LINGUAGENS, CÓDIGOS

E SUAS TECNOLOGIAS
Frente: Português IV
EAD – MEDICINA
Professor(a): Tom Dantas

AULA 12

Assunto: A linguagem da música e a era de ouro do rádio no Brasil

A linguagem da música
Resumo Teórico
A música se caracteriza por ser a arte de combinar sons com
o silêncio. Se ela consiste em combinar sons, todos os ruídos que
nos cercam são capazes de integrar uma canção, talvez, por isso,
Introdução a música integre a nossa vida.
Museu de Orsay, França

O som está inserido na vida humana, pois ela advém da

natureza, do sopro dos ventos, do balançar das águas, dos trovões,
da “fala” dos animais. Isso nos leva a afirmar que a música é uma
linguagem universal.
Dentre as diversas linguagens, a música se classifica como
sendo mista, já que se utiliza de recursos verbais – a palavra – e
não verbais – os sons. Na construção de uma canção, por exemplo,
o código musical depende da combinação de sucessivos sons,
que são responsáveis pelo ritmo, pela tonalidade e pela melodia.
Nesse processo, as notas musicais, os instrumentos, a letra e a
interpretação de cada canção não podem ser esquecidos.
A música também sofre influência das condições
socioculturais e econômicas do local onde é produzida ou mesmo
reproduzida. Por meio da música, os sentimentos humanos
afloram, dada a capacidade estética que a música tem de traduzir
RENOIR. Pierre-Auguste (1841-1919). sentimentos, emoções, anseios, desejos, valores, costumes...
Ao piano, 1892-1893. Óleo sobre tela. A música constitui-se em linguagem regional e universal.
Por ser oculta e subjetiva, a mensagem que a música transmite
MÚSICA BRASILEIRA
atinge de diferentes formas cada ouvinte. Isso acontece desde que
Tens, às vezes, o fogo soberano o homem começou a se agrupar, a criar suas comunidades, pois,
Do amor: encerras na cadência, acesa ao longo da história do homem, a música o acompanha, desde as
Em requebros e encantos de impureza, tribos primitivas até aos nichos elitistas da modernidade.
Todo o feitiço do pecado humano. São vários os estilos musicais, e eles dependem de cada
Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza povo, de cada cultura. No caso da música brasileira, pode-se afirmar
Dos desertos, das matas e do oceano: que ainda no Período Colonial surgem as primeiras manifestações,
Bárbara poracé, banzo africano, embora não se tenham grandes registros. Nossa música vem dos
E soluços de trova portuguesa. cantos indígenas, dos ritmos africanos, dos estilos europeus, pois
foi da reunião de diferentes estilos musicais que se formou a música
És samba e jongo, chiba e fado, cujos popular brasileira que se conhece hoje.
Acordes são desejos e orfandades
Assim como cada um de nós tem um pouco de cada povo –
De selvagens, cativos e marujos:
europeu, índio e africano, a nossa música também é assim, pois ela
E em nostalgias e paixões consistes, absorveu os cantos indígena e africano, namorou o estilo clássico,
Lasciva dor, beijo de três saudades, paquerou com o rock e o reggae, reviveu o interior, cantou dores
Flor amorosa de três raças tristes. e paixões e inovou-se, transformando-se no que hoje se chama de
BILAC, Olavo. Poesias. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, MPB, que é fruto do samba, do rock, da bossa nova etc.
23ª edição. 1964, p. 263.

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Entenda um pouco mais dos Batuque

seguintes códigos musicais Dança de origem africana, caracterizada por requebros, palmas
e sapateados, acompanhados ou não de canto. Por extensão, nome
de certos ritmos marcados por forte percussão.

Pavel Konovalov/123RF/Easypix
Be Bop
É um tipo de jazz sofisticado. Anos 40.

Bolero
Um dos avós do mambo, do chá chá chá e da salsa, nasceu na
Inglaterra passando pela França e Espanha com nomes variados (dança
e contradança). Mais tarde um bailarino espanhol, Sebastian Cerezo,
fez uma variação baseada nas seguidillas, bailados de ciganas, cujos
vestidos eram ornados com pequenas bolas (as boleras). Cantores mais
famosos: Agustin Lara, Bienvenido Granda, Lucho Gatica, Gregório
O ritmo Barros, Pedro Vargas, Consuelo Velasquez, Armando Mazanera, Trio
Irakitã e recentemente Luis Miguel.
É o tempo que demora a repetição de qualquer fenômeno
repetitivo. Essa palavra é normalmente usada quando nos referimos
à música, à dança ou à poesia. Na música, todos os instrumentistas
Bossa Nova
lidam com o ritmo, mas ele é mais comum ao domínio dos bateristas Movimento renovador da música popular brasileira, surgido no
e dos percussionistas. Rio de Janeiro, na década de 1950. Caracterizou-se por harmonias
elaboradas e letras coloquiais.
A melodia
É uma sucessão dos sons musicais combinados. É a voz
Calypso
principal que dá sentido a uma composição musical. Encontra apoio Nasceu no carnaval de Trinidad e Tobago. Tinha no seu
na harmonia, que é a execução de sons simultâneos dos demais início um clima de “duelo” político. Cantores mais famosos:
instrumentos ou vozes quando se trata de música oral. Harry Belafonte.

A harmonia Carimbó
Entende-se apenas em seu sentido de organização temporal, Música folclórica da Ilha de Marajó desde o século XIX. Cantores
pois a música pode conter propositalmente harmonias ruidosas mais famosos: Verequete, Pinduca, Milton Yamada.
(que contém ruídos ou sons externos ao tradicional) e arritmias
(ausência de ritmo formal ou desvios rítmicos). Chá Chá Chá
Dança derivada do danzon cubano, que se seguiu ao mambo.
Notas musicais O nome foi tirado do barulho feito pelos dançarinos nas pistas de
São sinais que representam a altura do som musical. Apesar de dança. Popularizou-se no mundo com as formações das Big Bands,
serem inúmeros os sons empregados na música, a representação deles onde havia claro predomínio de instrumentos de sopro. Cantores mais
pode partir das sete notas: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI. famosos: Orquestra Aragón e Fajardo y sus Estellas.
O conjunto das sete notas sucessivas, com a repetição da primeira,
chama-se escala, que pode ser ascendente ou descendente. Dance Music
Por exemplo, a escala de Sol envolve as seguintes notas ascendentes:
Sol, Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol e descendentes: Sol, Fá, Mi, Ré, Dó, Nasceu na Alemanha, na metade dos anos 70, por um dos
homens fortes de Donna Summer. Hoje, quem mais fatura com a
Si, Lá, Sol.
dance music são os japoneses.
Leia sobre a história Descarga
de alguns ritmos musicais Foi a mãe da salsa. Surgiu com a união de diversos músicos
tocando o que queriam, em grandes shows. Fusão entre a música
Evgene Kharnam/123RF/Easypix

latina, rigidamente estruturada e o improviso do jazz.

El Son
Antiga forma musical popular em Cuba.

Forró
Designação popular dos bailes frequentados e promovidos
por migrantes nordestinos nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Teve origem nas festas oferecidas pelos ingleses aos empregados que
construíam estrada de ferro.

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Habanera
Gênero de música e dança cubana, em compasso binário,
que influenciou o tango, o maxixe e a música popular de quase
todos os países hispano-americanos. Popular no século XIX,
foi utilizada por grandes compositores, como Bizet, Albéniz e Ravel.
Jive
Uma mistura de rock com boogie woogie americanos.
Lambada
Nasceu da adaptação do carimbó eletrificado ao merengue em
1976, Belém do Pará. Cantores mais famosos: Beto Barbosa, Márcia
Ferreira, Manezinho do Sax, Grupo Kaoma.
Lundum
Conhecido também como Lundu, Landu ou Londu. Dança
e canto de origem africana, baseados em sapateados, movimentos
acentuados de quadris e umbigadas. Trazidos para o Brasil (Pará) por
escravos Bantos no século XVIII. Nessa mesma época, os escravos
praticam-no no Rio de Janeiro, onde constituiu uma das origens do
Samba e da Chula. Cantores mais famosos: grupos folclóricos.
Mambo
Nasceu em Cuba e virou uma salada musical. Tem como
antepassados os ritmos afro-cubanos derivados de cultos religiosos no
Congo. Seu nome vem da gíria usada pelos músicos negros (“Estás
Mambo”– tudo bem com você? –) que tocavam el son nas charangas
(bandas locais cubanas). Perez Prado adicionou metais nas charangas e
foi de fato o primeiro a rotular essa nova versão de el son de mambo.
Invadiu os E.U.A. nos anos 50. Cantores mais famosos: Prez Prado,
Xavier Cugat,Tito Puente e Beny Moré.
Merengue
Ritmo veloz e malicioso, nascido na República Dominicana,
tem o seu nome derivado do jeito que os dominicanos chamavam os
invasores franceses no século XVII (merenque). Cantores mais famosos:
Juan Luis Guerra e Walfrido Vargas.
Milonga
Popular das zonas próximas ao estuário do rio da Prata,
interpretada com acompanhamento de violão.
Pagode
Variação do samba que apresenta características do choro,
tem estilo romântico e andamento fácil para dançar. Obteve grande
sucesso comercial no início da década de 1990.
Pasodoble
Nasceu há três séculos, na Espanha, junto com as touradas.
Tem o mesmo ritmo quente e apaixonante desse espetáculo.
Polca
Dança e música originária da Boêmia, popular em meados do
século XIX nos salões europeus. Caracteriza-se pelo movimento rápido,
em compasso binário e andamento alegreto.
Quick Step
Ritmo americano que, como o próprio nome diz, é rápida e
cheia de pulinhos.
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Reggae
Estilo musical que uniu os ritmos caribenhos com o jazz e o
rhythm and blues. Símbolo dos movimentos político-sociais jamaicanos
nas décadas de 1960 e 1970. Seus principais intérpretes são Bob
Marley, Peter Tosh e Jimmy Cliff.
Samba
O samba é um gênero musical, que deriva de um tipo de dança,
de raízes africanas, surgido no Brasil e considerado uma das principais
manifestações culturais populares brasileiras. Dentre suas características
originais, possui dança acompanhada por pequenas frases melódicas
e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido
no Recôncavo Baiano. Apesar de ser um gênero musical resultante
das estruturas musicais europeias e africanas, foi com os símbolos da
cultura negra brasileira que o samba se alastrou pelo território nacional.
Embora houvesse variadas formas de samba no Brasil (não apenas na
Bahia, como também no Maranhão, em Minas Gerais, em Pernambuco
e em São Paulo) sob a forma de diversos ritmos e danças populares
regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é
entendido como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro – então
capital do Brasil Imperial – onde chegou durante a segunda metade do
século XIX levado por negros oriundos do sertão baiano.
No Rio de Janeiro, a dança praticada pelos escravos libertos
entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais populares
entre os cariocas, como a polca, o maxixe, o lundu e o xote, adquirindo
um caráter totalmente singular nas primeiras décadas do século XX.
Um marco dentro da história moderna e urbana do samba ocorreu
em 1917, no próprio Rio de Janeiro, com a gravação em disco de
“Pelo Telefone”, considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil
(segundo os registros da Biblioteca Nacional). O sucesso alcançado pela
canção contribuiu para a divulgação e popularização do samba como
gênero musical.
A partir de então, esse estilo de samba urbano surgido no Rio
começou a ser propagado pelo país e, no ano de 1930, foi alçado da
condição “local” à de símbolo da identidade nacional brasileira. Inicialmente,
foi um samba associado ao carnaval e, posteriormente, adquiriu um lugar
próprio no mercado musical. Surgiram muitos compositores como Heitor
dos Prazeres, João da Baiana, Pixinguinha, Donga e Sinhô, mas os sambas
destes compositores eram amaxixados, conhecidos como sambas-maxixe.
Os contornos modernos desse samba urbano carioca viriam somente no
final da década de 1920, a partir de inovações em duas frentes: com um
grupo de compositores dos blocos carnavalescos dos bairros do Estácio
de Sá e Osvaldo Cruz e com compositores dos morros da cidade como
em Mangueira, Salgueiro e São Carlos. Não por acaso, identifica-se esse
formato de samba como “genuíno” ou “de raiz”. À medida que o samba
no Rio de Janeiro consolidava-se como uma expressão musical urbana e
moderna, ele passou a ser tocado em larga escala nas rádios, espalhando-se
pelos morros cariocas e bairros da zona sul do Rio de Janeiro. Inicialmente
criminalizado e visto com preconceito, por suas origens negras, o samba
conquistaria o público de classe média também.
O samba moderno urbano surgido a partir do início do século
XX, no Rio de Janeiro, tem ritmo basicamente 2/4 e andamento
variado, com aproveitamento consciente das possibilidades dos
estribilhos cantados ao som de palmas e ritmo batucado, e aos
quais seriam acrescentados uma ou mais partes, ou estâncias,
de versos declamatórios. Tradicionalmente, esse samba é tocado
por instrumentos de corda (cavaquinho e vários tipos de violão) e
variados instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e o
tamborim. Com o passar dos anos, outros instrumentos foram sendo
assimilados, criando-se, assim, novas vertentes oriundas dessa base
urbano-carioca de samba: o samba de breque, o samba-canção, a
bossa nova, o samba-rock, o pagode... Em 2005, o samba de roda
se tornou um Patrimônio da Humanidade da Unesco.
Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Xote
Xote é um ritmo musical binário ou quaternário e uma dança de
salão de origem centro-europeia. É um ritmo-dança muito executado
no forró. De origem alemã, a palavra “xote” é corruptela de schottisch,
uma palavra alemã que significa “escocesa”, em referência à polca
escocesa, tal como conhecida pelos alemães. Conhecido atualmente
em Portugal como “chotiça”, o Schottisch foi levado para o Brasil por
José Maria Toussaint, em 1851 e tornou-se apreciado como dança da
elite no período do Segundo Reinado. Daí, quando os escravos negros
aprenderam alguns passos da dança e acrescentaram sua maneira
peculiar de bailado, o Schottisch caiu no gosto popular com o nome
de “xótis” ou simplesmente “xote”.
Salsa
A salsa é uma amálgama de estilos musicais latino-americanos,
especialmente cubanos e porto-riquenhos, criada por imigrantes
caribenhos na cidade de Nova Iorque no início da década de 1970.
Tango
O tango é um tipo musical e uma dança a par. Tem forma musical
binária e compasso de dois por quatro. A coreografia é complexa e as
habilidades dos bailarinos são celebradas pelos aficionados. Segundo
Discépolo, “o tango é um pensamento triste que se pode dançar”.
Valsa
Valsa é um gênero musical de compasso ternário, ou então
binário composto (embora muitas vezes, para facilitar a leitura, seja
escrita em compasso ternário). As valsas foram muito tocadas nos
salões vienenses e muito dançadas pela elite da época. A valsa surgiu
na Áustria e na Alemanha.
Rock And Roll
O rock and roll, conhecido também como rock’n’roll, é
um estilo musical que surgiu nos Estados Unidos no final dos
anos 1940 e início dos anos 1950, com raízes nos estilos musicais
afro-americanos, tais como: country, blues, R&B e gospel. Rapidamente
se espalhou para o resto do mundo.
O instrumento mais comum neste estilo é a guitarra, sempre
presente nas bandas, podendo possuir um único instrumentista, ou
dois com funções diferenciadas (guitarrista base e solo). Normalmente,
as bandas, além do instrumento predominante, a guitarra, são
formadas por um contrabaixo (após 1950, um baixo elétrico) e uma
bateria. Nos primórdios do rock and roll, também se utilizava o piano
ou o saxofone frequentemente como instrumentos bases, mas estes
foram substituídos ou suplantados geralmente pela guitarra a partir da
metade dos anos 1950. A enorme popularidade e eventual visão no
mundo inteiro do rock and roll deu-lhe um impacto social único. Muito
além de ser simplesmente um gênero musical, como visto nos filmes e
na televisão, influenciou estilos de vida, moda, atitudes e linguagem.
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Entenda um pouco sobre a
história de nossa música
Tendo surgido ainda no Período Colonial, a Música Popular
Brasileira é fruto da mistura de vários ritmos. Ela veio das canções
populares, dos ritmos africanos, das fanfarras militares e das músicas
religiosas e eruditas da Europa. Não podemos esquecer os ritmos
indígenas, que também foram importantes no processo de formação
da música brasileira.
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Já, nos séculos XVIII e XIX, o lundu e a modinha assumiram
papéis fundamentais na história de nossa música, pois eram os ritmos
das cidades que cresciam. Veja que, naquela época, África e Europa dão
o tom, pois o lundu é de origem africana, e a modinha, portuguesa.
O primeiro ritmo era sensual, dançante; o segundo, melódico, calmo,
erudito e costumava falar de amor.
A partir de meados do século XIX, o chorinho surge. Ele
é fruto da mistura do lundu, da modinha e da dança de salão
europeia. Chiquinha Gonzaga, que exerceu importante papel na
defesa dos direitos dos artistas, compõe Abre Alas (1899), que é uma
das marchinhas carnavalescas mais conhecidas da história da música
popular brasileira.
É no início do século XX que o samba começa a ganhar corpo.
De origem baiana, é nos morros e nos cortiços do Rio de Janeiro que o
samba se mistura com o batuque, com o pagode, com as batidas dos
orixás e com as rodas de capoeira. Em decorrência disso, o carnaval,
maior festa popular do mundo, toma forma, devido à participação de
ex-escravos e mulatos. Didaticamente, tem-se o ano de 1917 como
marco inicial do samba, pois Ernesto dos Santos (o Donga) compõe
o primeiro samba de que se tem notícia daquela época, chamado
Pelo Telefone.
Ainda nesse período, Pixinguinha, cantor e compositor da MPB,
grava sua primeira canção. Paralelamente, a música erudita brasileira
tem Heitor Villa-Lobos como seu principal representante.
Nos anos 20 e 30, o rádio se populariza e, com ele, cresce a
música popular brasileira. Naquela época, cantores e compositores,
como Ary Barroso, Lamartino Babo, Dorival Caymmi, Lupicínio
Rodrigues e Noel Rosa, se destacam. É o período também dos grandes
intérpretes da música brasileira, como, por exemplo, Carmem Miranda,
Mário Reis e Francisco Alves.
Na década de 40, vem do Nordeste a inovação, pois
Luís Gonzaga, considerado “O Rei do Baião”, começa a despontar
na história da música popular brasileira. Asa Branca, de sua autoria,
é uma das canções mais interpretadas da história de nossa música.
Jackson do Pandeiro também apresenta inovações.
Em sequência, tem-se o samba-canção, a exemplo de Aquarela
do Brasil, de Ary Barroso. Nesse estilo, o amor era um tema recorrente.
Nomes como Dolores Duran, Antônio Maria, Marlene, Emilinha Borba,
Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Cauby Peixoto despontam nessa
época.
A Bossa Nova aparece no fim da década de 1950. Trata-se de
um estilo suave, sofisticado, melódico. Nomes como Elizeth Cardoso,
Tom Jobim e João Gilberto merecem elogios. É com a Bossa Nova que
as belezas do país ganham o mundo, pois o estilo faz muito sucesso
no exterior, especialmente nos Estados Unidos da América.
Em meados dos anos 60, a televisão começa a se popularizar,
o que também influencia a música. É nesse período, por exemplo,
que a TV Record organiza festivais de música popular brasileira. Deles
surgem nomes como Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque
de Holanda, Caetano Veloso, Edu Lobo e tantos outros. Há também
nessa época um programa especial para promover a Jovem Guarda,
que tinha, como representantes, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e
Wanderléa.
Nos anos 1970, inúmeros artistas começam a fazer sucesso
pelo Brasil. Nara Leão homenageia Cartola e Nelson do Cavaquinho.
É também o momento das vozes marcantes de Maria Bethânia e
Gal Costa. Há também Djavan, Fafá de Belém, Clara Nunes, Belchior,
Fagner, Alceu Valença, Elba Ramalho, Raul Seixas, Rita Lee, Tim Maia
e Jorge Ben Jor.
De influências externas, o rock, o punk e o new wave
despontam nos anos 1980 e 1990. O Rock in Rio, nos anos 1980, é
um marco da história do rock brasileiro. Naquela época, surgem grupos
como Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM,
Plebe Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira!,
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 Módulo de Estudo
Barão Vermelho... Vozes marcantes despontam naquela época, tais
como: Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Cássia Eller e Raul
Seixas. Nos anos de 1990, tem-se o crescimento do estilo sertanejo,
agora de batida romântica. Nomes como Chitãozinho e Xororó, Zeze
di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e João Paulo e Daniel. No
rap, destacam-se Gabriel, o Pensador, O Rappa, Planet Hemp, Racionais
MCs e Pavilhão 9.
O início do século XXI se volta para um público jovem, com
destaque para Charlie Brown Jr, Skank, Detonautas e CPM 22. Sem
dúvida, a música brasileira já nos deixou grande legado, mas ainda
tem muito o que nos dar.
A música popular brasileira – Anos 1930
Por volta dos anos 1930, a música passa a ser um fenômeno
e ganha proporções continentais, sobretudo nos Estados Unidos.
É o período em que se ouvem bastantes programas de rádio, o que
contribuiu para o surgimento de novos compositores, de novos
cantores e de mitos da comunicação.
Naquela época, o estilo era o swing, próprio para dançar, e logo
foi defendido pela mídia, já que a população vivia as consequências
da quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, e precisava se divertir.
As condições técnicas já haviam melhorado bastante, o que facilitou
a expansão da música pelo rádio. No Brasil, o samba começa a se
destacar e despontam nomes como Noel Rosa, Ary Barroso, Cartola,
Wilson Batista, entre outros. Pelo Telefone, gravado e interpretado
por Donga, em 1917, é um marco na história do samba. O samba se
torna um ritmo cultuado por muitos, não somente por negros, como
outrora fora. Nos anos de 1920, ele passa a fazer parte do carnaval.
Com a expansão do rádio e do cinema, nos anos de 1930, esse estilo
musical se espalha e ganha adeptos em todo o País. É talvez a melhor
safra de sambistas de todos os tempos no Brasil. De sofisticada veia
lírica, Noel Rosa consolida o samba brasileiro, explorando o espírito
carioca e o registro cronístico em suas canções, que, por sinal, são
mais de duzentas.
A cultura de massa na década de 1930
De meados dos anos 1920 e, sobretudo, a partir dos anos
1930, uma série de manifestações culturais desponta, decorrentes dos
avanços midiáticos. A chamada indústria do lazer chegara ao Brasil,
pois o rádio, o cinema e a música popular brasileira avançavam a
saltos largos. Estamos então na chamada Era da cultura de massas.
Era, sem dúvida, algo novo, pois a possibilidade de atingir um maior
número de pessoas de forma simultânea começa a se tornar real e
acaba agradando as massas.
Foi a escola de Frankfurt que nominalizou o novo momento,
chamando-o de período da Indústria Cultural, que é a forma como as
lideranças capitalistas passaria a manipular as massas. É por isso que a
comunicação de massa toma fôlego, pois o capitalismo a usava para
anular a capacidade crítica do homem, o que formaria uma sociedade
homogênea, fácil de consumir tudo que fosse produzido em larga
escala industrial.
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Os veículos de comunicação
O rádio
A expansão do rádio também
Birgit Reitz-Hofmann/123RF/Easypix
é responsável pelo impulso da
publicidade comercial nos anos de
1930. Com isso, as programações
se profissionalizaram, e as lideranças
daquela época passaram a ocupar
grandes espaços de tempo no rádio, a
fim de expor seus pensamentos. O rádio foi usado por Hitler, por
Stálin, por Roosevelt e por Getúlio Vargas, com fins políticos.
A BBC, principal serviço radiofônico do planeta, surgiria em 1938. No
início, o rádio buscou a alta cultura, pois transmitia música erudita,
leitura de peças teatrais, noticiários, mas, com o tempo, tanto nos
Estados Unidos quanto no Brasil, voltou-se para as massas populares,
oferecendo-lhe o que ela queria ouvir. Daí se entende o custo dos
anúncios, pois quanto maior a audiência mais caro fica para o
anunciante. Diante disso, o importante era agradar o consumidor. Até
a Rádio Nacional disputava o mercado consumidor.
Embora nomes inesquecíveis da música popular brasileira já
tenham surgido, como os compositores Lamartine Babo e Ary Barroso
e os cantores Orlando Silva, Francisco Alves, Sílvio Caldas, Araci de
Almeida e Dalva de Oliveira, a nossa Era de ouro do rádio ocorre nas
décadas posteriores de 1940 e 1950.
As vozes das irmãs Aurora e Carmem Miranda notabilizaram
essa época ao cantar, de João de Barro, a canção: “Nós somos as
cantoras do rádio / Levamos a vida a cantar. / De noite embalamos
teu sono, / De manhã nós vamos te acordar. Nós somos as cantoras
do rádio. / Nossas canções, cruzando o espaço azul, / Vão reunindo,
num grande abraço,/ Corações de Norte a Sul.”
O cinema
É também na década de1930
Sabri Deniz KIZIL/123RF/Easypix
que o cinema falado substitui o
cinema mudo. Isso ocorreu ainda em
1927 quando do sucesso de The jazz
singer, com Al Jonhson. Mais uma vez,
Estados Unidos e Alemanha põem-se
à frente da produção cinematográfica,
já que possuíam as patentes para a
sonorização do cinema. Filmes como
O anjo azul (1930), de Josef von
Sternberg, e O testemunho do doutor
Mabuse (1932), de Fritz Lang, puseram
a Alemanha em destaque. Porém, com a vitória de Hitler, os cineastas
alemães mudaram para os Estados Unidos. Então, Hollywood toma
fôlego e a “sétima arte” depende, sobretudo, da produção americana.
A partir daí, surgem musicais, filmes de ação, filmes de aventura, filmes
de terror, comédias e produções infantis para o deleite da plateia, que
era composta de espectadores de todo o mundo.
John Ford, cineasta de No caminho das diligências (1939),
é responsável pela notável expansão do western, gênero criado
para poetizar a dramática vida da nação. Esse estilo de filme tinha
plateia certa em todo o mundo. Os heróis de John Ford não tinham
verossimilhança histórica, na verdade, eles eram sequestradores
e assassinos, mas as imagens minimizavam essas características
desses protagonistas e impulsionavam o cinema americano.
A partir daquela época, o cinema ganha adeptos em todo o mundo.
Aqui, no Brasil, Coisas nossas (1932) é a primeira película
sonorizada. Continha samba-título de Noel Rosa, sambista carioca. Em
1935, foi a vez de Bonequinha de seda, de Oduvaldo Viana. Esse filme
bateu recordes de bilheteria. Em seguida, se produz Alô, alô, Carnaval
(1936), de Adhemar Gonzaga, com Aurora e Carmem Miranda.
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 Módulo de Estudo

A Cinédia, primeiro estúdio industrial no Brasil, é responsável Nascido de parto difícil, já que o uso do fórceps causou-lhe
pela realização da maior parte desses filmes. Eram obras tecnicamente afundamento da mandíbula, que o marcou por toda a vida. Criado
precárias, de histórias ingênuas. em Vila Isabel, Noel era filho de classe média e estudou no Colégio
Nos anos de 1940 e 1950, as chanchadas, que eram comédias São Bento. Na adolescência, aprendeu a tocar bandolim, o que
musicais com visão malandra, se destacam. Em seguida, o cinema o fez tomar gosto pela música. Depois, veio o violão, e logo se
americano ocupa o espaço e domina o mercado brasileiro, como o tornou conhecido na boemia carioca. Estudou Medicina, mas logo
faz até hoje. abandona, pois o samba lhe parece mais atraente do que o ofício
de médico. Foi também integrante de vários grupos musicais, como
A música popular o Bando de Tangarás, de que também participam João de Barro
A Música Popular Brasileira também foi (e continua sendo) (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.
importante veículo na divulgação de ideias, de costumes, de tendências. Embora já tenha arriscado algumas composições, foi com
Nas décadas de 1920 e 1930, esse estilo se consolida, e isso só foi o samba Com que roupa? que Noel despontou para o sucesso na
possível graças a fatores tecnológicos e comerciais, pois as inovações música. Trata-se de um samba que ainda hoje faz muito sucesso ao
fonográficas permitiam ao artista atingir o maior público possível e a ser tocado e cantado.
propaganda permitia a fomentação de nomes fundamentais para o Dentre os diversos aspectos que trazem suas canções, destaca-
rádio e, consequentemente, para a música brasileira. se a veia cronística de Noel Rosa, pois soube retratar muito bem o
Alguns nomes representativos: mundo que o cercava, já que falou da expansão feminina, do malandro
carioca, da filosofia, da desonestidade, do amor, das histórias do samba
Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos) etc. Era um excelente letrista. Vários intérpretes cantavam seus sambas:
O samba como conhecemos
Reprodução/Discos Marcus Pereira
Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.
hoje tem marco didático com a gravação Era um boêmio namorador. Casa-se com Lindaura, mas
da canção Pelo Telefone, de Donga. era mesmo apaixonado pela dama de cabaré Ceci. Sofreu com a
Ernesto Joaquim Maria dos Santos, tuberculose e, em decorrência dela, falece aos 26 anos de idade.
ainda criança, frequentava rodas de O país perdera um gênio da música, que deixou um grande legado,
samba e candomblé, o que contribuiu que até hoje, quando cantado, resulta em muito sucesso.
para que ele desenvolvesse esse gênero Conheça agora algumas canções de Noel Rosa:
musical. Donga, por conviver com
• A.E.I.O.U. (com Lamartine Babo), 1931
escravos e negros baianos, aprendeu o • Até amanhã, 1932
jongo, o afoxé e outras danças. Tocou • Cem mil reis (com Vadico), 1936
cavaquinho e violão. • Com que roupa?, 1929
Conviveu com João da Baiana e com Pixinguinha. Em 1917, • Conversa de botequim (com Vadico), 1935
gravou o primeiro disco de samba que se tem notícia, Pelo telefone. • Coração, 1932
O registro está no nome de Donga e Mauro de Almeida, embora • Cor de cinza, 1933
se fale que Mauro participa apenas do registro escrito. Integrou • Dama do cabaré, 1934
o grupo Os Oito Batutas ao lado de Pixinguinha e outros músicos • De babado (com João Mina), 1936
da época. Esse grupo excursiona pela Europa em 1922. Da França, • É bom parar (com Rubens Soares), 1936
Donga traz o violão-banjo. Em 1928, forma a Orquestra Típica • Feitio de oração (com Vadico), 1933
Pixinguinha-Donga, que, nos anos 1920 e 1930, faz algumas gravações. • Para me livrar do mal (com Ismael Silva), 1932
Em 1940, Donga grava sambas, toadas, macumbas e lundus. Naquela • Pastorinhas (com João de Barro), 1934
época, o norte-americano Leopold Stokoeski e o brasileiro Heitor • Pela décima vez, 1935
Villa-Lobos organizam essas gravações para o disco Native Brazilian • Pierrô apaixonado (com Heitor dos Prazeres), 1935
Music, lançado nos Estados Unidos pela Columbia. • Positivismo (com Orestes Barbosa), 1933
Na década de 1950, retorna ao grupo Velha Guarda. • Pra me mentir (com Vadico), 1936
Deixa-nos inúmeras canções, tais como: Passarinho Bateu Asas, • Provei (com Vadico), 1936
Bambo-Bamba, Cantiga de Festa, Macumba de Oxóssi, Macumba de • Quando o samba acabou, 1933
Iansã, Seu Mané Luís e Ranchinho Desfeito. • Filosofia (com André Filho), 1936
Aposentado como oficial de Justiça, doente e quase cego, • Fita amarela, 1932
Donga passa a viver na Casa dos Artistas, de onde só sairia para ser • Gago apaixonado, 1930
sepultado no Cemitério de São João Batista. • João Ninguém, 1935
• Minha viola, 1929
Noel Rosa • Mulher indigesta
• Não tem tradução, 1933
Noel de Medeiros Rosa
Reprodução/Abril Cultural

• O orvalho vem caindo (com Kid Pepe), 1934

(Rio de Janeiro, 11 de dezembro de • O X do problema, 1936
1910 – Rio de Janeiro, 4 de maio de • Palpite Infeliz, 1935
1937) foi um sambista, cantor, • Quem dá mais?, 1930
compositor, bandolinista, violonista • Quem ri melhor?, 1936
brasileiro e um dos maiores e mais • São coisas nossas, 1936
importantes artistas da música no • Tarzan, o filho do alfaiate, 1936
Brasil. Teve contribuição fundamental • Três apitos, 1933
na legitimação do samba de morro no • Último desejo, 1937
“asfalto”, ou seja, entre a classe média • Você por exemplo, 1937
e o rádio, principal meio de comunicação em sua época. Isso foi um • Você só… mente (com Hélio Rosa), 1933
fato de grande importância, não só o samba, mas também para a
Wikipédia, a enciclopédia livre.
história da música popular brasileira.

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 Módulo de Estudo

• Leia e escute as canções Três Apitos e Fita Amarela de Noel Rosa. Ary Barroso
TRÊS APITOS
Ary Barroso fica órfão de

Reprodução/Abril Cultural
Quando o apito da fábrica de tecidos pai e mãe aos sete anos de idade.
Vem ferir os meus ouvidos Foi adotado pela avó materna. Era
Eu me lembro de você de família de classe média. Estudou
Mas você anda teoria, solfejo e piano com a tia
Sem dúvida bem zangada Ritinha. Trabalhou como caixeiro da
Ou está interessada
loja “A Brasileira”. Recebe herança
Em fingir que não me vê
de 40 contos (equivale a milhões
Você que atende ao apito de uma chaminé de barro
de reais) do tio Sabino Barroso,ex-
Porque não atende ao grito
Ministro da Fazenda. Estudou Direito.
Tão aflito
A Faculdade foi importante na consolidação da veia artística, desportiva
Da buzina do meu carro
Você no inverno e política. Adepto da boemia, o que o leva a ser reprovado na Faculdade
Sem meias vai pro trabalho de Direito. Emprega-se como pianista no Cinema Íris, no Largo da
Não faz fé no agasalho Carioca e, depois, na sala de espero do Teatro Carlos Gomes. Retoma os
Nem no frio você crê estudos de Direito em 1926. Depois de algum tempo, resolve dedicar-
Mas você é mesmo artigo que não se imita se à composição. Compõe Amor de mulato, Cachorro quente e Oh!
Quando a fábrica apita Nina, em parceria com Lamartine Babo. Mário Reis, seu incentivador,
Faz reclame de você grava Vou à Penha e Vamos deixar de intimidades, sendo esta seu
Nos meus olhos você lê primeiro grande sucesso.
Que eu sofro cruelmente Nos anos de 1930, compõe para o teatro musicado do Rio de
Com ciúmes do gerente Janeiro. A canção Aquarela do Brasil, seu maior sucesso, foi regravada
Impertinente diversas vezes no Brasil e no exterior. Por fazer a trilha sonora do
Que dá ordens a você filme Você já foi à Bahia? (1944), de Walt Disney, recebeu diploma da
Sou do sereno poeta muito soturno Academia de Ciências e Arte Cinematográfica de Hollywood.
Vou virar guarda-noturno Nos anos de 1940, mantém o programa A hora do calouro, na
E você sabe porque
Rádio Cruzeiro do Sul, o qual incentivou vários novos talentos musicais.
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano Foi também locutor esportivo. Compôs canções de vários estilos: choro,
Faço junto ao piano xote, marcha, foxtrote e samba. São canções de Ary Barroso O Tabuleiro
Estes versos pra você da baiana (1937), Os Quindins de Yayá (1941) e Boneca de piche. Foi
Noel Rosa o compositor dos grandes sucessos de Carmem Miranda. Ao compor
Aquarela do Brasil, inaugura o estilo samba-exaltação.
FITA AMARELA
Quero que o sol
Não invada o meu caixão
Para a minha pobre alma Exercícios
Não morrer de insolação
Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela 01. (UFRGS) Leia abaixo a letra da canção Feitiço da vila, de Noel Rosa.
Gravada com o nome dela.
Se existe alma Quem nasce lá na Vila Transformou o samba
Se há outra encarnação nem sequer vacila Num feitiço decente
Eu queria que a mulata
ao abraçar o samba Que prende a gente
Sapateasse no meu caixão
Não quero flores Que faz dançar Lá, em Vila Isabel
Nem coroa com espinho os galhos do arvoredo Quem é bacharel
Só quero choro de flauta E faz a lua nascer mais cedo Não tem medo de bamba
Violão e cavaquinho O Sol da Vila é triste São Paulo dá café
Estou contente, Samba não assiste Minas dá leite
Consolado por saber Porque a gente implora: E a Vila Isabel dá samba
Que as morenas tão formosas Sol, pelo amor de Deus Eu sei tudo o que faço
A terra um dia vai comer.
não venha agora sei por onde passo,
Não tenho herdeiros
Não possuo um só vintém que as morenas Mas tenho que dizer,
Eu vivi devendo a todos vão logo embora modéstia à parte,
Mas não paguei a ninguém A Vila tem um feitiço sem farofa, meus senhores, eu sou da vila
Meus inimigos Sem vela e sem vintém,
Que hoje falam mal de mim, Que nos faz bem;
Vão dizer que nunca viram tendo nome de princesa
Uma pessoa tão boa assim.
Noel Rosa

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 Módulo de Estudo
Considere as seguintes
I. O Sol da Vila Isabel testemunha o cotidiano de homens e
mulheres que lutam para sobreviver, a lua, por sua vez, atraída
pelo gingado da mulheres, surge antes do tempo para assistir
ao espetáculo do samba;
II. As tradições, os versos, as crenças, os conhecimentos e os
costumes dos moradores de Vila Isabel são reforçados através
da referência à princesa que assinou a Abolição;
III. Depois de mencionar que, na Vila, bacharel pode enfrentar
um bamba, Noel Rosa exalta a vila Isabel, ao compará-la a
importante estados da Federação.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas III.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.
E) Apenas I, II e III.
02. (Unesp/99) Leia os versos da canção e responda.
“O cinema falado
É o grande culpado
Da transformação
Dessa gente que sente
Que um barracão
Prende mais que um xadrez.
(...)
Amor, lá no morro, é amor pra chuchu,
As rimas do samba não são ‘I love you’.
E esse negócio de ‘alô, alô, boy’,
‘Alô, Johnny’,
Só pode ser conversa de telefone.”
Noel Rosa. Cinema falado, 1933.
Os versos do compositor Noel Rosa refletem uma crítica.
Eles expressam
A) a ausência das inovações tecnológicas estrangeiras na difusão
da cultura popular brasileira.
B) a influência do jazz norte-americano no ritmo e nas letras do
samba.
C) a expansão da dominação cultural norte-americana e a
desvalorização da cultura popular nacional.
D) a resistência da arte popular quanto às inovações tecnológicas,
especialmente o cinema falado e o rádio.
E) o predomínio da música estrangeira em substituição ao samba
autenticamente nacional.
03. (UEL) A música do Brasil tem por base o amálgama dos elementos
metódicos procedentes de Portugal, a rítmica própria de diversas
regiões da África e ainda a contribuição ameríndia.
Com base nos conhecimentos sobre música brasileira, considere
as afirmativas a seguir.
I. “Bumba-meu-boi” é uma festa cujo instrumento musical
característico é tocada por mulheres que executam ritmos e
cantam melodias transmitidas pela tradição oral;
II. A contribuição dos negros para a música brasileira consistiu
na rítmica heterogênea, na gama característica, nas cadências
melódicas e na variedade instrumental;
III. O timbre anasalado do canto, alguns instrumentos e algumas
danças são reflexos marcantes da cultura indígena na música
brasileira;
IV. O elemento básico que forneceu orientação e estruturação à
música do Brasil foi o português, com seu sistema harmônico
tonal e a incorporação de diversos instrumentos europeus.
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Assinale a alternativa correta.
A) Somente as afirmativa I e II são corretas.
B) Somente as afirmativas I e III são corretas.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
04. (Enem)
TEXTO I
ONDE ESTÁ A HONESTIDADE?
Você tem palacete reluzente
Tem joias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de automóvel na cidade...
E o povo pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e felicidade...
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente...
Noel Rosa.
TEXTO II
Um vulto da história da música popular brasileira,
reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910,
no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, teria completado
100 anos em 2010. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vítima
de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o
patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam
a sociedade contemporânea, como se tivessem sido escritas no
século XXI.
Disponível em: <http://www.mpbnet.com.br>. Acesso em: abr. 2010.
Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é
atualizável, na medida em que ele se refere a valores e situações
de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?,
de Noel Rosa, evidencia-se por meio
A) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa
de alguns.
B) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.
C) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.
D) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.
E) da insistência em promover eventos beneficentes.
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 Módulo de Estudo
05. (Enem – Adaptado) A música pode ser definida como a
combinação de sons ao longo do tempo. Cada produto final
oriundo da infinidade de combinações possíveis será diferente,
dependendo da escolha das notas, de suas durações, dos
instrumentos utilizados, do estilo de música, da nacionalidade
do compositor e do período em que as obras foram compostas.
Imagens: Reprodução/Enem
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Das figuras que apresentam grupos musicais em ação, pode-se
concluir que o(s) grupo(s) mostrado(s) na(s) figura(s)
A) 1 executa um gênero característico da música brasileira,
conhecido como chorinho.
B) 2 executa um gênero característico da música clássica, cujo
compositor mais conhecido é Heitor Villa-Lobos.
C) 3 executa um gênero característico da música europeia, que
tem como representantes Beethoven e Mozart.
D) 4 executa um tipo de música caracterizada pelos instrumentos
acústicos, cuja intensidade e nível de ruído permanecem na
faixa dos 30 aos 40 decibéis.
E) 1 a 4 apresentam um produto final bastante semelhante, uma
vez que as possibilidades de combinações sonoras ao longo do
tempo são limitadas.
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06. (UEL) O texto a seguir é parte da entrevista intitulada “Desprezo
com caipira é tentativa de negar raízes”, concedida pelo
professor-doutor Romildo Sant’Anna, da Unesp de Rio Preto (SP) e
do curso de Jornalismo da Unimar de Marília (SP). Para o professor,
assim como as modas caipiras, a música sertaneja também retrata
a realidade do povo e não deve ser desprezada.
DEBATE: Há alguma semelhança de conteúdo entre a música
sertaneja e a música caipira?
Ronaldo: A grande característica contida nas letras das músicas
caipira é que eles refletem a falta da terra, falta de uma coisa
fundamental que é o símbolo da mãe. Assim como ela, a música
sertaneja também mostra a falta de alguma coisa. É sempre a mãe,
a mulher que foi embora, que se casou com outro, é a diferença
social, um que é pobre outro rico, enfim, o desencontro amoroso.
Dessa maneira a mulher, também mãe e criadora, substituiu a
“mãe terra” cantada na música caipira. É claro que isso tem um
caráter mais banal. É a banalização da própria falta de educação
formal no Brasil, no sentido de se ter maiores aprofundamentos
filosóficos. A música caipira fala de valores muito antigos, já a
sertaneja reflete valores mais ordinários, coisas mais passageiras
desse mundo sem raízes. Há essa diferença, mas não podemos
ter preconceito s em relação a nenhum dos dois gêneros, já que
ambos refletem uma realidade da qual o povo é a grande vítima.
A população que consome a música sertaneja não é culpada.
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/debate/13-37/caad;cadernosd01a.html>
Acesso em: 23 out. 2010. Adaptado.
De acordo com o entrevistado, assinale a alternativa correta.
A) A música sertaneja avança em qualidade técnica e elabora
temas mais sofisticados, tornando-se, assim, culturalmente
superior à música caipira.
B) A música caipira tem fundamento na emoção do homem
simples, mediante sua falta de opção amorosa no campo e
seu anseio por viver na cidade.
C) A música caipira, diferentemente da música sertaneja, é feita
para analfabetos, por isso revela humildade e simplicidade em
suas letras e na composição.
D) A música sertaneja torna banal o tema de sensibilidade do
homem da terra, uma vez que, em suas letras, quase sempre
remete ao universo afetivo-sexual.
E) Hoje em dia, a classe média dos grandes centros urbanos
prefere a música sertaneja por representar melhor a vida do
homem na cidade e fazer esquecer as dores.
07. (Enem/2013 – Adaptado)
Wikimedia Foundation
A imagem mostra instrumentos comuns à execução do choro.
Es s es i ns trumentos s ão de di ferentes c l a ssif icações.
Nessa formação, o instrumento que representa a família
A) das madeiras é a flauta transversal.
B) das cordas friccionadas é o bandolim.
C) dos metais é o pandeiro.
D) das percussões com membrana é o violão.
E) das cordas percutidas é o saxofone.
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 Módulo de Estudo

08. (Enem) Pra ver se escapo desta praga de urubu

AQUI É O PAÍS DO FUTEBOL Já estou coberto de farrapo
Brasil está vazio na tarde de domingo, né? Eu vou acabar ficando nu
Olha o sambão, aqui é o país do futebol Meu terno já virou estopa
[...] E eu nem sei mais com que roupa
No fundo desse país Com que roupa que eu vou
Ao longo das avenidas Pro samba que você me convidou?
Nos campos de terra e grama Com que roupa que eu vou
Brasil só é futebol Pro samba que você me convidou?
Nesses noventa minutos Noel Rosa
De emoção e alegria
Esqueço a casa e o trabalho
O samba acima foi um dos maiores sucessos de Noel Rosa na
A vida fica lá fora
Dinheiro fica lá fora década de 30. Na letra de “Com que roupa?”, é possível perceber
A cama fica lá fora que o autor
A mesa fica lá fora A) primou por uma linguagem rebuscada.
Salário fica lá fora B) valorizou os estilo romântico de escrever.
A fome fica lá fora C) explorou os costumes do povo nordestino.
A comida fica lá fora D) relatou o cotidiano de todo o povo brasileiro.
A vida fica lá fora E) utilizou-se de expressões metafóricas.
E tudo fica lá fora
SIMONAL, W. Aqui é o país do futebol. 10. A música brasileira das décadas de 1920 e 1930 buscava uma
Disponível em: <http://www.vagalume.com.br>. Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento) identidade nacional, Heitor Villa-Lobos se firmou como o mais
representativo criador daquele período.
Na letra da canção “Aqui é o país do futebol”, de Wilson Simonal,
o futebol, como elemento da cultura corporal de movimento e Sobre Villa-Lobos, considere as afirmativas a seguir.
expressão da tradição nacional, é apresentado de forma crítica e I. Acreditava que o canto coletivo nas escolas seria o ponto inicial
emancipada devido ao fato de
para a formação de uma consciência musical brasileira;
A) reforçar a relação entre o esporte futebol e o samba.
B) ser apresentado como uma atividade de lazer. II. Sua participação na Semana de 1922 foi aclamada pelo público
C) ser identificado com a alegria da população brasileira. presente no Teatro Municipal de São Paulo;
D) promover a reflexão sobre a alienação provocada pelo futebol. III. Participou das excursões artísticas, em caravana com diversos
E) ser associado ao desenvolvimento do país. músicos pelo interior do país;
IV. Suas composições identificavam-se com as mais diversas
09. Noel Rosa foi sambista, cantor, compositor, bandolinista manifestações da música nacionalista norte-americana.
e violonista brasileiro. Foi também um dos maiores e mais
importantes artistas da música no Brasil. Teve contribuição
fundamental na legitimação do samba de morro. Suas canções, Assinale a alternativa correta.
ainda hoje muito conhecidas, tiveram impulso da classe média A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
e do rádio, sendo este o principal meio de comunicação em B) Somente as afirmativas I e III são corretas.
sua época, não só para o samba, mas também para a história C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
da Música Popular Brasileira. D) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
COM QUE ROUPA?
Agora vou mudar minha conduta 11. Na realização da música, muitos são os instrumentos capazes de
Eu vou pra luta, pois eu quero me aprumar produzir som. Eles podem ser classificados de diversas formas,
Vou tratar você com a força bruta
sendo a mais comum a forma com que o som é produzido.
Pra poder me reabilitar
Há famílias de instrumentos, como os de corda, os de percussão,
Pois esta vida não está sopa os de sopro e os de tecla. A família dos instrumentos de
E eu pergunto: com que roupa? percussão tem um critério de produção sonora, pois os idiofones
Com que roupa que eu vou
percutidos ocorrem quando o instrumento musical produz o som
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou e os membranofones percutidos ocorrem quando há uma
Pro samba que você me convidou? espécie de membrana esticada como uma pele.
Agora eu não ando mais fagueiro
Pois o dinheiro não é fácil de ganhar De posse dessas informações, vê-se que foge à família dos
Mesmo eu sendo um cabra trapaceiro instrumentos de percussão a imagem do
Não consigo ter nem pra gastar
A) Agogô B) Reco-reco
Eu já corri de vento em popa
Alno/Wikimedia Foundation

Miguel Andrade/
Wikimedia Foundation

Mas agora com que roupa?

Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que vê me convidou?
Eu hoje estou pulando como sapo

F B O NLINE.COM.BR 10 OSG.: 119190/17

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 Módulo de Estudo

C) Castanholas D) Xequerê Lamartine Babo, como ficou conhecido Lamartine de Azeredo

Babo, era um dos mais importantes compositores brasileiros. Na

Gebruiker/Wikipedia Foundation

Wikipedia Foundation
letra da canção A.E.I.O.U, nota-se que o compositor, além de criar
uma marchinha carnavalesca,
A) desenvolve uma canção lúdica, na qual se critica o processo
de alfabetização no Brasil.
B) desconhece o novo alfabeto da língua portuguesa, no qual se
incorporam o K, o W e o Y.
C) brinca com a alfabetização das crianças maiores de 10 anos
aqui no Brasil.
D) revela uma sociedade que desvaloriza a escrita de jovens
aprendizes.
E) Pífano E) demonstra preocupação com a idade em que as crianças
brasileiras são alfabetizadas.
Wikipedia Foundation

14. (UEM) “Até 1917, quando foi gravado o disco Pelo Telefone, o
samba em geral era obra de autoria coletiva. Feito principalmente
pelos negros e mulatos dos morros cariocas, era cantado em rodas
de samba, bares, casas de babalorixás ou nas esquinas do Rio de
Janeiro, mas como alcançava um público muito reduzido estava
destinado a morrer no próprio local de origem, conhecido apenas
pelos que haviam convivido com os seus autores.”
12. (Enem/2014) ALVES, Júlia Falivene. A invasão cultural norte-americana.
São Paulo: Moderna, 1988, p. 79.

Por onde houve colonização portuguesa, a música popular Tendo em vista o exposto, assinale a alternativa correta.
se desenvolveu basicamente com o mesmo instrumental. Podemos A) Uma das dificuldades enfrentadas pelo samba para se propagar
ver cavaquinho e violão atuarem juntos aqui, em Cabo Verde, foi a dependência cultural da classe média brasileira, mais
em Jacarta, na Indonésia, ou em Goa. O caráter nostálgico, receptiva a formas musicais internacionais sem raízes populares,
sentimental, é outro ponto comum da música das colônias como o rock and roll, o hip-hop e o reggae.
B) Nos últimos 20 anos, o “pagode” tornou-se uma das formas
portuguesas em todo o mundo. O kronjong, a música típica de
musicais mais consumidas no território brasileiro, apesar
Jacarta, é uma espécie de lundu mais lento, tocado comumente de sua profunda vinculação com temáticas regionalistas,
com flauta, cavaquinho e violão. Em Goa não é muito diferente. principalmente cariocas.
C) Bem diferente do samba, a música caipira não resultou de
De acordo com o texto de Henrique Cazes, grande parte da criadores anônimos, pois sempre teve autores conhecidos.
música popular desenvolvida nos países colonizados por Portugal Porém, ao ser gravada em disco e apresentada para públicos
compartilham um instrumental, destacando-se o cavaquinho e o urbanos, passou a ser chamada de música sertaneja.
D) A disseminação do “pagode” foi acompanhada de críticas a ele
violão. No Brasil, são exemplos de música popular que empregam
dirigidas pelos defensores mais exaltados do “samba de raiz”,
esses mesmos instrumentos: que duvidam de sua autenticidade e qualidade e atribuem sua
A) maracatu e ciranda. popularidade à força da “indústria cultural”.
B) carimbó e baião. E) A música caipira ou sertaneja não conheceu polêmicas entre
C) choro e samba. defensores das obras de raiz e defensores da modernização
D) chula e siriri. das canções, pois sempre fez uso de instrumentos eletrônicos
e de arranjos inspirados na música pop internacional.
E) xote e frevo.
15.
13.
MÚSICA BRASILEIRA
A.E.I.O.U. Tens, às vezes, o fogo soberano
Do amor: encerras na cadência, acesa
Uma, duas, angolinhas Em requebros e encantos de impureza,
Finca o pé na pampulinha Todo o feitiço do pecado humano.
Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar
Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza
A... E... I... O... U... Dabliú, dabliú
Dos desertos, das matas e do oceano:
Na cartilha da Juju, Juju
Bárbara poracé, banzo africano,
A... E... I... O... U... Dabliú, dabliú E soluços de trova portuguesa.
Na cartilha da Juju, Juju
És samba e jongo, xiba e fado, cujos
A Juju já sabe ler, a Juju sabe escrever Acordes são desejos e orfandades
Há dez anos na carti...lha De selvagens, cativos e marujos:
A Juju já sabe ler, a Juju sabe escrever
E em nostalgias e paixões consistes,
Escreve sal com cê-cedilha!
Lasciva dor, beijo de três saudades,
BABO, Lamartine de Azeredo. A.E.I.O.U. Flor amorosa de três raças tristes.
Olavo Bilac

OSG.: 119190/17
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 Módulo de Estudo
No soneto de Olavo Bilac, a homenageada é a música brasileira,
que se entrelaça com a dança quando se percebe que o eu lírico
lhe atribui característica como o requebro. Ao longo do soneto,
ritmos são apresentados, como o jongo e o fado, para caracterizar
a formação da música brasileira, que, para existir, dependeu de
diferentes culturas e etnias que, em síntese, estão sugeridas nos
versos:
A) Tens, às vezes, o fogo soberano / Do amor: encerras na
cadência, acesa.
B) Em requebros e encantos de impureza, / Bárbara poracé, banzo
africano.
C) Todo o feitiço do pecado humano. / És samba e jongo, xiba e
fado, cujos.
D) E soluços de trova portuguesa. / Lasciva dor, beijo de três
saudades.
E) De selvagens, cativos e marujos:/ Flor amorosa de três raças
tristes.
Resolução
01. A questão envolve a leitura de um texto. Neste caso, o candidato
devia ler a letra da canção Feitiço da Vila, de Noel Rosa, e identificar
as afirmações corretas. Em I, a afirmação não faz sentido, porque o
eu-lírico da canção não aborda o cotidiano de homens e mulheres
que lutam para sobreviver; em II, a afirmação também está errada
porque a referência à princesa Isabel não serve para reforçar as
tradições, os versos, as crenças, os conhecimentos e os costumes
dos moradores da Vila Isabel; na verdade, ela serve para lembrar
que essa vila tem nome de princesa. Já em III, a afirmação está
correta e demonstra a ousadia de Noel Rosa ao comparar um
bairro a importantes Estados da nação, destacando a importância
do samba da Vila Isabel e comparando-o ao café de São Paulo e
ao leite de Minas Gerais.
Resposta: B
02. Noel Rosa foi um dos maiores compositores da Era de Ouro do
Rádio no Brasil. São dele as canções Com que roupa?, Conversa de
Botequim, Feitiço da Vila etc. Em Cinema falado, Noel Rosa deixa
entrever uma crítica que recai sobre a expansão da dominação
cultural norte-americana e sobre a desvalorização da cultura popular
nacional. Observe que alguns versos da canção (Amor, lá no morro,
é amor pra chuchu, / As rimas do samba não são “I love you”. /
E esse negócio de “alô, alô, boy”, / “Alô, Johnny”, / Só pode ser
conversa de telefone.”) deixam claro o tom crítico do artista à
dominação cultural americana.
Resposta: C
03. A música brasileira reflete a presença de elementos melódicos
oriundos das etnias africana, indígena e europeia. Dentre as
proposições apresentadas, apenas a I está errada, pois o “Bumba-
meu-boi” não é, necessariamente, tocado por mulheres. As outras
apresentam informações verdadeiras sobre a história de nossa
música.
Resposta: E
04. A literatura, o teatro, as canções são capazes de guardar um
pouco de história de seu povo. Na canção de Noel Rosa, Onde
está a honestidade?, a história se renova, pois é atualizada, já que,
de forma irônica, o autor explora a corrupção e a desonestidade
de muitos, o que, de fato, está latente na sociedade brasileira
contemporânea, principalmente na classe política.
Resposta: A
F B O NLINE.COM.BR
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05. As imagens utilizadas nesta questão permitem ao leitor fazer
algumas interpretações, a fim de associá-las a alguns gêneros
musicais. Na imagem 1, por exemplo, pode-se reconhecer o
gênero chorinho; na imagem 2, nota-se a presença de música
clássica; na imagem 3, o leitor pode reconhecer a música
americana; e, na imagem 4, o estilo rock-in-roll. Não se pode
dizer que o compositor Heitor Villa-Lobos é o mais conhecido dos
compositores clássicos; Beethoven e Mozart, por exemplo, têm
mais representatividade no cenário mundial. Não há instrumentos
acústicos na imagem de número 4. Então, a informação que
melhor atende à imagem é a da letra A.
Resposta: A
06. Segundo o entrevistado, há uma diferença entre a música caipira
e a sertaneja: a primeira reflete a falta da terra, a falta de uma
coisa fundamental que é a mãe; a segunda, embora mostre a falta
de alguma coisa também, reflete valores mais ordinários, coisas
mais passageiras desse mundo sem raízes.
Resposta: D
07. Dos instrumentos utilizadas para a execução do estilo muscial
choro, a flauta transversal faz parte das madeiras. A família dos
instrumentos musicais é assim dividida:
– A família das cordas: as cordas são a base das orquestras,
pois constituem mais da metade dos instrumentos dela.
Esta família é formada por: violinos, violas, violoncelos,
contrabaixos e harpas.
– A família das madeiras: os instrumentos da família das
madeiras são responsáveis pela maioria dos solos dos sopros e
fazem a ligação entre as cordas e os metais, bem como ajudam a
manter a afinação de todo o conjunto. Aliás, a nota da afinação
de toda a orquestra – o Lá3 – parte de um dos instrumentos
do grupo das madeiras: o oboé. Os instrumentos da família das
madeiras são: flautas, flautins ou piccolos, oboés, corne
inglês, clarinetas, clarinetas baixo ou clarones, fagotes e
contra fagotes.
– A família dos metais: os sons dos metais é também
produzido pelo sopro dos instrumentistas. Como o próprio
nome sugere, eles são construídos de uma liga de metais e
cada instrumento consiste em um tubo dobrado ou enrolado
no qual é colocado um bocal em uma das extremidades,
onde o próprio músico sopra. A característica básica dos
instrumentos da família dos metais é a presença de um bocal
e de válvulas – ou pistos. Os trombones podem ser de válvulas
ou de vara. A família dos metais é formada por: trompas,
trompetes, trombones e tuba.
– A família da percussão: ao fundo do palco podemos ver
a família da percussão. É um naipe vastíssimo que inclui:
tímpanos, tambor, bombo, caixa clara, xilofone,
triângulo, pratos e carrilhão, entre outros. Esta família é
poderosa em termos de volume de som e por esta razão fica
alojada no fundo do palco.
Resposta: A
08. Na letra da canção, ao exaltar a cultura futebolística do povo
brasileiro, o autor chama a atenção para a alienação em massa,
como ocorre no futebol, de agrupamentos gigantescos. Por isso,
é justo afirmar que a ideia central da canção é promover uma
reflexão sobre essa alienação.
Resposta: D
12 OSG.: 119190/17
 Módulo de Estudo

09. Noel Rosa, compositor brasileiro dos anos 30, compôs um dos
sambas mais belos da música popular brasileira. Com que roupa?
é o primeiro grande sucesso desse sambista carioca. Nessa canção,
notam-se expressões metafóricas, como as presentes nos versos
Vou tratar você com a força bruta e Eu já corri de vento em popa.

Resposta: E

10. Sobre Villa-Lobos, sabe-se que era um defensor do ensino da

música na Escola, pois, se assim fosse, criar-se-ia uma consciência
musical brasileira. Ele também participou de excursões artísticas
em caravana com diversos músicos pelo interior do país. Villa-
Lobos buscou desenvolver uma música de raiz, nacionalista.

Resposta: B

11. Existem muitas formas de classificar os instrumentos musicais. Um

exemplo é a classificação dos instrumentos da orquestra sinfônica
que divide os instrumentos em cordas, sopros (subdivididos em
madeiras e metais) e percussão. Nos instrumentos de cordas, o som
é produzido pela vibração de uma corda, quando esta é friccionada
ou percutida. Exemplos: violino, viola, guitarra, contrabaixo. Nos
instrumentos de sopro, o som é produzido pelo movimento do
ar, que se encontra no seu interior. Exemplos: flautas, saxofone,
clarinete, trompa. Nos instrumentos de percussão, o som é
produzido pela vibração de uma membrana ou de uma superfície.
Exemplos: tambores, baterias, xilofones, adufes. Além dessa
classificação, os instrumentos musicais também são classificados
em famílias (dos metais, das madeiras, da percussão e das cordas).
Portanto, foge à família dos instrumentos de percussão o pífano.

Resposta: E

12. Dentre os diversos ritmos que o cavaquinho e o violão costumam

executar, têm-se o Choro e o Samba, que são típicos da cultura
popular brasileira.

Resposta: C

13. A música pode desempenhar diferentes papéis: entreter, criticar,

ensinar, divertir etc. Na letra de Lamartine Babo, numa veia lúdica,
o autor critica o processo de alfabetização brasileiro, já que, de
forma irônica, revela a aquisição da linguagem escrita da Juju,
fugindo ao que estabelece a norma padrão da língua portuguesa.

Resposta: A

14. A história do samba, em termo de registro, começa quando Donga

compõe Pelo Telefone, música ainda hoje é cantada por muitos
intérpretes. Dentre as alternativas expostas, aquela que explica o
preconceito que o pagode sofreu quando de sua implementação é
a correta, pois qualquer ritmo, quando de seu surgimento, sofreu
críticas dos seus adeptos de ritmos anteriores. Isso ocorreu com
o sertanejo universitário, com o funk, com pagode etc.

Resposta: D

15. No soneto de Olavo Bilac, a música brasileira é a homenageada

e é explicada a sua origem, que resulta da cultura dos selvagens
(índios), dos cativos (negros) e dos marujos (portugueses), ou seja,
os versos da alternativa E sintetizam bem a origem e a formação
da nossa música.

Resposta: E

SUPERVISOR/DIRETOR: Marcelo Pena – AUTOR: Tom Dantas

DIG.: Cl@udi@ – 25/09/17 – REV.: Karlla

OSG.: 119190/17
13 F B O N L I NE .C O M . B R
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