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Lista de exercícios

O sistema colonial português


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Para responder à(s) quest(ões) a seguir, considere o texto abaixo.

Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização
europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado
colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite
brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na
segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras
suas o tema da escravidão.

(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio.
São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37)

1. No sistema colonial português, o trabalho compulsório indígena


a) foi empregado em pequena escala nas missões e em regiões onde não se dispunha de outra mão de obra, até a
expulsão da Companhia de Jesus, no século XVII, momento em que a Coroa Portuguesa regulamentou essa
forma de exploração.
b) mostrou-se menos vantajoso aos proprietários de terras, nas grandes lavouras, considerando, entre outros fatores,
as rebeliões e fugas frequentes, favorecida pelo conhecimento da região e a eficácia do tráfico negreiro no
abastecimento de mão de obra.
c) assumiu formas distintas ao longo do processo de colonização, sendo empregado sistematicamente nas Entradas
e Bandeiras mediante acordos entre brancos e indígenas, os quais previam a divisão das riquezas eventualmente
encontradas.
d) causou grande polêmica ao longo do período colonial principalmente quando se tratava de escravidão, prática
combatida por jesuítas como José de Anchieta e André João Antonil, que defendiam que sequer os negros
deveriam ser escravizados.
e) existiu na forma de trabalho semi-servil, com o consentimento da Igreja, quando se entendia que os indígenas da
região não poderiam ser “pacificados” ou catequizados sem uso da força, ou seja, quando se praticava a chamada
Guerra Santa.

2. O açúcar nosso de cada dia

Há quem diga que o sexo e a comida são os dois maiores prazeres da vida. No caso brasileiro, o açúcar vem cumprindo um papel
histórico de dar liga aos dois, combinando a natureza violenta e dominadora a uma cultura adocicada, marcada pela negociação
dos conflitos.
A sensibilidade despertada pelo sabor açucarado e os lucros advindos desse comércio motivaram a construção de uma
sociedade em que o mais português dos preconceitos não resistiu às tentações do suor escravo, conforme demonstrou Gilberto
Freyre. Para mucamas, quituteiras, concubinas ou cozinheiras, a satisfação da gula tinha valor de liberdade. No cerco dos
engenhos, o açúcar era o resultado de um complexo sistema produtivo, mas foi se tornando também a autonomia da colônia, a
sobrevivência do escravo, o segredo da sedução feminina, a moeda dos mascates, o pecado, a autoridade e a violência do
senhor.

CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR: DA COLÔNIA AO ETANOL. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 8, n. 94, p.
17, jul. 2013.

Sobre a produção de cana-de-açúcar, é CORRETO afirmar que:

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01) a aceleração da produção de açúcar nas regiões de floresta tropical do “novo mundo” está relacionada com um
impacto social de enorme alcance: foi o principal estímulo para a construção do escravismo moderno.
02) entre as diversas plantas nativas da América assimiladas pelos colonizadores, a cana-de-açúcar foi a grande
responsável pela implantação do sistema colonial português no “novo mundo”.
04) no mundo pré-moderno, a culinária pouco utilizava o sabor adocicado – era pontual o uso do mel, do sorgo-doce,
de frutas, etc. Por ser fácil de armazenar e transportar, além de adoçar sem modificar muito o sabor da comida, o
açúcar tornou-se o adoçante de uso quase hegemônico com a implantação do sistema colonial português na
América.
08) o sucesso da produção açucareira fez com que a coroa portuguesa instalasse uma complexa estrutura
administrativa, fiscal e militar no Brasil, capaz de evitar a ação de contrabandistas e invasores.
16) conforme a produção açucareira se desenvolveu, o campo se ajustou ao seu produto principal e às suas
necessidades. Gado, lenha e farinha de mandioca estavam todos ligados ao mundo dos engenhos.
32) estimulado principalmente pela produção de etanol, o cultivo de cana-de-açúcar ainda se mantém forte na
economia brasileira, destacando-se, inclusive, pelo uso de alta tecnologia e pelo grande distanciamento do uso
de mão de obra em condições semelhantes às da escravidão.

3. A produção e a comercialização do açúcar foi uma das principais bases econômicas da colonização portuguesa no Brasil. Sobre
este tema, é correto afirmar que:
01) o interesse dos portugueses em produzir açúcar no Brasil estava relacionado aos conhecimentos que estes
acumularam por várias décadas com o cultivo da cana e a fabricação de açúcar nas ilhas atlânticas sob seu
domínio.
02) as tentativas de ocupação francesa e depois holandesa, no Brasil, ocorreram, em primeiro lugar, em função das
descobertas de minas de ouro no interior e, em segundo, devido à produção de açúcar no litoral.
04) a organização social das áreas canavieiras do Brasil gerou uma sociedade escravista em torno do complexo
“casa grande e senzala”. Dessa forma, ao contrário da Europa, o Brasil não conheceu uma sociedade
aristocrática.
08) a política mercantilista propunha a independência e a emancipação das colônias, o que causou profunda crise no
sistema colonial português.
16) a grande quantidade de açúcar produzido no Brasil no período colonial tornava este produto pouco competitivo no
mercado internacional, razão pela qual foi substituído pelo café como principal produto de exportação.
32) para desenvolver a economia açucareira, Portugal precisou recorrer a banqueiros e mercadores holandeses, os
quais financiavam a instalação de engenhos, a aquisição de escravos, o transporte e a distribuição do produto na
Europa.

4. Ao se referir à sociedade da então colônia portuguesa Guiné Bissau, o historiador Armando Castro afirmou:

“As autoridades coloniais utilizam, para os castigos corporais, a palmatória, o chicote e a vergasta. Nas transações,
os brancos praticam correntemente o roubo: roubo nos preços, nas quantidades, nas qualidades. Vai-se, nesta
sociedade colonialista, até o desprezo total pela vida dos africanos. Morrem no trabalho de abate das árvores, na
recolha do coconote e nos trabalhos públicos ou afogam-se nos pântanos, quando se fazem as secagens, etc. Há
alguns anos, dezenas de trabalhadores africanos encontraram a morte nos trabalhos dos pântanos de Bissau. A
mulher africana é vítima de numerosos crimes: violações, prostituição, etc.”

CASTRO, A. O Sistema Colonial Português em África (meados do século XX). 2ª ed.


Lisboa:Caminho, 1980, p. 366.

O texto acima mostra as consequências do processo de colonização. Ao se juntarem as duas pontas, colonização e
descolonização, pode-se afirmar sobre a descolonização que
a) o processo de independência dos países africanos foi iniciado no imediato pós segunda guerra mundial. No
entanto, a instabilidade política e econômica de muitas das nações é ainda uma realidade, já que os estados
nacionais africanos herdaram a diferenciação étnica e cultural e a estrutura de poder de suas antigas metrópoles.
b) a descolonização constitui-se num processo histórico marcado por intensa mobilização internacional a favor da
libertação das áreas coloniais. Os debates em prol da independência dos países africanos tiveram como
protagonistas os representantes do governo francês que, desde os anos 1940, defenderam a libertação pacífica do
povo africano.

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c) apesar do caráter marcadamente violento da colonização portuguesa na Argélia, sua independência ocorreu de
forma pacífica. O novo país foi beneficiado pelos embates políticos entre os Estados Unidos e a União Soviética no
contexto geral da Guerra Fria.
d) os países africanos são um mosaico muito diferenciado de culturas e de desigualdades sociais. Alguns países,
como a Somália, podem ser considerados em vias de desenvolvimento, outros, como Angola, não têm o seu
governo reconhecido pelos organismos internacionais.
e) as migrações africanas são o resultado das dificuldades de adaptação de algumas etnias às normas democráticas
de representação das minorias nos parlamentos. Por isso, a análise do fenômeno migratório deve levar em conta
que há legítimos valores culturais que sustentam e legitimam a supremacia de uma etnia sobre a outra.

5. Muitas revoltas tornavam claras as insatisfações dos colonos contra os desmandos de Portugal. Havia também a
divulgação das ideias liberais, importantes para aprofundar a crise do sistema colonial. Nesse contexto, a
Conspiração dos Suassunas em Pernambuco
a) destacou-se pela sua organização militar e seu ideário iluminista.
b) estimulou o debate político contra o sistema colonial português.
c) firmou a existência de núcleos politicamente conservadores.
d) foi sem importância para o movimento libertário de Pernambuco.
e) era um movimento restrito aos intelectuais do Seminário de Olinda.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[B]

O trabalho indígena foi praticamente descartado pelos portugueses na lavoura de açúcar, basicamente, por dois
motivos, a saber: (1) a herança cultural indígena de não exercício da agricultura e (2) as vantagens portuguesas no
Tráfico Negreiro.

Resposta da questão 2:
01 + 04 + 16 = 21.

[01] Denomina-se escravismo moderno a utilização do trabalho escravo no interior de um modelo capitalista (para
alguns, pré-capitalista). A utilização do escravo africano em larga escala iniciou-se nas Ilhas Atlânticas e ganhou
maior dimensão no Brasil, a partir da produção canavieira em latifúndios.
[02] A cana-de-açúcar não era uma planta nativa; foi trazida pelos portugueses.
[04] Foi a partir do século XV com a expansão portuguesa que o açúcar de cana, produzido pelos árabes, ganhou
espaço acentuado na culinária europeia, até então o sabor adocicado era dado por produtos naturais.
[08] Apesar de existente, difícil definir se era mais ou menos complexa, porém não evitou a ação de invasores e
contrabandistas.
[16] A atividade canavieira tornou-se o motor da economia colonial, seu eixo principal e, ao seu redor, outras
atividades de desenvolveram com uma função complementar. A pecuária e a agricultura de subsistência serviam
para sustentar o funcionamento do engenho.
[32] Grande parte da produção canavieira nas últimas décadas se destina a produção de etanol, porém o cultivo da
terra ainda preserva características arcaicas e eventualmente trabalho do “boia-fria” análogo à escravidão.

Resposta da questão 3:
01 + 32 = 33

As invasões estrangeiras ocorreram antes das descobertas de ouro e não se relacionam à mineração ou a
possibilidade de exploração mineral. A sociedade brasileira era aristocrática, formada principalmente por senhores e
escravos, numa época em que a economia era baseada no controle de mercados e no monopólio.

Resposta da questão 4:
[A]

Terminada a Segunda Guerra Mundial, os movimentos de independência se intensificaram, aproveitando a crise que
se abateu sobre as principais metrópoles e ainda os novos interesses de Estados Unidos e União Soviética, que
buscaram ampliar suas áreas de influência.
Em grande parte dos países africanos, o processo de exploração agravou as condições econômicas e aprofundou as
diferenças étnicas, fazendo com que em muitas das novas nações livres, as lutas tribais ou étnicas se tornassem o
maior problema social.

Resposta da questão 5:
[B]

Na segunda metade do século XVIII, com a decadência da mineração, maior rigor do fiscalismo português e
influência das ideias iluministas, surgiram movimentos de contestação ao domínio português e de reivindicação de
independência política. A Conspiração dos Suassunas ocorreu em Olinda em 1801 a partir de membros do Aerópago
do Itambé e do seminário de Olinda, sob a liderança dos irmãos Cavalcanti, importantes fazendeiros da região.

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