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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Complexo escolar do Calilongue da Cuca

Trabalho Individual de História

Nome : Mateus Canganjo Chissua Teodoro


N- 32
Turma :8.1

Docente

______________________________

Pedro João Caquinda


TEMA : Consequências Económicas e políticas do Trãfico de escravos

ÍNDICE GERAL:

INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Tráfico de escravos
O legado da escravidão
Consequências demograficas
Consequências políticas
Consequências económicas
CONLUSÃO
Introdução
No âmbito da disciplina de Historia, abordarei sobre a consequências económicas e
políticas do Tráfico de Escravos. O tráfico de escravos era uma das formas de comércio,
altamente lucrativa, já exercida pelos mercadores fenícios. Nas sociedades
mediterrâneas gregas e romanas, os escravos constituíam um importante “artigo”
comercial .
Os indivíduos eram capturados em incursões noutros territórios, nas guerras ou
vendidos pela aristocracia tribais. Os seres humanos, incluindo crianças, eram
negociados nos mercados como animais ou qualquer outra mercadoria. Em alguns
centros de comércio havia mercados especiais de escravos.Tráfico.
Desenvolvimento

O tráfico negreiro começou a ser direcionado para o Brasil a partir da década de


1540 e trouxe milhões de escravos para atender à demanda por trabalhadores na
colonização. Os cativos eram obtidos na África por meio de emboscadas realizadas
pelos traficantes ou eram prisioneiros de guerra.
Outras doenças que grassavam nos navios negreiros eram varíola, sarampo e
doenças gastrointestinais. A mortalidade média era de ¼ de todos os africanos
embarcados|4|. Claro que poderia haver variações nas taxas de mortalidade, com
algumas viagens tendo menor número de mortes e outras tendo um grande número de
mortos.

No início do transporte de escravos para o Novo Mundo, eram utilizadas vários


tipos de embarcações, desde charruas à caravelas, com arqueações também variáveis de
100 à 1000toneladas. Entretanto, com o passar do tempo, o tráfico foi empregado
embarcações mais específicas. Passando de naus de apenas uma cobertura (neste caso os
escravos eram transportados nos porões dos navios),para naus de 3 coberturas
permitindo uma distribuição dos escravos por categoria (homens, adultos, crianças,
mulheres e grávidas).
O tráfico experimenta ao princípio uma primeira fase reveladora dasituação de
alguns países europeus: Portugal, Espanha e também a Veneza. Esta última, apesar de
professar a fé cristã, não carente da agressividade dos dois primeiros.

Consequencias políticas do Tráfico de escravos


Reconhecemos que o colonialismo levou ao racismo, discriminação racial, xenofobia
e intolerância correlata, e que os Africanos e afro-descendentes, os povos de origem
asiática e os povos indígenas foram vítimas do colonialismo e continuam a ser vítimas
de suas consequências.
TRÁFICO DE ESCRAVOS

No início do transporte de escravos para o Novo Mundo, eram utilizados vários


tipos de embarcações, desde charruas às caravelas, com arqueações também variáveis
de 100 à 1000 tonelada. Entretanto, com o passar do tempo, o tráfico foi empregado
embarcações mais específicas. Passando de naus de apenas uma cobertura (neste caso os
escravos eram transportados nos porões dos navios), para naus de 3 coberturas
permitindo uma distribuição dos escravos por categoria (homens, adultos, crianças,
mulheres e grávidas).

O tráfico experimenta ao princípio uma primeira fase reveladora da situação de


alguns países europeus: Portugal, Espanha e também a Veneza. Esta última, apesar de
professar a fé cristã, não carente da agressividade dos dois primeiros, não rejeitava
absolutamente o emprego de escravos como criados, agricultores e inclusive
gondoleiros.

Por outra parte, nos primeiros tempos da invasão espanhola do Caribe, também os
índios foram transportados à Espanha como escravos, mas sucumbiram rapidamente. No
entanto, este primeiro tráfico negreiro, por deplorável que fosse, não poderia ter ganho a
mesma gravidade que a que seguiu. Mas teve como consequência que se inaugurasse a
segunda onda de tráfico por meio da deportação de escravos africanos ao Haiti e Cuba,
não partindo da África, mas de Espanha, onde eram empregados nos campos.

A mudança de escala a partir do momento em que as posses espanholas


necessitavam mão-de-obra para as minas, traz o extermínio dos índios do Haiti, é um
elemento determinante da mudança de relações entre os europeus, militares e traficantes
estabelecidos em seus fortes e postos do litoral, os chefes de estado africanos.

Aparentemente, estas relações não são de tipo abertamente colonial. As potências


negreiras se instalam com concessões outorgadas pelos que detêm o poder local e sob
certas condições, como se estivéssemos falando de um aluguer, o mesmo que lhes é
concedido o direito ao tráfico de escravos em troca do que se chamam os 'costumes',
uma espécie de imposto, variável segundo os lugares e as épocas.
Este intercâmbio é já um intercâmbio desigual, enormemente desigual. Os produtos
com os que se paga o 'costume' -contas, telas, barras de ferro, álcool, fuzis, tem para os
africanos o valor do uso, enquanto calculado em função do valor de câmbio que reinava
já na Europa, o seu valor em si é ridículo e mais ainda em relação com o valor de
câmbio dos escravos, por não falar dos produtos proporcionados pela mão-de-obra
escrava.

Nestes intercâmbios, os africanos são, de fato, estafados sob as aparências de um


mercado de igual a igual. Isso não é ainda o mais grave.

As exigências dos negreiros, que vão aumentando sem parar, sobretudo quando se
passa da necessidade de mão nas minas às plantações açucareiras e de outro tipo, geram
uma profunda desestruturação de toda a vida política, económica e social da maior parte
do continente, pois a caça da matéria-prima que virou o escravo (para o capitalismo
europeu) vai deixando-se sentir cada vez mais longe, nas terras do interior.
As guerras vão multiplicar-se para assegurar o abastecimento de escravos e os
postos negreiros não deixam de alimentá-las, proporcionando armas e fomentando
intrigas políticas. Uns estados vão desintegrar-se, enquanto outros basearão o seu poder
e a sua (relativa) riqueza no controle do comércio escravista.

As estruturas de intermediários são cada vez mais importantes para a sua vida e
existência. Assinalemos que isto concerne aos povos dotados de uma certa estrutura
estatal mais ou menos desenvolvida.

Os negreiros não ignoram que existem povos africanos sem estado, os balantes da
Guiné Bissau, por exemplo, mas apenas lhes interessam porque precisam de um poder
com o que tratar, quer dizer, no qual influir.
2.2 CONSEQUÊNCIAS DO TRÁFICO DE ESCRAVOS
Para estudar as consequências do tráfico de escravo, comecemos por um dado evidente.
Enquanto os intercâmbios da África ocidental se orientavam até então para o norte e nordeste
através do Saara e os impérios africanos estavam implantados no coração do continente, de
repente, tudo se altera: os intercâmbios se orientam para o Atlântico em vez de para o Índico e
os grandes estados do interior se decompõem.

A Europa (e junto com ela, as colónias da América do Norte, mais tarde, os Estados
Unidos da América) só está interessada no litoral para o seu próprio desenvolvimento.

Somente ao final da época do tráfico de escravos, quando alguns se preocupam de repente


pelo despovoamento da África guiados pelo interesse uma Europa que já entrou na revolução
industrial; vai ficar interessada pela exploração do interior do continente.

O fato de voltar-se para o mar, em função das necessidades e exigências europeias, é já uma
boa prova do fenómeno da dependência, que submete a vida da África a interesses externos.

As consequências demográficas são talvez as mais estudadas pelos investigadores. A matança


é, obviamente, enorme. Tem-se trabalhado no cálculo, mais ou menos aproximado, do número
de africanos e africanas, estas talvez um pouco menos numerosas todos jovens, que foram
deportados à América.

Coincide-se mais ou menos em admitir uma cifra aproximada de 12 a 15 milhões em quatro


séculos. Mas a África perdeu muito mais, em primeiro lugar, porque esta chacina de homens e
mulheres em idade de procriar, posto que os africanos de mais idade careciam de interesse para
os negreiros, reduziu necessariamente o crescimento demográfico normal numa proporção que
sem dúvida não poderá ser estabelecida nunca com exatidão.

As consequências políticas do tráfico não foram menos importantes. As antigas estruturas


políticas do Sudão nigeriano, do Chade e do Congo entraram em decadência ao não poder se
adaptar à situação criada pelo tráfico. O Congo, que se encontrava em seu apogeu, não logrou
resistir à pressão dos portugueses, que desde sua base de Santo Tomé vinham a tirar escravos
em seu território para sua colónia Brasil, apesar da boa disposição de uma parte da aristocracia
dirigente, que tinha-se convertido ao catolicismo.

Para consolidar seus negócios, os portugueses fomentaram a dissidência dos chefes de


províncias e estimularam a luta das facções que se disputavam o poder, até que o país caiu na
anarquia. A mesma sorte correu os reinos de Oyó e Benim, que tinham atingido um certo
equilíbrio institucional antes da chegada dos europeus. Não puderam resistir as guerras
constantes alimentadas pelo tráfico. Muito cedo as províncias viraram principados
independentes.
Aos finais do séc. XVIII, uma cultura brilhante, de mais de dois séculos de vida, tinha-se
transformado num vasto campo de confrontos contínuos, que ganharam para Benim o triste
apelido de ‘sangrento’. Os estados do litoral e os que estavam relativamente perto deles,
lograram uma remodelação institucional e instauraram poderes fortes. Na região de
Senegâmbia, por exemplo, as estruturas políticas tradicionais sofreram profundas
transformações.

2.3 O LEGADO DA ESCRAVIDÃO

Na África, o resultado do sistema escravagista foi devastador. Comunidades que antes


conviviam pacificamente se militarizaram e travaram guerras infindáveis. Enquanto durou a
escravidão, os escravos, assim "produzidos", eram vendidos em feiras e exportados. Depois, os
antagonismos étnicos entre os capturados e os captores se acentuaram, de forma que mesmo
após a retirada dos últimos colonizadores, já no final do século XX, as guerras continuaram
ocorrendo.

Houve mais interferências externas. O empresário inglês Cecil Rhodes, por exemplo, investiu
largamente em mineração, e fundou o estado da Rhodésia, depois dividido em Rhodésia do sul e
Rhodésia do norte, hoje Zâmbia e Zimbábue. Queria formar um império inglês.

Mais tarde, o problema foi agravado, e generalizado, pelo fato de a África ter sido dividida em
países artificiais, forjados pela régua dos burocratas da Organização das Nações Unidas (ONU)
após a Segunda Guerra Mundial. Sem levar em conta a cultura local, a ONU subjugou ao tacão
de líderes não reconhecidos como tal, povos com hábitos, idiomas e economias diversas.

Outras circunstâncias contribuíram para que a África chegasse ao século XXI como o continente
mais pobre, injusto e desigual do planeta. Uma delas foi a introdução de mercadorias
estrangeiras, ainda no tempo colonial, que provocou a ruína do sistema de produção local.

Em Angola, o sistema do sobado entrou em decadência com a implantação de plantations.


Outros centros comerciais próximos ao Rio Kwanza, como o Dongo, passaram a comercializar
borracha, cera, café, amendoim e outros produtos demandados pelos europeus – em detrimento
da produção de bens de subsistência essenciais para a população.O resultado dessa história
milenar de exploração e injustiça são as guerras civis e a extrema pobreza em que o continente
chafurda até os dias atuais

Conclusão
Depois de termos feito uma pesquisa deste trabalho com o tema acima
mencionado, chegamos à conclusão que a escravidão foi uma instituição presente na
maior parte do mundo. Na África, ela surgiu antes mesmo da era dos descobrimentos
marítimos dos europeus. Desde a antiguidade clássica, escravos negros eram vendidos
para os mercados da Europa e da Ásia através do Deserto do Saara, do Mar Vermelho e
do Oceano Índico. Eles eram vendidos entre os egípcios, os romanos e os muçulmanos,
mas há notícias de escravos negros vendidos em mercados ainda mais distantes, como a
Pérsia e a China, onde eram recebidos como mercadorias exóticas. Na própria África, os
africanos serviam como escravos em diversas funções, desde simples trabalhadores até
comandantes ou altos funcionários de Estado. Portanto, tanto a escravidão como o
comércio africano de escravos precederam à chegada dos europeus e à abertura do
comércio marítimo com o Novo Mundo.

E ainda concluímos que a escravatura foi determinante na conformação das


sociedades africanas. Na África, a exploração da mão-de-obra escrava, primeiro pelos
árabes e depois pelos europeus, provocou uma desestruturação de enormes proporções.
Nesse movimento, muitos dos povos africanos perderam sua cultura, sua liberdade, suas
riquezas. A história mostra que há pontos de inflexão, em que as transformações se
mostram inevitáveis, e ocorrem em processos pacíficos ou por revoluções. Nos últimos
momentos, com o advento da paz, com a estabilidade e reconstrução nacional, Angola
entrou finalmente numa fase que o seu presidente já teve oportunidade de caracterizar
como a da "conquista da paz, consolidação da economia nacional e devolução da
dignidade e da esperança a todos os angolanos".

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