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A CULTURA DO MOVIMENTO E SUA RELAÇÃO

COM A EDUCAÇÃO FÍSICA

Elaine Augusta Leal da Silva Magalhães¹


Júlio Cezar de Matos Spíndola¹
Suriane Borges¹
Valdir Silva Amarante¹
Valdecir Gabriel Ceccato²

RESUMO

O artigo visa relacionar a Cultura do Movimento com a Educação Física na atualidade em seu
contexto brasileiro. Tendo como objetivo, neste âmbito, abordar uma visão da Educação Física
Escolar, que vai além da questão da aptidão física, olhando para o aluno e para o ensino do
conteúdo na matéria de forma integral. O método utilizado foi a revisão histórica e a investigação
apoiada na nova historiografia. Os resultados obtidos por meio de discussão fez com que se
chegasse à conclusão de que a Cultura do Movimento leva o ensino da Educação Física para um
nível mais integral, ao ensinar não apenas técnicas e regras, mas uma nova cultura que visa formar o
cidadão íntegro, mas alguém com valores que contribua para um bom funcionamento da sociedade.

Palavras-chave: Educação Física. Cultura. Movimento. Ensino. Visão Integral.

1. INTRODUÇÃO

Diante aos estudos feitos e elaborados como sendo um todo, pôde-se perceber que a
significação da Educação Física atualmente, deixa de ser, simplesmente uma área que trabalha
somente o desenvolvimento da parte física do corpo humano. Ela vem abordar uma Cultura
Corporal, onde existe uma relação com o desenvolvimento motor, mediante às atividades que
juntas, possam vir a estimular novas habilidades corporais por meio de Ginásticas, Danças, Lutas,
entre outras atividades.
Observa-se, também, as possíveis relações da Cultura de Movimento com a Educação
Física, com o esporte, com a cultura e com as academias, sejam de fisiculturismo, de danças, de
jogos, de ginástica, ou quaisquer outras que possam vir a existir.

1 Elaine Augusta Leal da Silva Magalhães, Júlio Cezar de Matos Spíndola, Suriane Borges, Valdir Silva Amarante
2 Valdecir Gabriel Ceccato
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (LEF – 1413) – Prática do Módulo IV – 26/06/2023
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Diante à busca de ampliar as relações e reflexões ao que se refere corpo, natureza e


cultura, busca-se, mediante a este estudo, ressaltar a Cultura do Movimento, diante ao entrelace
destes três pilares tendo como finalidade, relatar diferentes realidades sociais e históricas. No
entanto, quando o estudo se direciona à questão Cultura do Movimento, deve ser buscado, em
primeiro lugar, um entendimento do que seria “Cultura do Movimento” dentro do campo a ser
estudado. Dados devem ser pesquisados para que haja um entendimento maior mediante ao
diferenciação entre os significados apresentados, partindo de um pressuposto de que cada ambiente
traz um significado, uma abordagem diferente. Pois, o ser humano se mostra de acordo com o
meio cultural em que está inserido.
No entanto, conforme BRACHT, 2003, as temáticas recorrentes da Cultura Corporal,
devem ser tratadas na escola como conteúdos curriculares e não puramente enquanto atividades
práticas sem nenhum tipo de reflexão requerendo uma metodologia motivadora e criativa, ao
contrário do modelo punitivo como tradicionalmente é desenvolvido quando surgem apenas como
reflexo da esportivização excessiva da Educação Física.
Pode-se perceber, que a relação existente entre o corpo e a sociedade, traz a percepção de
um envolvimento onde o reflexo da cultura vem se expressar em cada indivíduo ao longo de sua
vida, de forma em que a história se molda, se constrói, e também se reconstrói, diante a um imenso
campo da cultura, campo este em que ela pode aparecer inserida como um movimento
condicionado de uma forma histórica ou social.
Quando se fala do contexto da Cultura Corporal do Movimento, vê-se as manifestações
diferenciadas, a começar pelas brincadeiras, jogos, esportes, danças, ginásticas, tanto na forma
profissional, quanto na forma simples do apenas dançar, movimentar o corpo, direcionando sempre
àquele que a produziu dando sentido às variadas expressões, que dos movimentos surgem. Alguns
com elegância, outros com a agressividade que o objetivo exige.
Nota-se aí, um dos motivos que fazem com que a escola trate a Cultura Corporal do
Movimento, como sendo um conteúdo importante, altamente distribuído no tempo e adaptado às
condições que os materiais possuem, de forma em que a metodologia consiga distribuí-lo no
tempo, adaptando-a à cada comunidade.
De acordo com BRACHT (2005), ele diz que, realiza uma reflexão a respeito da seguinte
questão: Cultura Corporal, Cultura do Movimento, ou Cultura Corporal de Movimento? O autor
afirma que qualquer um desses termos pode embasar uma nova construção do objeto da Educação
Física, desde que seja colocado o peso maior sobre o conceito de cultura, necessário para a
“desnaturalização” do nosso objeto, refletindo a sua contextualização social e histórica e
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redefinindo a relação entre Educação Física, natureza e conhecimento.


Diante às definições que se encontra sobre Cultura Corporal do Movimento, pode-se
relatar a vista na escola de Tylor (apud LARAIA, 2006), onde define cultura como uma complexa
união de conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou
hábitos que o homem adquire na sociedade em que vive.
No entanto, percebe-se que,

A Cultura Corporal do Movimento é a junção dos conhecimentos e representações,


transformadas ao longo do tempo, das práticas corporais que adotam um caráter um tanto
utilitário, se relacionando diretamente à realidade objetiva com suas exigências de
sobrevivência, adaptação ao meio, produção de bens, resolução de problemas, sendo
conceitualmente mais próximas ao trabalho lúdico, realizadas com fim em si mesmas, por
prazer e divertimento, e de certo modo diferenciada do trabalho. A Educação Física adota
os jogos, as brincadeiras, os esportes, as danças, as ginásticas e as lutas, sendo algumas
das produções da Cultura Corporal do Movimento, como objetos de ação e reflexão.
(BRASIL,1998).

A divisão dos conteúdos em três categorias, vem permitir que se possa identificá-las de
uma forma mais profunda diante às intenções educativas a serem utilizadas como uma forma de se
observar suas diferentes dimensões, as quais possam vir a interferir no aprendizado, de acordo com
a forma diferenciada da abordagem metodológica.
Uma das técnicas mais trabalhadas como sendo Movimento Corporal, seria a “Ginástica”,
pois de acordo com BRASIL, 1998, as ginásticas são entendidas como técnicas de trabalho
corporal, que assumem um caráter individualizado possuindo diversas finalidades. Pode ser feita
como preparação para outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou recuperação da
saúde ou ainda como forma de recreação, competição e de convívio social. Sua prática envolve ou
não o uso de materiais e aparelhos, ocorrendo em locais fechados, ao ar livre e na água.

Pode-se observar alguns benefícios relacionados que a Ginástica tem com a Cultura do
Movimento Corporal
 Autoconfiança em relação ao seu próprio corpo,
 Ajuda a encontrar o seu ponto de equilíbrio físico,
 Melhora o controle dos seus movimentos,
 Amplia a sua noção espacial,
 Auxilia a sua noção espacial,
 Aumenta a qualidade de vida,
 Diminuição de estresse e a ansiedade do seu cotidiano,
 Proporciona um melhor desempenho nas atividades cotidianas, seja no trabalho ou em casa,
 Melhora o equilíbrio, o bem-estar, a estabilidade e o emocional.
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Perceba nas figuras abaixo, manifestações da Cultura Corporal do Movimento

Fonte: Google.com.br

Fonte: Google.com.br
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Fonte: google.com.br

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Ao observar o tripé Corpo, Natureza e Cultura, diante a uma lógica onde o pensar mostra
que as técnicas corporais influenciam o funcionamento orgânico por meio de trocas culturais, faz
com que se perceba que a recriação dos jogos, das lutas, dos esportes, das ginásticas e das danças,
passem a provocar mudanças, não somente no organismo, mas, também na sociedade, pois tudo é
resultado do envolvimento que eles proporcionam. E esta citação, mostra a comprovação da
reflexão feita a respeito da influência que todo o processo proporciona. Assim,

Um determinado espetáculo, um poema ou um romance, um ritual, uma dança, uma peça


musical ou teatral, ou até mesmo a narrativa empolgada de uma partida esportiva podem
emocionar alguém até as lágrimas, afetando, ainda que por momentos, seu equilíbrio
biológico, ou seja, alterando o ritmo e a qualidade da comunicação intraorgânica.
(BAITELLO JÚNIOR, 1999, p.41)

Percebe-se, o envolvimento e o comportamento de movimentos culturais orientando


sentidos determinados, mostrando que não são somente as formas culturais que sofrem atualização,
mas, um todo por meio do equilíbrio biológico.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Pôde-se perceber, mediante ao desenvolvimento dos estudos, a importância que o conceito


de Cultura Corporal de Movimento traz consigo, mostrando, não somente a função dos
movimentos, sua necessidade diante ao dia a dia. A necessidade de se ter uma atividade, não
somente física, mas, mental, orgânica, cultural. Pois, o tripé cultura, corpo e natureza andam
juntos, e por isso a exigência, de existir a compreensão e o entendimento destes três fatores.
As análises feitas a partir da compreensão deste tripé, veio proporcionar um debate teórico
de ideias, mediante às intervenções importantes na Educação Física, ligando-as às práticas, ao
modo de ser, de fazer e de viver. Trazendo um comprometimento não somente de crianças, mas de
pessoas de todas as idades, mostrando que podem ser tiradas do sedentarismo, fator este, que causa
danos irreversíveis às suas vidas.
Assim, acredita-se, que tudo o que foi apresentado, traz dentro dos objetivos encontrados,
o principal, sendo a socialização e o desenvolvimento psicomotor, não deixando de fora o fator de
ter como acompanhante uma boa alimentação, evitando debilitações físicas, estruturais e mentais.
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4. REFERÊNCIAS

BRACHT, V.; ALMEIDA, F. Q de. Política de Esporte Escolar no Brasil: A pseudovalorização


da Educação Física. In Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas/SP, v. 24, n.3, maio
2003. pp 87-101.

BRACHT, V. Cultura Corporal, Cultura do Movimento ou Cultura Corporal do


Movimento? In: SOUZA JÚNIOR, M. Educação Física Escolar: Teoria e política curricular,
saberes escolares e proposta pedagógica. Recife: EDUPE, p. 97-106, 2005.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fun-


damental. – Brasilia: MEC / SEF, 1998. 114 p

DIETRICH, K. Traditioneller sport – herausforderung der deutschen sportfoerdeung?


SPORTWISSENSCHAFT. Tradução livre de Hannalice Gottschalck Cavalcanti a partir do texto
original, v. 3, p. 277-293, 1985

Sites consultados

http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/cultura-corporal-do-movimento-e-a-inclusao-
nas-aulas-de-educacao-fisica

google.com.br

https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/72/70

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