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DE DE S TER RO

Nomes: Akira, Dario, Ivo, João e Thiago - 721


O MERCADO PÚBLICO DE DESTERRO
Antecede à construção física

• Entre os séculos XVII e XIX, donos de barraquinhas já comercializavam diversos tipos


de produtos na praia em frente à atual praça XV de Novembro.

• Os produtos eram comercializados em precárias condições de higiene e segurança alimentar.

• Reunia principalmente quitandeiros, oleiros, mascates, pescadores, e colonos.


A CONSTRUÇÃO DO PRIMEIRO
MERCADO PÚBLICO
A inf luência da visita do Imperador

• Com a notícia da visita do imperador Dom Pedro II, em 1845, as barraquinhas foram retiradas do local para evitar que
a majestade visse as precárias condições.

Os barraquitas pressionam a Câmara

• Sobre pressão, a Câmara pediu ao governo da províncial que aprovasse a construção de três barracões na praça da Matriz.

• Entretanto, o presidente da Província, Antero Ferreira de Brito, vetou, pois sua ideia era construção de um
mercado público que, além de atendesse às necessidades econômicas, também embelezasse o local.
A CONSTRUÇÃO DO PRIMEIRO
MERCADO PÚBLICO
O “aformoseamento” de Anterro Ferreira de Brito

• Para o presidente da Província, os três barracões demonstrariam mau gosto e relembrava a existência de uma banca
de peixe na praça
“O peixe fresco de mistura com carne, e tudo calcado aos pés de pretos e pretas quitandeiras”.

• Propôs o primeiro Mercado Público de Florianópolis

Então, apenas em 1848 foi aprovada uma lei para a construção do mercado, que ficaria localizado no Largo do Palácio,
à beira mar.
O PR I MEI RO
MERCADO PÚBLICO
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FINALMENTE PRONTO

A Assembleia aprova o financiamento da edificação


• O mercado foi projetado pelo engenheiro João de Souza Mello e Alvim
• Houve necessidade de mais verba do que proposto inicialmente, custando 12:297$230 réis, 3x mais que o
proposto inicialmente.
• Por fim, em 1850 estava pronto o prédio da praça do Mercado na rua do Príncipe (atual Conselheiro Mafra)
• Inaugurado em 5 de Janeiro de 1851, quando o atual presidente da Província da época entregou as chaves para o
presidente da Câmara
A descrição
• O historiador Oswaldo Cabral descreve o exterior do mercado público como: “ um bloco de quatro faces, retangular com
uma porta em cada lado, com quatro pares de olhos de boi nas faces externas e dois na menores. Os cantos eram ornados
com um jarrão de alvenaria e a platibanda com um tímpano bastante simples. O telhado era baixo de telhas goivas”.
A DESCRIÇÃO
Redes de distribuição e economia interna
A grande presença de africanos e descendentes

• O Mercado Público de Desterro seria ocupado por mulheres e descendentes de africanos como Anna Mina, Thomázia Cabral,
Maria do Sacramento, Josefa Caçange (“preta forra”), Maria Cardozo e Luiza Cabinda, Joanna Prates…
• Em 1951, Desterro tinha 5.611 habitantes, dos quais 1436 eram escravos (25%)

O comércio

• Muitas canoas aportavam na praia em frente à praça com mercadorias


• Lavradores de demais freguesias da vinham trazer seus produtos
• Ali os escravos e libertos faziam sua vida, resistindo às tentativas de regular sua sociabilidade
• Forte presença da cultura afro-brasileira, como na venda de alimentos como o mocotó
• As mulheres negras foram muito influentes no primeiro Mercado Público
Esforços de regulamentação
A resistência

• O Mercado Público foi um importante centro de resistência dos escravos e livres com o poder político vigente, enfrentando
com coragem as medidas políticas impostas contra o povo negro.

• Havia um regulamento do mercado que proibia andarem dentro da praça pretos de ganho e mendigos, além disso, o artigo
41 do Código de Posturas proibia escravos com quitanda de andarem e permanecerem nas ruas

• Os escravos com licença dos proprietários não podiam transitar nem pernoitar pelo mercado livremente

• As medidas de fiscalização de carne eram mais duras para os afrodescendentes


Esforços de regulamentação

"É notável que, pelas posturas do


Código de Posturas e dos
Regulamentos de Mercado, além da
repressão das práticas de sociabilidade
dos africanos e descendentes, desejava-
se reduzir o trânsito de escravos.
Perpetuam-se, portanto, diferentes
graus de hierarquia dentro do
Mercado Público de Desterro
baseado nas relações
interétnicas".
Africanos e seus descendentes
• Maria Mina, escrava liberta que comprou sua alforria por meio da quitanda no
Mercado Público. Adotou o sobrenome “Mina” que remete ao tráfico de escravos, eram
assim chamados os escravos da costa do Mina, na atual Gana.
• O “preto liberto” Lourenço Carlos Cunha foi um lavrador que possuía 132 metros de
terras na situados na frente do mar foi um dos grandes comerciantes de Desterro.
• É importante ressaltar a importância de muitas quitandeiras como Luiza Cabinda,
Zeferida Calabá, Esperança Cabinda e etc…
• Foi citado no capítulo que era uma prática nada incomum a compra e utilização de
escravos por ex-escravos.
O NOVO MERCADO PÚBLICO DE DESTERRO
O mercado velho foi destruído em 1899.

• Para ter o direito de adquirir um box no novo Mercado Público a pessoa deveria ter “bons
costumes” e esse contrato seria feito em concorrência pública.

• Dessa forma apenas as pessoas com uma vida “exemplar” poderiam ser donas.

• Esse tipo de cláusula tinha o objetivo de excluir os indivíduos indesejáveis, e os ex-escravos faziam
parte desse grupo.

• O Mercado Público passou a ser um exemplo de “modernidade e civilidade”.

• No final do Século XIX aqueles que não se encaixavam nessa imagem que os modernizadores
queriam passar começaram a estar cada vez menos presentes.
CONCLUSÃO
• O Mercado Público era um importante fator de aglomeração dos africanos que lutavam
pela sobrevivência cultural e econômica.
• Código de Posturas (1845) expressou a preocupação com as aglomerações, festas e atos de
resistência cultural e política.
• O desejo dos legisladores e governantes era que os africanos e os seus descendentes
desaparecessem dos projetos de construção.
• Os registros mostram que Maria Mina desenvolvia o comércio e ocupava um lugar no
Mercado. Com isso conseguiu comprar sua alforria e a de mais um escravo, além de
garantir o próprio sustento.
• Lourenço tinha uma propriedade de frente pro mar com algumas pequenas canoas para
transporte de produção.
• Existe muita se contar sobre a trajetória dos africanos na ilha e sua participação nas redes
de produção e distribuição de alimentos e serviços, além das estratégias de resistência
econômica e cultural.
REFERÊNCIAS
https://mercadopublicofloripa.com.br/historia/
https://floripacentro.com.br/demolido-em-1899-ha-170-anos-era-inaugurado-o-
primeiro-mercado-publico-de-florianopolis-frente-a-praca-xv/
https://ndmais.com.br/noticias/a-construcao-do-mercado-publico-de-florianopolis-em-
1845-comeca-com-a-discordia-das-barraquinhas/
file:///C:/Users/thecy/Downloads/Afrcanos%20e%20descendentes%20no%20mercad
o%20publico%20(5).pdf

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