcar", de Ferreira Gullar para responder as questões 11 a 15.
O açúcar
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
ENSINO MÉDIO 7
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
T11. Marque a alternativa em que a palavra amarga possui o mesmo significado do texto:
A) Aquela sobremesa estava amarga.
B) Vivia de mau humor; era uma pessoa muito amarga.
C) Ele era uma pessoa que só gostava de frutas amargas.
D) Fomos de norma amarga, atendê-lo na recepção.
E) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
T12. Marque a alternativa em que a palavra dura possui o mesmo significado do texto:
A) A rapadura está muito dura.
B) Realizamos uma dura tarefa.
C) O pão está fora da validade para consumo, por isso está duro.
D) O móvel era feito de madeira muito dura.
E ) O seu jeito duro afasta as pessoas.
Q13. Identifique a crítica social feita por Ferreira Gullar, no poema acima.
Crítica às condições de trabalho nos engenhos, à falta de acesso dos trabalhadores à educação e saúde.
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T16. (Puccamp)
- Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem! Todos correram de novo à
cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem
ENSINO MEDIO 8
alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe
e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. O pai afinal decidiu-se com
certa brusquidão: - Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida! - Eu
também! Jurou a menina com ardor. Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a
família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de
vez em quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!". A galinha tornara-se a
rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas
duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
No excerto acima, do conto "Uma galinha", Clarice Lispector, a autora de LAÇOS DE FAMÍLIA,
A) utiliza a ave para projetar nela a condição da mulher enquanto fêmea reprodutora, dona de casa e ser
reflexivo.
B) alegoriza a condição da mulher moderna, emancipada das estritas funções domésticas, e no entanto saudosa
delas.
C) estabelece uma analogia entre a criação artística e o parto, mostrando o quanto há neles de sofrimento e o
nenhum reconhecimento que obtêm no mundo moderno.
D) afasta-se do tema que estrutura seu livro e pratica uma forma singular de humor, num conto ao mesmo tempo
cruel e anedótico.
E) vale-se da uma galinha para simbolizar nela a crise de uma família de classe média cujos laços afetivos há
muito se desataram.
T17. (Fatec)
Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos
ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida
mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa
paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de
espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não não
quero ser feliz. Prefiro a mediocridade.
(Clarice Lispector, UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES)
I - exacerbação do momento interior, que a escritora explora de modo a produzir, pela intensa autoanálise da
personagem, uma nova e aguda consciência da vida.
II - transfiguração da realidade pela análise psicológica da reação da personagem, que se objetiva na descrição
exterior dos fatos narrados.
III - emprego de uma técnica própria de descrição intimista, que se alinha com um projeto de educação
existencial, traço marcante da obra de Clarice.
T18. (Uel) Em relação ao modo como Guimarães Rosa retrata o sertão mineiro, é correto afirmar que o autor:
A) se apoia em tipos humanos e paisagens reais, valendo-se, no entanto, de uma linguagem
absolutamente inventiva e pessoal.
B) se vale sobretudo dos diálogos, em que busca registrar com exatidão o modo de falar do sertanejo.
C) se socorre de lendas e mitos populares, o que dá à sua prosa o caráter de uma válida documentação
folclórica.
D) se vale da paisagem como cenário de histórias que, na verdade, poucas marcas trazem da cultura regional.
E) se filia à tradição do regionalismo naturalista, buscando demonstrar teses de caráter científico e determinista.
ENSINO MÉDIO 9
T19. (Ufsm) Considere as afirmativas:
I. Frequentemente, as personagens de contos de Clarice Lispector vivem perturbações psicológicas
desencadeadas por visões que lhes são reveladoras.
II. As situações focalizadas na ficção de Clarice Lispector contemplam uma ansiedade por profundas mudanças
sociopolíticas em torno das quais as personagens debatem-se com ardor. III. Os contos de Clarice Lispector
apresentam passagens em que as referências ao mundo nebuloso e abstrato se refletem na composição,
colocando em questão o sentido convencional da narrativa.
Está(ão) correta(s):
A) apenas I.
B) apenas I e II.
C) apenas I e III.
D) apenas II e III.
E) apenas III.
T20. (Enem) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos:
"FALO SOMENTE COMO O QUE FALO: a linguagem enxuta, contato denso; FALO SOMENTE DO QUE FALO:
a vida seca, áspera e clara do sertão; FALO SOMENTE POR QUEM FALO: o homem sertanejo sobrevivendo na
adversidade e na míngua. FALO SOMENTE PARA QUEM FALO: para os que precisam ser alertados para a
situação da miséria no Nordeste."
ENSINO MEDIO 10
como o touro, numa corrida
e embora seja um utensílio
caseiro e que se usa sem risco,
não é o utensílio impessoal,
sempre manso, de gesto usual:
é um utensílio semivivo,
de reações próprias como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcias de mão.
João Cabral de Melo Neto
T22. (Unirio) Sobre o poema, e sua inserção no universo poético do autor, é correto afirmar que a(o):
A) singularidade no tratamento da temática une-se à simplicidade vocabular.
B) complexidade temática afasta o poeta das proposições modernistas.
C) vocabulário e a sintaxe rebuscada traduzem preocupação metafísica.
D) predomínio do onírico é constante como traço surrealista da poesia de Cabral.
E) exagero de sentimentos manifesta-se na escolha lexical tipicamente parnasiana.
A Antonio B. Baltazar
ENSINO MÉDIO 11
de um lado o rio, no alto as nuvens,
situavam na natureza o edifício
crescendo de suas forças simples.
(João Cabral de Melo Neto. O ENGENHEIRO.)
T25. (Ufpe)
"Pelo sertão não se tem como
não se viver sempre enlutado
Lá o luto não é no vestir
é de nascer com o luto nato"
(João Cabral de Melo Neto)
ENSINO MEDIO 12
ENSINO MÉDIO 13