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1. (Unesp 2022) [...] as irmandades de negros eram espaços permitidos dentro da legalidade,
nos quais o escravo podia manifestar-se fora de suas relações de trabalho. [...] Em certo
sentido, era através da religião católica que o escravo encontrava algum lenitivo para sua
situação. Tudo indica que a permissão para a criação das irmandades de negros tenha sido
dada com o intuito de obter melhores resultados na cristianização dos escravos [...].
Paradoxalmente, os negros utilizaram as irmandades para resguardar valores culturais, em
especial suas crenças religiosas. [...] Tudo leva a crer que, a partir da realidade vivida naquela
época, bem como considerando as dificuldades, o negro recriou e reinterpretou a cultura
dominante, adequando-a à sua maneira de ser.
(Ana Lúcia Valente. “As irmandades de negros: resistência e repressão”. In: Horizonte, v. 9, no
21, 2011.)
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escravidão tornou-se importante quando os escravos foram usados extensivamente na
produção, no monopólio do poder político, ou na servidão doméstica (incluindo serviços
sexuais).”
II. “A escravidão já existia na África antes do comércio atlântico, e por muito tempo
continuou a ter ali um significado muito diferente do que prevalecia nas Américas”.
BLACKBURN, Robin. A construção do escravismo no Novo Mundo, 1492-1800. Rio de
Janeiro: Record, 1997, p. 17
4. (Uece 2022) A independência do Brasil, ocorrida há quase 200 anos, trouxe poucas
mudanças sociais para o povo brasileiro naquele momento. Atente para o que se diz a esse
respeito e assinale a afirmação verdadeira.
a) Apesar de garantir acesso ao voto universal, a constituição do império exigia comprovação
de uma renda alta para que o cidadão, sobretudo o negro, pudesse ser candidato.
b) A independência do Brasil proporcionou uma maior autonomia, pois somente em 1820 o
príncipe regente D. Pedro assumiu o governo do país, dias após D. João VI retornar a
Portugal.
c) Com a independência, apesar do estabelecimento de uma legislação nacional, a escravidão
foi mantida, o que prolongou a duração dessa causa da desigualdade social brasileira.
d) Mesmo com o fim do tráfico negreiro, dois anos após a independência, e com a assinatura
da Lei Áurea no ano seguinte, os ex-escravos não foram plenamente integrados à sociedade
brasileira.
5. (Uscs - Medicina 2022) A transferência da família real tornou realidade não apenas o
propósito político de alguns inconfidentes de Minas, como também contemplou um de seus
objetivos econômicos, comum aos inconfidentes da Bahia.
(Luiz Carlos Villalta. 1789-1808: o império luso-brasileiro e os brasis, 2000. Adaptado.)
6. (Uemg 2022) O processo de independência do Brasil (1822) em relação a Portugal deve ser
compreendido como uma expressão dos interesses dos grandes proprietários interessados em
livrar-se de um parceiro incômodo para os seus negócios.
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A partir do exposto, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. O movimento da independência foi uma ação da elite latifundiária, com o apoio da Inglaterra,
preservando seus interesses e privilégios.
II. Os setores médios urbanos aliados aos grupos de homens livres pobres constituíram-se na
liderança radical que comandou a luta pela independência e pela democratização das
relações sociais no Brasil.
III. Os grandes proprietários de terras temiam a participação das camadas populares e dos
escravos nas lutas contra Portugal.
IV. A luta pela independência foi liderada fundamentalmente pelos negros escravizados que
lutaram também pelo fim da escravidão.
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I e IV.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e III.
7. (Acafe 2022) Os processos de independências dos países da América foram marcados por
lutas sociais e projetos diversos. A ideia de liberdade estava atrelada aos objetivos dos
distintos atores envolvidos na luta para desvencilhar-se dos colonizadores europeus.
Considerando os processos de independências do Brasil e dos países da América Espanhola,
ocorridos no século XIX, e os grupos envolvidos é CORRETO afirmar.
a) No contexto das lutas de independência na América do Sul, o nome de Simón Bolivar se
destaca por ter liderado os exércitos que combateram os espanhóis no Chile, Equador,
Paraguai e Bolívia, defendendo a criação de países independentes entre si.
b) No caso do Brasil, o processo de independência foi resultado de uma série de
transformações enfrentadas a partir do Período Joanino e agravadas pela Revolução Liberal
do Porto que, entre outras exigências, desejava reestabelecer o monopólio comercial entre
Portugal e o Brasil. Neste contexto, a elite do Sudeste impulsionava a agitação
revolucionária no Brasil.
c) A partir do século XVIII, com a invasão napoleônica na Espanha, os chapetones se
fortaleceram e passaram a controlar as juntas governativas dos vice-reinos da América
Espanhola, mesmo com as divergências existentes entre os membros dessa elite.
d) Após seu processo de independência, o Brasil torna-se a única monarquia da América
Latina, tendo em vista que os demais países independentes da América Espanhola
adotaram a república como forma de governo.
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primeira medida que mudaria o curso da história brasileira: ele decretou a abertura dos portos
às nações amigas, no dia 28 de janeiro.
Depois de uma breve estadia em Salvador, D. João foi para o Rio de Janeiro, chegando lá no
dia 8 de março. As outras embarcações foram chegando nos dias seguintes (uma tempestade
havia separado elas). A chegada da corte ao Brasil inaugurou o Período Joanino, durante o
qual D. João esteve no Brasil. A abertura dos portos foi apenas a primeira de várias medidas
tomadas pelo regente português e que mudaram radicalmente a história brasileira.”
Fonte: Vinda da família real para o Brasil. 2013 (pág. 5), disponível em
<http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2010/12/instalacao-da-corte-portuguesa-e.html>
Acesso em 28 Out 2021.
Sobre a vinda da família real para o Brasil e o período em questão, assinale a alternativa
correta.
a) A transferência da corte portuguesa para o Brasil teve relação indireta com os
acontecimentos da Revolução Francesa e do período napoleônico.
b) A transferência da Família Real para o Brasil se deu pela recusa de Portugal em obedecer
às ordens da França e aderir ao Bloqueio Continental, instituído com o objetivo de prejudicar
os ingleses, em 1806.
c) Em 1801, houve a Guerra das Laranjas entre Portugal e França.
d) Nessa época, ocorreu a integração das elites políticas regionais, para a formação de um
projeto político separatista de cunho republicano.
e) O letramento de mulatos e imigrantes era importante para as necessidades do trabalho na
cidade durante os anos de 1808 a 1810.
(Miriam Dolhnikoff. “Elites regionais e a construção do Estado nacional”. In: István Jancsó
(org.). Brasil: formação do Estado e da Nação, 2003.)
O texto menciona as relações entre os grupos sociais das províncias com o poder monárquico
brasileiro ao longo do século XIX, acentuando
a) a distribuição conveniente de poderes entre membros de uma elite escravista.
b) a natureza opressiva do poder central sobre os políticos provinciais.
c) a manutenção do equilíbrio político devido ao uso comedido do poder moderador.
d) a predominância do direito costumeiro nos vínculos políticos interprovinciais.
e) a extensão às províncias do direito de constituição de governos autônomos.
10. (Unicamp 2022) Não parece ser obra do acaso a preservação da unidade territorial do
Império do Brasil, quando comparada à fragmentação política experimentada pelos antigos
vice-reinos hispano-americanos, entre 1810 e 1825. Em Lisboa, no âmbito da Sociedade Real
Marítima e Militar (1798-1807), foram preparadas memórias históricas, corográficas e roteiros
hidrográficos redigidos pelos engenheiros militares e navais. Esta documentação serviu à
diplomacia do Império brasileiro nos tribunais internacionais; mas também, muniu,
internamente, a organização das expedições de conquista territorial, levadas ao cabo pelas
elites regionais antes e após a Independência.
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a) o processo de fragmentação política da América hispânica durante o período da
independência foi similar ao processo histórico da independência no Brasil.
b) na Sociedade Real Marítima e Militar, os estudos dos engenheiros militares e navais eram
documentos públicos amplamente divulgados em livros didáticos da época.
c) a documentação da Sociedade Real Marítima e Militar foi usada, no Brasil, na fundação do
Estado e no reconhecimento territorial da nação.
d) as elites regionais, formadas em Direito, atuaram na formação do território brasileiro, pouco
dialogando com os estudos de engenharia militar.
(Adaptado de João José Reis, "O jogo duro do Dois de Julho: o 'Partido Negro' na
independência da Bahia'", in J. J. Reis e Eduardo Silva (org.), Negociação e conflito. São
Paulo, Companhia das Letras, 1989, p. 79.)
c) os líderes da Revolta dos Alfaiates (ou Conjuração Baiana) acreditavam que a permanência
dos laços entre Bahia e Portugal seria mais vantajosa para eles.
12. (Ufjf-pism 2 2022) Leia os fragmentos de dois sambas-enredo vencedores dos respectivos
carnavais no final dos anos 1980 no Rio de Janeiro.
I. “Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares Influenciando a abolição”.
(Vila Isabel, 1988)
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c) A resistência negra no processo de abolição da escravidão brasileira restringiu-se apenas à
formação de quilombos, sobretudo no século XVII, não tendo, portanto, efeito sobre a
assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel.
d) Ambos os sambas, ao politicamente escolherem seus heróis nacionais, pecam em não
reconhecer o verdadeiro protagonista do fim da escravidão no Brasil: a Inglaterra e sua
cruzada ética contra a escravização de africanos.
e) Ao assinar a lei que pôs fim à escravidão no Brasil, a princesa Isabel estava enfrentando a
nascente elite industrial e a Inglaterra, todos desejosos da manutenção da escravidão e,
portanto, contrários à assinatura desta lei.
13. (Ufrgs 2022) Leia o seguinte segmento apresentado, em 2010, ao Supremo Tribunal
Federal pelo historiador Luiz Felipe de Alencastro, em audiência pública a respeito das cotas
universitárias.
[...] boa parte das duas últimas gerações de indivíduos escravizados no Brasil não era escrava.
Moralmente ilegítima, a escravidão do Império era ainda – primeiro e sobretudo – ilegal [...].
Tenho para mim que este pacto dos sequestradores constitui o pecado original da sociedade e
da ordem jurídica brasileira. [...] Pelos motivos apontados acima, os ensinamentos do passado
ajudam a situar o atual julgamento sobre cotas universitárias na perspectiva da construção da
nação e do sistema político de nosso país. [...] Trata-se, sobretudo, de inscrever a discussão
sobre a política afirmativa no aperfeiçoamento da democracia, no vir a ser da nação.
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sobre-o-golpe/ Acesso em: 3 abr. 2022.
c) promulgação de uma nova Constituição, que retirou o poder Moderador de D. Pedro II, e
adoção da monarquia parlamentarista através de um plebiscito.
d) derrota da Tríplice Aliança na Guerra da Cisplatina, que gerou grande ônus para os cofres
públicos, e falta de apoio político da classe média nas eleições parlamentares.
e) defesa ideológica do escravismo por parte da Família Real, além da decadência do
Movimento Positivista do Brasil que defendia a manutenção da Monarquia.
15. (Fuvest 2022) No dia 01 de janeiro de 1849 foi divulgado na imprensa pernambucana o
“Manifesto ao Mundo”, escrito por Borges da Fonseca, que apresentava as seguintes
reivindicações:
Protestamos só largar as armas, quando virmos instalada uma Assembleia Constituinte. Esta
Assembleia deve realizar os seguintes princípios: 1. O voto livre e universal do Povo Brasileiro;
2. A plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa; 3. O
trabalho como garantia de vida para o cidadão Brasileiro; 4. O comércio a retalho só para os
cidadãos brasileiros; 5. A inteira e efetiva independência dos poderes constituídos; 6. A
extinção do poder moderador e do direito de agraciar; 7. O elemento federal na nova
organização; 8. Completa reforma do poder judicial, em ordem a segurar as garantias dos
direitos individuais dos Cidadãos; 9. Extinção da lei do juro convencional; 10. Extinção do atual
sistema de recrutamento.
Vamireh Chacon (sel. e intro.). Nunes Machado. Perfis parlamentares. Brasília: Câmara dos
Deputados, 1978, p.22.
16. (Acafe 2022) Em 2021, completaram-se 150 anos da promulgação da Lei nº 2.040,
conhecida como Lei do Ventre Livre, em que estabelecia a alforria às crianças nascidas de
mulheres escravizadas, no Império do Brasil a partir da data de 28 de setembro de 1871.
Tendo em vista o contexto de escravidão, no Brasil do século XIX, e, em especial, os debates
que tiveram lugar na década de 1870, as alternativas abaixo estão corretas, EXCETO a
alternativa.
a) Além disso, a Lei do Ventre Livre estabelecia a obrigatoriedade para todo proprietário
realizar a matrícula de seu escravo em um registro nacional. Aqueles escravos que não
estivessem, devidamente, matriculados seriam considerados livres.
b) Na segunda metade do século XIX, as tensões sociais ganham força, especialmente no que
diz respeito às relações de trabalho. Portanto, leis como a Eusébio de Queirós (1850), a Lei
do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885) deixam claro os anseios e as
inquietações acerca do trabalho escravo, praticado no Império do Brasil.
c) Soma-se a isso o fato de a Inglaterra exercer forte pressão no governo brasileiro para a
adoção de medidas para extinguir a escravidão, pois pregava-se a necessidade de aumento
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do mercado consumidor, com trabalhadores assalariados, atendendo aos interesses dos
investimentos ingleses no Brasil.
d) Com a promulgação da lei nº 2.040, as crianças nascidas a partir daquela data tornavam-se,
prontamente, livres, podendo assim exercer funções remuneradas, o que garantia a
transição do regime escravocrata para a mão de obra livre, embora provocassem perda
material aos proprietários de escravos.
17. (Pucpr Medicina 2022) Leia o texto da chamada Lei de Terras e assinale a alternativa que
a relaciona CORRETAMENTE à estrutura social do Brasil do Segundo Reinado (1840-1889).
Dispõe sobre as terras devolutas no Império, [e] e determina que, medidas e demarcadas as
primeiras, sejam elas cedidas a título oneroso, assim para empresas particulares, como para o
estabelecimento de colonias de nacionaes e de extrangeiros, autorizado o Governo a promover
a colonisação extrangeira na forma que se declara.
D. Pedro II, por Graça de Deus e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador Constitucional e
Defensor Perpetuo do Brasil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assembléa
Geral Decretou, e Nós queremos a Lei seguinte:
Art. 1º Ficam prohibidas as acquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de
compra.
18. (Unicamp 2022) Durante muito tempo – e ainda hoje – despejou-se um discurso
moralizante sobre os índios. Considerando os Aimorés, não se trata apenas de uma tribo nem
de um mesmo grupo etnolinguístico; trata-se, antes, de uma denominação genérica que podia
ser aplicada a vários grupos, em geral Tapuias. Neste rol de Tapuias, incluíam-se os que viriam
a ser chamados de Botocudos durante o século XIX e Krenak no século XX. Há uma carência
de fontes escritas em relação a esses Aimorés. O nome foi a marca forte que os registros
históricos deixaram sobre esses grupos indígenas. Essas nomeações não eram assumidas por
eles, sendo uma identidade atribuída pelos adversários.
(Adaptado de Marco Morel, A Saga dos Botocudos. Guerra, imagens e resistência indígena.
São Paulo: HUCITEC, 2018, p. 44-45.)
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I. “As leis emancipacionistas que surgiram a partir da década de 1850 colocavam em questão o
fim definitivo do trabalho escravo e, consequentemente, a necessidade de condicionar este
fim à permanência do poder senhorial por parte dos patrões ou proprietários. Desta maneira,
alterações das relações de trabalho que rompessem com o que se condicionava como uma
relação paternalista gerava desconforto e insatisfação por parte daqueles que viam na
escravidão a forma ideal de relações de trabalho”.
PEÇANHA, Natalia Batista. O Serviço doméstico e o mundo do trabalho carioca: uma análise
das relações de trabalho de criadas nacionais e estrangeiras na passagem do século XIX para
o XX. Revista Maracanan, n. 21, p. 11-28, maio/ago. 2019.
II. “A experiência com famílias cativas [de escravizados] provavelmente serviu de referência
aos senhores para pautar suas relações com os novos trabalhadores [imigrantes]. Deve ter
havido muitos patrões de colonos [imigrantes] que pensavam como aquele fazendeiro,
empenhado em ‘casar esse negro [...] para [ele] assentar a vida e tomar juízo [...] [O senhor
considera] os colonos dependentes e servos, ao invés de trabalhadores livres”.
Adaptado de SLENES, Robert. Senhores e subalternos no Oeste Paulista. In: História da vida
privada no Brasil, vol. 2. São Paulo: Companhia das Letras, p. 287.
Sobre as condições de trabalho dos imigrantes chegados ao Brasil na virada do século XIX
para o XX, é CORRETO afirmar que:
a) A maior parte dos imigrantes recém-chegados ao Brasil não atuaram de forma direta na
produção cafeeira junto aos africanos escravizados e produziram bens de consumo duráveis
na industrialização.
b) Os imigrantes europeus no Brasil recebiam tratamento igual aos escravizados, o que
favoreceu um acúmulo de riquezas que permitiu o retorno rápido dos imigrantes ao país de
origem.
c) A principal motivação para imigrar foi o aumento da oferta de empregos quando da Segunda
Revolução Industrial na Europa, o que favoreceu a saída do continente rumo à América.
d) A imigração europeia contribuiu para a difusão da ideia de democracia racial no Brasil e foi
um movimento que ocorreu independente das boas condições de vida e de trabalho na
Europa da Segunda Revolução Industrial.
e) Apesar da chegada dos imigrantes europeus, isso não significou um rompimento com
formas de trabalho compulsório e a cor da pele figurou como baliza para a exploração do
trabalho.
20. (Upf 2022) Em 1870, Castro Alves, o poeta dos escravos, escreveu Navio Negreiro, no
contexto da campanha para o fim da escravidão. Leia a seguir um fragmento extraído desse
poema e analise as afirmações a seguir, relacionadas ao contexto em que esse texto foi
escrito.
I. Milhões de pessoas foram trazidas de diversas partes da África para o Brasil e escravizadas
ao longo de mais de três séculos. No entanto, a mão de obra escrava utilizada no Brasil não
foi exclusivamente africana.
II. O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão, mantendo-a por praticamente
todo o período Imperial.
III. Em 1850 é aprovada a Lei Eusébio de Queiroz, que representou um golpe profundo no
sistema escravista, pois proibia a entrada de trabalhadores escravizados vindos da África.
IV. A lei do Ventre Livre, de 1871, deixava totalmente livre os filhos da trabalhadora
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escravizada, e a pressão inglesa foi fundamental para a promulgação dessa lei.
V. A promulgação da Lei Áurea em 13 de maio de 1888 decretou o fim da escravidão no Brasil,
sendo que os escravos não tiveram nenhuma participação no processo de abolição.
21. (Ufsc 2022) Além do mais, com o predomínio do café na região, São Paulo ia se tornando
a província mais rica da União, sem a correspondente representação no Congresso. Nas três
últimas décadas do século, a cafeicultura expandiu-se decisivamente no Oeste Paulista,
suplantando a produção fluminense já nos anos 1880.
SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015. p. 301.
22. (Integrado - Medicina 2022) A Lei Áurea abolia a escravidão, mas não seu legado.
Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A abolição foi apenas o
primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser uma
conquista, se bem que de efeito bem limitado.
COSTA, Emília Viotti da. A abolição. São Paulo: Editora UNESP, 2010. p. 12
Com base no fragmento e sobre o fim da escravidão no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) A extinção do trabalho escravo no Brasil acentuou o descontentamento dos ingleses com o
governo de D. Pedro II, pois a Inglaterra era a principal fornecedora de africanos
escravizados para os cafeicultores paulistas.
b) Apesar de estar associada, exclusivamente, ao fim da escravidão no território brasileiro, a
Lei Áurea também foi responsável pela criminalização da prática do racismo e pela
realização de ações afirmativas.
c) O fim da escravidão no Brasil deve ser compreendido como fruto de um processo lento e
complexo, envolvendo lideranças políticas, civis, além dos próprios escravizados, não
estando limitado a promulgação da Lei Áurea pela princesa Isabel, em 1888.
d) A expansão da lavoura canavieira no nordeste brasileiro e a participação do Brasil na Guerra
do Paraguai, podem ser apontados como dois importantes motivos que justificam a
resistência da elite agrícola e do Exército brasileiro, em aderir ao movimento abolicionista.
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e) Uma das grandes vitórias dos proprietários de escravizados foi a obtenção do direito à
indenização após a promulgação de lei que aboliu a escravidão no país, o que demonstra o
alinhamento total do governo brasileiro com os interesses dos escravocratas.
CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996. p. 23, 34.
Texto 2: A polícia, não sei como e porquê, adquiriu a mania das generalizações, e as mais
infantis. Suspeita de todo o sujeito estrangeiro com nome arrevesado, assim os russos,
polacos, romaicos são para ela forçosamente cáftens; todo o cidadão de cor há de ser por
força um malandro; e todos os loucos hão de ser por força furiosos e só transportáveis em
carros blindados.
Texto 3: A república no Brasil é o regime da corrupção. Todas as opiniões devem, por esta ou
aquela paga, ser estabelecidas pelos poderosos do dia. Ninguém admite que se divirja deles e,
para que não haja divergências, há a “verba secreta”, os reservados deste ou daquele
Ministério e os empreguinhos que os medíocres não sabem conquistar por si e com
independência [...].
BARRETO, Lima. “A política republicana”. In: SCHWARCZ, Lilia M. Lima Barreto: triste
visionário. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 8.
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64) a proclamação da República de 1889 pode ser vista como um golpe perpetrado pelos
militares que rompeu com a ordem monárquica; no entanto, as promessas republicanas,
pautadas na igualdade e no progresso para todos os cidadãos, sem distinção de cor ou
credo religioso, não se concretizaram.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[D]
O texto de Ana Lúcia Valente aponta para o surgimento das irmandades de negros no período
colonial, era uma forma de se manifestar fora do ambiente de trabalho, também uma maneira
de cristianizar os negros ainda que os escravos utilizassem as irmandades para resguardar
suas tradições religiosas. Em certo sentido, o negro recriou e reelaborou a cultura dominante,
associando a sua maneira de viver. Daí, o surgimento de manifestações religiosas de matriz
Africana no Brasil. Gabarito [D].
Resposta da questão 2:
[C]
Não existia uma burguesia industrial no Brasil no Período Imperial. Além disso, a maior parte
dos escravizados nesse período concentrava-se nas lavouras de café e não nos centros
urbanos.
Resposta da questão 3:
[C]
Resposta da questão 4:
[C]
A constituição brasileira outorgada em 1824 estabeleceu o caráter censitário, era preciso ser
homem com renda, impedindo a grande maioria de exercer a cidadania. A independência do
Brasil, 1822, não gerou transformações sociais e econômicas no país. O tráfico de escravos foi
proibido em 1850 pela Lei Eusébio de Queirós. A escravidão só foi abolida no Brasil em
13/05/1888, com a Lei Áurea. Gabarito [C].
Resposta da questão 5:
[A]
O excerto do historiador Luiz Carlos Villalta afirma que a vinda da corte portuguesa para o
Brasil em 1808 contemplou dois propósitos da Conjuração Mineira de 1789, um político e outro
econômico. O propósito político é a inversão, isto é, o Brasil passou a ser a sede do império
português. O propósito econômico remete a Abertura dos Portos de 1808 que eliminou o pacto
colonial, ou seja, acabou o monopólio comercial da metrópole, foi o primeiro passo rumo a
independência. Gabarito [A].
Resposta da questão 6:
[D]
A questão aponta para a ruptura política entre Brasil e Portugal em 1822, tal fato deve ser
compreendido como uma expressão dos interesses dos grandes proprietários interessados em
livrar-se de um parceiro incômodo para os seus negócios. As afirmativas [I] e [III] estão
corretas. O movimento da independência foi uma ação da elite latifundiária, com o apoio da
Inglaterra, preservando seus interesses e privilégios, mantendo o plantation. Havia o
denominado haitianismo, isto é, os grandes proprietários de terras temiam a participação das
camadas populares e dos escravos nas lutas contra Portugal. As afirmativas [II] e [IV] estão
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incorretas. Não ocorreu a democratização das relações sociais no Brasil. A luta pela
independência não foi liderada fundamentalmente pelos negros escravizados que lutaram
também pelo fim da escravidão. Gabarito [D].
Resposta da questão 7:
[B]
Resposta da questão 8:
[B]
É impossível pensar a vinda da corte portuguesa para o Brasil em 1808 dissociado da disputa
que ocorria na Europa entre o Império de Napoleão e a Inglaterra, pioneira na Revolução
Industrial. Inglaterra e França disputavam a hegemonia política e econômica na Europa. Em
1806, visando prejudicar a economia inglesa, Napoleão decretou o Bloqueio Continental
proibindo a Europa de comercializar com a Inglaterra. Portugal dependia economicamente da
Inglaterra e não aderiu ao Bloqueio Continental, isso desagradou Napoleão que ameaçou
invadir Portugal (de fato ocorreu a invasão das tropas francesas em Portugal). Pressionado e
com apoio da Inglaterra, a corte portuguesa fugiu para o Brasil em 1808. Gabarito [B].
Resposta da questão 9:
[A]
A partir da independência do Brasil, 1822, começou a formação do Estado Brasileiro, que foi se
consolidando durante o Período Regencial e o Segundo Reinado. As elites agrárias regionais
foram se adaptando a centralização do poder estabelecido pela constituição brasileira
outorgada em 1824. De certa forma, apesar dos conflitos entre centralização do poder e as
ideias federalistas, ocorreu uma acomodação conveniente das elites agrárias regionais dentro
do Estado Nacional Brasileiro. Gabarito [A].
O texto mostra as Guerras de Independência que ocorreram no Brasil nos anos de 1822 e
1823, sobretudo no Nordeste. Havia um conflito entre brasileiros favoráveis à independência
contra os portugueses que residiam no Brasil e eram contrários a ruptura política entre colônia
e metrópole. Um bom exemplo ocorreu na Bahia entre as tropas comandadas pelo português
Madeira de Mello contra as tropas nacionais, diversas mulheres se destacaram na pela
independência do Brasil.
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A questão remete a narrativas sobre o protagonismo na campanha abolicionista que culminou
na aprovação da Lei Áurea em 1888: uma enfatiza a atuação do homem branco, no caso a
Princesa Isabel, como uma versão oficial. A outra destaca o protagonismo das pessoas negras
que atuaram na luta pela abolição da escravatura de maneira intense, tais como Luiz Gama,
José do Patrocínio, entre outros. Gabarito [A].
Segundo o texto escravidão era ilegítima, imoral e as duas últimas gerações de escravos era
ilegal considerando a Lei Feijó de 1831 que declarou livres os escravos vindos de fora do
império. Vale lembrar que milhares de africanos entraram no Brasil depois de 1831 e somente
em 1888, Lei Áurea, a escravidão foi abolida. O Estado e parte da sociedade consentiu a
manutenção da escravidão. Somente a alternativa [B] está correta.
A questão aponta para a crise e o fim do Segundo Reinado no Brasil, quando o país era regido
por uma monarquia parlamentarista. O Brasil era uma exceção na América, um império entre
muitas repúblicas. A monarquia foi abandonada, perdendo suas bases de sustentação. Perdeu
apoio do exército que ganhou consciência logo após a Guerra do Paraguai, perdeu apoio da
elite agrária tradicional-escravista que não recebeu indenização com a aprovação da Lei Áurea
em 1888 e perdeu apoio da igreja católica que não aceitava a submissão ao Estado (Padroado
e Beneplácito) conforme estabelecido pela constituição outorgada em 1824. Gabarito [A].
A Lei do Ventre Livre aprovada em 1871 no contexto do Segundo Reinado, 1840-1889, tornava
as crianças filhas de escravos livres a partir desta data, no entanto, a mesma lei não teve
nenhum efeito prático uma vez que esses menores ficariam aos cuidados dos seus senhores
até os 21 anos ou poderiam ser entregues ao governo que indenizava os proprietários.
Gabarito [D].
Diferente da Lei de Terras aprovada nos Estados Unidos em 1862 que facilitava a aquisição de
terras pelos imigrantes, a Lei de Terras aprovada no Brasil em 1850 dificultou a aquisição de
terras, pois estabeleceu que a ocupação se daria apenas através da compra, isso implicava na
manutenção da concentração fundiária. Gabarito [D].
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Resposta da questão 18:
a) O texto critica a generalização na análise das populações indígenas brasileiras, citando,
como exemplo, a definição das nomenclaturas. Uma mesma nomenclatura era usada para
identificar grupos indígenas com características bastante diferentes.
A afirmativa [08] está correta porque a expansão da cafeicultura pelo Vale do Paraíba
provocou a expulsão e a remoção de pequenos proprietários de terra e indígenas da região,
em uma ação coordenada entre governo e grandes proprietários de terra;
A afirmativa [32] está correta porque durante a Era Mauá houve o crescimento da malha
ferroviária brasileira, com vistas a melhora do escoamento da produção cafeeira pelos portos
do sudeste.
A afirmativa [04] está correta porque a Lei Áurea não contribuiu para a inserção da população
negra na sociedade brasileira. Além disso, a Constituição de 1891, ao retirar dos analfabetos o
direito ao voto, contribuiu para a exclusão dos negros do acesso à cidadania plena;
A afirmativa [64] está correta porque o Regime Republicano mostrou-se, desde o princípio,
oligárquico no Brasil. A exclusão de parcela significativa da população (mulheres e analfabetos)
do direito ao voto, por exemplo, foi sacramentada pela Constituição de 1891.
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