Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Prof°Luís Felipe
(Material Digital – CMSP)
1
Língua Portuguesa
3°Bimestre – Conteúdo Digital
1 – Crônica
2 - Conotação e Denotação
3- Humanismo em Portugal
4- Renascimento e Humanismo
5- Uso dos porquês
6- Uso das crases
Aula 1: Crônica
• Identificar os usos da variação linguística considerando o nível estilístico-pragmático e a dimensão situacional.
• Variação linguística na dimensão situacional
• Compreender o gênero textual crônica
EM13LP10 – Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis (variações fonético-fonológica, lexical, sintática,
semântica e estilístico- pragmática) e em suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional, etária etc.),
de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da constituição de variedades
linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e a fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o combate a preconceitos
linguísticos.
Leia o texto:
FRANKILINSTEIN...
— Mãe...
— Sim?
— O que é um Frankenstein?
— Como assim filho?
— O que é um Frankenstein? O que isso quer dizer?
A mãe suspirou fundo... Explicar certas coisas é complicado... Na verdade, ela ficou
surpresa até com a pergunta.
A maioria dos jovens da idade dele curte filmes de terror. Ela amava desde a
adolescência. Até participava de um grupo em um aplicativo de mensagens que
compartilhava listas sobre filmes de terror, artistas, datas e curiosidades. Embora
acabasse assistindo sempre sozinha, porque o marido morria de medo da maioria dos
filmes.
— Frankenstein é um personagem de filme de terror... Achei que você soubesse... tem várias versões... até séries... É
baseado em um livro. Mas por que a pergunta? Alguém te chamou assim?
— Minha professora de Língua Portuguesa disse que minha redação parecia um Frankenstein. Tirei 5...
A mãe respirou mais aliviada. Ao menos não fora bullying.
— Como assim? Ela explicou?
— Ela disse que eu escrevi muito, mas na verdade era um amontoado de partes sem muito sentido... Por isso prefiro
Matemática... Odeio escrever....
— Qual era o tema?
— Estamos escrevendo alguns textos dissertativo-argumentativos... Daí eu precisava escrever sobre os avanços da
Ciência no século XXI. Daí li alguns arquivos, pesquisei na internet e juntei as informações. Daí não deu muito certo...
— Daí talvez se você prestasse mais atenção em vez de ficar jogando, enquanto faz as tarefas online... Aposto que tem
um monte de “Daí” no seu texto... Pior que o tema tem tudo a ver com a história de Frankenstein.
— Não tenho paciência... A tela do aplicativo é muito pequena... Ela disse para eu pesquisar conectivos inter e
intraparágrafos... Acho que já vimos isso em alguma aula... Mas não lembro...
— Sei... a tela para assistir às aulas é pequena... Para jogar online, não... Então tá...
— Agora preciso reescrever, organizar as partes... dar coesão ao texto, segundo ela.
— Faça isso...
— Tô com preguiça...
— Ela falou só que o texto parecia um Frankenstein? Porque você, às vezes, também parece...
— Credo, mãe!...
— Sim, você é devagar quase parando... Vai lá, vou pegar uma gramática e eu te ajudo.
E lá se foi Frankilin... Alto, magro, lento...
2
Texto cedido pelo autor Marcos Rohfe para uso neste material
...Retomando...
CRÔNICA : Este é um gênero textual que pode apresentar elementos da estrutura narrativa e trechos reflexivos. Entre
suas características, podemos destacar a linguagem clara e objetiva e o texto curto. Costuma trazer um olhar singular
acerca de temas reais contemporâneos, apresentando-os de forma mais subjetiva, transitando entre o jornalístico e o
literário. Podemos ressaltar que nesse gênero textual o tom é humorístico e irônico para poder prender a atenção do
leitor. Em suma, a crônica é uma narrativa que capta um momento de forma breve e simples do cotidiano e um desfecho,
embora possa ser conclusivo, nem sempre representa a resolução do conflito, e a imaginação do leitor é estimulada a
tirar suas próprias conclusões.
Tarefa 1:
a) Há a predominância de diálogos ou de observações feitas pelo narrador?
b) Qual é o tipo de narrador presente na crônica? Justifique com um trecho do texto.
Tarefa 2:
c-) No trecho destacado, a fala é informal por tratar-se de diálogo entre mãe e filho.
Reescreva-o utilizando conectivos adequados para deixá-lo mais formal, realizando as adaptações necessárias.
[...] “— Estamos escrevendo alguns textos dissertativo-argumentativos... Daí eu precisava escrever sobre os avanços da
Ciência no século XXI. Daí li alguns arquivos, pesquisei na internet e juntei as informações. Daí não deu muito certo
[...].”
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
Produza uma crônica a partir de uma situação que tenha ocorrido na escola ou na comunidade que você considere
interessante para compartilhar com seus colegas. Deixe claro para o leitor:
• Tema, assunto e cenário;
• Situação do cotidiano retratada;
• Tom do texto e foco narrativo.
Não se esqueça de revisar seu texto antes de compartilhá-lo com a turma.
Obs: Realize essa atividade no caderno para obter o visto da aula.
Quando utilizamos uma palavra considerando o primeiro significado apresentado no dicionário, sem que exista
possibilidade de outras interpretações, estamos fazendo uso da denotação. É o caso da palavra amargo no texto.
– Agora só tomo café amargo.
De acordo com o dicionário, a palavra amargo é classificada como sendo um adjetivo, significando “não doce, de sabor
desagradável; acre”.
Quando a palavra assume possibilidades de interpretação que extrapolam seu significado inicial, estamos fazendo uso
da conotação.
– De amarga já me basta a vida.
No dicionário, a palavra amargo pode ser utilizada em sentido figurado, significando: repleto de dureza, violência;
violento; cheio de amargura, azedume; ressentido; pouco tolerante, duro; intransigente.
Resumindo:
• Denotação – emprego do sentido real, literal das palavras e expressões.
• Conotação – emprego do sentido subjetivo, figurado das palavras e expressões.
Praticando:
Enem 2005 (adaptado) – O termo (ou expressão) destacado está empregado em sentido denotativo ou conotativo nas
alternativas a seguir:
a. “[...]
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol [...]”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. Setembro de 1992.)
( ) Denotativo – ( ) Conotativo
b. “Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais, põe cenários diferentes nas impressões digitais.” (Maria N.
S. Carvalho. Evangelho da Trova./s.n.b.)
( ) Denotativo – ( ) Conotativo
c. “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos
dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.” (Maria T.
Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.)
( ) Denotativo – ( ) Conotativo
Em duplas, elaborem um texto narrativo, com no mínimo 15 linhas, utilizando uma lista de três palavras selecionadas
por vocês. Utilizem-nas em sentido denotativo e conotativo. Se preferirem, podem utilizar o diálogo visto no início da
aula como parte da narrativa a ser criada.
• Pesquisem em dicionários os sentidos possíveis para cada palavra.
• Garantam que, no texto produzido, as palavras apareçam com dois sentidos distintos (denotativo e conotativo).
Compartilhem entre as duplas para que todos conheçam os textos elaborados pela turma.
4
Aula 3: Humanismo em Portugal
● Analisar visões de mundo referentes ao período do Humanismo em Portugal;
● Compreender características do Humanismo;
● Identificar características da historiografia portuguesa, da prosa didática e da poesia palaciana.
EM13LGG601 – Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua
diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão
crítica e histórica;
EM13LGG102 – Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos
veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica
da/na realidade;
Leonardo da Vinci nasceu em 15 de abril de 1452 em Florença, na Itália, e é considerado um dos maiores expoentes do
mundo ocidental. O seu trabalho se estendeu por diversas áreas do conhecimento, como pintura, escultura, arquitetura,
matemática e música, entre outras. O seu nome entrou para a História da arte e da cultura, sobretudo devido às obras
que pintou, entre as quais se destacam A última ceia (1495) e Mona Lisa (1503).
Tornou-se um dos expoentes máximos do Renascimento, movimento artístico e
cultural que promovia uma redescoberta do mundo e do Homem, priorizando o
humano em detrimento do divino.
Humanismo em Portugal:
O marco inicial do Humanismo português é controverso porque alguns autores consideram o ano de 1418, quando
Fernão Lopes é designado guardador-mor da Biblioteca da Torre do Tombo, e outros, 1434, ano em que o mesmo Fernão
Lopes é nomeado cronista-mor do reino. Independentemente dessas datas, na primeira metade do século XV surge a
mentalidade humanista. Oficialmente, o Humanismo dura até 1527 em Portugal, data de início do Classicismo. Nesse
período, a prosa se estabelece com mais vigor, tanto pelas novelas de cavalaria quanto pelos livros de linhagens, ou
nobiliários, que continham a genealogia de famílias nobres. Foram quatro os tipos de produção que marcaram o século
XV e o início do XVI: a historiografia de Fernão Lopes, a prosa didática (ou doutrinária), a poesia palaciana e o teatro de
Gil Vicente.
5
As narrativas de Fernão Lopes se destacam por uma dinâmica viva e contagiante, com falas, criação de suspenses e
tensões. Mas o mais marcante é a participação das camadas populares, o que revela sua visão mais ampla da história,
caracterizada por tensões entre interesses diversos e sem espaço apenas para reis e nobres heróis. Uma das mais
famosas é a Crônica d’el rei D. Pedro, que narra um dos episódios mais terríveis da História portuguesa. D. Pedro era
tomado de amores pela bela Inês de Castro, de origem castelhana. Temeroso que esse romance pudesse trazer
problemas para a sucessão portuguesa, o pai de D. Pedro manda assassiná-la. Esse episódio faz parte do imaginário
popular português, tendo sido citado em muitas obras literárias e dado origem à expressão “Inês é morta”, que significa
“não adianta mais”.
A prosa didática:
O século XV foi extremamente importante para a evolução da língua portuguesa. A nobreza culta que governou Portugal
durante esse período tratou de encomendar traduções de várias obras estrangeiras importantes, alargando os
horizontes do idioma. A prosa didática, que também contribuiu muito para essa ampliação, tinha por finalidade doutrinar
fidalgos e nobres, educando-os sobre os procedimentos tidos como adequados para a vida na corte.
Um dos avanços do século XV foi a criação da imprensa. Portugal está entre os primeiros países a adotá-la.
Poesia Palaciana:
Ao contrário do período trovadoresco português, em que a poesia foi amplamente cultivada, o Humanismo foi o
momento da prosa. Entre o início do século XIV e o início do XV, não há registros de poesia em Portugal. É possível que
tenham se perdido um ou mais cancioneiros. De qualquer modo, o entusiasmo trovadoresco pela poesia arrefeceu,
sendo resgatado no século XV.
Garcia de Resende, secretário particular dos reis D. João II e D. Manuel I, colecionou perto de mil poesias de 286 poetas
e as fez publicar em 1516, no Cancioneiro geral. Sem critério de seleção, ele apenas as colecionava, juntando as que
podia encontrar, tanto em português quanto em castelhano (cerca de 150 delas são nesse idioma).
O bilinguismo (a prática da convivência e uso de duas línguas; neste caso, português e castelhano) foi comum em
Portugal até o século XVI. A herança trovadoresca, aliada às influências de Dante e Petrarca, forjou uma poética mais
estilizada, em que a própria natureza do amor é discutida. São dominantes os versos redondilhos – a redondilha maior,
com sete sílabas poéticas, e a redondilha menor, com cinco sílabas poéticas. A partir do Classicismo, passam a ser
chamados de versos de medida velha. Apesar de muitas composições dessa época se intitularem “cantigas”, estas já não
estavam atreladas à música.
Dentre os poetas presentes no Cancioneiro geral, destacam-se Sá de Miranda, Gil Vicente, Garcia de Resende, Jorge de
Aguiar, João Ruiz de Castelo Branco, Duarte de Brito, Francisco de Sousa e Aires Teles.
João Ruiz de Castelo Branco. In: Massaud Moises. A literatura Portuguesa através dos tempos. 14 ed. São Paulo: Cultrix,
1985
6
Leia o seguinte excerto:
“Ora atentai se foi bom sabor: jazia el-rei em Lisboa, uma noite na cama, e não lhe vinha sono para dormir. E fez levantar
os moços e quantos dormiam no paço. E mandou chamar João Mateus e Lourenço Paios que trouxessem as trombas de
prata. E fez acender tochas e meteu-se na vila em dança com os outros. As gentes que dormiam saíam às janelas ver
que festa era aquela, ou porque se fazia. E quando viram daquela guisa el-rei, tomaram prazer de o ver assim ledo. E
andou el-rei assim grande parte da noite. E tornou-se ao paço em dança; e pediu vinho e fruta, e deitou-se a dormir.”
Massaud Moisés. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1997.
(EM13LP52) Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de outros países e povos, em especial a
portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da
composição, estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes culturais,
considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos
estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o presente.
O “Homem Vitruviano”, de Leonardo da Vinci, é um famoso desenho que acompanhava as notas feitas por ele por volta
do ano 1490 em um dos seus diários e é baseado na obra do arquiteto romano Vitrúvio. Descreve uma figura masculina
nua separada e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os
braços inscritos em um círculo e em um quadrado. A cabeça é calculada
como sendo um oitavo da altura total. Por vezes, o desenho e o texto são
chamados de Cânone das Proporções.
7
Essa visão acaba sendo representada pela ideia do “Homem Vitruviano”, que se tornou um ícone relacionado ao
Humanismo, considerando o homem na centralidade de suas realizações.
O foco desta aula é o Humanismo. Mas vamos lembrar algumas caraterísticas do Trovadorismo, estudadas no bimestre
anterior?
Nesta tela de 1505, de Rafael de Sanzio, a virgem Maria está com o menino Jesus nu nos braços, seu colo bastante alvo
está à mostra. Os contornos e as proporções dos corpos remetem à arte greco-romana. Já se percebe o uso da
perspectiva como técnica para reproduzir aquilo que os olhos de fato veem.
Renascimento artístico:
O marco do Renascimento artístico é a obra “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, de 1308. Trata-se de um poema
composto em três partes, mais um canto introdutório. O
poema é protagonizado pelo próprio poeta que desce ao
Inferno e ao Purgatório na companhia do poeta romano
Virgílio, que viveu no século I a.C. Na terceira parte, Dante
ascende ao paraíso com sua amada Beatriz. O poema
sintetiza o saber desse período e é um marco para a língua
italiana, em sua formação. Dante, Petrarca e Boccaccio
foram alguns nomes que influenciariam o Classicismo
português. Camões, grande poeta português, teve grande
influência dos sonetos decassílabos de Petrarca em sua
escrita.
8
Praticando:
Petrarca, considerado o criador dessa forma, para conhecer um pouco de sua escrita. Levantem quais são as discussões
propostas em cada estrofe e a visão sobre o amor na perspectiva do eu lírico.
Soneto XXII
Soneto XXII. In: Poemas de amor de Petrarca. Trad. Jamil A. Haddad. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.
Cantiga de amor
Senhora minha, desde que vos vi, lutei para ocultar esta paixão que me tomou o coração;
mas não o posso mais e decidi que saibam todos o meu grande amor, a tristeza que tenho, a imensa dor que sofro desde
o dia em que vos vi.
Afonso Fernandes
9
Aula 5: Uso dos porquês
(EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha de determinadas
palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as
possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico da língua.
Já reparou que algumas palavras, quando são faladas, soam iguais, mas, na hora de escrever, precisam ser escritas de
forma diferente de acordo com o contexto e o significado?
Observem, no diálogo reproduzido abaixo, os sentidos que as palavras em negrito apresentam no contexto em que são
usadas.
– Por que ele insiste em falar sobre isso? Afinal, falar do mesmo assunto sempre... Por quê?
– Ele te ama! Por isso, insiste em falar com você sobre uma coisa que ele acha que você gosta; assim, ele consegue
criar um diálogo legal.
10
Exemplo: Não sei por que você faltou ontem.
Em substituição aos pronomes relativos pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais.
Porque – escreve-se junto e sem acento quando responde a uma pergunta, é empregado como conjunção explicativa
ou causal, e pode ser substituído por: uma vez que, visto que, pois etc.
Exemplos:
Por quê – escreve-se separado e com acento circunflexo quando estiver no fim de uma frase interrogativa.
Exemplos:
Porquê – escreve-se junto e com acento circunflexo quando for substantivo, antecedido do artigo definido, como
sinônimo de motivo, causa ou razão.
Exemplos:
Preencha os espaços, considerando o uso adequado dos termos: por que, por quê, porque e porquê.
EM13LP08 - Analisar elementos e aspectos da sintaxe do português, como a ordem dos constituintes da sentença (e
os efeitos que causam sua inversão), a estrutura dos sintagmas, as categorias sintáticas, os processos de
coordenação e subordinação (e os efeitos de seus usos) e a sintaxe de concordância e de regência, de modo a
potencializar os processos de compreensão e produção de textos e a possibilitar escolhas adequadas à situação
comunicativa.
11
O uso da crase antes do verbo está incorreto.
NÃO ocorre crase nos seguintes casos, em que só registramos a presença de preposição:
1. A palavra casa, significando o próprio lar, e terra, significando terra firme, não admitem artigo, portanto não há
crase antes delas:
Observação: Ocorrerá crase se essas palavras vierem modificadas, pois passam a aceitar o artigo.
2. Os nomes femininos que designam lugares nem sempre admitem artigo, daí a necessidade de verificar sua
presença para definição do uso da crase:
Vou à Suécia.
Vou a Lisboa.
Regra prática: para a confirmação da presença do artigo, nesses casos, usa-se o verbo vir:
Venho da Suécia (prep. de + art. a). Venho de Lisboa (prep. de, ausência do artigo)
Observação: Ocorrerá crase sempre que o nome do lugar vier modificado, pois, nesse caso, há artigo:
3. Em algumas locuções femininas (adverbiais, prepositivas, conjuntivas), ocorre a crase, por serem introduzidas
pela preposição a e admitirem artigo ou por necessidade de clareza:
4. Entre palavras repetidas não há crase, pois o a é uma preposição, não ocorrendo artigo.
5. Não há crase no a singular diante de uma palavra no plural, pois, nesse caso, não há artigo, mas somente
preposição.
6. Nas expressões indicadoras de horas, haverá crase, desde que, trocando-se o número por meio-dia, obtenha-
se “ao meio-dia”.
Observações:
b) Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo; a crase, portanto, será facultativa:
8. Sempre haverá crase nas expressões à moda de, à maneira de, mesmo subentendidas.
Vestia-se à Balenciaga.
A palavra distância só admite artigo definido feminino a quando estiver especificada; daí, então, ocorrerá crase junto a
ela. Exemplos:
13
Fique à distância de 10 metros!
Fique a distância.
Preciso de distância.
Os pronomes de tratamento senhora, senhorita e dona admitem artigo; portanto, nesses casos, há ocorrência de
crase.
• Identificar características dos períodos compostos por coordenação e por subordinação (períodos mistos);
[...]
Como é uma conjunção subordinativa que expressa uma circunstância de comparação. A letra da música, além desses
exemplos, traz outros de orações subordinadas adverbiais comparativas.
As orações subordinadas adverbiais exercem a função sintática de adjunto adverbial, própria dos advérbios e das
locuções adverbiais. Normalmente, são introduzidas por conjunções subordinativas e expressam diversas
circunstâncias (causa, consequência, comparação, conformidade, concessão, condição, proporção, finalidade e
tempo). Essas conjunções não desempenham função sintática na oração.
14
As conjunções e locuções conjuntivas são conectivos, ou seja, são essenciais para que possamos elaborar textos
coerentes na construção de ideias.
Vamos relembrar o que estudamos até aqui sobre período simples e período composto, para compreendermos
melhor o uso das conjunções.
Período
• estruturado por orações que não possuem sentido sozinhas e são sintaticamente dependentes.
A seguir, uma lista com algumas conjunções e as circunstâncias que podem expressar em orações subordinadas.
15
Veja um exemplo com o uso de adjunto adverbial em uma oração com período simples.:
sujeito predicado
adjunto adverbial
(EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em
textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais).
Observe as duas frases a seguir. Existe alguma diferença de significados entre elas?
Momento de discussão
16
As frases não apresentam diferença quanto ao significado. O que as difere é que uma delas é chamada de oração
desenvolvida, e a outra oração reduzida. Observe:
As orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais podem aparecer não só desenvolvidas, mas também em
sua forma reduzida. As orações reduzidas são assim chamadas porque se apresentam sem o conectivo – a conjunção
subordinativa ou o pronome relativo – e com o verbo em uma das três formas nominais – infinitivo, gerúndio ou
particípio.
Para desenvolver a oração, passa-se o verbo da forma nominal para uma forma desenvolvida, do indicativo ou do
subjuntivo, e introduz-se o conector adequado sem modificar o sentido original. As orações reduzidas desempenham,
no período composto, a mesma função sintática que desempenhariam na oração desenvolvida.
As orações reduzidas de infinitivo podem ser, em sua maioria, subordinadas substantivas e adverbiais. Há pouca
ocorrência das adjetivas.
Subordinadas substantivas
17
Subordinadas adverbiais
Consecutiva: Parece ter ficado muito aborrecido para não conversar mais comigo.
Subordinadas adjetivas
As orações reduzidas de gerúndio são, em maior número, subordinadas adverbiais e, eventualmente, adjetivas.
Subordinadas adverbiais
Subordinadas adjetivas
Observação: uma oração coordenada aditiva pode aparecer sob a forma de reduzida de gerúndio.
As orações reduzidas de particípio são subordinadas adjetivas e adverbiais, e nunca aparecem como substantivas.
Subordinadas adjetivas
Os locais tombados pelo patrimônio histórico precisam ser mais bem cuidados.
18
Subordinadas adverbiais
Temporal:
Causal:
Concessiva:
Praticando:
• Identificar características dos períodos compostos por coordenação e por subordinação (períodos mistos);
• Analisar elementos da sintaxe do português.
As orações coordenadas e as subordinadas podem fazer parte de um mesmo período, que passa a ser composto por
coordenação e por subordinação, também classificado como período misto.
Quando ela o viu, ficou muito emocionada, mas ele não a reconheceu.
19
Os filhos queriam que a mãe vendesse a casa e (que) fosse morar com
eles.
Tipos de período
oração absoluta
Tipos de oração
Tipos de oração
oração subordinada adverbial causal
objetiva direta
comparativa
objetiva indireta
concessiva
predicativa consecutiva
apositiva final
explicativa temporal
20
Agora leia e responda à questão abaixo:
(FUVEST – SP) Nas frases a seguir, cada lacuna corresponde a uma conjunção retirada.
III. ____ haja maus, nem por isso devemos descrer os bons.
Renascimento e Classicismo
Nos séculos XV e XVI, ocorreu um desenvolvimento científico rápido, motivado pelo relaxamento da vigilância
ideológica que a Igreja promovia, considerando que estava fragilizada devido a várias crises internas e externas. Tais
avanços puderam ser notados na engenharia náutica, considerando a grande expansão marítima que ocorreu na
época, o que redimensionou as visões de mundo. Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à América comandando 3
caravelas; em 1498, Vasco da Gama descobre o caminho para as índias e, em 1500, Pedro Álvares Cabral chega ao
Brasil.
A ampliação dos horizontes geográficos possibilitou o contato com novos povos e mercadorias, ampliando as práticas
mercantilistas.
Muitos inventos que transformaram o mundo, como a bússola, a pólvora, o papel e a imprensa, surgiram nessa época.
A nobreza continuou incentivando as letras e as artes e, no século XV, o intercâmbio de livros, por meio de traduções e
publicações, contribuiu expressivamente para uma ampliação cultural europeia.
Martinho Lutero propôs um rompimento com a Igreja Católica, que resultou na Reforma Protestante, marco histórico
desse período
Novas teorias mudaram também a concepção do Universo. O polonês Nicolau Copérnico elaborou a teoria
heliocêntrica, com base em dados e cálculos, demonstrando que o Sol era o centro do sistema, e não a Terra, como se
acreditava até então. Apesar de lógica, essa teoria teve sua divulgação proibida pela Igreja, que só a liberou depois da
morte de Copérnico.
Galileu Galilei, considerado o “pai da Ciência Moderna”, inventou o telescópio, fez contribuições para a Física,
Astrofísica e expôs seu sistema astronômico, que confirmava a teoria heliocêntrica de Copérnico. Ele foi perseguido,
preso e condenado pela Igreja a negar suas teorias, seus livros foram proibidos, mas acabaram sendo publicados em
países predominantemente protestantes.
Ocorreu, nesse período, uma retomada da cultura clássica greco-romana, esboçada no Humanismo, no século XIV.
21
O resgate da tradição artística da Antiguidade Clássica greco-latina, por parte da arte italiana, entre a segunda metade
do século XV e início do XVI, fez com que a arte desse período fosse também chamada de clássica.
A arte clássica
O conceito de beleza é subjetivo, contudo a arte clássica ambicionava o belo universal, ou seja, reconhecido como belo
pela maioria dos indivíduos, em uma tentativa de representação de um mundo ideal. Para que isso ocorresse, a arte
clássica deveria estar calcada no equilíbrio, na harmonia, na proporcionalidade, na clareza, na linearidade e na
contenção emocional.
A difusão da tipografia foi lenta (a partir de 1487), e os primeiros livros impressos destinavam-se a um público elitizado,
basicamente palaciano: tratava-se de obras religiosas e históricas. Mas logo já se imprimiram folhetos destinados a um
público mais amplo, por exemplo, o Auto da barca do inferno, de Gil Vicente, em 1518. O renascimento literário
português vem marcado por duas fortes tendências:
“Para revelar o que está no universo, o artista do Classicismo adota a razão como parâmetro de observação e
interpretação da realidade. O olhar racional desencadeia, na literatura, uma das características mais marcantes do
período: a tentativa de explicar os sentimentos e as emoções humanas. O soneto, tipo de composição preferida dos
clássicos, revela o desejo de adaptar a expressão lírica a uma forma que permita o desenvolvimento de um raciocínio
completo.”
ABAURRE, M.L.; Pontara, M. Literatura: tempos, leitores e leituras. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 130
Retome os estudos realizados nas últimas aulas e elabore um mapa conceitual sobre o período do Renascimento e do
Classicismo português. Considere as principais características e os autores do período.
22
Aula 11: Um fato, duas versões – (im)parcialidade em textos noticiosos 1
Para quem respondeu “sim”, parabéns, você está no caminho certo. Agora, se a sua resposta foi “não”, você sabia que:
1º: Pode estar sendo influenciado(a) por narrativas enviesadas e ter sua visão distorcida dos acontecimentos;
2º: Pode estar sendo manipulado(a) por discursos enviesados, desinformação ou propaganda, sem perceber que está
sendo influenciado.
23
Analise as seguintes manchetes presentes nas capas dos jornais 1 e 2:
24
Responda:
● Em grupos, acessem sites de jornais digitais confiáveis e escolham três manchetes diferentes para análise.
● Cada grupo deve listar as três manchetes escolhidas em um documento ou em uma folha de papel.
● Em seguida, discutam entre si as possíveis tendências presentes nas manchetes escolhidas. (Reflitam sobre a
forma como as notícias são apresentadas e se há algum viés evidente.)
• Localizar e justificar diferenças no tratamento dado a uma mesma notícia veiculada em graus diferentes de
parcialidade e imparcialidade.
➔ Imparcialidade limita-se apenas a situações de eleição escolar ou é uma atitude que pode ser aplicada em
várias áreas da vida, como amizades, decisões em grupo, discussões e assim por diante?
Você consegue identificar essas características em textos noticiosos, como vimos na aula anterior? Distingue
informações imparciais de textos que apresentam viés e intenções de manipulação?
Em um jornal parcial, a manchete e o conteúdo podem ser redigidos de forma a favorecer uma determinada figura
política, destacando apenas aspectos favoráveis, omitindo as informações negativas. Isso pode levar
o leitor a formar uma opinião tendenciosa e incompleta sobre o assunto.
Por outro lado, um exemplo de imparcialidade pode ser encontrado em um jornal que apresenta a notícia de forma
equilibrada, fornecendo informações relevantes de diferentes perspectivas. Na aula anterior, vimos manchetes de
jornais diferentes, mas que continham o mesmo tema.
A manchete e o texto são construídos de maneira neutra, permitindo que o leitor tenha uma visão mais completa e
imparcial dos acontecimentos. É fundamental que a imprensa jornalística mantenha a ética e a imparcialidade na
25
divulgação das notícias. A imparcialidade garante a transparência e a confiabilidade das informações, permitindo que o
leitor forme sua própria opinião com base em fatos. A busca pela imparcialidade também contribui para uma
sociedade mais democrática e plural, onde diferentes pontos de vista são respeitados e considerados.
➔ A parcialidade, portanto, pode distorcer a realidade e influenciar a opinião pública de forma inadequada. Por
isso, é essencial que a imprensa jornalística tenha responsabilidade e compromisso com a imparcialidade,
apresentando os fatos de maneira objetiva e permitindo que o leitor tenha uma visão mais ampla e precisa
dos acontecimentos. Deste modo, a imprensa cumpre seu papel de informar e contribuir para o
desenvolvimento de uma sociedade informada e crítica.
A seguir, responda:
De acordo com o texto, por que é importante que a imprensa jornalística busque a imparcialidade na produção de
notícias?
● Ler e analisar obras significativas das literaturas brasileiras (estrutura da composição, estilo, aspectos
discursivos), considerando o contexto de produção (visões de mundo) e o modo como dialogam com o
presente.
26
● Contar histórias é algo que todo mundo faz: colegas, pais, filhos, professores, amigos, avós etc.
● Elas são inúmeras e de muitos tipos: de fadas, casos, piadas, mentiras, romances, contos, novelas, entre
outras...
● Toda narrativa apresenta partes importantes que precisam estar presentes, como: o que, quem viveu os fatos,
como, onde e por que tudo aconteceu. Sem essas partes, as histórias não fazem sentido.
Esses elementos ajudam a construir e entender melhor as histórias que contamos e ouvimos.
27
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são empregadas para dar um efeito mais expressivo ao texto. Palavras específicas ou
expressões são escolhidas para transmitir um sentido figurado ou conotativo, no intuito de causar beleza, emoção,
ironia, ênfase ou sonoridade ao texto.
Metáfora: atribuição de determinada característica a um ser com o qual não tem uma relação direta. Exemplo: Minha
namorada é uma flor.
● Analisar a obra machadiana (literatura brasileira), considerando o contexto de produção (visões de mundo) e o
modo como dialoga com o presente;
● Introduzir os contos de Machado de Assis como forma de apreciação literária e análise crítica.
28
29