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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

COLÉGIO KAÁLI

TRABALHO DE HISTÓRIA

A ÁFRICA NA ERA DE TRÁFICO DE ESCRAVOS

Classe: 10ª

Sala: 7

Período: Tarde

Curso de: Ciências Económicas e Jurídicas

DOCENTE

__________________

LUANDA-2023

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TRABALHO DE HISTÓRIA

A ÁFRICA NA ERA DE TRÁFICO DE ESCRAVOS

INTEGRANTES DO GRUPO

 Celita Cassule
 Delfina da Cruz
 Janeth Mendounça
 Januário Pascoal
 João Amaral
 Jonas Fabrício
 Marauiana Tchicusse
 Wagner José

LUANDA-2023

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................3

1. A ÁFRICA NA ERA DO TRÁFICO DE ESCRAVOS.............................................4

1.1. Conceito de tráfico de escravos...............................................................................4

1.2. A Gênese do tráfico de escravos em África........................................................4

1.3. Rotas.....................................................................................................................5

1.4. Consequências.......................................................................................................7

1.4.1. África.................................................................................................................7

1.4.2. Colônias.............................................................................................................7

1.5. O tráfico de escravo em Angola............................................................................8

1.5.1. A colonização efectiva do interior de Angola................................................8

1.5.2. A tomada de posse das redes do comércio pela Coroa portuguesa................9

2. A RESISTÊNCIA AFRICANA CONTRA OCUPAÇÃO EUROPEIA.....................9

2.1. Causas de resistências...........................................................................................9

2.2. Formas de resistências..........................................................................................9

2.3. Aliança diplomática............................................................................................10

2.4. As consequências da resistência africana...........................................................11

2.5. Iniciativas e resistências africanas em face da partilha de África.......................12

CONCLUSÃO.................................................................................................................13

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................14

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INTRODUÇÃO

África é um continente um tanto quanto pobre devido a varias razões históricas como as que
serão mencionadas no decorrer deste trabalho, referimo-nos exactamente a ocupação colonial. África
foi por muitos anos dominada pelas colónias não conseguindo desta forma criar as suas próprias bases
de desenvolvimento, mais vários esforços foram envidados até que em 1960, o tão conseguido ano foi
conhecido como ano Africano, esta foi a década em que a maiorias dos povos africanos ficaram
independentes, mas depois de várias batalhas travadas. O tráfico de escravos era uma das formas de
comércio, altamente lucrativa, já exercida pelos mercadores europeus.

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1. A ÁFRICA NA ERA DO TRÁFICO DE ESCRAVOS

1.1. Conceito de tráfico de escravos

O tráfico de escravos ou negreiro foi uma atividade realizada entre os séculos XV ao XIX. Os
prisioneiros africanos eram comprados nas regiões litorâneas da África para serem escravizados no
continente europeu e no continente americano. "

1.2. A Gênese do tráfico de escravos em África

Durante os primeiros quatro séculos - do século 15 a metade do 19 - de contacto dos


navegantes europeus com o Continente Negro, a África foi vista apenas como uma grande reserva de
mão-de-obra escrava, a “madeira de ébano” a ser extraída e exportada pelos comerciantes. Traficantes
de quase todas as nacionalidades montaram feitorias nas costas da África. As simples incursões piratas
que visavam inicialmente atacar de surpresa do litoral e apresar o maior número possível de gente, foi
dando lugar a um processo mais elaborado. Os indivíduos eram capturados em incursões noutros
territórios, nas guerras ou vendidos pela aristocracia tribal. Os seres humanos, incluindo crianças, eram
negociados nos mercados como animais ou qualquer outra mercadoria. Em alguns centros de comércio
havia mercados especiais de escravos.

A escravatura praticava-se em África muito antes de 1500. O tráfico de escravos era praticado
paralelamente com uma contínua escravatura interna. Entre os africanos havia escravos de “família “
ou de “guerra”, variando de região para região o modo como eram explorados. Após esse ano, o tráfico
de escravos é agravado por uma nova dimensão intercontinental: o transporte para as Américas com a
sua impressionante história e consequências ainda não completamente avaliadas.

O tráfico era quase sempre organizado através de “contratos” entre parceiros comerciais
europeus e africanos. O recrutamento era confiado a “contratadores”, que adquiriam este direito
mediante o pagamento de licenças. Os europeus não se envolviam directamente na caça aos escravos e
preferiam comprá-los aos africanos que se encarregavam de os capturar. Os mercadores europeus
permaneciam junto à costa onde os seus parceiros comerciais acorriam para entregar de escravos
capturados em guerras ou em ataques organizados, em troca dos mais variados objectos, em geral de
pouco valor. O grande desenvolvimento do tráfico de escravos negros, na segunda metade do século

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XVI, foi impelido pela necessidade mão-de-obra para as plantações tropicais americanas
principalmente de cana-de-açúcar e de algodão.

No continente africano, a escravatura desencadeou uma gigantesca movimentação de


populações. É de salientar as perniciosas consequências sociais e económicas deste tráfico que privou
as populações dos seus membros mais vigorosos e dinâmicos, paralisou o desenvolvimento da
actividade produtiva. A procura dum refúgio seguro e a instabilidade verificada entre as populações
causou diversos movimentos migratórios a uma escala variável com o tempo e o lugar. Foi, além disso,
a maior migração forçada intercontinental de sempre. Tornaram-se destrutivos os efeitos dum círculo
vicioso de trocas comerciais, armas de fogo por escravos, e escravos por armas de fogo que seriam
usadas na captura de mais escravos e, assim por diante, indefinidamente. Muitos povos ocupam os seus
actuais territórios em consequência das deslocações provocadas pelo tráfico de escravos.
Desapareceram dos povoados os indivíduos mais jovens, mais vigorosos e sãos. Tratando-se de
populações essencialmente agrícolas, a produção e a acumulação de bens alimentares mergulharam
num caos generalizado, que destruiu o processo produtivo.

O tráfico de escravos instalou a guerra entre as tribos e a violência no interior das próprias
tribos. Os chefes do litoral passaram a ver os seus súbditos como uma mercadoria e a guerrearem-se
uns aos outros para venderem os seus compatriotas. Os povos africanos eram impotentes perante as
armas de fogo dos negreiros europeus. As revoltas eram frequentes, mas selvaticamente reprimidas. É
difícil de estimar a amplidão deste tráfico que se manteve durante séculos a uma cadência acelerada.

O tráfico de escravos africanos adquiria um carácter de aquisição de força de trabalho em


massa para fins de produção e de comercialização através dum novo entreposto africano de compra de
escravos e ouro, a Fortaleza de S. Jorge da Mina. O tráfico de escravos africanos, já em moldes
comerciais, tornou-se uma fonte de lucros.

1.3. Rotas

Os escravos cativos foram transportados por diversas rotas saindo da África. Antes mesmo do
início da exploração comercial em larga escala, havia rotas para a Europa pelas ilhas do Atlântico e
Mar Mediterrâneo.

Estes teriam sido os primeiros a partirem forçosamente para a América para trabalhar nas
plantações de açúcar.

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Fig.1. Rotas do tráfico negreiro da África para a América

O setor açucareiro absorveu 80% dos negros retirados da África. Havia dois pontos, o norte, de
expedições que partiam da Europa e da América do Norte; e o sul, partindo do Brasil.

Os portos que mais recebiam negros estavam localizados no Rio de Janeiro, em Salvador (BA)
e Recife; na Inglaterra destacam-se Liverpool, Londres e Bristol. Na França, a cidade de Nantes era
um importante local de venda de escravizados. Juntos, esses portos foram responsáveis por receber
71% dos escravos.

Os principais pontos de partida na África estavam localizados em Senegâmbia, Serra Leoa,


Costa do Barlavento, Costa do Ouro, Golfo do Benim e, principalmente, a África Centro-Ocidental.

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Fig.2. "Representação dos porões que abrigavam os africanos escravizados nos navios negreiros."

A alimentação era escassa e era resumida a uma refeição por dia. O historiador Jaime
Rodrigues aponta que no começo das viagens (quando a possibilidade de revolta dos africanos era
maior), os traficantes de escravos davam uma quantidade de alimentos menor ainda, para evitar que
eles se rebelassem|.

A água também quase nunca era potável e os alimentos disponibilizados eram feijão, farinha,
arroz e carne-seca. A má alimentação, principalmente pela falta de uma dieta rica em vitaminas, fazia
com que doenças, como o escorbuto (causada pela falta de vitamina C), fossem proliferadas. Outras
doenças também se espalhavam pela sujeira dos locais que abrigavam os africanos. Os porões eram
escuros, sujos e abarrotados de gente, de tal maneira que até respirar era difícil.

Outras doenças que grassavam nos navios negreiros eram varíola, sarampo e doenças
gastrointestinais. A mortalidade média era de ¼ de todos os africanos embarcados|4|. Claro que
poderia haver variações nas taxas de mortalidade, com algumas viagens tendo menor número de
mortes e outras tendo um grande número de mortos.

Os relatos resgatados pelos historiadores já sugerem a motivação racista dos europeus no


tráfico negreiro. Um exemplo foi trazido pelo historiador Thomas Skidmore com o relato de Duarte
Pacheco, um navegante português que chamava os africanos de “gente com cara de cão, dentes de cão,
sátiros, selvagens e canibais.

1.4. Consequências

A escravidão vai deixar consequências tanto no continente africano quanto na América.

1.4.1. África

A escravidão na África provocou uma profunda marca no continente. Calcula-se que tenham
passado pelo Atlântico até a América cerca de 12 milhões de pessoas. Estas poderiam ter servido para
o seu desenvolvimento econômico e intelectual. Com a ocupação do território africano e a
posterior Partilha da África verificamos um aumento de guerras étnicas e desagregação social.

1.4.2. Colônias

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Em todos os países que usaram mão de obra escrava podemos ver os mesmos resultados. Os
afrodescendentes sofrem racismo, estão na base da sociedade, tem menor renda e mais chances de
serem pobres.

Apesar de todos esse efeito perverso, os negros disperso pelo mundo traziam dentro de si sua
cultura ancestral, seus costumes, sua religião e seus conhecimentos sobre a agricultura e criação de
animais.

Desta maneira, misturaram sua cultura com a do colonizador e o resultado se vê na música


como o samba, o tango, a salsa, o danzón cubano, o jazz, o blues, etc.

As religiões também foram reinterpretadas e deram origem ao candomblé, à santeria, ao


candombe, a umbanda, etc.

A culinária foi enriquecida com sabores de legumes como o quiabo e o inhame, o uso constante
do feijão e de novas formas de preparar aves e carnes.

1.5. O tráfico de escravo em Angola

1.5.1. A colonização efectiva do interior de Angola

A colonização efectiva do interior de Angola só se inicia no século XIX, após a


independência do Brasil em 1822 e o fim do tráfico de escravos em 1836-1842. Com a implantação de
um regime republicano em Portugal, em 1910, a colonização entrou em uma nova fase, com início da
exploração intensiva de diamantes, mas o desenvolvimento económico só teve início de forma
sistemática em finais da década de 1930, com o início da produção de café, de sisal, de cana do açúcar,
de milho e de outros produtos destinados à exportação. Para além destes produtos, desenvolveu-se a
exploração dos minérios de ferro.

Em 1948 foi elaborado um plano de urbanização de Benguela, devido ao


crescimento da indústria pesqueira, com a farinha de peixe, que ganhou força após uma queda no
comércio de sisal. A costa de Benguela era um manancial autêntico e o peixe era dinheiro certo em
virtude da grande aceitação comercial, trazendo cobiça aos imigrantes que, com o lucro, começaram se
fixar na região, construindo casas e prédios.

No período de 1941e1950,saíram de Portugal cerca de 110 mil imigrantes com


destino às colónias, sendo que esse fluxo prosseguiu nos anos 50 e 60 e a maioria se fixou em Angola.

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Angola recebeu do Brasil o maior contingente de imigrantes brancos, vindos principalmente de
Pernambuco. Estes imigrantes desenvolveram principalmente plantações de cana-de-açúcar.

A colónia de Angola (cuja especialidade era a exportação de mão-de-obra escrava pelo porto de
Luanda) foi alvo de competição entre portugueses e holandeses no séc. XVII e as armas usadas nesse
período mais tarde foram aproveitadas para a submissão de populações vizinhas. O que importa agora,
no entanto, é a disputa entre os colonizadores, vencida pelos portugueses, que a partir de então se
lançaram à captura directa de escravos nas chamadas guerras angolanas. Foi dessa forma que Angola
se tornou um centro importante de fornecimento de mão-de-obra escrava para o Brasil, onde crescia
não apenas a produção de cana-de-açúcar no Nordeste, mas também a exploração de ouro na região
central. Mais que isso. Navios com mercadorias de Goa faziam escala em Luanda lá deixando panos,
as chamadas “fazendas de negros”. Dali seguiam para Salvador, na Bahia, carregados de escravos e de
outras mercadorias provenientes da Índia (como louças e tecidos). Salvador se tornou um centro
difusor de mercadorias da Índia pela América do Sul.

1.5.2. A tomada de posse das redes do comércio pela Coroa portuguesa

Os negócios foram se estruturando aos poucos. Num primeiro momento, os governadores da


colónia detinham o poder de determinar o preço dos escravos. O pagamento era feito em ouro
proveniente de Minas Gerais, no Brasil. Mais tarde, em 1715 a coroa portuguesa proibiu que os
governadores se envolvessem com o tráfico. Negociantes provenientes do Brasil (principalmente do
Rio de Janeiro, da Bahia e também de Pernambuco) assumiram as rédeas do comércio, que se aqueceu.
A principal feira fornecedora de escravos para o porto de Luanda era a feira de Kassanje.

2. A RESISTÊNCIA AFRICANA CONTRA OCUPAÇÃO EUROPEIA

2.1. Causas de resistências

Os sistemas coloniais apresentavam se diversos quanto a forma a intensidade com que


utilizavam seus mecanismos e instrumentos de dominação diante da rica variedade de cultura pré-
colonial.Também não resta duvida de que a dominação não foi efectiva em todos os espaços
geopolíticos, ficando na pratica circunscrita aos pequenos centros e seus arredores ,nos espaços
económicos produtivos e ao longo dos caminhos de escoamento dos produtos de exportação.

De todo modo, o processo de colonização foi sempre marcado pela violência, pelo
despropósito, não raro, pela irracionalidade da dominação.O confisco das terras, as formas com

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pulsarias de trabalho, a cobrança abusiva de impostos e a violência simbólica constitutiva do racismo,
feriram o demonismo histórico dos africanos

2.2. Formas de resistências

Eram movidos por um sentimento patriótico fundido a um sentimento religioso fortemente


arraigado. Significa dizer que essas populações lutaram pela defesa do seu território e da sua fé, uma
vez que lhes era inaceitável, como islamizados, ser submissos no plano politico a uma potencia crista
no caso da Grã-Bretanha.Não Cooperação, os chefes locais diziam aos seus povos para abandonarem
as regiões ocupados pelos invasores ou para não produzirem nas suas machambas o que eles
impunham.

2.3. Aliança diplomática

Consistia no estabelecimento de alianças a tácticas entre os líderes africanos e os invasores


como forma de os primeiros manterem a sua independência. Exemplo de resistência na África do norte
(Resistência em Marrocos). Durante muito tempo Marrocos foi cobiçado pelos espanhóis conseguiram
em 1893 derrotar o Rei Hassan-1.estenderam as suas conquistas até Melila.

Ao mesmo tempo que os Espanhóis ocupavam territórios, os franceses tomaram tuati na parte
sul de Marrocos, em 1899,aqui a ocupação Francesa enfrentou uma forte resistência dos líderes locais.
Porém, a força militar dos Franceses era enorme para derrotar a resistência em 1901.Na tentativa de
manter a sua independência o jovem sultão de Marrocos Abel al-Aziz pediu apoio britânico e Alemães.
Estes aconselharam-no a aceitar submeter-se aos Franceses. Mais a sul a resistência contra a
dominação dos franceses foi liderada por MULAY IDRISSE, um governador do sultão al-Aziz.

Outro líder de resistência importante foi o xeique americano que, entre 1909 e 1926 decretou a
Jihad (guerra santa) contra penetração espanhola em Rif-no norte Marrocos. Exemplo de resistência
que se deu na África oriental (a resistência em Tanganhica).

Entre 1880 e1914,o sultanato de zanzibar exerceu uma grande influência política e económica
sobre o continente, chegando a rivalizar com os comerciantes arabes-swahilis fixados na costa. O
comércio de marfim e escravos fez surgir, na costa de Tanganica A CIDADE DE KILWA, dominada
pela cultura Swahil. A chegada dos Alemães nos finais do sec-19 ameaçava os negócios dos árabes por
isso, trataram de organizar a resistência.No interior de Tanganica a resistência contra a ocupação alemã
realizou-se em torno de chefes como Hassan bin omar e Mkwawa.

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Os HeHe, sob direcção de Mkawa ,mataram em 1891. 209 Alemães responderam em 1894
com um ataque aos HeHe, e capturaram da sua capital, mas Macua conseguiu fugir. Foi perseguido
durante 4anos pelo inimigo e para não ser capturado preferiu suicidar-se.

Os povos da costa organizaram a sua resistência contra os Alemães em volta de ABUSHIRI


descendente de um dos primeiros colonos árabes. Em 1888 as tropas de ABUSHIRI incendiaram um
navio de guerra alemão em TANGA e deram dois dias aos Alemães para abandonarem a costa da
Tanganica. Depois de Tanga as forças de ABUSHIRI atacaram Kilua, tendo morto os dois alemães que
ali estavam e depois assaltaram Bagamoyo. Em 1889 as tropas alemãs dirigidas por Hermann Van
Wissmann atacaram ABUSHIRI tendo o obrigado a refugiar-se em UZIGUA, onde foi traído e
entregue ao inimigo aos 13 de Dezembro de 1889 e enforcado em Pangane.

2.4. As consequências da resistência africana

A indignação dos Ashantes levou praticamente todos estados importantes a enfrentarem os


ingleses em eliminar as batalhas sangrentas, debelados, so depois da prisão e da deportação de líder, a
rainha de Edweso, Nana, Yaa azantewaa e vários generais Ashantes em 1900.

Em Tanganhica na África Oriental a colonização Alemã marcada por crueldade, pela injustiça e
pela exploração, quando os autóctones foram desapossados das suas terras, dos seus lares e da sua
liberdade, ao mesmo tempo que lhe foram impostos trabalhos forçados sob más condições, cobranças
de imposto excessivos e maus tratos.

A causa imediata de levante foi a introdução da cultura obrigatória de algodão, na qual a


população era obrigada a trabalhar por um salário tão irrisório que alguns recusavam a receber. Os
Maji-majis não eram contra a cultura de algodão em si mais contra todo tipo de cultura imposta que
explorasse o seu trabalho e constituísse ser ameaça a economia doméstica africana.

Para unir cerca de 20 grupos étnico-culturais diferentes e combater a ferrenha dominação


Alemã kinjikitil recorreu as suas crenças religiosas. Atendendo-as aos princípios tradicionais de
unidade e liberdade próprias dos povos Africanos da Região.

A guerra instalou na última semana de Julho de 1905 e as primeiras vítimas foram o fundador
do movimento e seu auxiliar mais próximo enforcados no dia 4 de Agosto do mesmo ano. O pai de
Kinjikitil reergueu a bandeira do movimento assumindo o título de Nyanguni, uma das três grandes
divindades da região e continuou a ministrar o Manjikitil, mas o movimento acabou sendo brutalmente

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reprimido pelas autoridades alemãs. Debelado o movimento, as sociedades tradicionais foram quase
totalmente istintas.

2.5. Iniciativas e resistências africanas em face da partilha de África

O pensamento africano sobre a partilha e a conquista apresenta uma composição de ideias fiéis
a prática política de negar a dominação da civilização branca, ocidental, sobre o mundo negro, “inferno
tenebroso”, isto é África. Cioso do seu protagonismo da história, se por um lado as elites culturais
africanas aceitam o conjunto de elementos económicos como eixo impulsionador do expansionismo do
território europeu, acrescentam a esse discurso dois elementos fundamentais, a critica ao
etnocentrismo europeu e ao racismo, por outro lado, o tema de resistência africana.

“No caso de cristianismo evangélico” a partilha de África era explicada como consequência de
um impulso missionário e “humanitário” orientado para regenerar os povos africanos movimentos
missionários, sobretudo dos Luteranos Alemãs e da diversidade dos calvinistas evangélicos a serviço
da sociedade missionaria de Londres, actuantes na Serra Leoa, na Costa de Ouro, na Nigéria e na
Libéria, e das missões católicas na bordadura do Senegal clamava a conquista de África pela Europa
como um meio de por fim a escravatura e ao massacre dos negros, ao mesmo tempo que pretendia
instaurar as condições necessárias para “regenera-los”, isto é, torna-los cristãos civilizados.

É importante ressaltar que, uma outra forma, as teorias “diplomáticas” atribuem a África um
papel de mero apêndice da história da civilização ocidental. É bem verdade que algumas pesquisas
constituíram importantes acessões a essas tendências por considerarem que partilha parte de um lento
processo de conquista de cerca de 400 anos, acentuado pela crescente concorrência entre países
europeus.

É importante registar também os tratados bilaterais europeus na medida em que as


circunstancias na quais são feitos constituem uma das razoes centrais ara a eclosão da luta de
resistências africanas conforme se refere no capitulo anterior, o séc. XIX encerrou se com a partilha de
África praticamente concluída graças a um conjunto de tratados, acordos e convenções bilaterais,
realizados nas capitais europeias regulamentando as esferas de influencia do continente africano.

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CONCLUSÃO

Depois da pesquisa feita sobre a era do tráfico de escravos em África, chegamos a conclusão
que, África, apesar uma das consequências mais evidentes do tráfico de escravos é sem dúvida sua
incidência na demografia do continente. Embora seja difícil darmos cifras, pode se avaliar,
razoavelmente, em 20 milhões o número de escravos levados ao Novo Mundo durante os quatro
séculos que durou .

O que foi, e infelizmente ainda é, o tráfico de escravos no continente africano um crime geral
que, pela perversidade, horror e infinidade dos crimes particulares que o compõem, pela sua duração,
pelos seus motivos sórdidos, pela desumanidade do seu sistema complexo de medidas, pelos proventos
dele tirados, pelo número das suas vítimas, e por todas as suas consequências, possa de longe ser
comparado à colonização africana na América.

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BIBLIOGRAFIA

 A resistência do tráfico contra a ocupação europeia. Disponível


em:http://icumbe.blogspot.com/2012/06/resistencia-africana-contra-ocupacao.html. Acessadoa aos
11 de Abril de 2015.
 O desenvolvimento do tráfico de escravo.

Disponívelem:

 http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Hus/70547581.html?_=1&p=7. Acessado aos 11 de


Abril de 2015.

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