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No início do transporte de escravos para o novo mundo, eram utilizados vários tipos
de embarcações, desde charruas às caravelas, com arqueações também variáveis de 100 à 1000
tonelada. Entretanto, com o passar do tempo, o tráfico foi empregado embarcações mais
específicas. Passando de naus de apenas uma cobertura (neste caso os escravos eram
transportados nos porões dos navios), para naus de 3 coberturas permitindo uma distribuição
dos escravos por categoria (homens, adultos, crianças, mulheres e grávidas).
O tráfico experimenta ao princípio uma primeira fase reveladora da situação de alguns
países europeus: Portugal, Espanha e também a Veneza. Esta última, apesar de professar a fé
cristã, não carente da agressividade dos dois primeiros, não rejeitava absolutamente o emprego
de escravos como criados, agricultores e inclusive gondoleiros.
Por outra parte, nos primeiros tempos da invasão espanhola do Caribe, também os
índios foram transportados à Espanha como escravos, mas sucumbiram rapidamente. No
entanto, este primeiro tráfico negreiro, por deplorável que fosse, não poderia ter ganho a mesma
gravidade que a que seguiu. Mas teve como consequência que se inaugurasse a segunda onda de
tráfico por meio da deportação de escravos africanos ao Haiti e Cuba, não partindo da África,
mas de Espanha, onde eram empregados nos campos.
A mudança de escala a partir do momento em que as posses espanholas necessitavam
mão-de-obra para as minas, traz o extermínio dos índios do Haiti, é um elemento determinante
da mudança de relações entre os europeus, militares e traficantes estabelecidos em seus fortes e
postos do litoral, os chefes de estado africanos.
Aparentemente, estas relações não são de tipo abertamente colonial. As potências
negreiras se instalam com concessões outorgadas pelos que detêm o poder local e sob certas
condições, como se estivéssemos falando de um aluguer, o mesmo que lhes é concedido o
direito ao tráfico de escravos em troca do que se chamam os 'costumes', uma espécie de
imposto, variável segundo os lugares e as épocas.
Este intercâmbio é já um intercâmbio desigual, enormemente desigual. Os produtos
com os que se paga o 'costume' contas, telas, barras de ferro, álcool, fuzis, tem para os africanos
o valor do uso, enquanto calculado em função do valor de câmbio que reinava já na Europa, o
seu valor em si é ridículo e mais ainda em relação com o valor de câmbio dos escravos, por não
falar dos produtos proporcionados pela mão-de-obra escrava.
As guerras vão multiplicar-se para assegurar o abastecimento de escravos e os postos
negreiros não deixam de alimentá-las, proporcionando armas e fomentando intrigas políticas.
Uns estados vão desintegrar-se, enquanto outros basearão o seu poder e a sua (relativa) riqueza
no controle do comércio escravista.
2. As consequências do tráfico de escravos
Consequências demográficas
Causaram o despovoamento de territórios e diminuição de habitantes, e também colocaram em
causa a organização dos territórios africanos, desorganizando assim.
Consequências económicas
Paralisou o desenvolvimento da actividade produtiva.
Enfraquecimento da economia provocado por guerras internas.
Consequências políticas
Privou as populações dos seus membros mais vigorosos e dinâmicos, impedindo que pudessem
um dia ganhar poder democrático e consequentemente expulsar os portugueses das suas terras.
Enfraquecimento dos reinos e perda da autoridade dos chefes tradicionais africanos.
Debilidade dos exércitos nos diferentes reinos.
Consequências sócias
Diminuição da população produtora e reprodutora.
Enfraquecimento do artesanato e de outras expressões artísticas.
Debilidade cultural.
Conclusão
Depois de termos feito uma pesquisa deste trabalho com o tema acima mencionado,
chegamos a conclusão que a escravidão foi uma instituição presente na maior parte do
mundo. Na África, ela surgiu antes mesmo da era do descobrimentos marítimos dos europeus.
Desde a antiguidade clássica, escravos negros eram vendidos para os mercados da Europa e da
Ásia através do deserto do Saara, do mar vermelho e do Oceano Índico. Eles eram vendidos
entre os egípcios, os romanos e os muçulmanos, mas há notícias de escravos negros vendidos
e mercados ainda mais distantes, como a Pérsia e a China, onde eram recebidos como
mercadorias exóticas. Na própria África, os comandantes ou altos funcionários de estado.
Portanto, tanto a escravidão como o comércio africano de escravos precederam à chegada
dos europeus e á abertura do comércio marítimo com o novo mundo.