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Secção I - Introdução

A expansão marítima e comercial europeia, a partir do século XV, mudou drasticamente


a história da humanidade ao unir três continentes: a Europa, a África e a América
(poderíamos considerar a Ásia também, mas essa é uma outra história).

Em busca de enriquecimento, os europeus (os portugueses foram pioneiros),


organizaram todo um aparato político, económico e militar que lhes garantiu o controlo
sobre africanos e americanos. Dessa forma surgiu o que chamamos de sistema colonial,
que durou do século XVI ao século XIX. Apesar de não podermos falar de uma
colonização da África nesse período (com excepção de algumas ilhas), os portugueses
fundaram diversos fortes e feitorias no litoral atlântico africano, e assim puderam
negociar com os povos locais diversas mercadorias que eram levadas para a Europa,
para a América e, também, para a Ásia.

Dentre todos os bens negociados com os povos africanos, o comércio de escravos foi o
que mais rendeu lucros para Portugal, pois além do óptimo negócio que representava,
também foi fundamental para a ocupação e exploração da América.

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Secção II - As Consequências do Tráfico de Escravos desde 1960-1975

2.1 Breve História da Escravidão

Entre os séculos XV e XIX, o continente africano revelou-se fonte de uma riqueza


diferente a ser explorada pelos navegadores europeus.  A mão-de-obra escrava africana
atraiu para o continente negro comerciantes de várias partes da Europa que
estabeleceram ali feitorias e deram início a uma das principais actividades económicas
do período colonial: o tráfico de escravos. A procura crescente por mão-de-obra
escrava, motivada pelo estabelecimento de colónias na América geridas pelo sistema de
Plantation, garantiu as condições para o pleno desenvolvimento dessa actividade. 

Como resultado, a África passou a ser parte integrante do chamado comércio triangular
(Europa-África-América), cuja principal actuação foi como fornecedora de mão-de-obra
escrava para as possessões ultramarinas. Utilizados nas grandes plantações
monocultoras de açúcar, tabaco, algodão e café, os escravos eram adquiridos através do
escambo, isto é, da troca por produtos manufacturados (tecidos, rum, armas de fogo,
melaço, etc.). 

Transportados em navios tumbeiros ou negreiros, os escravos provinham


principalmente do Senegal, da Gâmbia, da Costa do Ouro e da Costa dos Escravos
(séculos XVII e XVIII) e do delta do Níger, do Congo e de Angola (séculos XVIII e
XIX).

Os primeiros escravos negros chegaram ao Brasil com a expedição de Martim Afonso


de Souza em 1530, vindos da Guiné. A partir da década de 1550, o comércio negreiro
intensificou-se, sendo oficializado em 1568 pelo governador-geral Salvador Corria de
Sá. Ocorreu que a expansão da cultura canavieira gerou uma crescente necessidade de
mão-de-obra, a qual os portugueses tentaram solucionar, em um primeiro momento,
apelando para a escravização da população indígena que aqui encontraram. 

A grande hostilidade e resistência dos indígenas aos portugueses e ao trabalho forçado


levaram a substituição do escravo indígena pelo escravo africano. Este, além de
solucionar a questão da mão-de-obra, representou o início de uma actividade altamente
rentável para os comerciantes portugueses e para a Coroa.

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Ao longo desse período, Portugal desfrutou amplamente do domínio que havia
consolidado em diversas regiões da Costa africana (Guiné, Costa do Marfim, Angola,
Moçambique, arquipélago de Cabo Verde e Congo), de onde vieram a grande maioria
dos escravos trazidos para América portuguesa.

O tráfico de escravos para o Brasil entrou em declínio a partir do estabelecimento de


leis proibitivas resultantes da pressão exercida pela Inglaterra para extinção do comércio
escravo no início do século XIX. Nesse período, a Inglaterra – que havia passado pela
revolução industrial (1750),   proibido o tráfico de escravos em seu império (1806-07) e,
mais tarde, o trabalho escravo (1833) levantou como sua principal bandeira no campo
da política externa a luta pelo fim desse comércio. Já em 1810, nos primeiros tratados
comerciais assinados com a Coroa inglesa, o príncipe regente d. João se comprometera
a abolir o tráfico de escravos africanos. 

A pressão inglesa prosseguiu e com a realização do Congresso de Viena (1815) os


congressistas ingleses, liderados pelo primeiro-ministro Castlereagh,
conseguiram estabelecer interrupção do tráfico negreiro ao norte da linha do Equador.
Como consequência, os comerciantes portugueses perderam importantes áreas de
abastecimento de mão-de-obra escrava, como a Costa do Marfim. Dois anos depois, d.
João VI ratificou a decisão do Congresso de Viena e, por meio de um novo acordo,
concedeu à Inglaterra o direito de visita e busca nos navios suspeitos de tráfico em alto
mar. Segundo esse acordo, o navio surpreendido em actividade ilegal teria a sua carga
jogada ao mar. Apesar dos  acordos firmado em 1810 e 1817, o tráfico intensificou-se
no Brasil.

O interesse da Inglaterra em pôr fim ao comércio de escravos explica-se pela restrição


que o trabalho escravo representava ao desenvolvimento de um grande mercado
consumidor em potencial. Com a proclamação da independência do Brasil (1822), a
pressão inglesa também se intensificou, resultando no chamado Bill Abeerden Act lei
que autorizava a apreensão de navios negreiros pela marinha inglesa. A proibição
efectiva do tráfico de escravos no Brasil somente ocorreu em 1850, quando da
instituição da lei Eusébio de Queirós. No entanto, a lei Eusébio de Queirós implicou na
redução significativa do número de negros trazidos à força para o Brasil, mas não o fim
das actividades do tráfico, já que alguns navios continuaram actuando na

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clandestinidade. A extinção do tráfico foi o primeiro passo dado rumo à abolição da
escravidão no Brasil, que apenas ocorreria no final do século XIX. 

O Arquivo Nacional dispõe de uma série de documentos sobre o tema distribuídos entre
os fundos do Vice-Reinado, da Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação,
como também do Ministério da Justiça, da Série Interior, Diversos Códices-SDH e
Diversos GIFI. Entre os documentos existentes estão cartas e requerimentos variados
que relatam desde pedidos de liberdade realizados por escravos até o apresamento de
navios pela marinha inglesa, além de termos de contagem dos escravos transportados
para o Brasil, feitos pela Intendência da Marinha. Os documentos abordam ainda a
questão dos maus tratos sofridos pelos escravos, a legislação proibitiva do tráfico, a
actuação de corsários, os problemas encontrados na remessa de escravos para a colónia
e aqueles gerados pelas apreensões feitas pelas forças navais britânicas, entre outros.
Trata-se, enfim, de um acervo documental que possibilita o enfoque do tema sob
diversos ângulos.

Secção III - A consequência do Trafico de Escravo 1960-1975

3.1 Conceituação da consequência

A escravidão no mundo foi cruel e desumana e suas consequências, mesmo passados


mais de 130 anos da abolição, ainda são perceptíveis. A pobreza, violência e a
discriminação que afectam os negros ainda em todo mundo, e ainda é um reflexo directo
de um país que normalizou o preconceito contra esse grupo e o deixou à margem da
sociedade.

Importante nos atentar que a escravidão também afectou milhões de indígenas e


disseminou preconceitos em nosso país contra esse grupo também. O reflexo directo
disso, além do próprio preconceito contra os indígenas, foi a redução populacional
desses povos que de milhões de habitantes, no século XVI, passaram para cerca de 800
mil, actualmente.

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3.2 Consequências Directas Do  Tráfico De Escravos 

O tráfico negreiro, que deu origem ao  circuito comercial entre os três continentes
- Europa, África e América - trouxe consequências negativas, principalmente para o
continente africano, no domínio Económico, Sócio-político, Cultural e Demográfico.

3.3 Consequências Demográficas

O tráfico de escravos poderia ter conduzido ao desaparecimento total da raça negra, pois
os métodos praticados contribuíram para o despovoamento do continente africano. o
tráfico levou para fora do continente mais de metade da sua população, sobretudo
homens fortes e saudáveis;

3.4 Consequências Económicas

O tráfico negreiro despojou o continente de suas forças mais vivas, que davam
estabilidade económica, sofrendo assim um grande abalo, e porque muitos reinos
enfraqueceram em consequência do tráfico;

3.5 Consequências Sócio-políticas

O tráfico destruíram a vida sócio-política dos antigos reinos ou impérios, contribuindo


para o seu desaparecimento, como por exemplo o Songhai, o Benin, o Congo, etc. No
seu lugar surgem pequenos estados independentes, rivais uns dos outros. Passou a
vigorar a lei segundo a qual, quem tivesse mais armas de fogo e fosse capaz de exercer
o monopólio do comércio do tráfico, tornava-se conquistador dos povos vizinhos.
Politicamente, o tráfico acabou com os tradicionais estados africanos, causando a
instabilidade social e a anarquia.

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Secção V - Conclusão

Pelas pesquisas por mim feitas cheguei a concluir que, A explicação para o uso da mão-
de-obra africana forçada nas colónias é alvo de diversas correntes de pesquisas
históricas.

No início justificava-se que os negros eram inferiores, que haviam perdido uma guerra e
assim poderia ser escravizados.

Também houve a crença que o negro africano foi escravizado porque o índio não se
deixou escravizar ou porque morreu de doenças trazidas pelos colonizadores.

A escravidão era uma instituição presente nas sociedades africanas, mas não tinha fins
comerciais, e representava dominação e poder do mais forte sobre o fraco.

Nos meandros das sociedades africanas, o domínio europeu também foi favorecido
pelos africanos que vendiam escravos para os colonizadores.

Os inimigos eram a única "mercadoria" que eles tinham para oferecer e assim, poder
comprar os valiosos objectos trazidos pelos europeus.

Em posse de vigorosa tecnologia náutica, os europeus transportavam os africanos de


maneira forçada até o outro continente e lhes negava o direito à própria vida. Estes eram
entregues aos futuros proprietários nas fazendas de açúcar e café.

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Bibliografia e Referência

Bibliografia

 A manila e o libambo. A África e a Escravidão de 1500 à 1700, Rio de Janeiro,


Nova Fronteira: Fundação Biblioteca Nacional, 2002, *Cap. 9, O Benin e o delta
do Níger, pp 309 – 357; *Cap. 11, Angola, pp 407– 450; *Cap. 18, Na
Zambézia, pp 657–701.
 História Geral da África - Volume V: África do século XVI ao XVIII.
 KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra, 3ª edição, ed. Universitária, 1999.
 MONTEIRO e ROCHA, Fernando Amaro ao século XIX. O testemunho dos
manuscritos, impérios subsaharianos, pp 15–50.
 SALVADOR, José Gonçalves - Os Magnatas do Tráfico Negreiro, Ed.
Pioneira/Edusp - 1981, SP.
 SILVA, Alberto da Costa. A Enxada e a Lança: A África antes dos
Portugueses, 2ª edição, ed. Nova Fronteira, 1996.
 Gerald Bender, Angola Under the Portuguese, Londres: Heinemann, 1978
 M. R. Bhagavan, Angola's Political Economy 1975-1985, Uppsala: Nordiska
Afrikainstitutet, 1986
 David Birmingham, The Portuguese Conquest of Angola, Londres: Oxford
University Press, 1965.

Referência

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_atl
%C3%A2ntico_de_escravizados
 http://historiacolonial.an.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=5141&Itemid=336
 https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/trafico-de-escravos-mercadoria-
humana-atravessa-o-atlantico.htm
 https://escolakids.uol.com.br/historia/trafico-negreiro.htm

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