Você está na página 1de 23

Índice:

Introdução:...................................................................................................................................4

Objectivos....................................................................................................................................4

Geral:...........................................................................................................................................4

Específicos:..................................................................................................................................4

Metodologia.................................................................................................................................4

A escravatura no desenvolvimento do ocidente..........................................................................5

A procura de mão-de-obra nas Américas....................................................................................7

O impacto social e cultural do comércio de escravos na América............................................18

O fim do comércio de escravos.................................................................................................20

Conclusão:.................................................................................................................................23

Bibliografia:...............................................................................................................................24
4

Introdução:
O trabalho surge no âmbito da cadeira de História de África do século XVI a XVIII, que tem
como tema o comércio transatlântico de escravos, onde irá-se verificar que o tráfico de escravos
foi condicionada pela procura da mão-de-obra para as grandes plantações na América.

Onde abordar-se-ão todo o processo do comercio transatlântico de escravos, desde o local de


origem desses mesmos escravos que é no continente africano, o processo de captura dos mesmos
ainda no continente africano, como era realizado esse comércio nos portos africanos encarregues
da venda desses mesmos escravos, como acontecia a chamada passagem do meio, as dificuldades
observadas na mesma, até as perdas mortais ao longo da passagem do meio, e a vida dos
escravos no chamado novo mundo.

Finalmente falar-se-á da abolição do tráfico dos escravos, onde ira se verificar que essa mesma
abolição seguiu fases para se concluir, e que nem todas as potências estavam a favor da mesma e
veremos as alterações introduzidas durante o período do comércio ilegal dos escravos.

Objectivos
Geral:
 Conhecer o comércio transatlântico de escravos.

Específicos:
 Explicar a chamada passagem do meio;
 Mencionar os problemas que levavam a mortalidade no tráfico;
 Identificar as alterações introduzidas durante o período de comércio ilegal.

Metodologia
Para a elaboração deste trabalho, recorreu-se a observação indirecta, através das consultas e
leituras bibliográficas, assim como os endereços electrónicos que facilitaram a recolha de dados
cujas referências estão patentes na última página deste trabalho. Os mesmos dados foram
compilados e analisados de tal forma que permitissem a possível coerência e coesão do trabalho,
passando pela revisão ortográfica.
5

A escravatura no desenvolvimento do ocidente


A Europa, à semelhança da maioria das sociedades, existia a escravatura doméstica, onde a força
de trabalho era reforçada pelos escravos. Esta prática tornou-se reconhecida e importante por
conta da ausência dos laços que ligassem às famílias, aos parentes e à comunidade distinguindo
os escravos de outros trabalhadores, razão que levava esta classe social a ser altamente desejosa
no mundo pré-industrial. A escravatura como sistema de produção industrial ou de mercado era
um fenómeno muito mais limitado. As origens remontam a sociedade ocidental nos séculos antes
da era cristã, nas Cidades-Estado da Grécia e no Império Romano.

O mercado em expansão e escassez de mão-de-obra que cria condições ideias para o recurso ao
trabalho escravo ou servil, desde que haja poder político para reduzir determinadas populações à
servidão e escravatura. No auge do império Romano a população da Itália incluía 2 a 3 milhões
de escravos. Embora os escravos tenham desaparecido em plena era moderna, a escravatura
enquanto instituição económica importante, ruiu com as invasões barbaras dos séculos V a VIII.

No início da idade media a retracção do mercado internacional e a propriedade dada a defesa e


segurança levaram ao aparecimento duma nova forca laboral semi-servil com a liberdade a troco
de protecção por parte da elite local.

No mundo não cristão do Mediterrâneo, a escravatura conheceu um recrudescimento entre os


séculos VIII a XVIII. As invasões muçulmanas das ilhas mediterrânicas e Espanha, trouxeram
consigo o crescente recurso da mão-de-obra escrava na agricultura e na indústria. Foi o
renascimento do comércio europeu com os territórios distantes em resultados das primeiras
cruzadas que trouxe de volta ao comércio e à produção de escravos, do séculos X ao XIII.
Desenvolveram-se neste período um mercado de povo eslavo, o que levou ao uso de termo para
definis o status de escravo. Contudo, não foi apenas o povo eslavo o único escravizado.

Depois do século VIII, a escravatura na Europa tornou-se uma fonte de mão-de-obra de


importância secundária ligada a actividades domesticas. O lento ressurgimento do comércio e
das actividades agrícolas, a partir do século X, provoca a intensificação do uso e colonização da
terra, com o aumento da população camponesa cresce a economia de mercado.

No continente africano havia a escravatura, embora em menor escala comparando com o período
de abertura do comércio Atlântico. Vários estados da África eram livres de comprar e vender
6

escravos, bem como a sua exportação para o norte de África. Há referência de rota de caravela
que atravessava o Saara para o comércio com o Mediterrâneo desde a era romana até a era
moderna. Com a expansão do islão o comércio ganha nova dinâmica. Os comerciantes passaram
por um papel importante no tráfico transariano. Entre os séculos IX a XV, verificou-se um
comércio internacional de escravos na maioria de mulheres e crianças forcadas a migrarem. A
maior parte das nações africanas não davam importância ao tráfico de escravos, nestas
sociedades os escravos exerciam fundamentalmente funções doméstica e religiosas. Na África
oriental, encontravam-se escravos a trabalhar nas plantações, nas proximidades de Melinde e
Mombaca e na ilha de Madagáscar.

Muito antes da abertura das rotas da África Ocidental-Atlântico já existia um comércio interno e
externo de escravos, portanto esta prática facilitou a adaptação às necessidades do comércio de
escravos, quando este surgiu no século XV. A chegada dos exploradores e mercadores
portugueses à costa africana, na costa subsaariana, no princípio do século XV, começa o marco
importante do tráfico, caracterizado pela intensificação desta actividade, bem como a utilização
dada aos escravos. Os portugueses se integraram, logo ao começo, na rede existente de
comerciantes muçulmanos e infiltraram-se nelas através dos rios navegáveis para penetrarem ao
interior e mais tarde instalaram entrepostos comerciais.

Os escravos africanos, rapidamente, adoptaram a cultura, a língua e a religião dos seus donos que
passaram a designar de ladinos. Estes ladinos acompanharam os seus donos nas viagens de
descoberta e conquista às ilhas do Atlântico e o Novo Mundo. No período do século XV,
Portugal competia com a Espanha na expansão marítima. Os portugueses dominaram Açores,
Madeira, Ilhas de Cabo Verde e São Tomé, enquanto que os espanhóis conquistaram as ilhas
Canárias. Foi nestas terras que experimentaram a mão-de-obra escrava de África nas plantações
de cana-de-açúcar. Estas açucareiras passaram por um ciclo bastante intenso de apogeu e
declínio, mas abriram um importantíssimo mercado para o consumo de açúcar na Europa e
introduziram técnicas de produção que viriam a ser usadas no Novo Mundo.
7

A procura de mão-de-obra nas Américas


A conquista do hemisfério americano pelos europeus não garantiu automaticamente a expansão
de mão-de-obra escrava ao Novo Mundo, contudo foi neste continente que a escravatura
floresceu sob o domínio dos europeus. Esta actividade foi estimulada pelas condições do
mercado americano de trabalho.

Já habituados a usar trabalho escravo de africanos, muçulmanos e guanches na Europa e ilhas


atlânticas, os primeiros portugueses e espanhóis começaram a escravizar todos os índios. Mas
por uma série de razões políticas, culturais e religiosas o governo espanhol acabou por se decidir
contra a escravização dos índios, porém recorreram a um misto de corveia e incentivo de
mercados e benefícios fiscais. As doenças europeias espalharam-se entre os índios, que depressa
se despovoaram. As escassas centenas de milhares de índios conquistados no Brasil, adaptavam-
se pior ao trabalho agrícola e eram ainda susceptíveis às doenças europeias.

Com excelentes reservas de metais preciosos, e uma balança comercial positiva com a Europa,
nestas situações restava aos europeus como única alternativa laboral, a importação de escravos
africanos. Os escravos africanos eram bastantes úteis pelo facto de que eram trabalhadores
desenraizados e de total mobilidade, diferentemente dos índios. Os africanos vinham de
múltiplos grupos linguísticos.

Os ingleses e franceses, que seguiram os ibéricos, para América depois da descoberta,


encontraram ainda menos índios, tendo a princípio usado a massa laboral europeia de
camponeses pobres e o pagamento da passagem estava consignada em contrato de trabalho a
termo. Mas no século XVII, regista um próspero mercado de emprego na europa e o consequente
aumento de custo de trabalhadores a contrato para as colónias. Com isto, era de se esperar que os
ingleses e franceses entrassem no tráfico Atlântico. Os escravos africanos tornaram-se a forca
laboral mais desejada pelos europeus para o desenvolvimento das suas actividades de exportação
a partir da América.

Nos primeiros anos de comércio Atlântico de escravos, espanhóis canalizavam-nos para o


México e Peru. As necessidades de escravos no vice-reino do Peru acentuaram-se de forma
extraordinária, com a produção de prata de Potosi, atingiu o auge, no século XVI. No vice reino
do México, registou-se a presença de africanos desde os primeiros tampos para a extracção da
8

prata, embora de forma ténue uma vez que havia muita população índia. Até 1650, a América
espanhola, em especial o Peru e o México, tinham conseguido importar desse os primeiros
tempos, entre 250 000 e 300 000 escravos. Depois, regista-se maior procura na América
portuguesa e nas terras antes menosprezados pelos espanhóis (Caribe).

Com a unificação das coroas portuguesas e espanhola entre 1580 e 1640, abriu aos portugueses o
acesso aos mercados da América espanhola.

A princípio, os portugueses tinham pouco interesse pelo Brasil, entretidos nas especiarias.
Contudo este desinteresse termina quando os rivais europeus (franceses e britânicos e mais tarde
os holandeses) puseram maior interesse, o que levou os portugueses a tomar a decisão de uma
colonização a séria. O Brasil foi a primeira colónia a criar uma importante indústria de
exportação do açúcar para a Europa. Assumindo desta forma um vasto papel central no vasto
império português, bem como seria de elo (o açúcar) de ligação entra o Portugal, a África e o
Brasil.

Entretanto, importa referir que os holandeses invadem o Brasil e asseguram a principal ligação
comercial entra o Brasil e o norte da Europa. Em 1624, conquistaram as províncias de Baia e
Pernambuco, no Brasil e em 1638 conquistaram Elmina e de seguida, em 1641 conquistaram
Luanda. O estado de rebelião constante e os ataques dos portuguese, acabaram por ditar o
declínio do Pernambuco holandês em 1640.

O movimento de escravos africanos foi muito intenso nas ilhas Caraíbas: na Jamaica, no Santo
Domingo, Grenada, St. Vicente, Dominica e Tobago. Em 1800, o Brasil tinha perto de 1000 000
de escravos africanos e crioulo, sendo provavelmente a colónia com maior diversificação da
utilização da mão-de-obra. A firme expansão do açúcar e o crescimento rápido do café tiveram
um impacto directo no aumento da população brasileira e cubana.

A última região a importar os escravos, foram os estados Unidos, embora tenha recebido desde
1619, escravos levados pelos holandeses, os criados ingleses contratados foram até final do
século XVII, a principal força laboral. Só havia dois centros de trabalho na baia de Cheasapeake
(colónias de Virgínia, Maryland e partes da Carolina do Norte) e outros (carolina do sul e
Geórgia). Embora os Estados Unidos e as colónias inglesas tivessem fechado o mercado de
9

escravo em 1808, Cuba, Porto Rico, Brasil e parte das Caraíbas não inglesas mantiveram um
fluxo constante de importação de mão-de-obra escrava.
10

A África no tempo de comércio Atlântico de escravos

No século XV, as estruturas políticas, económicas e sociais da África subsaariana estavam bem
desenvolvidas quando os europeus abriram o comércio internacional. Grande parte desta região
já mantinha contacto com o Norte de África e com o mundo mediterrânico, desde as civilizações
clássicas do Egipto, Grécia e Roma. Antes deste século, a costa oriental mantinha contactos com
a Índia e as ilhas do Índico.

Das instituições políticas, maior destaque vai para Gana, fundada no século VII, pelos berberes
almorávidas, e controlava jazidas do ouro de Bambuk e as rotas de caravana até ao Marrocos.
Com o declínio do Gana, emergiu o Império do Mali, que durou desde 1250 a 1350, com centro
em Tombuktu, que veio a desmoronar lentamente e foi substituído pelo Império Songhay por
volta de 1450. O Songhay tinha a sua capital em Gao, porém tinha Tombuktu como grande cento
comercial. Portanto esta região da África ocidental encontrava-se bem estruturada e bem
integrada no mundo mediterrânico até à chegada dos portuguese, e foi esta a primeira região a
participar no tráfico Atlântico.

Quando os portugueses chegam à África, nasce um contacto tripartido entre a Europa, África e a
América. A partir do século XV, os portuguese depressa começaram a explorar a nova rota
comercial e povoaram as ilhas de Santiago (Cabo Verde), construíram o forte de São João da
Mina (Elmina), entram em contacto com o reino do Congo. Na África central tinham colonizado
a ilha de São Tome, no golfo do Guiné, e em 1505 a fortaleza de Sofala.

A princípio, os portugueses faziam incursões e tentavam capturar os escravos a força, em 1444 e


1445, mas depararam com feroz hostilidade da parte dos berberes africanos, e tiveram de ajustar
suas estratégias para a negociação pacífica. Fixaram a feitoria de Arguim, dando começo ao
comércio de escravos e ouro com os estados da África ocidental.

O resultado da penetração mercantil criou na Senegâmbia, até Moçambique de uma classe


mercantil livre de mistos afro-portugueses, contudo, os portugueses passaram a respeitar a
autonomia portuguesa e política nas relações com a África, portanto a chegada dos europeus às
costas africanas do Atlântico e do índico tinham reduzido o impacto sobre a sociedade e a
economia do interior de África. A partir do século XVII, a rota atlântica se afirmou como o mais
importante do tráfico negreiro, uma vez que no século anterior foi de forma ténue, tendo
11

evoluído do volume com as grandes variações regionais em termos de ecologia, economia e


organização política em vigor nas partes da África.

Assim, as regiões como Senegâmbia tiveram grandes exportações de escravos nos anos de 1720
a 1740, passando esta actividade para Costa do Ouro, no golfo da Guiné, reino do Congo. Neste
período, registou-se guerras frequentes, com o propósito de captura de escravos para o tráfico. O
Congo e Angola, assim como no Golfo de Biafre, criou-se redes completas de comércio.
Entretanto, a evolução do comércio ao longo da costa ocidental e oriental, variou com o tempo e
lugar. A partir de 1700, a maioria de escravos vendidos vinham do interior, como resultado das
intensas guerras nos estados africanos. Mais para o sul, os europeus descobriram na costa da Alta
Guiné e serra Leoa, inúmeros mini-estados com os quais fizeram trocas comerciais.
Imediatamente a sul e leste, mantiveram contacto com as Costas da Pimenta e do Marfim (actual
Libéria e Costa do Marfim) mais para o sul ficava a Costa do Ouro (Gana) onde foram atraído
pelo ouro e mais tarde os escravos. Na Costa do Ouro edificaram fortes com maior destaque ao
de São João da Mina (Elmina). Aquela região ficou pejada de fortes e gerou conflitos entre as
potências europeias, tendo os portugueses perdido a sua influência para os ingleses e holandeses.
Mais para o leste ficavam os Golfos do Benim e do Biafre, conhecida como a Costa dos Escravos
(actuais Togo Benim, e oeste da Nigéria), territórios dos três reinos do Benim, Daomé e Oyo dos
Yorubas. A zona do delta do Níger (hoje, leste da Nigéria e Camarões) que entram no comércio
Atlântico de escravos nos meados do século XVII. Do Golfo do Benim para o sul, encontravam-
se o Gabão, as ilhas de São Tome e Príncipe (que serviu de posto de abastecimento fundamental
para os negreiros portugueses e outros europeus) que foram colonizados por Portugal.

Os britânicos e franceses tiveram na costa de Luango, uma região fundamental para o


recrutamento dos escravos. Enquanto os portugueses obtinham volumes de escravos contantes
nas costas do Congo e Angola. Os portugueses penetraram, igualmente na costa oriental de
África, em Moçambique e se instalaram na cidade muçulmana de Sofala em 1505 e na Ilha de
Moçambique em 1508, onde exerceram sua influência em mini-estados (Prazos) e tiveram
monopólio do comércio internacional de escravos. Até século XVIII, os escravos de
Moçambique tinham destino nas ilhas francesas do Índico. Entretanto, o comércio internacional
de escravos para as Américas começou, seriamente no século XIX, com o destino para o Brasil.
12

Durante aquele período, foi evidente a especialização dos portos de Quelimane, Ibo, ilha de
Moçambique, baia de Delagoa e Inhambane, que tinha até 1811 cerca de 90 000 escravos para as
ilhas do oceano índico e 386 000 para a América.

A organização europeia do comércio de escravos

O comércio Atlântico de escravos foi um dos empreendimentos mais complexos que o mundo
pré-industrial conheceu. Foi a maior migração transoceânica da história, que promoveu o
transporte de pessoas e bens entre três continentes. O comércio teve uma relação directa com o
desenvolvimento da agricultura comercial de exportação na América e com as relações
comerciais entre a África e europa. Este comércio implicou complexas operações de capital e de
crédito na Europa, na África e na América e foi assegurado por um número imenso de
comerciantes em concorrência num mercado invulgarmente livre.

Imagem que ilustra as zonas do transatlântico

A organização dum comércio intensivo de escravos levou várias centenas de anos a implantar-se.
Os espanhóis foram mesmo ao ponto de o declarar monopólio desde o seu princípio até finais do
século XVIII. Os espanhóis detinham contratos de concessão de companhias monopolistas
privadas e estrangeiras assim como, o comércio era controlado pelo estado a fim de cobrar o
imposto através do asiento.

Os portugueses criaram no século XVIII companhias estatais monopolistas parra fazer chegar o
comércio à colónia do Brasil, cujo crescimento económico permitiu aos portugueses gerar o
capital necessário para importar escravos africanos. Contudo, todas a potências europeias
precisavam de recorrer as companhias monopolistas para o fornecimento de escravos às colónias
13

americanas que não dispunham de capital ou do crédito necessário para pagar os escravos
importados.

O monopólio dos ibéricos foi poeta em causa logo nos finais do século XVI pelos franceses,
britânicos e holandeses. Os holandeses fundam em 1621 a companhia das índias ocidentais,
tendo na mira as colónias portuguesas na América e em África.

Os holandeses abriam o caminho e os franceses e ingleses seguiram-lhe os passos. Os franceses


estabeleceram laços comerciais duradoiros na região de Senegâmbia, enquanto os inglese
marcaram posições na Serra Leoa e os holandeses concentram-se na Costa do Ouro.

Depois de guerras fratricidas do século XVII, entre as companhias monopolistas, seguiu um


momento de paz internacional, houve espaço para todos os países mercantis mais pequenos,
desenvolverem suas actividades, como a companhia dinamarquesa das índias ocidentais, fundada
em 1625, a companhia africana sueca, fundada em 1647, e o estado alemão de Brandeburgo
construiu um forte na Costa do Ouro. Os franceses organizaram finalmente em 1664 a
monopolista Compagnie des Indes Occidentales, e mais tarde foi fundada, em 1673 a
Compagnie du Sénégal. A última grande companhia findada no século XVII foi a English Royal
African Company, fundada em 1672, com capitais maioritariamente privados. A partir de 1630,
os britânicos ergueram fortes na Costa do Ouro.

A última experiencia de comércio com companhias monopolistas foi a que os portugueses


levaram a cabo nos finais do século XVIII. As duas mais importantes são a companhia de
Pernambuco e Paraíba, que operava para Angola; e a Companhia do Grão Pará e Maranhão que
operava nos portos de Cacheu, Bissau e na Alta Guiné.

Face aos elevados custos de entrada no comércio, abriam o capital ou acções a investidores
interessados, bem como atraiam um conjunto de diferentes investidores. O dono e armador do
navio vendia partes da expedição ou navio investidores externos. após a compra do navio e a
organização de documentos e seguros, a bordo do navio tinha de haver um conjunto de
intervenientes (oficiais, medico, carpinteiro tanoeiro) e a tripulação que variava de 30 a 36
marinheiros, dependendo da capacidade do navio. Especifico do comércio brasileiro, grande
número da tripulação era composta por escravos americanos, justificado pela ausência de
marinheiros livres.
14

Apesar das tripulações e das características especiais dos navios de escravos, a maior despesa
de equipamento era a carga que configurava-se com cerca de dois terços do total dos custos, e o
navio e a respectiva tripulação, apenas um terço. Foi a procura de bens importados sofisticados a
troco dos seus escravos que fez subir tanto o valor das cargas.

Enquanto juntavam os escravos, os europeus abasteciam-se também de água e mantimentos para


a viagem. Carregavam alimentos e condimentos típicos de África, bem como biscoitos
embarcados da europa.

Os escravos eram alojados pelos armadores nos navios, em locais limpos, pois se sabia da
relação entre a higiene e doenças. À chegada a América, os negreiros cumpriam formalismos
alfandegários seguidos da venda dos escravos aos plantadores locais.

Apesar do mito do chamado comércio triangular, as mercadorias das índias ocidentais rumavam
para Europa por embarcações concebidos para o efeito e se dedicavam especialmente ao
comércio bilateral, enquanto os negreiros zarpavam para Europa. Os capitães, quando chegavam
a Europa, elaboravam os relatórios e a tripulação recebia os seus salários em dinheiro.

A organização africana do comércio do escravo

Os escravos africanos eram comprados a proprietários africanos locais e que a troca de


mercadorias por escravos representava para todos os efeitos um verdadeiro mercado. Os
compradores europeus dependiam totalmente dos vendedores africanos para o seu abastecimento
de escravo, em número suficiente para encher os porões dos navios negreiros que só chegavam à
costa pala mão dos mercadores africanos dispostos a traze-los do interior.

Além de se comprometerem a seguir uma via do comércio pacífico, os europeus tinham de


satisfazer exigências específicas de estados locais instalados, pagavam impostos locais sobre as
suas compras. Estima-se que no reino de Ouidah, na Costa dos Escravos, em finais do século
XVII e princípios do século XVIII, os comerciantes europeus de escravos tinham de pagar o
equivalente a 37 ou 38 escravos por navio para poder comprar escravos no reino. Incluía-se um
imposto real de direito a fazer comercio, pagamento aos funcionários reais que tratavam da
transferência dos escravos para os navios, os custos dos intérpretes oficiais africano, bem como
havia uma taxa de exportação.
15

Desenvolveu-se em África um activo mercado de crédito, havendo europeus que entregavam


produtos a funcionários ou comerciantes locais para que estes lhes comprassem escravos no
interior e outros conseguiam escravos a crédito com a promessa de produtos.

Os africanos da Orla costeira desenvolveram capacidades especiais de produção por forma a


poderem alimentar e vestir os escravos que afluíam aos portos e fornecer provisões para os
entrepostos comerciais europeus e navios que os demandavam.

Os estados costeiros envolvidos no comércio obtinham os seus escravos do interior, comprando-


os com produtos locais, como o sal, peixe-seco, nozes de cola e têxteis de algodão, e também
com mercadorias europeias.

Há século que a África exportava ouro e escravos com os mercadores das caravanas saarianas às
cidades de pedras e feiras de ouro, organizadas pelos comerciantes islâmicos swahili na África
ocidental. Os africanos estavam perfeitamente familiarizados com a economia de mercado, e o
comércio internacional muito antes dos portugueses terem chegados a costa de África ocidental.

Desde o princípio, os africanos não tiveram grandes dificuldades em lidar com os europeus e
com eles fazer negócio. Embora a escravatura doméstica em África fosse substancialmente
diferente da escravatura comercial na América, todo o processo de apropriação de cativos de
guerra, de escravização de criminosos e maus pagadores, de aplicação de impostos sobre a posse
de escravos e mesmo de recrutamento forcado de populações camponeses indefesas constituíam
práticas de mercado amplamente conhecidas.

Quanto ao custo dos escravos, usava-se a moeda de troca numa determinada transacção, era
expressa em moedas europeias e em unidades de conta africanas, o que incluía divisas como as
conchas de cauri, fios de cobre, panos de ráfia, ou era definido em unidades como a onça
comercial. As conchas de cauri eram a principal moeda no Golfo da Guiné; a onça era vulgar na
Costa do Ouro e nas zonas limítrofe; o fardo de produtos era moeda corrente no comércio
costeiro do Luango e Angola. As moedas de prata eram ocasionalmente usadas no século XVIII,
nos portos da Alta Guiné e nas Costas do Ouro e no Golfo do Biafre, e o ouro em pó era usado
na compra de escravos, assim se obrigando os europeus a gastarem as suas próprias divisas no
comércio com os africanos. Os preços variavam muito conforme a idade, o sexo e o estado de
saúde. As mulheres eram em media 20% mais baratas do que os homens, e as crianças eram
16

ainda mais baratas, além de que os homens na “flor da idade” eram 20% mais caros dos que os
mais velhos. O preço do escravo variava ainda em função da concorrência e das condições de
abastecimento que vigoravam no local da compra.

Imagem que ilustra escravos capturados e os caçadores dos mesmos

Os produtos europeus, têxteis das índias orientais e conchas do oceano Índico não eram os únicos
que os europeus usavam na compra de escravos. Faziam-no também com grandes quantidades de
produtos importados da América entre os quais o tabaco do Brasil e o rum da América do norte.

As variações verificavam-se sempre com tendências de longo prazo resultado do impacto duplo
do facto de o aumento da procura americana exceder o aumento da oferta.

Os africanos não eram actores passivos, nem povos inocente no que se refere a economia do
mercado, e sabiam negociar com os europeus numa base de igualdade. Pois já estavam bem
integrados na economia do mercado reagiam aos incentivos do mercado, tão bem como qualquer
povo da Europa ocidental, lutavam contra as tentativas europeias de imposição de barreiras
monopolistas ao seu comércio, ao mesmo tempo que conseguiam limitar as exigências de
carácter mais excessivos que os europeus impunham às suas práticas locais de comércio.

A passagem do meio
Uma vez comprados na costa africana, os escravos com destino à América faziam a travessia do
atlântico numa viagem que ficaria como a “passagem do meio”. As condições em que se fazia o
transporte destes escravos e a mortalidade a que estavam sujeitos contam-se entre os aspectos
mais estudados do comércio Atlântico de escravos.
17

Onde alguns dos mesmos escritos afirmam que apenas cerca de 18% da mortalidade sofrida no
comércio se registava a bordo, e quase 71% aconteciam no transporte de escravos até a costa, ou
seja antes do embarque dos mesmos nos navios negreiros. E o restante acontecia no momento de
adaptação às condições do novo mundo. Para colocar no devido contexto a chamada passagem
do meio, é preciso lembrar que a travessia marítima levava em média um mês, da África ao
Brasil, e dois meses da costa africana às Caraíbas e América do norte. Mas a maioria dos
escravos levavam de seis meses a um ano desde a captura ao embarque nos navios europeus,
sendo que o tempo passado na costa à espera do embarque era em média de três meses.

A mortalidade a bordo dos navios transformou-se no centro de muitos dos debates travados na
Europa a propósito do comércio de escravos, tendo sido objecto de análise não só a mortalidade
dos escravos durante a passagem transatlântico mas também as mortes entre a tripulação.

A compra de escravos na costa de África não era uma transacção barata, nem os intermediários
africanos eram espectadores passivos. O mercado africano tinha boas ligações ao mercado
mundial e os africanos exigiam produtos asiáticos, americanos e europeus em troca dos seus
escravos. Se esses produtos eram bens que os europeus tinham de comprar a altos preços e como
foi referido, dois terços do custo da expedição de compra de escravos iam para a compra das
mercadorias com que se pagavam os escravos. Qualquer perda de escravos em trânsito ia afectar
directamente a rentabilidade final da viagem. E o facto é que a elevada mortalidade dos escravos
na travessia resultava no prejuízo financeiro da viagem.

A característica mais importante para compreender a mortalidade na passagem do meio é a


grande variação de taxas de mortalidade entre viagens, isto verifica-se mesmo quando as outras
características se mantem constantes, caso dos tempos de navegação, dimensão dos navios, zonas
de embarque em África, e a idade e distribuição por sexo dos escravos transportados.

A mortalidade na travessia era devida a uma série de causas diferentes: umas com origem em
África e outras relacionadas com as condições concretas de vida a bordo, ou uma combinação
das duas. As taxas de mortalidade muito elevadas estão normalmente associadas a viagens
inesperadamente longas, ou a surtos anormais de doenças: malária, febre-amarela, varíola e
sarampo. As práticas sanitárias no próprio navio, a má qualidade de água, falta de vento em
algumas embarcações, a fome, as mudanças ecológicas de longo prazo, e as variações climáticas
e agrícolas de curto prazo também tem uma evidente influência.
18

A elevada taxa de mortalidade sofrida pela tripulação branca que operavam os navios de
escravos mostra a inevitabilidade de todos os participantes no comércio de escravos sofrem
algum grau de mortalidade. Em todas as rotas, os marinheiros que operavam nos navios de
escravos sofriam índices de mortalidade mais elevados do que os que operavam os outros navios,
mesmo que fizessem comércio em África.

As doenças relacionadas com a alimentação e a varíola, em finais do século XVIII já eram em


pequeno número os casos vistos que os europeus já tinham aprendido a controlar ambas doenças.
Apesar de todos os esforços, as mortes abordo dos navios estavam sempre a acontecer, não só
por doenças e acidentes mas também por rebeliões, suicídios, e desastres naturais. Com gente
saudável que era para sempre arrancada a forca à sua terra natal e a navegação por mar que era
na época da vela uma empresa de alto risco, mais ainda em tempos de guerra, a mortalidade era
uma consequência inevitável.

A tonelagem dos navios dos escravos era menor do que a dos normais navios mercantes, mas
também, independentemente do seu tipo de velame ou de construção, tinha elementos de
concepção específicos do comércio de escravos. As suas cobertas provisórias, feitas de grandes
abertas, sendo as escotilhas cobertas com as grandes abertas.

O interior de um negreiro Imagem exterior de um negreiro

Os registos mostram 24259 viagens de comércio de escravos realizadas entre os séculos XVI e
XIX. Das quais 17% das viagens tiveram como resultado a não entrega dos escravos na América
por varias razões. Neste grupo 148 navios se perderam no mar, tendo morrido todos tripulantes
em destaques aos escravos africanos. Houve revoltas de escravos onde saíram-se vitoriosos-313
19

das viagens feitas, e noutras 70 viagens os navios de escravos ou seus escaleres foram
interceptados por africanos na costa. Embora não com perda total de vidas, houveram 443 navios
que sofreram naufrágios, e 832 que foram assassinados por piratas ou corsários. Finalmente 1871
navios foram capturados e condenados no século XIX por prática ilegal de escravatura.

O impacto social e cultural do comércio de escravos na América


Por muito que os documentos da época referissem que os plantadores queriam escravos da costa
do ouro e não do Luango, a verdade é que aceitavam os que os lhes quisessem vender. Isto
equivalia a aceitar não só mulheres e crianças em número de cada vez maior mas também de
qualquer região que os fornecesse. Como atrás se referiu, o comércio subia e descia ao sabor da
oferta africana de escravos.

Se a sazonalidade no movimento de escravos era influenciada por factores da procura da


América, a nacionalidade, sexo e idade dos escravos introduzido no comércio transatlântico de
escravos eram principalmente determinados pelas condições existentes em África. O
desequilíbrio entre sexos dos africanos que partiam, em particular era determinado pelas
condições de oferta que havia em África. As mulheres africanas, livres escravas tinham grande
procura dentro da própria África, e é esta procura concorrente que explicava o menor número de
mulheres no comércio atlântico de escravos.

Como até as mulheres escravas podiam constituir laços significativos nas redes de parentesco, a
sua importância no sistema social saia reforçada. Por outro lado, nas sociedades polígamas era
mais fácil comprar mulheres escravas do que mulheres livres locais.

Por todas estas razões, as mulheres tinham um preço mais alto do que os homens nos mercados
internos africanos. Além disso, estes constituíam um vasto mercado que absorvia um grande
número de escravos. Embora seja difícil obter números exactos.

Finalmente, a esta procura de mulheres no mercado interno de escravos há que somar a procura
de outros mercados ultramarinos de escravos, com destino ao mar vermelho e ao mar
mediterrânio oriental. Estes mercados também pagavam preços mais alto pelas mulheres do que
20

pelos homens. Embora fossem mais pequenos do que o mercado transatlântico de escravos,
eram, ainda assim, substanciais.

Se os factores que influenciavam a oferta de mulheres no comércio atlântico de escravos


decorriam fundamentalmente de dificuldades de fornecimento de lado africano, já a oferta de
crianças para o mesmo comércio era influenciado tanto por preocupações do lado europeu como
por limitações de recrutamento do lado africano. Mas una das causas eram as preferências dos
capitães e outra era a realidade que os obrigava a comprar cada vez mais crianças,
principalmente no século XIX. Aparentemente, as crianças eram mais apreciadas do que os
homens adultos no mercado interno de escravos, pelo que, pelo menos até ao século XIX, talvez
não terão aparecido na costa então grande numero quanto os europeus estariam dispostos a
comprar.

Mas o impacto de comércio de escravos no aumento da população americana não seguiu um


padrão uniforme em todas as colónias ou repúblicas como é o caso dos Estados Unidos e Brasil.

Embora tenha havido africanos que puderam continuar a falar as suas línguas nativas com outros
membros das suas “nações” na América, e se tivessem caçado e mantido amizades dentro desses
mesmos grupos, acabavam por ter de adaptar a linga dominante se queriam sobreviver nas suas
próprias comunidades de escravos, pois esta era a única língua franca capaz de unir todos os
escravos.

O controlo do seu próprio tempo e trabalho permitia que uma certa minoria de escravos atingisse
um maior desenvolvimento dos seus talentos e capacidades. Na falta de liberdade total, era uma
situação altamente desejável, e os escravos que tinham profissões dessas tinham um estatuto de
superioridade no seio da comunidade escrava. Não era por acaso que muito dos líderes das
revoltas de escravos e outras movimentações politicas e sociais provinham destes núcleos de
escravos mais autónomos.

O conhecimento era também um importante factor de conquista de estatuto na comunidade


escrava. Conhecimento podia ser saber ler e escrever a língua europeia local, ou mesmo arábico,
e ser capaz de ler o Corão, como podia ser a capacidade de compreender a dinâmica da classe
dominante e as realidades sócio económicas do mundo livre.
21

O fim do comércio de escravos


Os argumentos do fim do comércio de escravos, basearam-se também nos interesses dos
trabalhadores e capitalistas europeus e não em qualquer espécie de preocupação com os escravos
africanos propriamente ditos a instituição e o respectivo comércio seriam inaceitáveis, mais, pelo
menos no caso da campanha inglesa, não foram combatidos em nome da igualdade para os
negros.

Mais isto foi apenas o começo. Ao cabo de varias tentativa falhadas de fazer aprovar uma
proibição definitiva do comércio, os abolicionistas com acento no parlamento liderados por
William wilberforce, passaram a abater-se por expressões parciais, sob a forma de enceramento
de partes do circuito comercial. Em 1805, o governo proibiu importação de escravos para os
recém-adquiridos territórios da Guiana francesa e Trindade. A seguir em 1806, foi aprovada
legislação que proibia os súbditos britânicos de se dedicarem ao comércio de escravos com
colónias estrangeiras. Finalmente, em Março de 1807, foi a vez de abolição definitiva do
comércio britânico de escravos, cujo fim foi marcado para o dia 1 de Janeiro de 1808.

A grande campanha que se seguiu no movimento anticomercial de escravos foi, obviamente, a de


tratar que todas as outras nações desistissem da sua participação.

No congresso de Viana, de 1815 as principais potências continentais acordaram na abolição do


comércio, mas a França e os estados ibéricos recusaram-se a assinar. Veio então o Waterloo e,
em Novembro de 1815, a franca foi obrigada a passar-se para o lado dos abolicionistas.

Dada a grande dependência de Portugal em relação a Grã-Bretanha por causa dos mercados
protegidos para o seu vinho do porto e do seu apoio político em questões continentais que
remontavam ao século XVIII e as lutas contra as invasões napoleónicas, os portugueses
revelaram-se os mais sensíveis de todas as expressões britânicas. Em 1817, foi assinado com
Portugal um tratado de “direito de busca” que previa que os navios de guerra britânicos
pudessem mandar parar e revistar no alto mar qualquer súbdito português suspeito de transportar
escravos a norte do equador.

Com êxito aparentemente garantindo, os britânicos assinaram, em 1817 mais um importante


tratado com a Espanha que abolia de imediato o comércio a norte do equador. Porém, a França e
22

os Estados Unidos, embora concordando em por termo ao comércio de escravos, recusavam


sistematicamente a armada britânica o direito de busca.

No início da década de 1820, assinaram com Portugal e Espanha novos tratados, que previam o
alargamento das disposições de busca que permitiam os britânicos inspeccionar cujo
equipamento fosse usado no comércio de escravos mesmo que não transportassem escravos. Na
mesma altura, conseguiram também o acordo de Portugal no sentido de considerar que o
comércio de escravos passava a ser ilegal para todos os seus súbditos embora isto como é
evidente pouco impacto tivesse no Brasil que acabava de conquistar a independência.

Em 1840, deram-se os primeiros desembarques em solo africano (em Gallinas, perto de Sara
leoa) para libertação de escravos mantidos em cercados, a aguardar embarque. Esta nova política
britânica de intervenção directa na costa africana conduziu, na década de 1840, a assinatura de
numerosos tratados com governos locais ao longo da costa ocidental de África, tratados esses
que confiam os britânicos o direito a desembarcar e ir a procura de negreiros. Em 1847, a
esquadrilha africana era constituída por 32 navios, meia dúzia dos quais movidas a vapor, e
promovia activamente intervenções tanto no mar como em terra.

Os britânicos criaram ainda comissões judiciais mistas com a maioria das nações, para a
condenação de navios de escravos capturados pela armada britânica ou outros participantes no
bloqueio. As comissões mais importantes foram as criadas em Free Town, Serra Leoa, em 1819,
que tinham três tribunais anglo-holandês, anglo-espanhóis e anglo-português.

A par das alterações no volume do comércio, houve também alterações profundas nas fontes de
abastecimento de escravos ao longo da costa africana. Muitas zonas tradicionais da África
ocidental desapareceram do comércio ou deixaram de produzir grandes volumes de escravos, ao
mesmo tempo que tratavam no mercado para as zonas novas da África orienta. A costa de ouro,
da qual tinha embarcado mais de 640 000 escravos no século XVIII, no século XIX já não
participava no comércio. As regiões do Congo e de Angola mantiveram no século XIX a posição
de maiores produtores de escravos, posição que detinham, desde sempre na história do comércio
de escravos. A região de angola, que tinha em Luanda e Benguela os seus portos principais,
continuou neste século a ser um importante produtor de escravos, tal como aconteceu nos séculos
anteriores.
23

Se o comércio de escravos continuou a funcionar apesar de todos os esforços dos Britânicos foi
porque era insaciável a procura de produtos das plantações americanas por parte dos europeus, e
a procura de escravos africanos por parte dos produtores americanos. Os bloqueios britânicos na
passagem do meio conseguiu aprender 160 000 africanos no alto mar em acção de período ilegal
do tráfico.

A ameaça da captura levou também ao desenvolvimento, a partir de 1830, de um novo tipo de


navio mercante. Os navios negreiros foram substituídos pelos navios de carga utilizados nos
transportes directo da América, Europa e asia para África.

Todas as alterações introduzidas durante o período de comércio ilegal tiveram o efeito de manter
a maioria dos escravos e navios negreiros fora das mãos dos ingleses. Mas tiveram limitado
impacto em termos de alteração dos tipos de navio usados no transporte dos escravos, ou das
regiões de origem dos escravos. A regra continuou a ser de navios pequenos, pelos padrões das
frotas mercantes internacionais.
24

Conclusão:

Findo a compilação do trabalho concluiu-se o tráfico de escravos foi condicionada pela procura
da mão-de-obra para as grandes plantações na América, senário que levou fez com que muitas
potências começassem a traficar e consequentemente surgimento de territórios em África que
começaram a aderir á esta actividade.

O tráfico de escravos levou a morte dos mesmos em diferentes senário do mesmo da realização
de todo o professo do tráfico visto que o escravo morria em todos os estágios que vão desde a
captura até a adaptação no novo continente.

A mortalidade a bordo dos navios transformou-se no centro de muitos dos debates travados na
Europa a propósito do comércio de escravos, tendo sido objecto de análise não só a mortalidade
dos escravos durante a passagem transatlântico mas também as mortes entre a tripulação.

Por fim, no que diz respeito ao fim do tráfico dos escravos. Observou-se que a abolição do
tráfico de escravos contribuiu drasticamente na subida dos custos dos escravos ou seja, com o
risco sujeito aos traficantes dos escravos e a carência do mesmo vistos que já não eram
encontrados em muitos sítios fez com que o escravo fosse carro nos mercados internos e
externos, motivos que levaram com que fossem vendidos em preços muito mais altos do que no
período em que o tráfico era legal.
25

Bibliografia:
KLEIN, Herbert S. O Comercio Atlântico de Escravos-Quatro séculos de comércio esclavagista.
Londres: Replicacao,2002.

Você também pode gostar