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Índice

Introdução..........................................................................................................................3

O Trafico de Escravos no Atlânticos.................................................................................4

Os Traficantes Africanos de Escravos...............................................................................6

África Transformada.........................................................................................................6

Conclusão..........................................................................................................................9

Bibliografia......................................................................................................................10
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Introdução

Neste trabalho, vão ser discutidos temas relacionados com o colonialismo Africano,
com o principal enfoque ao trafico de escravos no atlântico, os traficantes africanos de
escravos e África transformada, conta da riqueza de fontes existentes, o uso de
categorias genéricas (“escravo”, “trabalhador”) para diferentes espaços, épocas e
contextos culturais.  Partindo de uma breve panorâmica da transição do trabalho escravo
ao trabalho livre na África, o trabalho destaca, por um lado, a violência e persistência do
trabalho forçado e, por outro lado, o facto de a maior parte da força de trabalho
Africana, na produção e nos serviços, africano no período colonial enfatizam algumas
categorias e realidades, omitindo ou apenas mencionando outras, apela à diversificação
de temas e abordagens, incluindo as que privilegiem as experiências de camponeses.

O presente trabalho tem com objectivos:

Objectivo geral
 Analisar o trafico de escravos no atlântico.

Objectivos específicos:
 Descrever as técnicas as características da África transformada,
 Identificar os traficantes africanos de escravos,
 Explicar o plano de tráfico de escravos no atlântico.
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O Trafico de Escravos no Atlânticos

Segundo Cooper (2016) ‘O comércio de escravos no Atlântico ou comércio


transatlântico de escravos, também chamado de tráfico negreiro, caracterizou-se por
negociar seres humanos como mercadoria e ocorreu em todo o Oceano Atlântico entre
os séculos XVI e XIX.’

A grande maioria dos escravos que foram levados para o Novo Mundo, a maior parte
pela rota de Comércio Triangular, eram membros de povos da África Ocidental, nas
partes centrais e ocidental do continente, vendidos por outros africanos ocidentais para
os comerciantes de escravos da Europa Ocidental ou capturados directamente
pelos europeus.

Os números de pessoas trazidas foram tão grandes que, antes do final do século XVIII,
os africanos que vieram por meio do comércio de escravos tornaram-se os mais
numerosos membros oriundos do Velho Mundo tanto no Norte quanto no Sul da
América.  Uma quantidade muito maior de escravos foi levada para a América do Sul
em relação ao norte. O sistema económico do Atlântico Sul era centrado na produção de
culturas de commodities e produtos têxteis para vender na Europa (Jerónimo, 2010).

Aumentar o número de escravos africanos trazidos para o Novo Mundo foi crucial para
os países da Europa Ocidental que, nos séculos XVII e XVIII disputavam entre si a
criação de impérios ultramarinos (Jerónimo, 2010).

Estima-se que 15% dos africanos morreram no mar, com taxa de


mortalidade consideravelmente maior na própria África no processo de captura e
transporte de povos indígenas para os navios. O número total de mortes africanas
directamente atribuíveis à viagens do período chamado de "Passagem Média é estimado
em até dois milhões; um olhar mais amplo em africanos mortos diretamente atribuíveis
à instituição da escravidão entre 1500 e 1900 sugere até quatro milhões de mortes de
africanos (Marques, 1999).

 Por duzentos anos, 1440-1640, traficantes de escravos portugueses tiveram um quase


monopólio sobre a exportação de escravos da África. Durante o século XVIII, quando o
tráfico de escravos transportou cerca de 6 milhões de africanos, os traficantes britânicos
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carregaram quase 2,5 milhões. O comércio de escravos é às vezes chamado


de Maafa por estudiosos afro-americanos, o que significa "grande desastre" em suaíli.

Outros, como Marimba Ani e Maulana Karenga, usam os termos Holocausto


Africano ou Holocausto da Escravidão para se referir ao período ( Heintze, 2014). 

O Império Português foi o primeiro a se engajar no comércio de escravos para o Novo


Mundo no século XVI e outros logo o seguiram.  

Os donos dos navios negreiros consideravam os escravos como uma carga que deveria


transportada para a América da maneira mais rápida e barata possível,  para então serem
vendidos para o trabalho escravo em lavouras de café, tabaco, cacau, açúcar e algodão,
nas minas de ouro e prata, campos de arroz, de indústria de construção, corte de madeira
e como empregados domésticos ( Ferreira, 2018, p. 55)

Os primeiros africanos importados para as colónias eram classificados como "servos


contratados" e também como "aprendizes para toda a vida". Em meados do século
XVII, a escravidão tinha se consolidado como uma casta racial; os escravos negros e
seus descendentes eram oficialmente uma propriedade de seus proprietários e as
crianças nascidas de mães escravas também eram consideradas escravas.

Enquanto uma propriedade, as pessoas eram consideradas um tipo de mercadoria ou


unidades de trabalho e eram vendidas em mercados populares, ao lado de outros
produtos e serviços. Os principais comerciantes de escravos do Atlântico, ordenados por
volume de comércio, foram:

Os impérios Português, Britânico, Francês, Espanhol e Neerlandês, além dos Estados


Unidos (especialmente a região sul). Eles estabeleceram postos avançados na costa
africana onde adquiriram escravos de líderes africanos locais.  As estimativas actuais
são de que aproximadamente 12 milhões de africanos foram enviados através do
Atlântico, embora o número de pessoas compradas pelos comerciantes de escravos seja
consideravelmente maior (Alencastro, 2018, p. 60)

A expansão marítima e comercial europeia, a partir do século XV, mudou drasticamente


a história da humanidade ao unir três continentes: a Europa, a África e a América. Em
busca de enriquecimento, os europeus (os portugueses foram pioneiros), organizaram
todo um aparato político, económico e militar que lhes garantiu o controlo sobre
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africanos e americanos. Dessa forma surgiu o que chamamos de sistema colonial, que
durou do século XVI ao século XIX.

Os Traficantes Africanos de Escravos


Na Colónia, ainda no século XVI, os portugueses já haviam dado início ao tráfico
negreiro, actividade comercial bastante lucrativa. Os traficantes de escravos negros,
interessados em ampliar esse rendoso negócio, firmaram alianças com os chefes tribais
africanos. Estabeleceram com eles um comércio baseado no escambo, onde trocavam
tecidos de seda, jóias, metais preciosos, armas,  tabaco, algodão e cachaça, por africanos
capturados em guerras com tribos inimigas (Keese, 2007).

Segundo o historiador Arno Wehling apud, Keese (2007), "a ampliação do tráfico e sua
organização em sólidas bases empresariais permitiram criar um mercado negreiro
transatlântico que deu estabilidade ao fluxo de mão-de-obra, aumentando a oferta, ao
contrário da oscilação no fornecimento de indígenas, ocasionada pela dizimação das
tribos mais próximas e pela fuga de outras para o interior da Colónia". Por outro lado, a
Igreja, que tinha se manifestado contra a escravidão dos indígenas, não se opôs à
escravização dos africanos. Dessa maneira, a utilização da mão-de-obra escrava africana
tornou-se a melhor solução para a actividade de produção de cana-de-açúcar.

Francisco Félix de Souza, ou Chachá, chegou a ser considerado, no seu tempo, o


homem mais rico e influente da África Ocidental.  Agente exclusivo do rei de Daomé,
ele tinha uma habilidade incomum para intermediar o comércio escravo entre chefes
africanos e traficantes europeus. Casou-se com algumas dezenas de mulheres que
geraram quase uma centena de filhos, somente entre os legítimos. Seu sobrenome,
Souza, deu origem a um clã africano que goza ainda hoje de prestígio em Benin e Togo
( Mattos, 2004)

África Transformada
O continente africano e o asiático foram os últimos a serem colonizados pelos europeus.
Nas Américas, o processo de colonização teve início ainda no século XVI. Três séculos
mais tarde o continente americano já havia sido descolonizado e a Primeira Revolução
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Industrial se encontrava em plena expansão. Diante disso, os europeus buscaram novas


fontes de recursos para abastecer as suas indústrias.

No século XIX, as nações europeias, como Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e


Alemanha, começaram a explorar de maneira efectiva o continente africano e o asiático.
A Revolução Industrial motivou esses países a explorar matérias-primas, especialmente
minérios, dentre os quais podemos destacar o ferro, cobre, chumbo, além de produtos de
origem agrícola, como algodão e borracha; todos fundamentais para a produção
industrial (Henriques, 1997).

As nações americanas que foram descolonizadas se tornaram um mercado promissor


para os produtos industrializados europeus, tendo em vista que a procura na Europa por
tais mercadorias estava em queda (Henriques, 1997).

As potências europeias, para garantir matéria-prima, ocuparam os territórios contidos no


continente africano. Logo depois, promoveram a partilha do continente entre os
principais países europeus da época, dando direito de explorar a parte que coube a cada
nação.

A divisão do continente africano foi consolidada através de um acordo realizado em


1885. Esse evento contou com a participação da Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha,
Itália, Portugal e Espanha. Esse acordo foi executado na Conferência de Berlim.

Porém, o processo de exploração da África aconteceu antes mesmo de haver a partilha


do território, isso porque diversos países enviaram delegações de cientistas para o
continente. Segundo eles, os cientistas tinham o propósito de realizar pesquisas de
carácter científico, mas na verdade esses colectavam dados acerca do potencial mineral,
ou seja, as riquezas do subsolo (Neto, 1997).

Anos depois, grande parte do território africano estava colonizada. Os europeus


introduziram culturas que não faziam parte da dieta do povo nativo. Os colonizadores
rapidamente promoveram plantios, com destaque para a produção de café, chá, cana-de-
açúcar e cacau.

Outra actividade desenvolvida foi o estaticismo mineral, com destaque para a extracção
de ouro, ferro, chumbo, diamante, entre outros. Assim, os europeus conseguiram
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garantir por um bom tempo o fornecimento de matéria-prima para abastecer as


indústrias existentes nos países europeus industrializados (Neto, 1997).
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Conclusão
O tráfico negreiro iniciou-se no Brasil pela necessidade contínua de mão-de-obra
escrava e foi resultado directo da diminuição do número de escravos indígenas, na
época, o mesmo era visto como uma actividade extremamente lucrativa e atendia aos
interesses da Coroa, portugueses e colonos, presença portuguesa no continente africano
ocorreu por meio de feitorias, as quais os permitiam criar laços comerciais com
diferentes reinos africanos. Os africanos obtidos para escravidão eram prisioneiros de
guerra revendidos ou eram capturados em emboscadas elaboradas pelos traficantes. A
principal feitoria portuguesa instalada na África foi a de Luanda, e os escravos
angolanos corresponderam a 75% do total desembarcado no Brasil. As potências
europeias, para garantir matéria-prima, ocuparam os territórios contidos no continente
africano. Logo depois, promoveram a partilha do continente entre os principais países
europeus da época, dando direito de explorar a parte que coube a cada nação.

A divisão do continente africano foi consolidada através de um acordo realizado em


1885. Esse evento contou com a participação da Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha,
Itália, Portugal e Espanha. Esse acordo foi executado na Conferência de Berlim.
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Bibliografia

Cooper, F. (2016). Histórias de África. Capitalismo, modernidade e globalização.


Lisboa: Edições 70.

Ferreira, R. (2012). Dos sertões ao Atlântico: Tráfico ilegal de escravos e comércio


lícito em Angola, 1830-1860. Luanda: Kilombelombe.

Heintze, B. (2014).  A África centro-ocidental no século XIX (c. 1850-1890):


Intercâmbio com o mundo exterior, apropriação, exploração e documentação. Luanda:
Kilombelombe.

Henriques, I. (1997). Percursos da modernidade em Angola. Dinâmicas comerciais e


transformações sociais no século XIX. Lisboa: Instituto de Investigação Científica
Tropical.

Jerónimo, M. B. (2010). Livros brancos, almas negras: A “missão civilizadora” do


colonialismo português c. 1870-1930. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Marques, J. P. (1999). Os sons do silêncio: O Portugal de Oitocentos e a abolição do


tráfico de escravos. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Mattos H, M. (2004) Escravidão e cidadania no Brasil Monárquico, Rio de Janeiro


Jorge Zahar editor;

Neto, M. C. (1997). Ideologias, contradições e mistificações da colonização de Angola


no século XX. In Lusotropicalisme. Idéologies coloniales et identités natio, 1930-61.
Stuttgart: Franz Steiner Verlag.

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