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MOVIMENTO CONTEXT O 1 FASE

a LIBERDADE FORMAL
valorização das
MANIFESTOS MODERNISTAS

temáticas cotidianas manifesto da MOVIMENTO


FASE HEROICA
LITERÁRIO
poesia Pau-Brasil ANTROPÓFAGO
SEMANA DE ARTE MODERNA 1922 – 1930
ruptura com os RENOVAÇÃO ESTÉTICA
COMEÇOU EM 1922 modelos artísticos Mimeis REVISTA
convencionais
FINAL INCERTO INDEPENDÊNCIA
quebra de KLAXON
CULTURAL padrões artísticos Mário de Oswald de Manuel
Andrade Andrade Bandeira

2 FASE
a
MODERNISMO 3 FASE
aa PLURALIDADE
FORMAS EST E
É
E EXPERIMEN TICAS
D
1930 – 1945 “Pós-Modernismo” TALISMO
LINGUÍSTICO
ERA VARGAS 1945 – 1980
FIM DO
fim da política
do café com leite 2 GUERRA MUNDIAL
a ESTADO NOVO INÍCIO DA
GUERRA FRIA
GERAÇÃO DE 45
E DA 2a GUERRA
FORMALISTA
GERAÇÃO DE 30
PREOCUPAÇÕES
POLÍTICO-SOCIAIS
CECÍLIA
NORDESTE MEIRELES
VINÍCIUS
DE MORAES JOÃO CABRAL GUIMARÃES ROSA CLARICE LISPECTOR
PROBLEMAS JORGE CARLOS DRUMMOND DE MELO NETO
SOCIAIS GRACILIANO DE ANDRADE prosas poéticas mergulho profundo na
RAMOS AMADO poesia substantivada SERTÃO-MUNDO subjetividade do ser
LITERATURA

MODERNISMO
NO BRASIL

6ª fase

1ª. Geração
PROF. GISELE LUZ
Momento Histórico
 Início do século XX: apogeu da Belle Époque.
 Reivindicações de massa. Greves e turbulências sociais. Socialismo
ameaça.
 Progresso científico: eletricidade. Motor a combustão: automóvel e
avião.
 Concreto armado: ―arranha-céu‖. Telefone, telégrafo. Mundo da
máquina, da informação, da velocidade.
 Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa.
 Abolir todas as regras. O passado é responsável. O passado, sem perfil,
impessoal. Eliminar o passado.
 Arte Moderna. Inquietação. Nada de modelos a seguir. Recomeçar.
Rever. Reeducar. Chocar. Buscar o novo: multiplicidade e velocidade,
originalidade e incompreensão, autenticidade e novidade.
 Vanguarda - estar à frente, repudiar o passado e sua arte. Abaixo o
padrão cultural vigente.
O Modernismo brasileiro
 Comparado a outros movimentos modernistas, o brasileiro foi
desencadeado tardiamente, na década de 20. Foi resultado,
em grande parte, da assimilação de tendências culturais e
artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no período
que antecedeu a 1ª. Guerra Mundial e refletiu na procura da
abolição de todas as regras anteriores e a procura da novidade
e da velocidade.
 Considera-se a Semana de Arte Moderna (SAM) - São Paulo,
em 1922 - como ponto de partida do Modernismo no Brasil.
 Não sendo dominante desde o início, o Modernismo, com o
tempo, suplantou os anteriores.
 Foi marcado, pela liberdade de estilo e aproximação com a
linguagem falada, sendo os da primeira fase mais radicais em
relação a esse marco.
Divide-se o Modernismo em três fases:

1ª. fase: mais radical e fortemente oposta a tudo que foi anterior,
cheia de irreverência e escândalo;

2ª. fase: mais amena, que formou grandes romancistas e poetas;

3ª. fase: também chamada Pós-Modernismo por vários autores,


que se opunha de certo modo a primeira fase e era por isso
ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo.
Primeira geração (1922-1930)

 Caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo rica


em manifestos e revistas de circulação efêmera;
 busca pelo moderno, original e polêmico, com o nacionalismo em
suas múltiplas facetas.
 volta das origens, através da valorização do indígena e a língua falada
pelo povo;
 Nacionalismo empregado de 2 formas distintas:
 Crítica: alinhada à esquerda política através da denúncia da realidade
 Ufanista: exagerada e de extrema direita.

Devido à necessidade de definições e de rompimento com todas


as estruturas do passado foi a fase mais radical, assumindo um caráter
anárquico e destruidor.
Primeira geração (1922-1930)

Principais Manifestos e Revistas

 Revista Klaxon - Mensário de Arte Moderna (1922-1923)

 Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925)

 A Revista (1925-1926)

 Verde-Amarelismo (1926-1929)

 Manifesto Regionalista de 1926

 Revista Antropofagia (1928-1929)


Surgida como consequência do Manifesto Antropófago
escrito por Oswald de Andrade
Seu nome origina-se da tela Abaporu (O que come)
De Tarsila do Amaral
Primeira geração (1922-1930)

Principais Autores

 Antônio de Alcântara Machado (1901-1935)


 Cassiano Ricardo (1895-1974)
 Guilherme de Almeida (1890-1969)
 Juó Bananére (1892-1933)
 Manuel Bandeira (1886-1968)
 Mário de Andrade (1893-1945)
 Menotti del Picchia (1892-1988)
 Oswald de Andrade (1890-1953)
 Plínio Salgado (1895-1975)
 Raul Bopp (1898-1984)
 Ronald de Carvalho (1893-1935)
CARACTERÍSTICAS:
 Nacionalismo crítico e ufanista;
 Valorização do cotidiano;

 Resgate das raízes culturais brasileiras;

 Críticas à realidade brasileira;

 Renovação da linguagem;

 Oposição ao parnasianismo e ao academicismo;

 Experimentações estéticas;

 Renovações artísticas;

 Ironia, sarcasmo e irreverência;

 Caráter anárquico e destruidor;

 Uso de versos livres e brancos.


JOSÉ OSWALD DE SOUSA ANDRADE (SÃO PAULO
11/01/1890; SÃO PAULO 22/10/1954)
• Irreverente, ousado, foi
escritor, ensaísta e
dramaturgo brasileiro;
• Considerado pela crítica como
o elemento mais rebelde do
grupo.
• Casou com Tarsila do Amaral
em 1926.
Primeira geração (1922-1930)

OSWALD DE ANDRADE
Poesia Principais Obras
1926: Pau-Brasil
1927: Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade
1945: Cântico dos cânticos para Flauta e Violão
1945: O Escaravelho de Ouro
1947: O Cavalo Azul

Romance
1922-1934: Os Condenados (trilogia);
1924: Memórias Sentimentais de João Miramar;
1933: Serafim Ponte Grande;
1943: Marco Zero à Revolução Melancólica.

Teatro
1934: O Homem e o Cavalo;
1937: A Morta;
1937: Rei da Vela.
―A DESCOBERTA‖ DE OSWALD DE ANDRADE
(PARÓDIA DA CARTA DE CAMINHA)

Seguimos nosso caminho por este Depois de dançarem


mar de longo Diogo Dias
Até a oitava da Páscoa Fez o salto real
Topamos aves as meninas da gare
E houvemos vista de terra Eram três ou quatro moças bem
os selvagens moças e bem gentis
Mostraram-lhes uma galinha Com cabelos mui pretos pelas
Quase haviam medo dela espáduas
E não queriam por a mão E suas vergonhas tão altas e tão
E depois a tomaram como saradinhas
espantados Que de nós as muito bem olhamos
primeiro chá Não tínhamos nenhuma vergonha.
CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA
(PARÓDIA DA ―CANÇÃO DO EXÍLIO DE GONÇALVES DIAS)
- OSWALD DE ANDRADE -

Minha terra tem palmares Ouro terra amor e rosas


Onde gorjeia o mar Eu quero tudo de lá
Os passarinhos daqui Não permita Deus que eu
Não cantam como os de lá morra
Sem que volte para lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores Não permita Deus que eu
Minha terra tem mais ouro morra
Minha terra tem mais terra Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
CANÇÃO DO EXÍLIO
DE PRIMEIROS CANTOS (1847) GONÇALVES DIAS

Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem primores,


Onde canta o Sabiá; Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui gorjeiam, Em cismar sozinho, à noite
Não gorjeiam como lá. Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Nosso céu tem mais estrelas, Onde canta o Sabiá.
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida, Não permita Deus que eu morra,
Nossa vida mais amores.[...] Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
OSWALD DE ANDRADE – OUTROS POEMAS
―Pronominais‖ ―Vício na fala‖
Dê-me um cigarro Para dizerem milho
Diz a gramática dizem mio
Do professor e do aluno Para melhor dizem mió
E do mulato sabido Para pior pió
Mas o bom negro e o Para telha dizem teia
bom branco Para telhado dizem
Da Nação Brasileira teiado
Dizem todos os dias E vão fazendo telhados
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
OSWALD DE ANDRADE – OUTROS POEMAS
― O capoeira‖ ―Erro de português‖

Quando o português
— Qué apanhá sordado? chegou
— O quê? Debaixo de uma bruta
— Qué apanhá? chuva
Pernas e cabeças na Vestiu o índio
calçada. Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
MÁRIO RAUL MORAIS DE ANDRADE
(SÃO PAULO, 9/10/1893 — SÃO PAULO, 25/02/1945)
Carismático, culto, intelectual,
crítico, Poeta, escritor, crítico
literário, musicólogo, folclorista,
ensaísta brasileiro.

Foi um dos pioneiros da poesia


moderna brasileira com a
publicação de seu livro
―Pauliceia Desvairada‖ (1922).
Primeira geração (1922-1930)
Poesia:
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917);
Paulicéia Desvairada (1922);
Losango Cáqui (1926);
Clã do Jaboti (1927);
Remate de Males (1930);
Poesias (1941).
MARIO DE ANDRADE
Prosa: Principais Obras
Primeiro Andar (1926);
Amar, Verbo Intransitivo: idílio (1927);
Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928);
Belazarte (1934);
Os Filhos da Candinha (1943);
Contos Novos (1947).

Ensaios:
A Escrava que não é Isaura (1925);
Ensaio sobre a Música Brasileira (1928);
O Aleijadinho e Álvares de Azevedo (1935);
Namoros com a Medicina (1939);
O Baile das Quatro Artes (1943);
Aspectos da Literatura Brasileira (1943);
Padre Jesuíno de Monte Carmelo (1945);
O Empalhador de Passarinhos (1946).
―ODE AO BURGUÊS‖ (MÁRIO DE ANDRADE)

Eu insulto o burgês! O Eu insulto as aristocracias


burguês-níquel, cautelosas!
o burguês-burguês! os barões lampiões! os condes
A digestão bem feita de São Joões! os duques zurros!
Paulo! que vivem dentro de muros sem
O homem-curva! o homem- pulos,
nádegas! e gemem sangues de alguns mil-
O homem que sendo réis fracos
francês, brasileiro, italiano, para dizerem que as filhas da
é sempre um cauteloso senhora falam o francês
pouco-a-pouco! ............
MANUEL BANDEIRA
(RECIFE, 1886 - RIO DE JANEIRO, 1968)
M. Bandeira foi um poeta brasileiro.
"Vou-me Embora pra Pasárgada" é
um dos seus mais famosos poemas.
Foi também professor de literatura,
crítico literário e crítico de arte.
Os temas mais comuns de sua obra
são:
a paixão pela vida, a morte, o amor,
o erotismo, a solidão, o cotidiano e a
infância
Primeira geração (1922-1930) MANUEL BANDEIRA
• estilo simples e direto;
• aborda temas cotidianos/universais;
• às vezes com uma abordagem de "poema-piada―;
• lida com formas que a tradição acadêmica considera vulgares;
• conhecedor da Literatura;
• certa melancolia, associada a um sentimento de angústia, permeia sua
obra;
• procura uma forma de sentir a alegria de viver;
• doente dos pulmões, sofria de tuberculose e sabia dos riscos que corria;
• a perspectiva de deixar de existir a qualquer momento é uma constante
na sua obra;
• sua poesia está inscrita em um drama que conjuga sua história pessoal e
o conflito estilístico vivido pelos poetas de sua época.

A Cinza das Horas e Carnaval: estão presentes a mágoa, a melancolia, o


ressentimento enquadrados pelo estilo mórbido do simbolismo e
parnasianismo tardios.
Ritmo Dissoluto: aqui realmente encontramos os ideais do Modernismo.
Libertinagem: seus versos livres mostram claramente as tendências
modernistas, a linguagem coloquial e o uso de temas folclóricos.
Primeira geração (1922-1930)

Poesia MANUEL BANDEIRA


A cinza das horas, 1917 Principais Obras
Carnaval, 1919
O ritmo dissoluto, 1924
Libertinagem, 1930
Estrela da manhã, 1936
Mafuá do malungo, 1948
Estrela da tarde, 1960
Estrela da vida inteira, 1966

Prosa
Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936
Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938
Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940
Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940
Apresentação da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946
Gonçalves Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952
Itinerário de Pasárgada - Rio de Janeiro, 1954
De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954
A Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957
―VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA ―
(MANUEL BANDEIRA)
 Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei Aqui eu não sou feliz

Lá tenho a mulher que eu quero Lá a existência é uma aventura

Na cama que escolherei De tal modo inconsequente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive


“POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL”
(MANUEL BANDEIRA)
João Gostoso era carregador de feira livre e morava
[ no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu
[ afogado.
OS SAPOS – BANDEIRA

Enfunando os papos, O sapo-tanoeiro,


Saem da penumbra, Parnasiano aguado,
Aos pulos, os sapos. Diz: - "Meu cancioneiro
A luz os deslumbra. É bem martelado.

Em ronco que aterra, Vede como primo


Berra o sapo-boi: Em comer os hiatos!
- "Meu pai foi à guerra!" Que arte! E nunca rimo
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não Os termos cognatos.
foi!".
Primeira geração (1922-1930)
ALCANTARA MACHADO

• jornalista, político e escritor brasileiro.


• não participou da SAM;
• escreveu diversos contos e crônicas modernistas e um romance
inacabado;
• em 1928, uniu-se a Oswald de Andrade para fundarem a Revista de
Antropofagia;
• investia a favor da ruptura, contra a Literatura dos valores estilísticos
clássicos, com vistas a desconstruir as convenções, desmoralizar, evoluir
e acabar com a cultura preestabelecida, com o estilo rebuscado que até
então vogava dentre os literatos do Brasil;
• fez uso de uma linguagem leve, bem-humorada e espontânea;
• Usou temas urbanos e do cotidiano como expressão literária aplicada à
prosa.
• continuou a exercer a carreira de crítico literário no Rio, onde se
candidatou ao cargo de deputado federal.
• Eleito, sequer chegou a ser empossado, dadas complicações duma
cirurgia do apêndice que resultariam no seu falecimento, no RJ (1935),
deixando para trás, inacabado, o seu romance Mana Maria.
Primeira geração (1922-1930)

ALCANTARA MACHADO
Principais Obras
 Pathé-Baby (1926), romance
 Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), contos
 Laranja da China (1928), contos
 Mana Maria (inacabado), romance
 Cavaquinho e saxofone (1940, póstuma), crônicas e ensaios
 Contos Avulsos (1961, póstuma), contos
VEJA UM TRECHO DO LIVRO ―BRÁS, BEXIGA E BARRA
FUNDA‖ (CONTO):
Gaetaninho

— Xi, Gaetaninho, como é bom!


Gaetaninho ficou banzando bem no meio da rua. O Ford quase derrubou e ele não viu o Ford.
O carroceiro disse um palavrão e ele não ouviu o palavrão.
— Eh! Gaetaninho! Vem pra dentro.
Grito materno sim: até filho surdo escuta. Virou o rosto tão feio de sardento, viu a mãe e viu o
chinelo.
— Súbito!
Foi-se chegando devagarinho, devagarinho. Fazendo beicinho. Estudando o terreno. Diante
da mãe e do chinelo parou.
Balançou o corpo. Recurso de campeão de futebol. Fingiu tomar a direita. Mas deu meia volta
instantânea e varou pela esquerda porta adentro.
Eta salame de mestre!
Ali na Rua Oriente a ralé quando muito andava de bonde. De automóvel ou carro só mesmo
em dia de enterro. De enterro ou de casamento. Por isso mesmo o sonho de Gaetaninho era
de realização muito difícil. Um sonho.
O Beppino por exemplo. O Beppino naquela tarde atravessara de carro a cidade. Mas como?
Atrás da tia Peronetta que se mudava para o Araça. Assim também não era vantagem.
Mas se era o único meio? Paciência.
Menotti Del Picchia (São Paulo,1892-São
Paulo, 1988)
 Poeta, romancista, ensaísta, cronista, jornalista, advogado, tabelião e
político brasileiro.
 Foi ativista do Modernismo, mas sua obra mais marcante é o poema
―Juca Mulato‖ (1917), cuja temática é o caboclo, o maior traço do Pré-
Modernismo.
 Em ―Juca Mulato‖, fixa o temperamento triste do brasileiro o qual foi
reproduzido em diversos jornais do país.
 Com inovações de linguagem, a obra levou o autor ao
reconhecimento nacional. Nesse mesmo ano publicou o poema
―Moisés‖.
 Em 1924, Menotti criou, junto com Cassiano Ricardo, Plínio Salgado
e Guilherme de Almeida, o Movimento Verde e Amarelo, como
reação ao tipo de nacionalismo defendido por Oswald de Andrade.
MENOTTI DEL PICCHIA
- OBRAS -
Poesias: Romances:
 Do Vício e da Virtude, 1913  A República 3000, 1930

 Moisés, 1917  Salomé, 1930

 Juca Mulato, 1917  Kalum, o mistério do sertão,

 Angústia de D. João, 1922 1936


 O Amor de Dulcinéia, 1926  Kamunká, 1938

 República dos Estados  Dente de Ouro, 1946

Unidos do Brasil, 1928 e outras


 O Deus Sem Rosto, 1967
MOVIMENTO PAU-BRASIL (1924-1925)
 dirigido por Oswald de Andrade e com a participação de Tarsila do
Amaral, Alcântara Machado, Raul Bopp e Mário de Andrade.
 O programa pregava o primitivismo, a simplicidade, a crítica ao
nacionalismo postiço. Apresentava como proposta uma literatura
extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma
redescoberta do Brasil.
 Politicamente, o grupo tendia para a esquerda. Desse grupo, é o
―Manifesto Pau-Brasil‖, redigido por Oswald de Andrade, publicado
em 18/03/1924.
 Alguns dos princípios deste manifesto foram seguidos por Oswald de
Andrade no seu livro de poemas Pau-Brasil, publicado numa editora
francesa e ilustrado por Tarsila do Amaral.
EIS ALGUMAS PASSAGENS DO MANIFESTO
DA POESIA PAU-BRASIL:

“A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre, nos verdes na
Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O carnaval no Rio é o
acontecimento religioso da raça.
Pau-Brasil, Wagner submerge os cordões no Botafogo. Bárbaro e nosso. A
formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e
a dança. Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de
jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das ideias.
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição
milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos. A poesia Pau-Brasil
é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata
resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a
Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
(“Correio da Manhã”,18/ 03/1924.)
GRUPO VERDE-AMARELO/VERDE-AMARELISMO OU
ESCOLA DA ANTA - (1926-1929)
 Este grupo foi criado em oposição ao Movimento
Pau-Brasil. O Grupo verde-amarelo propõe, em vez
de primitivismo, um nacionalismo ufanista.
 Líderes: Menotti del Picchia, Plínio Salgado,
Cassiano Ricardo e Guilherme de Almeida.
 1929: o Grupo Verde-Amarelo se transforma no
Grupo da Anta (a anta foi escolhida símbolo da
nacionalidade por ter sido totem do povo tupi), com uma
linha política clara: adesão ao Integralismo, versão
nacional do Nazifascismo.
 1929: o Grupo da Anta publica seu ―Manifesto
Nhengaçu Verde-Amarelo‖.
―MANIFESTO NHENGAÇU VERDE-AMARELO‖ - EIS UM
FRAGMENTO:
“0 grupo „verdamarelo‟, cuja regra é a liberdade plena de cada um ser
brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o
seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação
instintiva; - o grupo „verdamarelo‟, à tirania das sistematizações
ideológicas, responde com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo
de sua ação brasileira. (. . .)
Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas
mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o fez,
através de quatro séculos, a alma da nossa gente, através de todas as
expressões históricas.
Nosso nacionalismo é „verdamarelo‟ e tupi.”
O Movimento Antropofágico (1928-1929)

• Liderado por Oswald de Andrade, contando com: Mário de Andrade,


Oswald de Andrade e Raul Bopp
• resposta às questões colocadas pela SAM
• Para ele, a renovação da arte nasceria a partir da retomada dos
valores indígenas, da liberação do instinto e da valorização da
inocência.
• O objetivo dele era a de uma atitude brasileira de devorar os valores
europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com
suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos,
no plano psicológico.
• A SAM marcou uma revolução no modo de ver e pensar o Brasil.
• Na verdade a ideia era por fim a maneira de falar difícil e não dizer
nada, ou seja, eliminar o velho da vida intelectual brasileira.
• O manifesto antropofágico colocou em questão o capitalismo do
terceiro mundo: a dependência.
• Denunciou o bacharelismo das camadas cultas que copiavam os
países capitalistas.
MANIFESTO ANTROPÓFAGO - (1928/29)
 o mais radical manifesto do Modernismo: propunha a ―devoração‖ da
cultura e das técnicas importadas e sua reelaboração com
autonomia, transformando um produto importado em exportável.
 Lutavam por uma poesia primitiva, dentro dos objetivos do manifesto
Pau-Brasil. 
Eis um fragmento: 

“Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente.
Filosoficamente. 
Única lei do mundo. Expressão masca- rada de todos
os coletivismos. De todas as religiões. A todos os tratados de paz.

Tupy, or not tupy that is the question. 
Contra todas as catequeses. E
contra a mãe dos Gracos. 
Só me interessa o que não é meu. Lei do
homem. Lei do Antropófago.” 

 Por esse breve panorama, percebe-se que o processo de
propagação das ideias modernistas se fez, basicamente, em São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e no Nordeste do país.
REFERÊNCIAS
 Modernismo brasileiro
https://portugues.uol.com.br/literatura/modernismo-brasileiro.html
 Modernismo brasileiro – 1ª geração -
https://valerumlivro.com.br/modernismo-primeira-fase-resumo/
 Oswald de Andrade - http://www.jornaldepoesia.jor.br/oswal.html
 https://www.ebiografia.com/oswald_andrade/
 Menotti Del Picchia https://www.ebiografia.com/menotti_del_picchia/
 Manuel Bandeira https://www.ebiografia.com/manuel_bandeira/
 Mário de Andrade https://www.ebiografia.com/mario_andrade/
 Alcântara Machado - https://www.ebiografia.com/alcantara_machado/
REFERÊNCIAS

 Brás, Bexiga e Barra Funda:


https://docente.ifrn.edu.br/paulomartins/livros-
classicos-de-literatura/bras-bexiga-e-barra-funda-
de-antonio-de-alcantara-machado.-pdf
 O movimento Verde-amarelo:
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/
2500742
 Primeira Geração Modernista - 1.ª Fase do
Modernismo:
https://www.todamateria.com.br/primeira-geracao-
modernista/
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CAMPUS FLORIANÓPOLIS - DALTEC - ASSESSORIA DE PORTUGUÊS - Profa.: GISELE LUZ
Aluno (a):_____________________________________________ Turma: _______ Data: ______

MODERNISMO BRASILEIRO

Todos os acontecimentos estudados Pretendiam colocar a cultura brasileira a par


anteriormente (Simbolismo, Impressionismo, das correntes de vanguarda do pensamento
Vanguardas europeias), prepararam terreno para o europeu, ao mesmo tempo que pregava a tomada de
surgimento do Modernismo. consciência da realidade brasileira.
No Brasil, esse movimento se divide em 3 Alguns nomes se destacaram:
fases: a) na música: Heitor Villa-Lobos;

 1a fase: vai de 1922 a 1930; b) na arquitetura: Antonio Moya;

 2a fase: de 1930 a 1945; c) na pintura: Anita Malfatti, Di Cavalcanti e
 3a fase: de 1945 a mais ou menos 1960. Rego Monteiro;

d) na literatura: Mário de Andrade, Oswald de
Primeira fase modernista (1922 - 1930) Andrade, Manuel Bandeira, Graça Aranha e
Ronald de Carvalho, entre outros.
1. Contexto histórico
O Modernismo, em sua primeira fase, iniciou O poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira,
em 1922, com a realização, em São Paulo, da que ridiculariza o Parnasianismo, mormente o Pós-
Semana de Arte Moderna e se caracterizou por uma Parnasianismo, foi declamado por Ronald de
radical renovação nos rumos da literatura nacional. A Carvalho “sob os apupos, os assobios, a gritaria de
profunda reviravolta que, nesses anos, marcou não „foi não foi‟ da maioria do público”. Ronald, aliás,
apenas a literatura, mas toda cultura e a vida disse também versos de Ribeiro Couto e Plínio
nacional, tem suas raízes mais remotas no espírito Salgado. Oswald de Andrade leu trechos de seu
revolucionário que se formou no Brasil, na altura do romance Os condenados. Agenor Barbosa obteve
último decênio do século XIX e suas causas mais aplausos com o poema “Os pássaros de aço”, sobre
recentes nas transformações políticas, sociais e o avião, e Sérgio Miliet falou sob o acompanhamento
culturais que seguiram à Primeira Guerra Mundial. de relinchos e miados.
No plano nacional, é notável a formação, em Enfim, durante o espetáculo, houve quem
fins do século XIX e início do XX, de um clima de cantasse como galo e latisse como cachorro, no
inconformismo em relação à ordem política e social dizer de Menotti del Picchia, ou “a revelação de
instaurada pela República, de 1889, e pela algumas vocações de terra-nova e galinha d‟angola,
Constituição de 1891. muito aproveitáveis”, na frase de Oswald de
Esse clima de inconformismo veio surtir Andrade.
efeitos concretos, na altura da década de 20, com os Eis o poema “Os sapos” de Manuel Bandeira,
movimentos armados de 1922 (“Os 18 de declamado por Ronald de Carvalho:
Copacabana”) e de 1924 (revolta de Isidoro Dias
Lopes, em São Paulo), que acabariam por triunfar OS SAPOS
com a Revolução de Outubro de 1930. A época, das
mais agitadas da história do país, foi ainda marcada Enfunando os papos,
por outros acontecimentos de relevo, como a Saem da penumbra,
peripécia da Coluna Prestes (1925 - 1927), crise Aos pulos, os sapos.
econômica do café, devido ao “crack” da Bolsa de A luz os deslumbra.
New York (1929), fundação do Partido Comunista
Brasileiro (março de 1922). Em ronco que aterra,

 Berra o sapo-boi:
2. A semana de arte moderna 
 – “Meu pai foi à guerra!”

 – “Não foi!” - “Foi!” - “Não foi!”.
Paralelamente à ruptura no campo político,
O sapo-tanoeiro,
preparava-se outra de caráter artístico, que
Parnasiano aguado,
culminaria na Semana de Arte Moderna, realizada de
11 a 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de

 Diz: – “Meu cancioneiro
São Paulo. Apresentaram-se vários artistas É bem martelado.
representantes das novas tendências, em meio a
escândalos, vaias e tumultos. Os modernistas se Vede como primo

afirmavam, violenta e escandalosamente, propugna- Em comer os hiatos!
dos pela libertação artística em todos os níveis: Que arte! E nunca rimo
vocabulário, sintaxe, escolha dos temas, maneiras de Os termos cognatos.
encarar o mundo.
O meu verso é bom do próprio texto: joio, apoio) são expressões que se
Frumento sem joio. referem a procedimentos poéticos de estilos literários
Faço rimas com preocupados sobretudo com a perfeição formal, entre os
quais se destaca o Parnasianismo;
Consoantes de apoio.
frumento sem joio: frumento = o melhor trigo; joio = erva
daninha. O sentido, no poema, é de “retoricamente
Vai por cinquenta anos perfeito”;
Que lhes dei a norma: a fôrmas a forma: no primeiro caso, a palavra forma(vogal
Reduzi sem danos
 o fechada) significa molde, norma, receita; no segundo
A fôrmas a forma. caso, a mesma palavra é pronunciada com a vogal aberta;
cético: que duvida de tudo, descrente;
Clame a saparia
 assomo: irritação, enfurecimento;
“A grande arte é como/Lavor de joalheiro [...]”:
Em críticas céticas:

referência ao poema “Profissão de fé”, de Olavo Bilac, em
Não há mais poesia, que o autor compara o trabalho do poeta com o do
Mas há artes poéticas...” ourives-joalheiro;
lavor: trabalho;
Urra o sapo-boi: estatuário: escultor;

 – “Meu pai foi rei” - “Foi!”
 perau: declive rápido do fundo do mar ou de um rio, junto
– “Não foi” - “Foi!” – “Não foi!” à costa ou à margem; barranco;
transido: esmorecido, abatido;
 sapo-cururu: espécie de
sapo mais comum no Brasil.
Brada em um assomo

O sapo-tanoeiro:

 – “A grande arte é como Para compreender melhor essa manifestação
Lavor de joalheiro artística que marca a ruptura com a arte tradicional, é
necessário considerar que o Modernismo brasileiro
Ou bem de estatuário. esteve em consonância com grandes movimentos
Tudo quanto é belo, internacionais de renovação de ideias e da arte. Por
Tudo quanto é vário, isso, foram estudadas, nas aulas anteriores, as
Canta no martelo.” vanguardas artísticas da Europa.
A França, mais uma vez, serviu de fonte para
as técnicas e ideias utilizadas pelos modernistas.
Outros, sapos-pipas

Primeiro, porque essas ideias chegaram até nós
(Um mal em si cabe),

quase que simultaneamente com sua ocorrência em
Falam pelas tripas:

Paris, a capital cultural da época. Segundo, porque
- “Sei!” – “Não sabe!” – “Sabe!”.
os modernistas não se limitaram a copiar o que se
fazia na França. De acordo com um dos participantes
Longe dessa grita,

do movimento, “eles fizeram em São Paulo o que os
Lá onde mais densa

franceses faziam em Paris: revolucionaram tudo para
A noite infinita
 pôr seu país dentro das correntes de ideias do
Verte a sombra imensa; momento, criaram uma arte e uma literatura que
exprimiam a época em que viviam. Por isso eram
Lá, fugido ao mundo, modernos” (apud Aracy Amaral).
Sem glória, sem fé, Para alcançar esse objetivo, os modernistas
No perau profundo romperam com as formas de expressão já gastas e
E solitário, é solidificadas na arte brasileira.
Foi assim que a pintora Anita Malfatti
Que soluças tu, apresentou obras em que se nota o total
Transido de frio, descompromisso quanto à cor e à simplificação das
Sapo-cururu
 formas. Di Cavalcanti, por sua vez, apresentou uma
Da beira do rio... pintura predominantemente geométrica. Na música
de Villa-Lobos, aparecia o aproveitamento de temas
do folclore brasileiro e a utilização de um ou outro
VOCABULÁRIO instrumento inédito: uma folha de zinco que vibrava,
enfunar: retesar, inchar, encher-se de vaidade; por exemplo. A escultura de Brecheret mostrava
sapo-boi: sapo-gigante, espécie da mesma família a que obras em que a estilização e a preocupação com a
pertence o sapo-cururu, distinguindo-se deste pelo maior
cor eram as notas dominantes. Os projetos
comprimento;
sapo-tanoeiro: (perereca, sapo-ferreiro) o seu coaxar arquitetônicos expostos mostravam uma
lembra o som do bater de ferro contra ferro, fato que lhe preocupação em restabelecer o colonial brasileiro.
motivou o nome popular; Como se pode perceber, a conquista de uma
aguado: desagradável, monótono; martelado: trabalhado, nova forma de expressão foi a tônica da Semana.
ritmado; primar: ser primoroso, hábil; Embora não houvesse homogeneidade de tendên-
comer os hiatos: rimar termos cognatos (termos que têm cias, houve um ponto em comum: todas eram contra
raiz comum, como belo, beleza, embelezar) e fazer rimas a tradição acadêmica. Todas propunham uma nova
com consoantes de apoio (consoante que forma sílaba linguagem para expressar a realidade brasileira. Uma
com a última vogal tônica de um verso, como em exemplos
linguagem que era nossa e, ao mesmo tempo, sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando
universal. na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro
compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o
jornal.
3. LITERATURA No jornal anda todo o presente.
Essa mesma preocupação com uma nova (“Correio da Manhã”,18/ 03/1924.)
linguagem expressiva marca as manifestações
literárias da primeira fase do Modernismo. Grupo Verde-Amarelo - (1925) em oposição ao
Muito importante é frisar que o português que Movimento Pau-Brasil, propondo, em vez de
se escrevia, aqui, antes da Semana de 22, era uma primitivismo, um nacionalismo ufanista. Líderes:
réplica do português lusitano, sempre sob a vigilância Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Cassiano
severa dos gramáticos tradicionais. Ricardo e Guilherme de Almeida. Por volta de 1929,
Era uma língua que “sufocava a expressão o Grupo Verde-Amarelo vai se transformar no Grupo
genuína dos intelectuais brasileiros”. Contra esse da Anta (a anta foi escolhida símbolo da
instrumento, considerado inadequado para expressar nacionalidade por ter sido totem do povo tupi), com
uma realidade nossa, voltaram-se os modernistas, uma linha política clara: adesão ao Integralismo,
buscando, sem a fiscalização da gramática, enfocar versão nacional do Nazifascismo. Em 1929, o Grupo
os problemas de nossa realidade. Os conteúdos, por da Anta publica seu “Manifesto Nhengaçu Verde-
isso, modificaram-se. Procedeu-se a uma busca de Amarelo”.
temas brasileiros, à valorização do cotidiano e da
pesquisa do material folclórico como fonte de Eis um fragmento:
expressão de nossa realidade. “0 grupo ‘verdamarelo’, cuja regra é a liberdade
plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder;
Divulgação das ideias da Semana cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu
Após a Semana, continuou o trabalho de povo através de si mesmo, da própria determinação
divulgação das ideias modernistas e também o instintiva; - o grupo ‘verdamarelo’, à tirania das
esforço no sentido de não permitir o desapareci- sistematizações ideológicas, responde com a sua alforria
mento da nova moda artística. Publicou-se um e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira. (. . .)
grande número de manifestos e revistas, como por Aceitamos todas as instituições conserva- doras,
exemplo: pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável
renovação do Brasil, como o fez, através de quatro
Movimento Pau-Brasil - dirigido por Oswald de séculos, a alma da nossa gente, através de todas as
Andrade, contando com a participação de Tarsila do expressões históricas.
Amaral, Alcântara Machado, Raul Bopp e Mário de Nosso nacionalismo é ‘verdamarelo’ e tupi.”
Andrade. O programa pregava o primitivismo, a
simplicidade, a crítica ao nacionalismo postiço.
Apresentava como proposta uma literatura extrema- Manifesto Antropófago - (1928), o mais radical
mente vinculada à realidade brasileira, a partir de manifesto do Modernismo: propunha a “devoração”
uma redescoberta do Brasil. Politicamente, o grupo da cultura e das técnicas importadas e sua
tendia para a esquerda. Desse grupo, é o “Manifesto reelaboração com auto- nomia, transformando um
Pau-Brasil”, redigido por Oswald de Andrade, produto importado em exportável. Mário, Oswald de
publicado em 18/03/1924. Andrade e Raul Bopp lutavam por uma poesia
Alguns dos princípios deste manifesto foram primitiva, dentro dos objetivos do manifesto Pau-
seguidos por Oswald de Andrade no seu livro de Brasil. 

poemas Pau-Brasil, publicado numa editora francesa Eis um fragmento: 

e ilustrado por Tarsila do Amaral. “Só a antropofagia nos une. Socialmente.
Eis algumas passagens do Manifesto da Economicamente. Filosoficamente. 
 Única lei do mundo.
poesia Pau-Brasil:
 Expressão masca- rada de todos os coletivismos. De todas
as religiões. A todos os tratados de paz. 
 Tupy, or not
“A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão tupy that is the question. 
 Contra todas as catequeses. E
e de ocre, nos verdes na Favela, sob o azul cabralino, são contra a mãe dos Gracos. 
 Só me interessa o que não é
fatos estéticos. O carnaval no Rio é o acontecimento meu. Lei do homem. Lei do Antropófago.” 

religioso da raça. Pau-Brasil, Wagner submerge os
cordões no Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica Por esse breve panorama, percebe-se que o
rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o processo de propagação das ideias modernistas se
ouro e a dança. fez, basicamente, em São Paulo, Minas, Rio e no
Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Nordeste do país.
Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como
chineses na genealogia das ideias.
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e CARACTERÍSTICAS
neológica. A contribuição milionária de todos os erros.
Como falamos. Como somos. A poesia Pau-Brasil é uma a) verso livre (utilizado pois está mais próximo da
prosódia da fala) “Brasil...

Mastigado na gostosura quente do amendoim. . .
“Como tenho pensado em ti na solidão das noites Falado numa língua curumim

[úmidas. (16 sílabas) De palavras incertas num remeleixo melado
De névoa úmida (4 sílabas) [ melancólico...” (Mário de Andrade)
Na areia úmida!” (4 sílabas)
(Manuel Bandeira) f) Atenção ao presente (a tudo que “indicasse a
presença da civilização industrial: a máquina, a
b) Aproximação entre a poesia e a prosa, com a metrópole mecanizada, o cinema, a vida excitante de
subversão dos gêneros literários tradicionais: a uma sociedade que liquidava seus resquícios
poesia trata de temas “prosaicos”, com vocabulário e patriarcais e adotava rapidamente os novos ritmos da
ritmo próximo da prosa, enquanto que a nova prosa vida contemporânea. A análise psicológica e o lirismo
faz decididamente uso de uma série de processos de aprofundaram-se com um senso do que há no
elaboração poética. homem de infantil, mas também de complicado,
retorcido, utilizando as sugestões da psicanálise, do
CENA surrealismo e da antropologia”. (Antônio Cândido e
“O canivete voou
 V. A. Castello, Presença na Literatura Brasileira).
E o negro comprado na cadeia
Estatelou de costas
 “passa galhardo um filho de imigrante,
E bateu co a cabeça na pedra” loiramente domando um automóvel”
(Oswald de Andrade) (Mário de Andrade)
“O Pão de Açúcar era um teorema geométrico. g) Os autores modernistas se utilizaram da paródia,
Passageiros tombadilhavam o êxtase oficial da carnavalizando determinados valores do
cidade encravada de crateras.” Romantismo de veio nacionalista, sobretudo
(Oswald de Andrade) satirizando a visão idealizada da natureza, do índio,
da infância e da pátria.
c) Rejeição dos padrões gramaticais portugueses
com adoção de novos padrões estilísticos, que Texto romântico:
aproximaram a linguagem literária do modo de “Além, muito além daquela serra, que ainda azula
falar brasileiro (iniciar períodos pelo pronome no horizonte, nasceu Iracema.
oblíquo, usar o pronome se com a função de sujeito, Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os
além de procurar incorporar a seu estilo, ritmos, cabelos mais negros que a asa da graúna e mais
expressões e vocábulos da linguagem mais usual e longos que o talhe da palmeira.
“vulgar”) . O favo da jati não era doce como seu sorriso, nem a
baunilha rescendia no bosque como seu hálito
“De tarde, quando volta do serviço, a Carmela perfumado.
chama ele na cerca.” (Mario de Andrade) Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem
corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava
“Como estava grande! Pois fazem seis anos já! sua guerreira tribo, da grande nação tabajara.”
(Idem) (Iracema, José de Alencar)

“Agora é abril, ôh minha doce amiga,
 Texto modernista (paródia):


Te reclinaste sobre mim, como a verdade, “No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma,
Fui virar, fundeei o rosto no teu corpo.” (Idem) herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do
medo da noite. Houve um momento em que o
d) Uma nova visão do mundo, que implicava uma silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do
total renovação dos temas tradicionalmente aceitos Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma
pela literatura, junto com a adoção de novos padrões criança feia. Essa criança é que chamaram
linguísticos: o de serem atuais, exprimirem a vida Macunaíma.
diária. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De
“Há poesia primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o
Na dor
 incitavam a falar exclamava:
Na flor
 - Ai! que preguiça!”
No beija-flor (Macunaíma, Mário de Andrade)
No elevador”
(Oswald de Andrade) Evidencia-se a intertextualidade entre os dois
textos, visto que Mário parodia Alencar, mostrando o
e) Adoção da temática do cunho nacional, agora, elemento indígena Macunaíma como o avesso de
porém, tratada pelos novos escritores de forma Iracema. Através do humor, caracteriza o herói
sensivelmente diversa daquela que se nota na indígena como feio, malandro, preguiçoso, ou seja, o
literatura do século XIX. contrário do índio romântico.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CAMPUS FLORIANÓPOLIS - DALTEC - ASSESSORIA DE PORTUGUÊS Prof. Gisele Luz
Aluno (a):___________________________________________________ Data: _____________

POEMAS MODERNISTAS - respostas

MANUEL BANDEIRA Mas o bom negro e o bom branco


Da Nação Brasileira
Poema tirado de uma notícia de jornal Dizem todos os dias
João Gostoso era carregador de feira livre e Deixa disso camarada
morava [no morro da Babilônia num barracão Me dá um cigarro.
sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro MÁRIO DE ANDRADE
Bebeu
Cantou Moça Linda Bem Tratada
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e Moça linda bem tratada,
morreu [afogado. Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Momento num café Um amor.

Quando o enterro passou Grã-fino do despudor,


Os homens que se achavam no café Esporte, ignorância e sexo,
Tiraram o chapéu maquinalmente Burro como uma porta:
Saudavam o morto distraídos Um coió.
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida Mulher gordaça, filó,
Confiantes na vida. De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Um no entanto se descobriu num gesto largo e Paciência...
[demorado
Olhando o esquife longamente Plutocrata sem consciência,
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem Nada porta, terremoto
[finalidade Que a porta do pobre arromba:
Que a vida é traição Uma bomba.
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.
Ode ao burguês
OSWALD DE ANDRADE
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
O Capoeira o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
- Qué apanhá sordado? O homem-curva! o homem-nádegas!
- O quê? O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
- Qué apanhá? é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! [...]
Pernas e cabeças na calçada
Eu insulto o burguês-funesto!
Pronominais O indigesto feijão com toucinho, dono das
tradições!
Dê-me um cigarro Fora os que algarismam os amanhãs!
Diz a gramática Olha a vida dos nossos setembros!
Do professor e do aluno Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
E do mulato sabido Mas à chuva dos rosais
o èxtase fará sempre Sol! De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma! Todos para a Central do meu rancor inebriante
Oh! purée de batatas morais! Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Morte ao burguês de giolhos,
Ódio aos temperamentos regulares! cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! Ódio fundamento, sem perdão!
Ódio aos sem desfalecimentos nem
arrependimentos, Fora! Fu! Fora o bom burgês!...
sempiternamente as mesmices convencionais!

1. Sobre os poemas da primeira geração modernista, é correto afirmar apenas:

a) São marcados pelo formalismo: a métrica e a rima estão entre suas prioridades. Durante esse período,
deu-se prioridade para a composição de sonetos, retomando assim os moldes literários clássicos.

b) Os poemas modernistas apresentam relação dialógica com os poemas do simbolismo: o abuso de figuras
de linguagem e de elementos sensoriais que permitem uma viagem sinestésica marca a poesia dessa fase.

c) Os poemas da fase heroica do modernismo são marcados pela desconstrução e pela subversão da sintaxe:
as palavras não são dispostas de maneira convencional no papel, caracterizando assim a poesia-práxis.

d) Nos poemas da primeira geração modernista, também denominada “fase heroica”, os poetas
estabeleceram novos paradigmas de arte, desvencilhando-se do modelo clássico europeu e transgredindo a
forma e o conteúdo do poema.

Erro de português

Quando o português chegou


Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português. (Oswald de Andrade)

2. Sobre o poema de Oswald de Andrade, estão corretas as seguintes proposições:

I. Faz uma crítica contra a colonização portuguesa na Brasil. Essa crítica pode ser confirmada a partir do
título do poema, o qual contém uma ambiguidade intencional.

II. Nesse poema, a temática do relacionamento amoroso é abordada de maneira inovadora, distante da
idealização romântica proposta pelos ultrarromânticos.

III. O poema utiliza elementos como o humor, a ironia e o sarcasmo para relatar a chegada do português em
terras brasileiras.

IV. Apropria-se de uma linguagem simples e prosaica para fazer uma reflexão profunda e complexa.

V. No poema de Oswald nota-se a preocupação com a métrica, a versificação e a rima, embora o conteúdo
do poema seja inovador.

a) I, II e IV.
b) II, III e V.

c) I, III e IV.

d) III e IV,

e) II e V.

3. O poema de Oswald de Andrade “Brasilidade em construção” remonta à ideia de que a


brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações
em torno dos versos constituem

a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.

b) forma clássica da construção poética brasileira.

c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.

d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.

e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo.


27 set. 2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012.
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA
CATARINA
ASSESSORIA DE PORTUGUÊS
ALUNO: _____________________________________________DATA: ____ 
   
 

LISTA DE EXERCÍCIOS - MODERNISMO

(Enem – 2010) nacional. A partir dela, os ideais modernistas


1. Após estudar na Europa, Anita Malfatti ganharam visibilidade em todo o país.
retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a b) à época, a Semana provocou grande comoção,
cultura nacional do início do século XX. Elogiada sendo destaque em vários jornais, que dedicaram suas
por seus mestres na Europa, Anita se páginas à cobertura do polêmico evento que reuniu
considerava pronta para mostrar seu trabalho no várias tendências de renovação que vinham ocorrendo
Brasil, mas enfrentou as duras críticas de na arte e na cultura antes de 1922.
Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma c) Não se conhece ao certo de quem partiu a ideia de
arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita realizar a Semana, contudo, sabe-se que, já em 1920,
Malfatti e outros modernistas Oswald de Andrade prometera para 1922 – ano do
centenário da Independência – uma ação dos artistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas novos “que fizesse valer o Centenário!” (palavras de
acadêmicas europeias, valorizando as cores, a Oswald).
originalidade e os temas nacionais. d) A Semana de Arte Moderna ocorreu entre 13 e 18 de
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo,
até então utilizada de forma irrestrita, afetando a com a participação de artistas do Rio de Janeiro e São
criação artística nacional. Paulo.
c) representavam a ideia de que a arte deveria e) Do ponto de vista artístico, o objetivo fundamental da
copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a Semana foi acertar os ponteiros da nossa literatura com
prática educativa. a modernidade contemporânea. Para isso, era
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras necessário entrar em contato com novas técnicas
retratadas, defendendo uma liberdade artística artísticas, expressas principalmente pelas vanguardas
ligada à tradição acadêmica. europeias.
e) buscaram a liberdade na composição de suas
figuras, respeitando limites de temas abordados. 4. Sobre a Semana de Arte Moderna e o
Modernismo, estão corretas as seguintes
(PUC - SP) proposições:
2. A Semana de Arte Moderna (1922), expressão I. Inserida nas festividades em comemoração do
de um movimento cultural que atingiu todas as centenário da independência do Brasil, em 1922, a
nossas manifestações artísticas, surgiu de uma Semana de Arte Moderna apresentou-se como a
rejeição ao chamado colonialismo mental, primeira manifestação coletiva pública na história
pregava uma maior fidelidade à realidade cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno
brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo. em oposição à cultura e à arte de teor conservador,
Com isso, pode-se dizer que: predominantes no país desde o século XIX.
a) romance regional assumiu características de
exaltação, retratando os aspectos românticos da II. As discussões em torno da necessidade de
vida sertaneja. renovação das artes surgem em meados da década de
b) a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a 1910, em textos de revistas e em exposições. Em 1921,
valorização dos modelos clássicos. já existia, por parte de intelectuais como Oswald de
c) movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de
temas nacionais e reinterpretando nossa realidade. transformar as comemorações do centenário em
d) os modelos arquitetônicos do período buscaram momento de emancipação artística.
sua inspiração na tradição do barroco português.
e) a preocupação dominante dos autores foi com o III. A dimensão verbivocovisual (conceito criado pelo
retratar os males da colonização. poeta irlandês James Joyce que trata de uma área da
linguística que participa das vantagens da comunicação
3. Sobre a Semana de Arte Moderna, é ​incorreto não verbal sem abdicar das virtualidades da palavra)
afirmar: permeia toda a produção artística da poesia e da prosa
a) é tida, por muitos estudiosos da literatura modernista, que valorizava também a interação da
brasileira, como um divisor de águas na cultura poesia com a música.
e) forma apresenta contornos e detalhes
IV. Apesar das primeiras manifestações humanos.
modernistas terem surgido em São Paulo, na
década de 1910, foi apenas a partir de 1922 que
o movimento ganhou visibilidade fora da capital (ENEM 2012)
paulista, alcançando outras partes do país. A O trovador
ampla divulgação dos ideais modernistas Sentimentos em mim do asperamente
deveu-se, principalmente, à Semana de Arte dos homens das primeiras eras…
Moderna. As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal…
V. Manuel Bandeira participou ativamente da Intermitentemente…
organização da Semana de Arte Moderna. O Outras vezes é um doente, um frio
poeta foi considerado o mais radical entre os na minha alma doente como um longo som
primeiros modernistas, uma vez que sua obra redondo…
representa um dos cortes mais profundos do Cantabona! Cantabona!
Modernismo brasileiro em relação à cultura do Dlorom…
passado. Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias
a) I e V estão corretas. completas de Mário de Andrade.
b) III e IV estão corretas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
c) III e V estão corretas.
d) I, II e IV estão corretas. 6. Cara ao Modernismo, a questão da identidade
e) II, III e V estão corretas. nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário
de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões
(ENEM 2010) como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval,
remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas
nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas
viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões
como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1),
“frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do
alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde
(civilizado), apontando a síntese nacional que seria
proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de
Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos
dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho
brasileiro por suas raízes indígenas.
(Tarsila do Amaral. “O mamoeiro”, 1925. Óleo s/ (UDESC)
tela; 65 x 70 cm. IEB-USP.) 7. A Semana da Arte Moderna de 1922 tinha como
uma das grandes aspirações renovar o ambiente
5. O modernismo brasileiro teve forte artístico e cultural do país, produzindo uma arte
influência das vanguardas europeias. A partir brasileira afinada com as tendências vanguardistas
da Semana de Arte Moderna, esses conceitos europeias, sem, contudo, perder o caráter nacional;
passaram a fazer parte da arte brasileira para isso contou com a participação de escritores,
definitivamente. Tomando como referência o artistas plásticos, músicos, entre outros. Analise as
quadro “O mamoeiro”, identifica-se que, nas sequências que reúnam as proposições corretas em
artes plásticas, a relação à Semana da Arte Moderna.
a) imagem passa a valer mais que as formas I. O movimento modernista buscava resgatar alguns
vanguardistas. pontos em comum com o Barroco, como os contos
b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o sobre a natureza; e com o Parnasianismo, como o estilo
cotidiano. simples da linguagem.
c) natureza passa a ser admirada como um
espaço utópico. II. A exposição da artista plástica Anita Malfatti
d) imagem privilegia uma ação moderna e representou um marco para o modernismo brasileiro;
industrializada. suas obras apresentavam tendências vanguardistas
europeias, o que de certa forma chocou grande parte dotodas as nossas manifestações artísticas, surgiu
público; foi criticada pela corrente conservadora, masde uma rejeição ao chamado colonialismo
despertou os jovens para a renovação da arte brasileira.mental, pregava uma maior fidelidade à realidade
brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo.
III. O escritor Graça Aranha foi quem abriu o evento Com isto pode-se dizer que:
com a sua conferência inaugural "A emoção estética a. romance regional assumiu características de
na Arte Moderna"; em seguida, apresentou suas exaltação, retratando os aspectos românticos da vida
obras ​Pauliceia desvairada​ e ​Amar, verbo sertaneja.
intransitivo​. b. a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com
a valorização dos modelos clássicos.
IV. O maestro e compositor Villa-Lobos foi um dos c. movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os
mais importantes e atuantes participantes da temas nacionais e reinterpretando nossa realidade.
Semana. d. os modelos arquitetônicos do período buscaram
sua inspiração na tradição do barroco português.
V. As esculturas de Brecheret, impregnadas de e. a preocupação dominante dos autores foi com o
modernidade, foram um dos estandartes da retratar os males da colonização.
Semana; sua maquete do Movimento às Bandeiras
foi recusada pelas autoridades paulistas; hoje, umas 10. (UFPE)
das esculturas públicas mais admiradas em São I. Com o Modernismo, desenvolveu-se a
Paulo. preocupação de valorizar nossa tradição artística,
sobretudo teve início um verdadeiro trabalho de
Assinale a alternativa que contém a sequência retomada crítica da nossa produção literária do
correta, de cima para baixo. passado.
a) II, III e V. II. A Semana de Arte Moderna foi, não resta
b) II, IV e V dúvida, um acontecimento marcado por ideias
c) I e III. renovadoras; não se pode negar, contudo, o fato de ter
d) I e IV. desencadeado certas consequências negativas; uma
e) II e V. delas, por exemplo, foi certo clima de intranquilidade,
tanto no aspecto social como no ideológico.
8. A Semana de Arte Moderna é considerada III. A primeira fase do movimento modernista no
como um divisor de águas para a cultura Brasil foi marcada por um comportamento iconoclasta; a
brasileira porque: utilização do poema-piada, da liberdade de expressão,
a) propôs a continuação da tradição e o apego à do coloquialismo na linguagem literária atestam certo
literatura clássica, mas, ao mesmo tempo, deixou-se nível de irreverência típica dessa fase.
influenciar pelos movimentos de vanguarda que
eclodiam na Europa no início do século XX. Responda:
b) antecipou as renovações artísticas que só se
consolidariam a partir da década de 1950 com o a. se as três estiverem certas
Concretismo, corrente literária liderada pelos poetas b. se I e II estiverem certas.
Décio Pignatari e os irmãos Haroldo e Auguso de c. se II e III estiverem certas.
Campos. d. se I e III estiverem certas.
c) foi considerada como a primeira manifestação e. se nenhuma estiver certa.
coletiva pública na história cultural de nosso país em
favor de um espírito novo e moderno que 11. (FIUbe-MG)​ A poesia modernista, sobretudo a da
contrariasse a arte tradicional de teor conservador primeira fase (1922-1928):
que predominava no Brasil desde o século XIX. a. utiliza-se de vocabulário sempre vago e
d) uniu técnicas literárias de maneira inédita na ambíguo que apreenda estados de espírito subjetivos e
literatura, mesclando as influências oriundas das indefiníveis.
vanguardas europeias com o Naturalismo e o b. faz uma síntese dos pressupostos poéticos que
Simbolismo, estéticas em voga no século XIX. Essa norteavam a linguagem parnasiano-simbolista.
simbiose temática proporcionou a criação de uma c. incentiva a pesquisa formal com base nas
nova linguagem, que em muito lembrava aquela conquistas parnasianas, a ela anteriores.
empregada no período Barroco de nossa literatura. d. enriquece e dinamiza a linguagem,
inspirando-se na sintaxe clássica.
9. (PUCSP​) ​A Semana de Arte Moderna (1922), e. confere ao nível coloquial da fala brasileira a
expressão de um movimento cultural que atingiu categoria de valor literário.

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