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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Maceió
2022
Ana Paula Barreto de Lima
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Maceió
2022
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Contextualização
Desde o começo da história humana, os seres registram imagens exercidas pelo homem,
e imagens representativas de animais que o cercavam na época. Mas por que ou com que
propósito se começou a pintar imagens gráficas compostas por sequências narrativas em
cavernas? Segundo Gaiarsa (1970)
Os acadêmicos (...) dizem que os desenhos famosos das cavernas pré-históricas – que
foram a primeira história em quadrinhos que já se fez eram um ‘ensaio de controlar
magicamente o mundo’ (...) Ora (...) estes desenhos controlavam (...) a realidade e
eram mágicos – sem mais. (GAIARSA, 1970, p.115)
Assim, desenhar, pintar e modelar parecem ter sido feitos não apenas sem propósito,
mas para "transmitir" fatos percebidos do ponto de vista do homem primitivo. De acordo com
Gaiarsa (1970), “a primeira forma de escrita conhecida – os hieróglifos do Egito – foi o segundo
tipo de história em quadrinhos que a humanidade conheceu. ” (GAIARSA, 1970, p.116)
Com isso em mente, é importante fornecer uma definição resumida de como é formada
a história em quadrinhos: “ Elas são formadas por dois códigos de signos gráficos: a imagem e
a linguagem escrita” (LUYTEN, 1985, p.11), em uma sequência narrativa. No entanto, os
quadrinhos atuais incluem elementos gráficos em sua composição que aparecem como uma
extensão do personagem, tornando a leitura mais dinâmica. Chama-se balão de fala.
Portanto, deve-se notar que a pintura contou a história repetidas vezes ao longo de seu
desenvolvimento. Os balões, considerados um novo elemento dos quadrinhos modernos, já
eram utilizados na Idade Média (MOYA, 1993), como no conjunto de cena da adoração de
Cristo do manuscrito do Apocalipse, por volta de 1230, e a famosa xilogravura de 1370 de
Protat.
Assim sendo, percebe-se, consoante Couperie (1970), que: “O advento da história em
quadrinhos foi preparado com uma longa evolução, cuja amplitude ultrapassa muito o domínio
de seus primeiros protótipos na arte figurativa. ” (COUPERIE, 1970, p.9).
Justificativa
Ler não é apenas extrair sentido do texto, mas "superá-lo", é conhecer outros textos de
fundo para compreendê-lo, acelera a comunicação entre os interlocutores. Por isso, saber ler e
produzir informações é cada vez mais urgente. A leitura assume novas dimensões e cria novos
parâmetros para a estrutura do novo leitor. Diante dessa realidade, a escrita que encontramos
no cotidiano, chamada de escrita social, que possui diferentes personagens e funções, oferece
uma leitura versátil.
Usamos diferentes estratégias de leitura todos os dias para entender informações em
diferentes textos. Flexibilidade de atenção e diferentes formas de leitura para entender o
significado dos textos são cruciais para as pessoas e sua adaptação ao mundo moderno.
A leitura é um dos processos que permite a uma pessoa participar da vida social, pois
leva a uma compreensão do passado, do presente e das possibilidades de mudanças
socioculturais no futuro. Como forma de adquirir, transformar e produzir conhecimento de
forma crítica e reflexiva, a leitura ativa na escola ou fora dela oferece uma luta contra a
alienação, permitindo que pessoas e grupos sociais realizem a liberdade em diferentes
dimensões da vida.
Para Alves (2001), o uso de histórias em quadrinhos na infância potencializa o ensino e
o desenvolvimento da leitura, contribuindo para a criação de textos e a formação de leitores.
Segundo Alves (2001), isso acontece porque o texto é mais fácil de entender porque está
desconectado de um período histórico específico e relacionado à forma como as crianças o
entendem. Esses fatores tornam a leitura mais envolvente e prazerosa, despertam o desejo de
ler e criam novos textos.
De acordo com Vergueiro (2004), os gibis, os HQs, Mangás, representam uma interação
contínua entre a linguagem verbal e não verbal, permitindo uma compreensão clara de toda a
mensagem em tempo real e uma comunicação rápida entre os autores e os leitores. O resultado
é uma experiência de aprendizagem significativa e gratificante.
Ramos (2009) defende a premissa de que as histórias em quadrinhos nos permitem
perceber a 'linguagem' com uma nova perspectiva 'mais crítica e informada'. Através da alegria,
ampliamos nossos horizontes e despertamos nas crianças maior interesse pela leitura.
Na BNCC está posto que o importante “é que os estudantes se apropriem das
especificidades de cada linguagem, sem perder a visão do todo no qual elas estão inseridas”
(BRASIL, 2020, p. 63). Nesse sentido, é essencial repensar as atividades pedagógicas que
surgem no contexto escolar e buscar práticas que contribuam para a formação de um leitor que
atua em um contexto social.
Assim, acreditamos que a leitura de histórias em quadrinhos promove uma
aprendizagem prazerosa, o desenvolvimento do leitor e o ensino-aprendizagem da escrita.
Entendemos que com a ajuda da literatura em quadrinhos, que se caracteriza por um
enquadramento que conecta imagem e texto, é possível formar leitores cidadãos capazes de
interagir com o diálogo em um contexto social e produzir novos textos.
Para a BNCC, ao usar o gênero textual de história em quadrinhos do 1º ao 5º ano do
Ensino Fundamental, as habilidades desenvolvidas envolvem “construir o sentido de histórias
em quadrinhos e tirinhas, relacionando imagens e palavras e interpretando recursos gráficos
(tipos de balões, de letras, onomatopeias) ” (BRASIL, 2020, p. 97).
Objetivo geral
Conhecer, compreender e utilizar com competência o gênero textual História em
Quadrinhos, identificando sua finalidade como gênero textual, apoiando-se em suas
características gráficas e em seu modo de apresentação.
Objetivo específico
· Promover a prática de leitura, desejo e prazer de ler;
· Conhecer as diversas formas desse gênero narrativo (Gibi, HQ, Mangá Cartuns,
tirinhas);
Habilidade BNCC
Fundamentação
Antes rejeitados por pais, professores e bibliotecários, as HQs, atualmente, tem seus
benefícios evidenciados e assegurados na educação dos estudantes, assim como afirma
Vergueiro (2006, p.21), “no Brasil, o emprego das histórias em quadrinhos já é reconhecido
pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais”.
Quadrinhos são uma ótima maneira de fazer com que crianças alfabetizadas e pré-
escolares se interessem pela leitura. Em outras palavras, é importante para os leitores que seu
livro tenha conteúdo de qualidade. No entanto, não só estimula o interesse dos estudantes pela
leitura, mas também permite que eles conheçam seu lado artístico.
Nogueira (2007) escreve:
As HQs são capazes de promover a interdisciplinaridade entre os diversos conteúdos
curriculares, ajudam a promover a prática da leitura, o teatro e a música, além de serem
muito importantes no processo de alfabetização. Os alunos aprendem que estudar pode
ser divertido e se tornam mais receptivos aos diversos conteúdos. (NOGUEIRA, 2007,
p.175)
Carvalho (2006) afirma que os educandos que leem quadrinhos se saem melhor na
escola do que aqueles que usam apenas livros didáticos:
Alunos que leem gibis tem melhor desempenho escolar do que aqueles que usam
apenas o livro didático, mais mostra que professores que leem revistas em quadrinhos
obtêm melhor rendimento dos alunos, pois conhecem o universo dos estudantes e se
aproximam deles usando exemplos deste universo dos estudantes e se aproximam
deles usando exemplos deste universo como paradigma para as aulas. (CARVALHO,
2006 p.38)
Metodologia
1 - Discutir com as crianças sobre o que é história em quadrinhos, se eles conhecem, e se tem
alguma favorita;
2 - Explicar a estrutura e a característica linguística desse gênero textual, assim como os
aspectos que o compõe (balões, diálogos, onomatopeias quadro ou vinheta);
Estratégias
1. Roda de conversa;
2. Leitura coletiva e individual;
3. Recurso audiovisual;
4. HQs, Mangás, Gibis, Cartuns, Tirinhas;
5. Aplicativos de celular e/ou computador.
Duração: De 45 a 55 minutos.
Recursos necessários: Alguns Gibis, HQs e/ou Mangás para apresentar a turma.
Após a colocação de todos sobre as perguntas acima, será explicado o que é uma história
em quadrinhos, como ela funciona, onde ela “nasceu”, qual a sua função, assim como será
explicado que esse gênero textual mescla a linguagem verbal e não verbal. Posteriormente as
crianças terão em torno de 10 a 15 minutos para escolherem algum tipo de história em
quadrinhos e lerem elas, depois de cada leitura os educandos irão socializar o que leram e o que
acharam da leitura.
Caso a exposição seja na biblioteca, os estudantes irão conversar com o bibliotecário
acerca do que é o gênero textual história em quadrinhos e depois irão sozinhas escolher algumas
obras desse gênero no acervo da instituição. Após isso, prosseguirão com exposição, na roda
de conversa, do que foi lido e o que acharam.
Ao fim todos irão colocar aquilo que desejam ou tem curiosidade de estudar sobre esse
gênero textual, enquanto um, anotará no planejamento da turma os tópicos propostos para
posterior discussão.
Duração: 60 minutos.
Duração: 80 minutos
Duração: 60 minutos
Duração: 60 minutos
Nesta aula será apresentado às crianças um aplicativo que cria histórias em quadrinho
e, a partir dele, será explicado como fazer uma e o que é necessário. Ao fim da aula toda a
turma, com o auxílio do professor(a), irá elaborar um Cartum em conjunto, nele constará todos
os elementos necessários que este tipo de texto precisa. Ao fim será confeccionado um cartaz
para colocar o cartum impresso na parede da sala, neste todos os educandos que participarão
irão colocar sua assinatura como criador.
Recursos necessários: Papel A4, cartolina, lápis, hidrocor, lápis de cor, canetas, papel
crepom etc.
Nesta aula os estudantes deverão produzir uma história em quadrinhos do seu jeito com
todos os elementos que este gênero necessita. Em seguida, em uma roda de conversa, as crianças
socializarão a sua produção para toda a turma. Ao fim, todos irão confeccionar um mural para
colocar todas as obras produzidas expostas em sala.
Recursos
● Projetor;
● Computador;
● HQs;
● Gibis;
● Mangás;
● Cartuns;
● Tirinhas;
● Cartolina;
● Papel A4;
● Lápis de colorir;
● Hidrocor;
● Canetas;
● Papel crepom.
Avaliação
A avaliação será processual e contínua e deve ser feita verbalmente e coletivamente,
identificando avanços e dificuldades, atividade e desempenho do aluno em sala de aula,
realização de tarefas propostas, participação na discussão e leitura das histórias em quadrinhos.
Anexos
Link do aplicativo:
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.csmart.cartooncomic.stripmaker&hl=pt_B
R&gl=US
REFERÊNCIA
BRASIL. MEC. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2020. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/component/content/article/211-noticias/218175739/85151-entenda-
como-funciona-a-base-nacional-comum-curricular?Itemid=164.> Acesso em 10 out. 2022.
COUPERIE, P. et al. História em quadrinhos e comunicação de massa. São Paulo: MAM Assis
Chateaubriand, 1970.
GAIARSA, José. “Desde a Pré-História até McLuhan”. In: MOYA, A. Shazam. São Paulo:
Perspectiva, 1970, pp. 115-120.
VERGUEIRO, Waldomiro. Uso das HQs no ensino. In: RAMA, Angela; VERGEIRO,
Waldomiro (Orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto,
2004. p. 7-30.