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Apostila de Língua Portuguesa

Prof°Luís Felipe
(Material Digital – CMSP)

“O principal objetivo da educação é criar


pessoas capazes de fazer coisas novas e não
simplesmente repetir o que outras gerações
fizeram”
Jean Piaget

1
Língua Portuguesa
3°Bimestre – Conteúdo Digital
1 – Crônica
2 - Conotação e Denotação
3- Humanismo em Portugal
4- Renascimento e Humanismo
5- Uso dos porquês
6- Uso das crases

Aula 1: Crônica
• Identificar os usos da variação linguística considerando o nível estilístico-pragmático e a dimensão situacional.
• Variação linguística na dimensão situacional
• Compreender o gênero textual crônica
EM13LP10 – Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis (variações fonético-fonológica, lexical, sintática,
semântica e estilístico- pragmática) e em suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional, etária etc.),
de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da constituição de variedades
linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e a fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o combate a preconceitos
linguísticos.

Leia o texto:
FRANKILINSTEIN...
— Mãe...
— Sim?
— O que é um Frankenstein?
— Como assim filho?
— O que é um Frankenstein? O que isso quer dizer?
A mãe suspirou fundo... Explicar certas coisas é complicado... Na verdade, ela ficou
surpresa até com a pergunta.
A maioria dos jovens da idade dele curte filmes de terror. Ela amava desde a
adolescência. Até participava de um grupo em um aplicativo de mensagens que
compartilhava listas sobre filmes de terror, artistas, datas e curiosidades. Embora
acabasse assistindo sempre sozinha, porque o marido morria de medo da maioria dos
filmes.
— Frankenstein é um personagem de filme de terror... Achei que você soubesse... tem várias versões... até séries... É
baseado em um livro. Mas por que a pergunta? Alguém te chamou assim?
— Minha professora de Língua Portuguesa disse que minha redação parecia um Frankenstein. Tirei 5...
A mãe respirou mais aliviada. Ao menos não fora bullying.
— Como assim? Ela explicou?
— Ela disse que eu escrevi muito, mas na verdade era um amontoado de partes sem muito sentido... Por isso prefiro
Matemática... Odeio escrever....
— Qual era o tema?
— Estamos escrevendo alguns textos dissertativo-argumentativos... Daí eu precisava escrever sobre os avanços da
Ciência no século XXI. Daí li alguns arquivos, pesquisei na internet e juntei as informações. Daí não deu muito certo...
— Daí talvez se você prestasse mais atenção em vez de ficar jogando, enquanto faz as tarefas online... Aposto que tem
um monte de “Daí” no seu texto... Pior que o tema tem tudo a ver com a história de Frankenstein.
— Não tenho paciência... A tela do aplicativo é muito pequena... Ela disse para eu pesquisar conectivos inter e
intraparágrafos... Acho que já vimos isso em alguma aula... Mas não lembro...
— Sei... a tela para assistir às aulas é pequena... Para jogar online, não... Então tá...
— Agora preciso reescrever, organizar as partes... dar coesão ao texto, segundo ela.
— Faça isso...
— Tô com preguiça...
— Ela falou só que o texto parecia um Frankenstein? Porque você, às vezes, também parece...
— Credo, mãe!...
— Sim, você é devagar quase parando... Vai lá, vou pegar uma gramática e eu te ajudo.
E lá se foi Frankilin... Alto, magro, lento...
2
Texto cedido pelo autor Marcos Rohfe para uso neste material

...Retomando...
CRÔNICA : Este é um gênero textual que pode apresentar elementos da estrutura narrativa e trechos reflexivos. Entre
suas características, podemos destacar a linguagem clara e objetiva e o texto curto. Costuma trazer um olhar singular
acerca de temas reais contemporâneos, apresentando-os de forma mais subjetiva, transitando entre o jornalístico e o
literário. Podemos ressaltar que nesse gênero textual o tom é humorístico e irônico para poder prender a atenção do
leitor. Em suma, a crônica é uma narrativa que capta um momento de forma breve e simples do cotidiano e um desfecho,
embora possa ser conclusivo, nem sempre representa a resolução do conflito, e a imaginação do leitor é estimulada a
tirar suas próprias conclusões.
Tarefa 1:
a) Há a predominância de diálogos ou de observações feitas pelo narrador?
b) Qual é o tipo de narrador presente na crônica? Justifique com um trecho do texto.
Tarefa 2:
c-) No trecho destacado, a fala é informal por tratar-se de diálogo entre mãe e filho.
Reescreva-o utilizando conectivos adequados para deixá-lo mais formal, realizando as adaptações necessárias.
[...] “— Estamos escrevendo alguns textos dissertativo-argumentativos... Daí eu precisava escrever sobre os avanços da
Ciência no século XXI. Daí li alguns arquivos, pesquisei na internet e juntei as informações. Daí não deu muito certo
[...].”
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Produza uma crônica a partir de uma situação que tenha ocorrido na escola ou na comunidade que você considere
interessante para compartilhar com seus colegas. Deixe claro para o leitor:
• Tema, assunto e cenário;
• Situação do cotidiano retratada;
• Tom do texto e foco narrativo.
Não se esqueça de revisar seu texto antes de compartilhá-lo com a turma.
Obs: Realize essa atividade no caderno para obter o visto da aula.

Aula 2: Conotação e Denotação


• Identificar possibilidades de uso de palavras, fazendo escolhas adequadas ao contexto;
• Ampliar possibilidades de construção de sentido e uso crítico da língua;
• Distinguir denotação de conotação.
EM13LP06 - Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha de determinadas palavras ou
expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as possibilidades de construção
de sentidos e de uso crítico da língua.

No diálogo acima, qual é o significado das palavras amargo e amarga?


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Observem, no diálogo reproduzido abaixo, os sentidos que as palavras em negrito apresentam no contexto em que são
usadas.
– Agora só tomo café amargo.
(amargo – não doce, sabor penetrante, desagradável)
– Mas nem adoçante usa? Eu não consigo tomar café assim. De amarga já me basta a vida.
(amarga – sensação ruim)

Quando utilizamos uma palavra considerando o primeiro significado apresentado no dicionário, sem que exista
possibilidade de outras interpretações, estamos fazendo uso da denotação. É o caso da palavra amargo no texto.
– Agora só tomo café amargo.
De acordo com o dicionário, a palavra amargo é classificada como sendo um adjetivo, significando “não doce, de sabor
desagradável; acre”.

Quando a palavra assume possibilidades de interpretação que extrapolam seu significado inicial, estamos fazendo uso
da conotação.
– De amarga já me basta a vida.
No dicionário, a palavra amargo pode ser utilizada em sentido figurado, significando: repleto de dureza, violência;
violento; cheio de amargura, azedume; ressentido; pouco tolerante, duro; intransigente.

Resumindo:
• Denotação – emprego do sentido real, literal das palavras e expressões.
• Conotação – emprego do sentido subjetivo, figurado das palavras e expressões.

Praticando:
Enem 2005 (adaptado) – O termo (ou expressão) destacado está empregado em sentido denotativo ou conotativo nas
alternativas a seguir:
a. “[...]
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol [...]”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. Setembro de 1992.)
( ) Denotativo – ( ) Conotativo

b. “Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais, põe cenários diferentes nas impressões digitais.” (Maria N.
S. Carvalho. Evangelho da Trova./s.n.b.)
( ) Denotativo – ( ) Conotativo

c. “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos
dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.” (Maria T.
Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.)
( ) Denotativo – ( ) Conotativo

Em duplas, elaborem um texto narrativo, com no mínimo 15 linhas, utilizando uma lista de três palavras selecionadas
por vocês. Utilizem-nas em sentido denotativo e conotativo. Se preferirem, podem utilizar o diálogo visto no início da
aula como parte da narrativa a ser criada.
• Pesquisem em dicionários os sentidos possíveis para cada palavra.
• Garantam que, no texto produzido, as palavras apareçam com dois sentidos distintos (denotativo e conotativo).
Compartilhem entre as duplas para que todos conheçam os textos elaborados pela turma.

Obs: Realize essa atividade no caderno para obter o visto da aula.

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Aula 3: Humanismo em Portugal
● Analisar visões de mundo referentes ao período do Humanismo em Portugal;
● Compreender características do Humanismo;
● Identificar características da historiografia portuguesa, da prosa didática e da poesia palaciana.
EM13LGG601 – Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua
diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão
crítica e histórica;

EM13LGG102 – Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos
veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica
da/na realidade;

EM13LP48 – Identificar assimilações, rupturas e permanências no processo de constituição da literatura brasileira e


ao longo de sua trajetória, por meio da leitura e análise de obras fundamentais do cânone ocidental, em especial da
literatura portuguesa, para perceber a historicidade de matrizes e procedimentos estéticos.

Leonardo da Vinci nasceu em 15 de abril de 1452 em Florença, na Itália, e é considerado um dos maiores expoentes do
mundo ocidental. O seu trabalho se estendeu por diversas áreas do conhecimento, como pintura, escultura, arquitetura,
matemática e música, entre outras. O seu nome entrou para a História da arte e da cultura, sobretudo devido às obras
que pintou, entre as quais se destacam A última ceia (1495) e Mona Lisa (1503).
Tornou-se um dos expoentes máximos do Renascimento, movimento artístico e
cultural que promovia uma redescoberta do mundo e do Homem, priorizando o
humano em detrimento do divino.

Vamos conhecer um pouco mais sobre o período do Renascimento em Portugal e seus


desdobramentos.
Que elementos a pintura da Mona Lisa apresenta e que são profundamente
inovadores para a arte da época?
1. As formas, os contornos, o volume, o peso e a profundidade do desenho como
meio de marcar a representação realista do humano.
2. O domínio da perspectiva e do sfumato (técnica de pintura usada para criar
graduações suaves de tonalidade).
3. A captação da expressividade humana. Observe que a representação do
humano está na base dessa arte.
Vamos saber se esse aspecto está entre as marcas do Renascimento em Portugal.

Humanismo em Portugal:
O marco inicial do Humanismo português é controverso porque alguns autores consideram o ano de 1418, quando
Fernão Lopes é designado guardador-mor da Biblioteca da Torre do Tombo, e outros, 1434, ano em que o mesmo Fernão
Lopes é nomeado cronista-mor do reino. Independentemente dessas datas, na primeira metade do século XV surge a
mentalidade humanista. Oficialmente, o Humanismo dura até 1527 em Portugal, data de início do Classicismo. Nesse
período, a prosa se estabelece com mais vigor, tanto pelas novelas de cavalaria quanto pelos livros de linhagens, ou
nobiliários, que continham a genealogia de famílias nobres. Foram quatro os tipos de produção que marcaram o século
XV e o início do XVI: a historiografia de Fernão Lopes, a prosa didática (ou doutrinária), a poesia palaciana e o teatro de
Gil Vicente.

História de Fernão Lopes


Fernão Lopes é conhecido como pai da História de Portugal, considerado um historiador superior ao seu tempo. Sua
habilidade de concatenar fatos, dados e versões diferentes de um mesmo episódio, possibilitando a construção de uma
obra de grande valor histórico e literário, é notória. Escreveu a História de Portugal com base em documentos, sem
permitir que seu ponto de vista pessoal prevalecesse sobre os fatos, mas sem perder a capacidade de produzir obras de
grande valor literário. São comprovadamente dele as obras Crônica d’el rei D. Pedro, Crônica d’el rei D. Fernando e Crônica
d’el rei D. João I (1ª e 2ª partes).

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As narrativas de Fernão Lopes se destacam por uma dinâmica viva e contagiante, com falas, criação de suspenses e
tensões. Mas o mais marcante é a participação das camadas populares, o que revela sua visão mais ampla da história,
caracterizada por tensões entre interesses diversos e sem espaço apenas para reis e nobres heróis. Uma das mais
famosas é a Crônica d’el rei D. Pedro, que narra um dos episódios mais terríveis da História portuguesa. D. Pedro era
tomado de amores pela bela Inês de Castro, de origem castelhana. Temeroso que esse romance pudesse trazer
problemas para a sucessão portuguesa, o pai de D. Pedro manda assassiná-la. Esse episódio faz parte do imaginário
popular português, tendo sido citado em muitas obras literárias e dado origem à expressão “Inês é morta”, que significa
“não adianta mais”.

A prosa didática:
O século XV foi extremamente importante para a evolução da língua portuguesa. A nobreza culta que governou Portugal
durante esse período tratou de encomendar traduções de várias obras estrangeiras importantes, alargando os
horizontes do idioma. A prosa didática, que também contribuiu muito para essa ampliação, tinha por finalidade doutrinar
fidalgos e nobres, educando-os sobre os procedimentos tidos como adequados para a vida na corte.
Um dos avanços do século XV foi a criação da imprensa. Portugal está entre os primeiros países a adotá-la.

As principais obras dessa tendência literária são:


Livro da montaria, de D. João I. O autor fala sobre a arte de caçar porcos monteses.
Livro de falcoaria, de Pêro Menino. Ensina a tratar falcões.
Leal conselheiro e Livro da Ensinança de bem cavalgar toda sela, de D. Duarte. Na primeira obra, o autor expõe
considerações filosóficas influenciadas por correntes de pensamento variadas; na segunda, trata dos prazeres e
benefícios da vida ao ar livre e do hipismo.
Livro da virtuosa benfeitoria, de D. Pedro (trata-se de um filho bastardo de D. João, não é o mesmo do episódio de Inês
de Castro). É uma adaptação da obra De Beneficiis, de Sêneca.

Poesia Palaciana:
Ao contrário do período trovadoresco português, em que a poesia foi amplamente cultivada, o Humanismo foi o
momento da prosa. Entre o início do século XIV e o início do XV, não há registros de poesia em Portugal. É possível que
tenham se perdido um ou mais cancioneiros. De qualquer modo, o entusiasmo trovadoresco pela poesia arrefeceu,
sendo resgatado no século XV.
Garcia de Resende, secretário particular dos reis D. João II e D. Manuel I, colecionou perto de mil poesias de 286 poetas
e as fez publicar em 1516, no Cancioneiro geral. Sem critério de seleção, ele apenas as colecionava, juntando as que
podia encontrar, tanto em português quanto em castelhano (cerca de 150 delas são nesse idioma).

O bilinguismo (a prática da convivência e uso de duas línguas; neste caso, português e castelhano) foi comum em
Portugal até o século XVI. A herança trovadoresca, aliada às influências de Dante e Petrarca, forjou uma poética mais
estilizada, em que a própria natureza do amor é discutida. São dominantes os versos redondilhos – a redondilha maior,
com sete sílabas poéticas, e a redondilha menor, com cinco sílabas poéticas. A partir do Classicismo, passam a ser
chamados de versos de medida velha. Apesar de muitas composições dessa época se intitularem “cantigas”, estas já não
estavam atreladas à música.
Dentre os poetas presentes no Cancioneiro geral, destacam-se Sá de Miranda, Gil Vicente, Garcia de Resende, Jorge de
Aguiar, João Ruiz de Castelo Branco, Duarte de Brito, Francisco de Sousa e Aires Teles.

Cantiga sua partindo-se


Senhora, partem tão tristes Da morte mais desejosos
Meus olhos por vós, meu bem, Cem mil vezes que da vida
Que nunca tão tristes vistes Partem tão tristes os tristes,
Outros nenhuns por ninguém. tão fora d´esperar bem,
Tão tristes, tão saudosos, Que nunca tão tristes vistes
Tão doentes da partida, Outros nenhuns por ninguém
Tão cansados, tão chorosos,

João Ruiz de Castelo Branco. In: Massaud Moises. A literatura Portuguesa através dos tempos. 14 ed. São Paulo: Cultrix,
1985

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Leia o seguinte excerto:
“Ora atentai se foi bom sabor: jazia el-rei em Lisboa, uma noite na cama, e não lhe vinha sono para dormir. E fez levantar
os moços e quantos dormiam no paço. E mandou chamar João Mateus e Lourenço Paios que trouxessem as trombas de
prata. E fez acender tochas e meteu-se na vila em dança com os outros. As gentes que dormiam saíam às janelas ver
que festa era aquela, ou porque se fazia. E quando viram daquela guisa el-rei, tomaram prazer de o ver assim ledo. E
andou el-rei assim grande parte da noite. E tornou-se ao paço em dança; e pediu vinho e fruta, e deitou-se a dormir.”
Massaud Moisés. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1997.

Em duplas, respondam ao que se pede:


1. Quem é o personagem principal desse trecho?
2. Que personagens são nomeados? O que é solicitado a eles?
3. Qual é o problema vivido pelo protagonista e como ele decidiu resolvê-lo?
4. O que chama a atenção na resolução desse problema? Como as pessoas reagiam a isso?
5. A forma como esse evento é descrito pelo narrador torna o personagem principal distante e intocável ou
próximo e humano?
6. Destaque palavras que exprimem o espírito leve e divertido dessa cena.

Obs: Realize essa atividade no caderno para obter o visto da aula.

Aula 4: Renascimento e o Período Humanismo

• Conhecer o período do Renascimento;

• Analisar visões de mundo referentes ao período do Humanismo;

• Reconhecer diferenças entre o Trovadorismo e o Humanismo.

(EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua


diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão
crítica e histórica.

(EM13LP52) Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de outros países e povos, em especial a
portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da
composição, estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes culturais,
considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos
estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o presente.

O “Homem Vitruviano”, de Leonardo da Vinci, é um famoso desenho que acompanhava as notas feitas por ele por volta
do ano 1490 em um dos seus diários e é baseado na obra do arquiteto romano Vitrúvio. Descreve uma figura masculina
nua separada e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os
braços inscritos em um círculo e em um quadrado. A cabeça é calculada
como sendo um oitavo da altura total. Por vezes, o desenho e o texto são
chamados de Cânone das Proporções.

Durante séculos, a Igreja exerceu uma enorme influência sobre a sociedade


e o seu modo de pensar. O pensamento religioso que, até então, possuía uma
visão teocêntrica (teos = Deus, no centro das preocupações humanas) deu
lugar a uma visão antropocêntrica (anthropos = homem, no centro das
realizações do universo humano). Por ser um movimento de transição, o
Humanismo apresentava tanto as características do modo medieval do
pensamento quanto do novo modo de pensar religioso, ou seja, havia uma
tensão entre essas duas visões, porém existia um predomínio da visão
antropocêntrica.

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Essa visão acaba sendo representada pela ideia do “Homem Vitruviano”, que se tornou um ícone relacionado ao
Humanismo, considerando o homem na centralidade de suas realizações.

O foco desta aula é o Humanismo. Mas vamos lembrar algumas caraterísticas do Trovadorismo, estudadas no bimestre
anterior?

O Trovadorismo desenvolveu-se, principalmente, a partir do


século XII. À época, não existiam ainda os Estados nacionais – a Europa encontrava-se dividida em feudos, grandes
propriedades controladas pelos suseranos. Esse movimento literário e poético reuniu grandes nomes das Literaturas
Portuguesa e Espanhola.

Idade Média é o período histórico que vai do século V ao XV.

Nesta tela de 1505, de Rafael de Sanzio, a virgem Maria está com o menino Jesus nu nos braços, seu colo bastante alvo
está à mostra. Os contornos e as proporções dos corpos remetem à arte greco-romana. Já se percebe o uso da
perspectiva como técnica para reproduzir aquilo que os olhos de fato veem.

Renascimento artístico:

O marco do Renascimento artístico é a obra “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, de 1308. Trata-se de um poema
composto em três partes, mais um canto introdutório. O
poema é protagonizado pelo próprio poeta que desce ao
Inferno e ao Purgatório na companhia do poeta romano
Virgílio, que viveu no século I a.C. Na terceira parte, Dante
ascende ao paraíso com sua amada Beatriz. O poema
sintetiza o saber desse período e é um marco para a língua
italiana, em sua formação. Dante, Petrarca e Boccaccio
foram alguns nomes que influenciariam o Classicismo
português. Camões, grande poeta português, teve grande
influência dos sonetos decassílabos de Petrarca em sua
escrita.

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Praticando:

Petrarca, considerado o criador dessa forma, para conhecer um pouco de sua escrita. Levantem quais são as discussões
propostas em cada estrofe e a visão sobre o amor na perspectiva do eu lírico.

Façam uma comparação com um fragmento da “Cantiga de Amor”, de Afonso Fernandes.

Compartilhem com a turma as conclusões às quais vocês chegaram.

Soneto XXII

Se amor não é qual é este sentimento?

Mas se é amor, por Deus, que coisa é a tal?

Se boa por que tem ação mortal?

Se má por que é tão doce o seu tormento?

Se eu ardo por querer por que o lamento

Se sem querer o lamentar que val?

Ó viva morte, ó deleitoso mal,

Tanto podes sem meu consentimento.

E se eu consinto sem razão pranteio.

A tão contrário vento em frágil barca,

Eu vou para o alto mar e sem governo.

É tão grave de error, de ciência é parca

Que eu mesmo não sei bem o que anseio

E tremo em pleno estio e ardo no inverno.

Soneto XXII. In: Poemas de amor de Petrarca. Trad. Jamil A. Haddad. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.

Cantiga de amor

Senhora minha, desde que vos vi, lutei para ocultar esta paixão que me tomou o coração;

mas não o posso mais e decidi que saibam todos o meu grande amor, a tristeza que tenho, a imensa dor que sofro desde
o dia em que vos vi.

Quando souberem que por vós sofri

tamanha pena, pesa-me, senhora,

que por vossa crueza padeci,

eu que sempre vos quis mais que ninguém,

e nunca me quisestes fazer bem,

nem ao menos saber o que eu sofri. [...]

Afonso Fernandes

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Aula 5: Uso dos porquês

• Identificar possibilidades de uso de palavras, fazendo escolhas adequadas ao contexto;

• Ampliar possibilidades de construção de sentido e uso crítico da língua.

(EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha de determinadas
palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as
possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico da língua.

Já reparou que algumas palavras, quando são faladas, soam iguais, mas, na hora de escrever, precisam ser escritas de
forma diferente de acordo com o contexto e o significado?

Observem, no diálogo reproduzido abaixo, os sentidos que as palavras em negrito apresentam no contexto em que são
usadas.

– Por que ele insiste em falar sobre isso? Afinal, falar do mesmo assunto sempre... Por quê?

– Oxi, porque provavelmente é o único assunto que ele domina.

– Eu desisti de buscar o porquê disso...

– Ele te ama! Por isso, insiste em falar com você sobre uma coisa que ele acha que você gosta; assim, ele consegue
criar um diálogo legal.

A escrita correta de muitos termos dependerá da situação de uso adequada.

Por que – escreve-se separado e sem acento quando é usado:

Em frases interrogativas diretas.

Exemplo: Por que ele insiste em falar sobre isso?

Em frases interrogativas indiretas, quando indicam razão ou motivo.

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Exemplo: Não sei por que você faltou ontem.

Em substituição aos pronomes relativos pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo: Os problemas por que passamos um dia acabarão.

Porque – escreve-se junto e sem acento quando responde a uma pergunta, é empregado como conjunção explicativa
ou causal, e pode ser substituído por: uma vez que, visto que, pois etc.

Exemplos:

– Oxi, porque provavelmente é o único assunto que ele domina.

Não compareci ao trabalho ontem porque estava gripado.

Por quê – escreve-se separado e com acento circunflexo quando estiver no fim de uma frase interrogativa.

Exemplos:

Afinal, falar do mesmo assunto sempre... Por quê?

Você não respondeu por quê?

Porquê – escreve-se junto e com acento circunflexo quando for substantivo, antecedido do artigo definido, como
sinônimo de motivo, causa ou razão.

Exemplos:

Eu desisti de buscar o porquê disso...

Não entendi o porquê de tanta discussão.

Preencha os espaços, considerando o uso adequado dos termos: por que, por quê, porque e porquê.

a. Queria saber ______ eles discutiram.

b. Você não lê jornais ______?

c. ______ o supermercado não abriu hoje?

d. Eles não vieram à festa ______ não foram convidados.

e. Você sabe o ______ da briga?

Aula 6: Uso da Crases

● Analisar aspectos morfossintáticos do português;

● Identificar os casos especiais da ocorrência do uso da crase.

EM13LP08 - Analisar elementos e aspectos da sintaxe do português, como a ordem dos constituintes da sentença (e
os efeitos que causam sua inversão), a estrutura dos sintagmas, as categorias sintáticas, os processos de
coordenação e subordinação (e os efeitos de seus usos) e a sintaxe de concordância e de regência, de modo a
potencializar os processos de compreensão e produção de textos e a possibilitar escolhas adequadas à situação
comunicativa.

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O uso da crase antes do verbo está incorreto.

NÃO ocorre crase nos seguintes casos, em que só registramos a presença de preposição:

Antes de palavra masculina -> Todas as manhãs, passeava a pé.

Antes de verbo -> Quando ele entrou, nós começamos a cantar.

Casos especiais quanto à ausência (ou não) do artigo

1. A palavra casa, significando o próprio lar, e terra, significando terra firme, não admitem artigo, portanto não há
crase antes delas:

Voltei a casa para descansar.

Após as 10 horas de voo, chegamos a terra exaustos.

Observação: Ocorrerá crase se essas palavras vierem modificadas, pois passam a aceitar o artigo.

Não voltei à casa de meus avós.

Voltamos à terra querida.

2. Os nomes femininos que designam lugares nem sempre admitem artigo, daí a necessidade de verificar sua
presença para definição do uso da crase:

Vou à Suécia.

Vou a Lisboa.

Regra prática: para a confirmação da presença do artigo, nesses casos, usa-se o verbo vir:

Venho da Suécia (prep. de + art. a). Venho de Lisboa (prep. de, ausência do artigo)

Observação: Ocorrerá crase sempre que o nome do lugar vier modificado, pois, nesse caso, há artigo:

Ainda viajarei à Lisboa dos meus avós.

3. Em algumas locuções femininas (adverbiais, prepositivas, conjuntivas), ocorre a crase, por serem introduzidas
pela preposição a e admitirem artigo ou por necessidade de clareza:

Às vezes ele aparece aqui.

Todos se assustavam à medida que ele contava a história.

Ficamos à espera de notícias.


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Observação: Nas locuções adverbiais femininas de instrumento, não se usa o acento grave.

Fiz todos os exercícios a caneta.

Ele desenhou um barco a vela.

4. Entre palavras repetidas não há crase, pois o a é uma preposição, não ocorrendo artigo.

Revi o texto linha a linha.

Fizemos o projeto passo a passo.

5. Não há crase no a singular diante de uma palavra no plural, pois, nesse caso, não há artigo, mas somente
preposição.

Íamos a festas frequentemente.

Ele posicionou-se favoravelmente a soluções rápidas.

6. Nas expressões indicadoras de horas, haverá crase, desde que, trocando-se o número por meio-dia, obtenha-
se “ao meio-dia”.

O espetáculo terá início às vinte horas.

(O espetáculo terá início ao meio-dia.)

Iniciaremos o debate à uma hora.

(Iniciaremos o debate ao meio-dia.)

Esperarei você até as oito horas.

(Esperarei você até o meio-dia.)

7. Muitos pronomes não admitem artigo, não ocorrendo, portanto, a crase.

Dirigiu-se a mim com gentileza.

Ontem referia-me a este filme.

Observações:

a) Crase diante de pronomes que admitem artigo:

O rapaz entregou à senhorita dois bilhetes.

Foi amável à mesma moça da festa.

b) Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo; a crase, portanto, será facultativa:

O chefe passou o cargo à sua prima.

O chefe passou o cargo a sua prima.

8. Sempre haverá crase nas expressões à moda de, à maneira de, mesmo subentendidas.

Ele escreve à maneira de Nelson Rodrigues.

Vestia-se à Balenciaga.

Crase antes da palavra distância.

A palavra distância só admite artigo definido feminino a quando estiver especificada; daí, então, ocorrerá crase junto a
ela. Exemplos:

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Fique à distância de 10 metros!

(distância especificada) Preciso da distância de 10 metros.

artigo feminino definido no singular

Fique a distância.

(distância não especificada)

Preciso de distância.

preposição sem artigo definido feminino no singular

Os pronomes de tratamento senhora, senhorita e dona admitem artigo; portanto, nesses casos, há ocorrência de
crase.

Levou bombons à senhora do quarto ao lado.

Dirigiu-se à senhorita com timidez.

Já tinha encomendado à dona Maria mais seis bolsas.

Empregue o acento grave no a quando ocorrer a crase.

a) Não disseram a ela toda a verdade.

b) Quero muito bem a essa menina.

c) Eu conheço a moça que está a espera do ônibus.

d) Ria a vontade daquelas piadas.

e) Mandou em e-mail a amiga.

Aula 7: Período composto por subordinação: orações subordinadas adverbiais

• Identificar características dos períodos compostos por coordenação e por subordinação (períodos mistos);

• Analisar elementos da sintaxe do português.

Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

[...]

Como é uma conjunção subordinativa que expressa uma circunstância de comparação. A letra da música, além desses
exemplos, traz outros de orações subordinadas adverbiais comparativas.

As orações subordinadas adverbiais exercem a função sintática de adjunto adverbial, própria dos advérbios e das
locuções adverbiais. Normalmente, são introduzidas por conjunções subordinativas e expressam diversas
circunstâncias (causa, consequência, comparação, conformidade, concessão, condição, proporção, finalidade e
tempo). Essas conjunções não desempenham função sintática na oração.
14
As conjunções e locuções conjuntivas são conectivos, ou seja, são essenciais para que possamos elaborar textos
coerentes na construção de ideias.

Vamos relembrar o que estudamos até aqui sobre período simples e período composto, para compreendermos
melhor o uso das conjunções.

Período

• Simples: constituído por apenas um verbo/locução verbal, ou seja, uma oração.


• Composto: constituído por dois ou mais verbos/locuções verbais, ou seja, duas ou mais orações.

Período composto por subordinação:

• estruturado por orações que não possuem sentido sozinhas e são sintaticamente dependentes.

A seguir, uma lista com algumas conjunções e as circunstâncias que podem expressar em orações subordinadas.

15
Veja um exemplo com o uso de adjunto adverbial em uma oração com período simples.:

sujeito predicado

Ela mudará amanhã. (período simples)

adjunto adverbial

Veja o exemplo de período composto:

oração principal oração subordinada adverbial

Ela mudará quando amanhecer. (período composto)

conectivo adjunto adverbial que indica circunstância de tempo

Aula 8: Orações Reduzidas

• Identificar características dos períodos compostos por subordinação;

• Reconhecer orações reduzidas de infinitivo, de particípio e de gerúndio;

• Analisar elementos da sintaxe do português.

(EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em
textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais).

Observe as duas frases a seguir. Existe alguma diferença de significados entre elas?

1. O jogador tinha um desejo: que o time retornasse para a primeira divisão.

2. O jogador tinha um desejo: o time retornar para a primeira divisão.

Momento de discussão

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As frases não apresentam diferença quanto ao significado. O que as difere é que uma delas é chamada de oração
desenvolvida, e a outra oração reduzida. Observe:

O jogador tinha um desejo: que o time retornasse para a primeira divisão.

oração principal or. sub. subst. apositiva

O jogador tinha um desejo: o time retornar para a primeira divisão.

oração principal oração reduzida de infinitivo

As orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais podem aparecer não só desenvolvidas, mas também em
sua forma reduzida. As orações reduzidas são assim chamadas porque se apresentam sem o conectivo – a conjunção
subordinativa ou o pronome relativo – e com o verbo em uma das três formas nominais – infinitivo, gerúndio ou
particípio.

Para desenvolver a oração, passa-se o verbo da forma nominal para uma forma desenvolvida, do indicativo ou do
subjuntivo, e introduz-se o conector adequado sem modificar o sentido original. As orações reduzidas desempenham,
no período composto, a mesma função sintática que desempenhariam na oração desenvolvida.

As orações reduzidas de infinitivo podem ser, em sua maioria, subordinadas substantivas e adverbiais. Há pouca
ocorrência das adjetivas.

Subordinadas substantivas

Subjetiva: É difícil ser aprovado em um vestibular concorrido.

Objetiva direta: Queria conhecer outros países.

Objetiva indireta: Acostumei-me a levantar cedo.

Completiva nominal: Estava disposto a perdoar suas mentiras.

Predicativa: A única saída era vender o carro.

Apositiva: Desejava apenas uma coisa: abrir o próprio negócio.

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Subordinadas adverbiais

Condicional: Sem estudar, será difícil sair-se bem na prova.

Temporal: Ao rever os amigos, ficou emocionada.

Concessiva: Apesar de não estar com frio, resolveu agasalhar-se melhor.

Final: Reuniram-se para entregar flores à nova diretoria.

Causal: Não foi à festa de formatura por achar-se malvestida.

Consecutiva: Parece ter ficado muito aborrecido para não conversar mais comigo.

Subordinadas adjetivas

Aquela é a faca de cortar pão.

Não parecia uma pessoa de fazer intrigas.

As orações reduzidas de gerúndio são, em maior número, subordinadas adverbiais e, eventualmente, adjetivas.

Subordinadas adverbiais

Concessiva: Mesmo conhecendo o caminho, perdeu-se nas ruas movimentadas.

Causal: Sabendo de sua timidez, resolvi não colocá-lo para cantar.

Condicional: Precisando de ajuda, é só tocar a campainha.

Concessiva: Mantendo antigas tradições, costumava pedir a benção ao pai.

Temporal: Revirando o velho baú, encontrei belas fotos da família.

Subordinadas adjetivas

Por causa da tempestade, apareceram animais procurando abrigo.

Apareciam à frente os atletas africanos completando a São Silvestre.

Observação: uma oração coordenada aditiva pode aparecer sob a forma de reduzida de gerúndio.

Ele recebeu os documentos assinando-os sem seguida. (reduzida de gerúndio)

Ele recebeu os documentos e assinou-os em seguida. (oração coordenada sindética aditiva).

As orações reduzidas de particípio são subordinadas adjetivas e adverbiais, e nunca aparecem como substantivas.

Subordinadas adjetivas

Os locais tombados pelo patrimônio histórico precisam ser mais bem cuidados.

Entregaram-se às mães todas as lembrancinhas feitas por eles.

O filme dirigido pela equipe da nossa escola foi o vencedor do festival.

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Subordinadas adverbiais

Temporal:

Encerradas as matrículas, preparavam-se para mais um ano letivo.

Causal:

Mais bem preparado fisicamente, o nadador mais velho venceu.

Concessiva:

Compareceu ao encontro anual mesmo esquecido pelos colegas da turma.

Praticando:

I. Estando as meninas em Araxá, foi Ronaldo ter com elas.

II. Sendo o aluno um jovem estudioso, deverá facilmente obter aprovação.

III. Sendo brasileiro o advogado, poderei atendê-lo, caso contrário, não.

a. Causa, causa, consequência.

b. Tempo, causa, finalidade.

c. Consequência, concessão, finalidade.

d. Tempo, causa, condição.

e. Condição, finalidade, tempo.

Aula 9: Período composto por coordenação e por subordinação

• Identificar características dos períodos compostos por coordenação e por subordinação (períodos mistos);
• Analisar elementos da sintaxe do português.

As orações coordenadas e as subordinadas podem fazer parte de um mesmo período, que passa a ser composto por
coordenação e por subordinação, também classificado como período misto.

1a oração 2a oração 3a oração

Quando ela o viu, ficou muito emocionada, mas ele não a reconheceu.

sub. adv. temporal principal e coord. sindética


adversativa
coord. assindética

Vejamos outro exemplo de frase:

1a oração 2a oração 3a oração

19
Os filhos queriam que a mãe vendesse a casa e (que) fosse morar com
eles.

oração principal subordinadas substantivas objetivas diretas

(a 3a oração é coordenada à 2a pela conjunção e)

Vejamos agora o resumo: Tipos de oração

Tipos de período
oração absoluta

Período oração absoluta


simples oração sindética aditiva
coordenada
Período por coordenação adversativa
composto
por subordinação alternativa

por coordenação e por conclusiva


subordinação (misto)
explicativa

Tipos de oração

Tipos de oração
oração subordinada adverbial causal

oração substantiva subjetiva


condicional
subordinada

objetiva direta
comparativa

objetiva indireta
concessiva

predicativa consecutiva

completiva nominal conformativa

apositiva final

adjetiva restritiva proporcional

explicativa temporal

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Agora leia e responda à questão abaixo:

(FUVEST – SP) Nas frases a seguir, cada lacuna corresponde a uma conjunção retirada.

I. Porém, já cinco sóis eram passados ____ dali nos partíramos.

II. ____ estivesse doente, faltei à escola.

III. ____ haja maus, nem por isso devemos descrer os bons.

IV. Pedro será aprovado ____ estude.

V. _____ chova, sairei de casa.

a. quando, ainda que, sempre que, desde que, ainda que.

b. que, como, embora, desde que, ainda que.

c. como, que, porque, ainda que, desde que.

d. que, ainda que, embora, como, logo que.

e. que, quando, embora, desde que, já que.

Aula 10: Literatura: Renascimento e o Classicismo

• Analisar, interpretar e discutir textos em diferentes linguagens;

• Compreender e analisar obras da arte clássica.

Renascimento e Classicismo

Nos séculos XV e XVI, ocorreu um desenvolvimento científico rápido, motivado pelo relaxamento da vigilância
ideológica que a Igreja promovia, considerando que estava fragilizada devido a várias crises internas e externas. Tais
avanços puderam ser notados na engenharia náutica, considerando a grande expansão marítima que ocorreu na
época, o que redimensionou as visões de mundo. Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à América comandando 3
caravelas; em 1498, Vasco da Gama descobre o caminho para as índias e, em 1500, Pedro Álvares Cabral chega ao
Brasil.

A ampliação dos horizontes geográficos possibilitou o contato com novos povos e mercadorias, ampliando as práticas
mercantilistas.

Muitos inventos que transformaram o mundo, como a bússola, a pólvora, o papel e a imprensa, surgiram nessa época.
A nobreza continuou incentivando as letras e as artes e, no século XV, o intercâmbio de livros, por meio de traduções e
publicações, contribuiu expressivamente para uma ampliação cultural europeia.

Martinho Lutero propôs um rompimento com a Igreja Católica, que resultou na Reforma Protestante, marco histórico
desse período

Novas teorias mudaram também a concepção do Universo. O polonês Nicolau Copérnico elaborou a teoria
heliocêntrica, com base em dados e cálculos, demonstrando que o Sol era o centro do sistema, e não a Terra, como se
acreditava até então. Apesar de lógica, essa teoria teve sua divulgação proibida pela Igreja, que só a liberou depois da
morte de Copérnico.

Galileu Galilei, considerado o “pai da Ciência Moderna”, inventou o telescópio, fez contribuições para a Física,
Astrofísica e expôs seu sistema astronômico, que confirmava a teoria heliocêntrica de Copérnico. Ele foi perseguido,
preso e condenado pela Igreja a negar suas teorias, seus livros foram proibidos, mas acabaram sendo publicados em
países predominantemente protestantes.

Ocorreu, nesse período, uma retomada da cultura clássica greco-romana, esboçada no Humanismo, no século XIV.

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O resgate da tradição artística da Antiguidade Clássica greco-latina, por parte da arte italiana, entre a segunda metade
do século XV e início do XVI, fez com que a arte desse período fosse também chamada de clássica.

A arte clássica

O conceito de beleza é subjetivo, contudo a arte clássica ambicionava o belo universal, ou seja, reconhecido como belo
pela maioria dos indivíduos, em uma tentativa de representação de um mundo ideal. Para que isso ocorresse, a arte
clássica deveria estar calcada no equilíbrio, na harmonia, na proporcionalidade, na clareza, na linearidade e na
contenção emocional.

Aula 11: Classicismo em Portugal

● Analisar, interpretar e discutir textos em diferentes linguagens;

● Compreender e analisar obras fundamentais do cânone ocidental;

● Conhecer o contexto histórico e as características do Classicismo em


Portugal.

Renascimento e o Classicismo Português

O Renascimento em Portugal surgiu aos poucos, com os primeiros humanistas,


influenciados pelas ideias que vinham da Itália. Estimulado pela Coroa, o
Renascimento floresceu, principalmente sob o reinado de D. Manuel, o Venturoso,
e D. João III. Esses reis estimularam as atividades culturais e intelectuais, criando
pensões e bolsas de estudo, dentro e fora do país, introduzindo e desenvolvendo
os estudos humanísticos na universidade. Nessa época, surgiram as primeiras
gramáticas portuguesas.

A difusão da tipografia foi lenta (a partir de 1487), e os primeiros livros impressos destinavam-se a um público elitizado,
basicamente palaciano: tratava-se de obras religiosas e históricas. Mas logo já se imprimiram folhetos destinados a um
público mais amplo, por exemplo, o Auto da barca do inferno, de Gil Vicente, em 1518. O renascimento literário
português vem marcado por duas fortes tendências:

Olhar racional sobre o mundo:

“Para revelar o que está no universo, o artista do Classicismo adota a razão como parâmetro de observação e
interpretação da realidade. O olhar racional desencadeia, na literatura, uma das características mais marcantes do
período: a tentativa de explicar os sentimentos e as emoções humanas. O soneto, tipo de composição preferida dos
clássicos, revela o desejo de adaptar a expressão lírica a uma forma que permita o desenvolvimento de um raciocínio
completo.”

ABAURRE, M.L.; Pontara, M. Literatura: tempos, leitores e leituras. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 130

Retome os estudos realizados nas últimas aulas e elabore um mapa conceitual sobre o período do Renascimento e do
Classicismo português. Considere as principais características e os autores do período.

Obs: Realize essa atividade no caderno para obter o visto da aula.

Imagem: Luiz Vas de Camões

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Aula 11: Um fato, duas versões – (im)parcialidade em textos noticiosos 1

● Comparar notícias e reportagens sobre um mesmo fato, divulgadas em


diferentes mídias;

● Analisar as especificidades das mídias, os processos de (re)elaboração dos


textos e a convergência das mídias em notícias ou reportagens
multissemióticas;

● Justificar diferenças ou semelhanças no tratamento dado a uma mesma


informação veiculada em textos diferentes, consultando sites e serviços de
checadores de fatos.

Em suas leituras você consegue identificar textos tendenciosos?

Para quem respondeu “sim”, parabéns, você está no caminho certo. Agora, se a sua resposta foi “não”, você sabia que:

1º: Pode estar sendo influenciado(a) por narrativas enviesadas e ter sua visão distorcida dos acontecimentos;

2º: Pode estar sendo manipulado(a) por discursos enviesados, desinformação ou propaganda, sem perceber que está
sendo influenciado.

Leia e responda às enquetes anotando a sua resposta.

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Analise as seguintes manchetes presentes nas capas dos jornais 1 e 2:

24
Responda:

● Qual é a manchete principal dos jornais? Transcrevam-nas.

● As manchetes trazem as mesmas informações? Em que diferem?

● O que as imagens menores refletem sobre as linhas editoriais das


publicações?

● Em sua opinião, qual deve ser o papel da imprensa?

● Em grupos, acessem sites de jornais digitais confiáveis e escolham três manchetes diferentes para análise.

● Cada grupo deve listar as três manchetes escolhidas em um documento ou em uma folha de papel.

● Em seguida, discutam entre si as possíveis tendências presentes nas manchetes escolhidas. (Reflitam sobre a
forma como as notícias são apresentadas e se há algum viés evidente.)

Aula 12: Um fato, duas versões – (im)parcialidade em textos noticiosos 2

• Compreender conceitos de parcialidade e imparcialidade;

• Diferenciar textos noticiosos parciais dos imparciais;

• Localizar e justificar diferenças no tratamento dado a uma mesma notícia veiculada em graus diferentes de
parcialidade e imparcialidade.

➔ Imparcialidade limita-se apenas a situações de eleição escolar ou é uma atitude que pode ser aplicada em
várias áreas da vida, como amizades, decisões em grupo, discussões e assim por diante?

Você consegue identificar essas características em textos noticiosos, como vimos na aula anterior? Distingue
informações imparciais de textos que apresentam viés e intenções de manipulação?

Vamos compreender melhor lendo o texto a seguir…

A importância da imparcialidade na produção de notícias

A parcialidade e a imparcialidade são conceitos importantes quando


se trata da produção de textos noticiosos. A parcialidade refere-se à tendência de apresentar informações de forma
enviesada, favorecendo um determinado ponto de vista ou interesse. Já a imparcialidade busca transmitir os fatos de
maneira objetiva, sem influências ou distorções. Um exemplo de parcialidade pode ser observado ao comparar duas
notícias sobre um mesmo evento.

Em um jornal parcial, a manchete e o conteúdo podem ser redigidos de forma a favorecer uma determinada figura
política, destacando apenas aspectos favoráveis, omitindo as informações negativas. Isso pode levar
o leitor a formar uma opinião tendenciosa e incompleta sobre o assunto.

Por outro lado, um exemplo de imparcialidade pode ser encontrado em um jornal que apresenta a notícia de forma
equilibrada, fornecendo informações relevantes de diferentes perspectivas. Na aula anterior, vimos manchetes de
jornais diferentes, mas que continham o mesmo tema.

Como identificar determinadas características?

A manchete e o texto são construídos de maneira neutra, permitindo que o leitor tenha uma visão mais completa e
imparcial dos acontecimentos. É fundamental que a imprensa jornalística mantenha a ética e a imparcialidade na
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divulgação das notícias. A imparcialidade garante a transparência e a confiabilidade das informações, permitindo que o
leitor forme sua própria opinião com base em fatos. A busca pela imparcialidade também contribui para uma
sociedade mais democrática e plural, onde diferentes pontos de vista são respeitados e considerados.

➔ A parcialidade, portanto, pode distorcer a realidade e influenciar a opinião pública de forma inadequada. Por
isso, é essencial que a imprensa jornalística tenha responsabilidade e compromisso com a imparcialidade,
apresentando os fatos de maneira objetiva e permitindo que o leitor tenha uma visão mais ampla e precisa
dos acontecimentos. Deste modo, a imprensa cumpre seu papel de informar e contribuir para o
desenvolvimento de uma sociedade informada e crítica.

A seguir, responda:

De acordo com o texto, por que é importante que a imprensa jornalística busque a imparcialidade na produção de
notícias?

a. Para apresentar informações de forma enviesada, favorecendo um determinado ponto de vista.

b. Para transmitir os fatos de maneira objetiva, sem influências ou distorções.

c. Para destacar apenas aspectos positivos e omitir informações negativas.

Qual é o papel da imparcialidade na divulgação de notícias?

a. Promover a liberdade de expressão e o pluralismo de opiniões.

b. Assegurar a diversidade de fontes de informação.

Garantir a transparência e a confiabilidade das informações.

Aula 12: Conto I: Machado de Assis e os elementos da narrativa

● Reconhecer e identificar os elementos do conto (tema, estilo e forma composicional);

● Compreender os elementos da narrativa a partir da leitura e análise de um conto machadiano;

● Ler e analisar obras significativas das literaturas brasileiras (estrutura da composição, estilo, aspectos
discursivos), considerando o contexto de produção (visões de mundo) e o modo como dialogam com o
presente.

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● Contar histórias é algo que todo mundo faz: colegas, pais, filhos, professores, amigos, avós etc.

● Elas são inúmeras e de muitos tipos: de fadas, casos, piadas, mentiras, romances, contos, novelas, entre
outras...

● Toda narrativa apresenta partes importantes que precisam estar presentes, como: o que, quem viveu os fatos,
como, onde e por que tudo aconteceu. Sem essas partes, as histórias não fazem sentido.

Esses elementos ajudam a construir e entender melhor as histórias que contamos e ouvimos.

Vamos analisar essas partes no mapa conceitual a seguir…

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FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem são empregadas para dar um efeito mais expressivo ao texto. Palavras específicas ou
expressões são escolhidas para transmitir um sentido figurado ou conotativo, no intuito de causar beleza, emoção,
ironia, ênfase ou sonoridade ao texto.

Metáfora: atribuição de determinada característica a um ser com o qual não tem uma relação direta. Exemplo: Minha
namorada é uma flor.

Comparação: aproximação de dois termos para estabelecer relações de características semelhantes.

Exemplo: Meus pensamentos são como um foguete desgovernado.

Aula 13: Conto II: Oficina de leitura (parte 1)

● Analisar a obra machadiana (literatura brasileira), considerando o contexto de produção (visões de mundo) e o
modo como dialoga com o presente;

● Introduzir os contos de Machado de Assis como forma de apreciação literária e análise crítica.

Introdução à leitura de contos de Machado de Assis

Hoje, vamos explorar o universo fascinante de Machado de Assis revisitando


os seus contos.

Desafiamos você a desvendar os enigmas da mente do grande mestre


literário, que traz em suas obras camadas de significado, sutilezas psicológicas,
jogos de linguagem e críticas sociais.

Mas, antes, vamos conhecer um pouco sobre o autor…

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