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Lista História I – Brasil Século XIX

1. (Unesp 2022) [...] as irmandades de negros eram espaços permitidos dentro da legalidade,
nos quais o escravo podia manifestar-se fora de suas relações de trabalho. [...] Em certo
sentido, era através da religião católica que o escravo encontrava algum lenitivo para sua
situação. Tudo indica que a permissão para a criação das irmandades de negros tenha sido
dada com o intuito de obter melhores resultados na cristianização dos escravos [...].
Paradoxalmente, os negros utilizaram as irmandades para resguardar valores culturais, em
especial suas crenças religiosas. [...] Tudo leva a crer que, a partir da realidade vivida naquela
época, bem como considerando as dificuldades, o negro recriou e reinterpretou a cultura
dominante, adequando-a à sua maneira de ser.

(Ana Lúcia Valente. “As irmandades de negros: resistência e repressão”. In: Horizonte, v. 9, no
21, 2011.)

Segundo o excerto, as irmandades religiosas de negros, no Brasil colonial, eram


a) organizações culturais destinadas à difusão do catolicismo e, paralelamente, à valorização
do sincretismo religioso.
b) confrarias em que era proibido, por ordens metropolitanas, o contato direto entre
escravizados.
c) templos em que era permitida, pelas autoridades coloniais, a realização de cultos religiosos
de origem africana.
d) espaços de imposição de princípios europeus aos escravizados e, simultaneamente, de
manifestação de traços culturais de matriz africana.
e) instituições de apoio e auxílio aos escravizados, criadas e mantidas por meio da atuação
catequizadora dos jesuítas espanhóis.

2. (Unisc 2022) “A escravidão mercantil africana do período moderno é um sistema que se


enraizou cruelmente na história brasileira, e que guarda marcas profundas no nosso cotidiano.
O país não só foi o último a abolir essa forma perversa de mão de Obra nas Américas, como
aquele que mais recebeu africanos saídos de seu continente de maneira compulsória, além de
ter contado com escravos em todo o território. Com as primeiras levas chegando em 1550 e as
últimas décadas de 1860, já que existem registros de envio ilegal de africanos entre 1858 e
1862, estima-se que milhões de africanos tenham desembarcado no Brasil.”

SCHWARCZ, L. M.; GOMES, F. S. (Orgs). Dicionário da escravidão da liberdade: 50 textos


críticos. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p.21.

Sobre a escravidão africana no Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto:


a) Os castigos físicos exemplares, entre os quais a imobilização em troncos ou os açoites em
pelourinhos, faziam parte do cotidiano da escravidão no Brasil.
b) As mulheres africanas ou afro-brasileiras atuaram no interior das casas-grandes e nos
sobrados urbanos desde a implantação da escravidão no Brasil.
c) A maior parte dos escravizados afro-brasileiros no período imperial residia nos centros
urbanos e trabalhava como empregados domésticos nas moradias da burguesia industrial.
d) Os afro-brasileiros escravizados desenvolveram diversas formas de resistência à escravidão
no Brasil, entre as quais a fuga e a formação de quilombos.
e) Os saberes, as cosmovisões e práticas culturais trazidos pelos africanos ao Brasil foram
muito diversos e experimentaram contínuas transformações até se organizarem nas religiões
“afro-brasileiras”. Como características regionais, destacam-se o candomblé, na Bahia, a
macumba, no Rio de Janeiro, o xângo, em Pernambuco, e o batuque, no Rio Grande do Sul.

3. (Ufjf-pism 1 2022) Leia os textos.

I. “A escravidão como um aspecto menos importante da sociedade deve ser distinguida da


escravidão como instituição. Naqueles lugares onde poucas pessoas possuíam poucos
escravos, talvez como exemplos conspícuos de riqueza, mas não como traba lhadores, a
escravidão era incidental à estrutura da sociedade e ao funcionamento da economia. A

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escravidão tornou-se importante quando os escravos foram usados extensivamente na
produção, no monopólio do poder político, ou na servidão doméstica (incluindo serviços
sexuais).”

LOVEJOY, Paul. A escravidão na África. Uma história de suas transformações. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p. 39.

II. “A escravidão já existia na África antes do comércio atlântico, e por muito tempo
continuou a ter ali um significado muito diferente do que prevalecia nas Américas”.
BLACKBURN, Robin. A construção do escravismo no Novo Mundo, 1492-1800. Rio de
Janeiro: Record, 1997, p. 17

Assinale a alternativa CORRETA sobre a escravidão desenvolvida entre os séculos XV e


XIX.
a) O comércio de africanos pelo Oceano Atlântico foi o motivador da escravidão na
Antiguidade, porém ele não movimentava riquezas para os colonizadores europeus.
b) A escravidão moderna contribuiu pouco para o desenvolvimento do sistema capitalista,
gerando mais prejuízos que lucros nas sociedades da Europa e das Américas.
c) O comércio atlântico favoreceu o desenvolvimento gradual de sociedades escravistas nas
Américas e o lucro para comerciantes portugueses estabelecidos nos portos africanos.
d) A chegada dos colonizadores portugueses na África Ocidental evitou o uso massivo de
africanos como mão de obra nas Américas.
e) A escravidão desenvolvida entre os séculos XV e XIX sofreu poucas transformações ao
longo do tempo, sendo suas principais características a escravidão por dívidas e por
guerras.

4. (Uece 2022) A independência do Brasil, ocorrida há quase 200 anos, trouxe poucas
mudanças sociais para o povo brasileiro naquele momento. Atente para o que se diz a esse
respeito e assinale a afirmação verdadeira.
a) Apesar de garantir acesso ao voto universal, a constituição do império exigia comprovação
de uma renda alta para que o cidadão, sobretudo o negro, pudesse ser candidato.
b) A independência do Brasil proporcionou uma maior autonomia, pois somente em 1820 o
príncipe regente D. Pedro assumiu o governo do país, dias após D. João VI retornar a
Portugal.
c) Com a independência, apesar do estabelecimento de uma legislação nacional, a escravidão
foi mantida, o que prolongou a duração dessa causa da desigualdade social brasileira.
d) Mesmo com o fim do tráfico negreiro, dois anos após a independência, e com a assinatura
da Lei Áurea no ano seguinte, os ex-escravos não foram plenamente integrados à sociedade
brasileira.

5. (Uscs - Medicina 2022) A transferência da família real tornou realidade não apenas o
propósito político de alguns inconfidentes de Minas, como também contemplou um de seus
objetivos econômicos, comum aos inconfidentes da Bahia.
(Luiz Carlos Villalta. 1789-1808: o império luso-brasileiro e os brasis, 2000. Adaptado.)

No texto, exemplificam o “propósito político” e um dos “objetivos econômicos”, respectivamente,


a) o Brasil como sede do império português e o fim do monopólio comercial.
b) a extinção do absolutismo monárquico e o aumento dos salários em geral.
c) a independência em relação à metrópole e a abolição do escravismo.
d) a instalação de uma república e a adoção de medidas industrializantes.
e) o processo de unificação do Brasil e a diminuição de impostos e taxas.

6. (Uemg 2022) O processo de independência do Brasil (1822) em relação a Portugal deve ser
compreendido como uma expressão dos interesses dos grandes proprietários interessados em
livrar-se de um parceiro incômodo para os seus negócios.

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A partir do exposto, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.

I. O movimento da independência foi uma ação da elite latifundiária, com o apoio da Inglaterra,
preservando seus interesses e privilégios.
II. Os setores médios urbanos aliados aos grupos de homens livres pobres constituíram-se na
liderança radical que comandou a luta pela independência e pela democratização das
relações sociais no Brasil.
III. Os grandes proprietários de terras temiam a participação das camadas populares e dos
escravos nas lutas contra Portugal.
IV. A luta pela independência foi liderada fundamentalmente pelos negros escravizados que
lutaram também pelo fim da escravidão.
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I e IV.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e III.

7. (Acafe 2022) Os processos de independências dos países da América foram marcados por
lutas sociais e projetos diversos. A ideia de liberdade estava atrelada aos objetivos dos
distintos atores envolvidos na luta para desvencilhar-se dos colonizadores europeus.
Considerando os processos de independências do Brasil e dos países da América Espanhola,
ocorridos no século XIX, e os grupos envolvidos é CORRETO afirmar.
a) No contexto das lutas de independência na América do Sul, o nome de Simón Bolivar se
destaca por ter liderado os exércitos que combateram os espanhóis no Chile, Equador,
Paraguai e Bolívia, defendendo a criação de países independentes entre si.
b) No caso do Brasil, o processo de independência foi resultado de uma série de
transformações enfrentadas a partir do Período Joanino e agravadas pela Revolução Liberal
do Porto que, entre outras exigências, desejava reestabelecer o monopólio comercial entre
Portugal e o Brasil. Neste contexto, a elite do Sudeste impulsionava a agitação
revolucionária no Brasil.
c) A partir do século XVIII, com a invasão napoleônica na Espanha, os chapetones se
fortaleceram e passaram a controlar as juntas governativas dos vice-reinos da América
Espanhola, mesmo com as divergências existentes entre os membros dessa elite.
d) Após seu processo de independência, o Brasil torna-se a única monarquia da América
Latina, tendo em vista que os demais países independentes da América Espanhola
adotaram a república como forma de governo.

8. (Unifor - Medicina 2022) Observe a imagem e o texto a seguir.

“A viagem da corte portuguesa estendeu-se por 54 dias, e, no dia 22 de janeiro de 1808, a


embarcação de d. João chegou a Salvador. Da antiga capital do Brasil, D. João já tomou a

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primeira medida que mudaria o curso da história brasileira: ele decretou a abertura dos portos
às nações amigas, no dia 28 de janeiro.

Depois de uma breve estadia em Salvador, D. João foi para o Rio de Janeiro, chegando lá no
dia 8 de março. As outras embarcações foram chegando nos dias seguintes (uma tempestade
havia separado elas). A chegada da corte ao Brasil inaugurou o Período Joanino, durante o
qual D. João esteve no Brasil. A abertura dos portos foi apenas a primeira de várias medidas
tomadas pelo regente português e que mudaram radicalmente a história brasileira.”

Fonte: Vinda da família real para o Brasil. 2013 (pág. 5), disponível em
<http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2010/12/instalacao-da-corte-portuguesa-e.html>
Acesso em 28 Out 2021.

Sobre a vinda da família real para o Brasil e o período em questão, assinale a alternativa
correta.
a) A transferência da corte portuguesa para o Brasil teve relação indireta com os
acontecimentos da Revolução Francesa e do período napoleônico.
b) A transferência da Família Real para o Brasil se deu pela recusa de Portugal em obedecer
às ordens da França e aderir ao Bloqueio Continental, instituído com o objetivo de prejudicar
os ingleses, em 1806.
c) Em 1801, houve a Guerra das Laranjas entre Portugal e França.
d) Nessa época, ocorreu a integração das elites políticas regionais, para a formação de um
projeto político separatista de cunho republicano.
e) O letramento de mulatos e imigrantes era importante para as necessidades do trabalho na
cidade durante os anos de 1808 a 1810.

9. (Fgv 2022) Beneficiados pela aquisição de capacidade tributária, legislativa e coercitiva, os


grupos regionais acabaram por aceitar, em certo grau, os novos padrões de comportamento
político impostos pelo Estado. Fosse para atender a demandas específicas da região como, por
exemplo, a necessidade de estradas, fosse para satisfazer anseios generalizados, [...] os
grupos regionais acabaram envolvendo-se de fato na construção do Estado nacional.

(Miriam Dolhnikoff. “Elites regionais e a construção do Estado nacional”. In: István Jancsó
(org.). Brasil: formação do Estado e da Nação, 2003.)

O texto menciona as relações entre os grupos sociais das províncias com o poder monárquico
brasileiro ao longo do século XIX, acentuando
a) a distribuição conveniente de poderes entre membros de uma elite escravista.
b) a natureza opressiva do poder central sobre os políticos provinciais.
c) a manutenção do equilíbrio político devido ao uso comedido do poder moderador.
d) a predominância do direito costumeiro nos vínculos políticos interprovinciais.
e) a extensão às províncias do direito de constituição de governos autônomos.

10. (Unicamp 2022) Não parece ser obra do acaso a preservação da unidade territorial do
Império do Brasil, quando comparada à fragmentação política experimentada pelos antigos
vice-reinos hispano-americanos, entre 1810 e 1825. Em Lisboa, no âmbito da Sociedade Real
Marítima e Militar (1798-1807), foram preparadas memórias históricas, corográficas e roteiros
hidrográficos redigidos pelos engenheiros militares e navais. Esta documentação serviu à
diplomacia do Império brasileiro nos tribunais internacionais; mas também, muniu,
internamente, a organização das expedições de conquista territorial, levadas ao cabo pelas
elites regionais antes e após a Independência.

(Adaptado de Iris Kantor, Mapas em trânsito: projeções cartográficas e processo de


emancipação política do Brasil (1779-1822). Araucaria. Ver. Iberoamericana de Filos., Polít. y
Humanidades. 2010, 12, n. 24. p. 110.)

Considerando o excerto acima e seus estudos, pode-se afirmar que

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a) o processo de fragmentação política da América hispânica durante o período da
independência foi similar ao processo histórico da independência no Brasil.
b) na Sociedade Real Marítima e Militar, os estudos dos engenheiros militares e navais eram
documentos públicos amplamente divulgados em livros didáticos da época.
c) a documentação da Sociedade Real Marítima e Militar foi usada, no Brasil, na fundação do
Estado e no reconhecimento territorial da nação.
d) as elites regionais, formadas em Direito, atuaram na formação do território brasileiro, pouco
dialogando com os estudos de engenharia militar.

11. (Unicamp indígenas 2022) Em 15 de fevereiro de 1822, terminava a efêmera ilusão de


autonomia colonial vivida pelos baianos. Nesta data chegou a Salvador uma carta régia que
promovia o coronel português Ignácio Luiz Madeira de Mello, nomeando-o para o comando das
armas e colocando-o sob a autoridade direta de Portugal. A junta baiana não havia sido
consultada ou sequer informada sobre o assunto. Em 19 de fevereiro de 1822, estourou um
conflito entre tropas nacionais e portuguesas. Os soldados lusos atacaram objetivos militares e
civis. Invadiram o convento da Lapa em busca de franco-atiradores e aí assassinaram a
abadessa Joana Angélica. Ao fim, no dia 2 de julho de 1823, as tropas brasileiras que
derrotaram os portugueses entraram triunfantes em Salvador, até então ocupada por forças
adversárias.

(Adaptado de João José Reis, "O jogo duro do Dois de Julho: o 'Partido Negro' na
independência da Bahia'", in J. J. Reis e Eduardo Silva (org.), Negociação e conflito. São
Paulo, Companhia das Letras, 1989, p. 79.)

Com base no excerto e em seus conhecimentos, é correto afirmar que:

a) a independência do Brasil de Portugal, declarada em 1822, pode ser caracterizada como um


processo pacífico.
b) o movimento que culminou no 2 de Julho, na Bahia,explicita a dimensão conflituosa do
processo de independência do Brasil.

c) os líderes da Revolta dos Alfaiates (ou Conjuração Baiana) acreditavam que a permanência
dos laços entre Bahia e Portugal seria mais vantajosa para eles.

d) a Revolta dos Malês influenciou os conflitos do 2 de Julho, ao dividir as elites baianas


proprietárias de escravizados.

12. (Ufjf-pism 2 2022) Leia os fragmentos de dois sambas-enredo vencedores dos respectivos
carnavais no final dos anos 1980 no Rio de Janeiro.

I. “Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares Influenciando a abolição”.
(Vila Isabel, 1988)

II. “Pra Isabel, a heroína


Que assinou a lei divina
Negro dançou, comemorou
O fim da sina”.
(Imperatriz Leopoldinense, 1989)

Sobre o tema é CORRETO afirmar que:


a) Os sambas apresentados são exemplos de que há́ uma disputa de memórias pelo
protagonismo do processo abolicionista no Brasil, com foco orientado para ações de
resistência dos escravizados ou para as ações governamentais oficiais.
b) O protagonismo atribuído a Zumbi dos Palmares é reflexo de uma tradição de reparação de
memória na política brasileira e que se encontra plenamente sedimentada na sociedade, não
havendo, portanto, questionamentos a ela.

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c) A resistência negra no processo de abolição da escravidão brasileira restringiu-se apenas à
formação de quilombos, sobretudo no século XVII, não tendo, portanto, efeito sobre a
assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel.
d) Ambos os sambas, ao politicamente escolherem seus heróis nacionais, pecam em não
reconhecer o verdadeiro protagonista do fim da escravidão no Brasil: a Inglaterra e sua
cruzada ética contra a escravização de africanos.
e) Ao assinar a lei que pôs fim à escravidão no Brasil, a princesa Isabel estava enfrentando a
nascente elite industrial e a Inglaterra, todos desejosos da manutenção da escravidão e,
portanto, contrários à assinatura desta lei.

13. (Ufrgs 2022) Leia o seguinte segmento apresentado, em 2010, ao Supremo Tribunal
Federal pelo historiador Luiz Felipe de Alencastro, em audiência pública a respeito das cotas
universitárias.

[...] boa parte das duas últimas gerações de indivíduos escravizados no Brasil não era escrava.
Moralmente ilegítima, a escravidão do Império era ainda – primeiro e sobretudo – ilegal [...].
Tenho para mim que este pacto dos sequestradores constitui o pecado original da sociedade e
da ordem jurídica brasileira. [...] Pelos motivos apontados acima, os ensinamentos do passado
ajudam a situar o atual julgamento sobre cotas universitárias na perspectiva da construção da
nação e do sistema político de nosso país. [...] Trata-se, sobretudo, de inscrever a discussão
sobre a política afirmativa no aperfeiçoamento da democracia, no vir a ser da nação.

ALENCASTRO, L. F. O pecado original da sociedade e da ordem jurídica brasileira. Novos


Estudos, n. 87, 2010, p. 7-9.

Considerando a posição do historiador e o conhecimento histórico sobre a sociedade brasileira,


assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.

( ) O Estado e parte considerável da sociedade, ao longo da história do Império brasileiro,


aceitaram manter uma estrutura econômica e social fundada na ilegalidade da
escravização de indivíduos que deveriam ser considerados livres.
( ) A escravidão, durante o período imperial, era encarada pelo conjunto da sociedade como
ilegítima, uma vez que feria os princípios da moralidade cristã e do liberalismo
econômico, fomentados a partir do Segundo Reinado.
( ) A implementação de políticas de ações afirmativas para a redução das desigualdades
sociais no presente pode ser justificada a partir da compreensão dos processos históricos
que possibilitaram e deram continuidade a tais desigualdades.
( ) O estudo do passado pela história é um instrumento importante para a definição de um
sistema político mais justo, para a construção de uma sociedade mais democrática e para
elaborar projetos de futuro para a nação.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) F – V – F – V.
b) V – F – V – V.
c) V – F – F – V.
d) F – V – F – F.
e) F – F – V – F.

14. (Unichristus - Medicina 2022) A Proclamação da República, ocorrida no dia 15 de


novembro de 1889, foi um acontecimento de grande envergadura na história no Brasil, em que,
por meio de um Golpe Civil-Militar, chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca (chefe do
Exército brasileiro à época), destituiu-se Dom Pedro II do governo monárquico Constitucional
Parlamentarista e instituiu-se o governo provisório da República presidencialista, do qual
Marechal foi destacado como presidente, ordenando ao imperador que se retirasse do Brasil.
Importante analisar não só o evento que pôs fim ao regime político-monárquico, mas,
sobretudo, o contexto político e econômico de administração do sistema colonial, que deu
origem ao golpe e aos seus desdobramentos posteriores.

Disponível em: https://mst.org.br/2020/11/18/proclamacao-da-republica-brasileira-um-golpe-

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sobre-o-golpe/ Acesso em: 3 abr. 2022.

Entre os fatores que influenciaram o evento abordado no texto, destaca(m)-se:


a) incidentes que levaram a um choque entre Igreja Católica, Exército e Monarquia brasileira.

b) queda da exportação do café e rápida ascensão do industrialismo no Brasil durante o século


XIX.

c) promulgação de uma nova Constituição, que retirou o poder Moderador de D. Pedro II, e
adoção da monarquia parlamentarista através de um plebiscito.

d) derrota da Tríplice Aliança na Guerra da Cisplatina, que gerou grande ônus para os cofres
públicos, e falta de apoio político da classe média nas eleições parlamentares.
e) defesa ideológica do escravismo por parte da Família Real, além da decadência do
Movimento Positivista do Brasil que defendia a manutenção da Monarquia.

15. (Fuvest 2022) No dia 01 de janeiro de 1849 foi divulgado na imprensa pernambucana o
“Manifesto ao Mundo”, escrito por Borges da Fonseca, que apresentava as seguintes
reivindicações:

Protestamos só largar as armas, quando virmos instalada uma Assembleia Constituinte. Esta
Assembleia deve realizar os seguintes princípios: 1. O voto livre e universal do Povo Brasileiro;
2. A plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa; 3. O
trabalho como garantia de vida para o cidadão Brasileiro; 4. O comércio a retalho só para os
cidadãos brasileiros; 5. A inteira e efetiva independência dos poderes constituídos; 6. A
extinção do poder moderador e do direito de agraciar; 7. O elemento federal na nova
organização; 8. Completa reforma do poder judicial, em ordem a segurar as garantias dos
direitos individuais dos Cidadãos; 9. Extinção da lei do juro convencional; 10. Extinção do atual
sistema de recrutamento.

Vamireh Chacon (sel. e intro.). Nunes Machado. Perfis parlamentares. Brasília: Câmara dos
Deputados, 1978, p.22.

a) Como ficou conhecido esse movimento na história imperial brasileira?


b) Explique o teor de duas das reivindicações indicadas no Manifesto.
c) Indique dois elementos comuns entre o evento pernambucano e as revoluções europeias de
1848.

16. (Acafe 2022) Em 2021, completaram-se 150 anos da promulgação da Lei nº 2.040,
conhecida como Lei do Ventre Livre, em que estabelecia a alforria às crianças nascidas de
mulheres escravizadas, no Império do Brasil a partir da data de 28 de setembro de 1871.
Tendo em vista o contexto de escravidão, no Brasil do século XIX, e, em especial, os debates
que tiveram lugar na década de 1870, as alternativas abaixo estão corretas, EXCETO a
alternativa.
a) Além disso, a Lei do Ventre Livre estabelecia a obrigatoriedade para todo proprietário
realizar a matrícula de seu escravo em um registro nacional. Aqueles escravos que não
estivessem, devidamente, matriculados seriam considerados livres.
b) Na segunda metade do século XIX, as tensões sociais ganham força, especialmente no que
diz respeito às relações de trabalho. Portanto, leis como a Eusébio de Queirós (1850), a Lei
do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885) deixam claro os anseios e as
inquietações acerca do trabalho escravo, praticado no Império do Brasil.
c) Soma-se a isso o fato de a Inglaterra exercer forte pressão no governo brasileiro para a
adoção de medidas para extinguir a escravidão, pois pregava-se a necessidade de aumento

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do mercado consumidor, com trabalhadores assalariados, atendendo aos interesses dos
investimentos ingleses no Brasil.
d) Com a promulgação da lei nº 2.040, as crianças nascidas a partir daquela data tornavam-se,
prontamente, livres, podendo assim exercer funções remuneradas, o que garantia a
transição do regime escravocrata para a mão de obra livre, embora provocassem perda
material aos proprietários de escravos.

17. (Pucpr Medicina 2022) Leia o texto da chamada Lei de Terras e assinale a alternativa que
a relaciona CORRETAMENTE à estrutura social do Brasil do Segundo Reinado (1840-1889).

Dispõe sobre as terras devolutas no Império, [e] e determina que, medidas e demarcadas as
primeiras, sejam elas cedidas a título oneroso, assim para empresas particulares, como para o
estabelecimento de colonias de nacionaes e de extrangeiros, autorizado o Governo a promover
a colonisação extrangeira na forma que se declara.

D. Pedro II, por Graça de Deus e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador Constitucional e
Defensor Perpetuo do Brasil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assembléa
Geral Decretou, e Nós queremos a Lei seguinte:

Art. 1º Ficam prohibidas as acquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de
compra.

BRASIL, Lei nº. 601, de 18 de setembro de 1850. Presidência da República, Brasília-DF.


Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l0601-1850.htm. Acesso em:
11/09/2021.

a) Ao tornar a aquisição um ato de compra, a Lei de Terras forneceu o impulso para a


monetarização da economia brasileira e o surgimento dos primeiros bancos comerciais.
b) A Lei de Terras abriu a oportunidade para que os imigrantes europeus passassem a usar o
Brasil como destino de investimento, visto o custo relativo da terra aqui ser bem menor que
na Europa.
c) A Lei de Terras, juntamente com a Lei Eusébio de Queiroz, promulgada no mesmo ano,
foram medidas visando a integração dos trabalhadores escravos à produção e ao consumo.
d) Ao bloquear a aquisição de terras por outro meio que não a compra, a Lei de Terras
perpetuou a exclusão dos trabalhadores, em sua imensa maioria escravizados, da principal e
abundante riqueza de que dispunha o Brasil à época.
e) Ao suprimir a aquisição da terra pelo trabalho ou por doação, a Lei de Terras estimulou a
colonização do interior do território e consolidou as fronteiras do Brasil com seus vizinhos.

18. (Unicamp 2022) Durante muito tempo – e ainda hoje – despejou-se um discurso
moralizante sobre os índios. Considerando os Aimorés, não se trata apenas de uma tribo nem
de um mesmo grupo etnolinguístico; trata-se, antes, de uma denominação genérica que podia
ser aplicada a vários grupos, em geral Tapuias. Neste rol de Tapuias, incluíam-se os que viriam
a ser chamados de Botocudos durante o século XIX e Krenak no século XX. Há uma carência
de fontes escritas em relação a esses Aimorés. O nome foi a marca forte que os registros
históricos deixaram sobre esses grupos indígenas. Essas nomeações não eram assumidas por
eles, sendo uma identidade atribuída pelos adversários.

(Adaptado de Marco Morel, A Saga dos Botocudos. Guerra, imagens e resistência indígena.
São Paulo: HUCITEC, 2018, p. 44-45.)

De acordo com a leitura do texto e seus conhecimentos, responda às questões.

a) Identifique e explique a crítica feita pelo autor do texto ao processo de construção da


identidade Aimoré.
b) Explique a construção das identidades atribuídas pelo romantismo brasileiro aos indígenas
no século XIX.

19. (Ufjf-pism 2 2022) Leia os textos.

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I. “As leis emancipacionistas que surgiram a partir da década de 1850 colocavam em questão o
fim definitivo do trabalho escravo e, consequentemente, a necessidade de condicionar este
fim à permanência do poder senhorial por parte dos patrões ou proprietários. Desta maneira,
alterações das relações de trabalho que rompessem com o que se condicionava como uma
relação paternalista gerava desconforto e insatisfação por parte daqueles que viam na
escravidão a forma ideal de relações de trabalho”.

PEÇANHA, Natalia Batista. O Serviço doméstico e o mundo do trabalho carioca: uma análise
das relações de trabalho de criadas nacionais e estrangeiras na passagem do século XIX para
o XX. Revista Maracanan, n. 21, p. 11-28, maio/ago. 2019.

II. “A experiência com famílias cativas [de escravizados] provavelmente serviu de referência
aos senhores para pautar suas relações com os novos trabalhadores [imigrantes]. Deve ter
havido muitos patrões de colonos [imigrantes] que pensavam como aquele fazendeiro,
empenhado em ‘casar esse negro [...] para [ele] assentar a vida e tomar juízo [...] [O senhor
considera] os colonos dependentes e servos, ao invés de trabalhadores livres”.

Adaptado de SLENES, Robert. Senhores e subalternos no Oeste Paulista. In: História da vida
privada no Brasil, vol. 2. São Paulo: Companhia das Letras, p. 287.

Sobre as condições de trabalho dos imigrantes chegados ao Brasil na virada do século XIX
para o XX, é CORRETO afirmar que:
a) A maior parte dos imigrantes recém-chegados ao Brasil não atuaram de forma direta na
produção cafeeira junto aos africanos escravizados e produziram bens de consumo duráveis
na industrialização.
b) Os imigrantes europeus no Brasil recebiam tratamento igual aos escravizados, o que
favoreceu um acúmulo de riquezas que permitiu o retorno rápido dos imigrantes ao país de
origem.
c) A principal motivação para imigrar foi o aumento da oferta de empregos quando da Segunda
Revolução Industrial na Europa, o que favoreceu a saída do continente rumo à América.
d) A imigração europeia contribuiu para a difusão da ideia de democracia racial no Brasil e foi
um movimento que ocorreu independente das boas condições de vida e de trabalho na
Europa da Segunda Revolução Industrial.
e) Apesar da chegada dos imigrantes europeus, isso não significou um rompimento com
formas de trabalho compulsório e a cor da pele figurou como baliza para a exploração do
trabalho.

20. (Upf 2022) Em 1870, Castro Alves, o poeta dos escravos, escreveu Navio Negreiro, no
contexto da campanha para o fim da escravidão. Leia a seguir um fragmento extraído desse
poema e analise as afirmações a seguir, relacionadas ao contexto em que esse texto foi
escrito.

Era um sonho dantesco... o tombadilho


Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

I. Milhões de pessoas foram trazidas de diversas partes da África para o Brasil e escravizadas
ao longo de mais de três séculos. No entanto, a mão de obra escrava utilizada no Brasil não
foi exclusivamente africana.
II. O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão, mantendo-a por praticamente
todo o período Imperial.
III. Em 1850 é aprovada a Lei Eusébio de Queiroz, que representou um golpe profundo no
sistema escravista, pois proibia a entrada de trabalhadores escravizados vindos da África.
IV. A lei do Ventre Livre, de 1871, deixava totalmente livre os filhos da trabalhadora

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escravizada, e a pressão inglesa foi fundamental para a promulgação dessa lei.
V. A promulgação da Lei Áurea em 13 de maio de 1888 decretou o fim da escravidão no Brasil,
sendo que os escravos não tiveram nenhuma participação no processo de abolição.

Está correto apenas o que se afirma em:


a) II, III e V.
b) III, IV e V.
c) I, II e III.
d) II, III e IV.
e) I, III e IV.

21. (Ufsc 2022) Além do mais, com o predomínio do café na região, São Paulo ia se tornando
a província mais rica da União, sem a correspondente representação no Congresso. Nas três
últimas décadas do século, a cafeicultura expandiu-se decisivamente no Oeste Paulista,
suplantando a produção fluminense já nos anos 1880.

SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015. p. 301.

A respeito da produção e da economia cafeeira no Brasil, é correto afirmar que:


01) o texto menciona a insatisfação dos cafeicultores paulistas com o governo de Vargas, que
rompeu com a “política do café com leite”.
02) apesar de a grande produção cafeeira concentrar-se no Sudeste, possibilitando o
surgimento dos barões do café, essa região não teve a mesma projeção econômica que o
Sul, que se destacou na economia devido a sua grande produção de charque.
04) os incêndios na Amazônia são provocados por ativistas ambientais e ONGs estrangeiras
cujo objetivo é usar o fértil solo amazônico para a produção cafeeira de exportação.
08) com a expansão da cafeicultura, proprietários que haviam ganhado terras da família real no
Vale do Paraíba investiram contra posseiros, pequenos lavradores e grupos indígenas,
expulsando-os e consolidando as grandes unidades cafeicultoras voltadas à exportação.
16) a produção cafeeira e o tráfico de escravos eram atividades complementares no Império
brasileiro até 1850, data da promulgação da Lei Eusébio de Queiroz; a partir de então, o
café passou a ser produzido por imigrantes italianos e alemães, encerrando a participação
negra no principal ativo do II Reinado.
32) a criação da malha ferroviária brasileira está diretamente associada ao café; durante a “Era
Mauá”, ferrovias foram construídas com investimentos ingleses de modo a escoar a
produção para os portos do país.

22. (Integrado - Medicina 2022) A Lei Áurea abolia a escravidão, mas não seu legado.
Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A abolição foi apenas o
primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser uma
conquista, se bem que de efeito bem limitado.

COSTA, Emília Viotti da. A abolição. São Paulo: Editora UNESP, 2010. p. 12

Com base no fragmento e sobre o fim da escravidão no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) A extinção do trabalho escravo no Brasil acentuou o descontentamento dos ingleses com o
governo de D. Pedro II, pois a Inglaterra era a principal fornecedora de africanos
escravizados para os cafeicultores paulistas.
b) Apesar de estar associada, exclusivamente, ao fim da escravidão no território brasileiro, a
Lei Áurea também foi responsável pela criminalização da prática do racismo e pela
realização de ações afirmativas.
c) O fim da escravidão no Brasil deve ser compreendido como fruto de um processo lento e
complexo, envolvendo lideranças políticas, civis, além dos próprios escravizados, não
estando limitado a promulgação da Lei Áurea pela princesa Isabel, em 1888.
d) A expansão da lavoura canavieira no nordeste brasileiro e a participação do Brasil na Guerra
do Paraguai, podem ser apontados como dois importantes motivos que justificam a
resistência da elite agrícola e do Exército brasileiro, em aderir ao movimento abolicionista.

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e) Uma das grandes vitórias dos proprietários de escravizados foi a obtenção do direito à
indenização após a promulgação de lei que aboliu a escravidão no país, o que demonstra o
alinhamento total do governo brasileiro com os interesses dos escravocratas.

23. (Ufsc 2022) Texto 1: Na escravidão, em última análise, a responsabilidade de manter o


produtor direto atrelado à produção cabia a cada proprietário/senhor individualmente. [...] Com
a desagregação da escravidão e a consequente falência das práticas tradicionais, como
garantir que os negros, agora libertos, se sujeitassem a trabalhar para a continuidade da
acumulação de riqueza de seus senhores/patrões? [...] Se não era mais viável acorrentar o
produtor ao local de trabalho, ainda restava amputar-lhe a possibilidade de não estar
regularmente naquele lugar. Daí o porquê, em nosso século, de a questão da manutenção da
“ordem” ser percebida como algo pertencente à esfera do poder público e suas instituições
específicas de controle – polícia, carteira de identidade, carteira de trabalho etc.

CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996. p. 23, 34.

Texto 2: A polícia, não sei como e porquê, adquiriu a mania das generalizações, e as mais
infantis. Suspeita de todo o sujeito estrangeiro com nome arrevesado, assim os russos,
polacos, romaicos são para ela forçosamente cáftens; todo o cidadão de cor há de ser por
força um malandro; e todos os loucos hão de ser por força furiosos e só transportáveis em
carros blindados.

BARRETO, Lima. Cemitério dos vivos [Fragmentos].


Disponível em: https://coperve.ufsc.br/proximos-vestibulares. Acesso em: 20 out. 2021.

Texto 3: A república no Brasil é o regime da corrupção. Todas as opiniões devem, por esta ou
aquela paga, ser estabelecidas pelos poderosos do dia. Ninguém admite que se divirja deles e,
para que não haja divergências, há a “verba secreta”, os reservados deste ou daquele
Ministério e os empreguinhos que os medíocres não sabem conquistar por si e com
independência [...].

BARRETO, Lima. “A política republicana”. In: SCHWARCZ, Lilia M. Lima Barreto: triste
visionário. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 8.

Sobre o assunto dos textos acima, é correto afirmar que:


01) Lima Barreto demonstra seu apreço à República recém-instituída e sua confiança nas
forças policiais para vencer a corrupção e acabar com os bandidos que circulavam nas ruas
do Rio de Janeiro.
02) ao escrever Cemitério dos vivos, Lima Barreto fez uma crítica aos alcoólatras, considerados
como degenerados e párias de uma república que surgia para superar a velha política
imperial.
04) os textos têm ideias complementares em relação ao regime republicano proclamado em
1889; mesmo com o fim do trabalho escravo, a população negra continuou marginalizada e
a República tratou de construir mecanismos de controle e coerção dessa população.
08) o autor do texto 1 defende que a população escrava, por não estar acostumada com a
ordem civilizatória do Ocidente, ao receber sua liberdade, precisava dar sua contribuição
para a República trabalhando nas lavouras, respeitando as forças policiais e obedecendo
aos donos de terra.
16) os militares atuaram decisivamente três vezes na história do Brasil: em 1889, eliminaram a
corrupção e as festas nababescas da monarquia; em 1964, impediram a instauração de
uma ditadura comunista; e, desde 2016, agem para impedir o avanço do terrorismo de
esquerda e a degeneração da família tradicional brasileira.
32) os textos 1 e 2 têm ideias complementares; enquanto Lima Barreto afirma que os negros
têm maior propensão à malandragem, Sidney Chalhoub enfatiza a necessidade de a polícia
agir de forma repressiva contra essa população.

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64) a proclamação da República de 1889 pode ser vista como um golpe perpetrado pelos
militares que rompeu com a ordem monárquica; no entanto, as promessas republicanas,
pautadas na igualdade e no progresso para todos os cidadãos, sem distinção de cor ou
credo religioso, não se concretizaram.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

O texto de Ana Lúcia Valente aponta para o surgimento das irmandades de negros no período
colonial, era uma forma de se manifestar fora do ambiente de trabalho, também uma maneira
de cristianizar os negros ainda que os escravos utilizassem as irmandades para resguardar
suas tradições religiosas. Em certo sentido, o negro recriou e reelaborou a cultura dominante,
associando a sua maneira de viver. Daí, o surgimento de manifestações religiosas de matriz
Africana no Brasil. Gabarito [D].

Resposta da questão 2:
[C]

Não existia uma burguesia industrial no Brasil no Período Imperial. Além disso, a maior parte
dos escravizados nesse período concentrava-se nas lavouras de café e não nos centros
urbanos.

Resposta da questão 3:
[C]

A escravidão no continente Africano ocorreu em diversas fases: antes da invasão islâmica,


após a invasão dos árabes muçulmanos e depois das grandes navegações. Existia a
escravidão em moldes domésticos, a pessoa tornava-se escrava através de guerras. A
escravidão ganhou outros contornos com a chegada dos árabes muçulmanos. A partir das
grandes navegações e a colonização da América, os africanos foram vendidos como
escravos na América pelos traficantes europeus gerando muito lucro para o capitalismo
comercial-mercantil. Gabarito [C].

Resposta da questão 4:
[C]

A constituição brasileira outorgada em 1824 estabeleceu o caráter censitário, era preciso ser
homem com renda, impedindo a grande maioria de exercer a cidadania. A independência do
Brasil, 1822, não gerou transformações sociais e econômicas no país. O tráfico de escravos foi
proibido em 1850 pela Lei Eusébio de Queirós. A escravidão só foi abolida no Brasil em
13/05/1888, com a Lei Áurea. Gabarito [C].

Resposta da questão 5:
[A]

O excerto do historiador Luiz Carlos Villalta afirma que a vinda da corte portuguesa para o
Brasil em 1808 contemplou dois propósitos da Conjuração Mineira de 1789, um político e outro
econômico. O propósito político é a inversão, isto é, o Brasil passou a ser a sede do império
português. O propósito econômico remete a Abertura dos Portos de 1808 que eliminou o pacto
colonial, ou seja, acabou o monopólio comercial da metrópole, foi o primeiro passo rumo a
independência. Gabarito [A].

Resposta da questão 6:
[D]

A questão aponta para a ruptura política entre Brasil e Portugal em 1822, tal fato deve ser
compreendido como uma expressão dos interesses dos grandes proprietários interessados em
livrar-se de um parceiro incômodo para os seus negócios. As afirmativas [I] e [III] estão
corretas. O movimento da independência foi uma ação da elite latifundiária, com o apoio da
Inglaterra, preservando seus interesses e privilégios, mantendo o plantation. Havia o
denominado haitianismo, isto é, os grandes proprietários de terras temiam a participação das
camadas populares e dos escravos nas lutas contra Portugal. As afirmativas [II] e [IV] estão

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incorretas. Não ocorreu a democratização das relações sociais no Brasil. A luta pela
independência não foi liderada fundamentalmente pelos negros escravizados que lutaram
também pelo fim da escravidão. Gabarito [D].

Resposta da questão 7:
[B]

A questão faz referência ao processo de independência da América Latina. Correção a partir


das incorretas. Alternativa [A] está incorreta. Simon Bolivar defendeu o Panamericanismo, a
integração da América espanhola em uma única nação adotando uma república. Alternativa [C]
está incorreta. O Império Napoleônico enfraqueceu a Península Ibérica contribuindo para o
processo de independência da América Latina. No caso da América Espanhola, ocorreu o
enfraquecimento dos chapetones, os criollos lideraram o processo de independência. A
alternativa [D] está incorreta. Ainda que tenha durado pouco, o México também adotou uma
monarquia.

Resposta da questão 8:
[B]

É impossível pensar a vinda da corte portuguesa para o Brasil em 1808 dissociado da disputa
que ocorria na Europa entre o Império de Napoleão e a Inglaterra, pioneira na Revolução
Industrial. Inglaterra e França disputavam a hegemonia política e econômica na Europa. Em
1806, visando prejudicar a economia inglesa, Napoleão decretou o Bloqueio Continental
proibindo a Europa de comercializar com a Inglaterra. Portugal dependia economicamente da
Inglaterra e não aderiu ao Bloqueio Continental, isso desagradou Napoleão que ameaçou
invadir Portugal (de fato ocorreu a invasão das tropas francesas em Portugal). Pressionado e
com apoio da Inglaterra, a corte portuguesa fugiu para o Brasil em 1808. Gabarito [B].

Resposta da questão 9:
[A]

A partir da independência do Brasil, 1822, começou a formação do Estado Brasileiro, que foi se
consolidando durante o Período Regencial e o Segundo Reinado. As elites agrárias regionais
foram se adaptando a centralização do poder estabelecido pela constituição brasileira
outorgada em 1824. De certa forma, apesar dos conflitos entre centralização do poder e as
ideias federalistas, ocorreu uma acomodação conveniente das elites agrárias regionais dentro
do Estado Nacional Brasileiro. Gabarito [A].

Resposta da questão 10:


[C]

Na época da independência da América Latina, primeiras décadas do século XIX, a América


espanhola se fragmentou em repúblicas enquanto a América portuguesa manteve a unidade
territorial e adotou uma monarquia. Toda a documentação elaborada pela Sociedade Real
Marítima e Militar em Lisboa entre 1798-1807, serviu de base para a fundação do Estado bem
como no reconhecimento do território nacional. Gabarito [C].

Resposta da questão 11:


[B]

O texto mostra as Guerras de Independência que ocorreram no Brasil nos anos de 1822 e
1823, sobretudo no Nordeste. Havia um conflito entre brasileiros favoráveis à independência
contra os portugueses que residiam no Brasil e eram contrários a ruptura política entre colônia
e metrópole. Um bom exemplo ocorreu na Bahia entre as tropas comandadas pelo português
Madeira de Mello contra as tropas nacionais, diversas mulheres se destacaram na pela
independência do Brasil.

Resposta da questão 12:


[A]

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A questão remete a narrativas sobre o protagonismo na campanha abolicionista que culminou
na aprovação da Lei Áurea em 1888: uma enfatiza a atuação do homem branco, no caso a
Princesa Isabel, como uma versão oficial. A outra destaca o protagonismo das pessoas negras
que atuaram na luta pela abolição da escravatura de maneira intense, tais como Luiz Gama,
José do Patrocínio, entre outros. Gabarito [A].

Resposta da questão 13:


[B]

Segundo o texto escravidão era ilegítima, imoral e as duas últimas gerações de escravos era
ilegal considerando a Lei Feijó de 1831 que declarou livres os escravos vindos de fora do
império. Vale lembrar que milhares de africanos entraram no Brasil depois de 1831 e somente
em 1888, Lei Áurea, a escravidão foi abolida. O Estado e parte da sociedade consentiu a
manutenção da escravidão. Somente a alternativa [B] está correta.

Resposta da questão 14:


[A]

A questão aponta para a crise e o fim do Segundo Reinado no Brasil, quando o país era regido
por uma monarquia parlamentarista. O Brasil era uma exceção na América, um império entre
muitas repúblicas. A monarquia foi abandonada, perdendo suas bases de sustentação. Perdeu
apoio do exército que ganhou consciência logo após a Guerra do Paraguai, perdeu apoio da
elite agrária tradicional-escravista que não recebeu indenização com a aprovação da Lei Áurea
em 1888 e perdeu apoio da igreja católica que não aceitava a submissão ao Estado (Padroado
e Beneplácito) conforme estabelecido pela constituição outorgada em 1824. Gabarito [A].

Resposta da questão 15:


a) Trata-se da Revolta Liberal da Praieira que ocorreu em Pernambuco no ano de 1848.

b) Contra os portugueses residentes no Brasil (O comércio a retalho só para os brasileiros)


crítica a centralização do poder através do Poder Moderador, defendendo maior autonomia
para as províncias;valorização do trabalho e da liberdade.

c) Em 1848 ocorreu um importante movimento na Europa denominado de Primavera dos


Povos. Esse movimento foi caracterizado por ideias nacionalistas, liberais e até socialistas (no
caso da França em 1848 durante o governo provisório). O movimento começou na França e
influenciou a Europa e o Brasil, na revolta da Praieira. Observamos na Praieira, ideias
nacionalistas (contra portuguesas), Liberais, com a crítica a centralização do poder; valorização
do trabalho e defesa do voto livre e universal.

Resposta da questão 16:


[D]

A Lei do Ventre Livre aprovada em 1871 no contexto do Segundo Reinado, 1840-1889, tornava
as crianças filhas de escravos livres a partir desta data, no entanto, a mesma lei não teve
nenhum efeito prático uma vez que esses menores ficariam aos cuidados dos seus senhores
até os 21 anos ou poderiam ser entregues ao governo que indenizava os proprietários.
Gabarito [D].

Resposta da questão 17:


[D]

Diferente da Lei de Terras aprovada nos Estados Unidos em 1862 que facilitava a aquisição de
terras pelos imigrantes, a Lei de Terras aprovada no Brasil em 1850 dificultou a aquisição de
terras, pois estabeleceu que a ocupação se daria apenas através da compra, isso implicava na
manutenção da concentração fundiária. Gabarito [D].

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Resposta da questão 18:
a) O texto critica a generalização na análise das populações indígenas brasileiras, citando,
como exemplo, a definição das nomenclaturas. Uma mesma nomenclatura era usada para
identificar grupos indígenas com características bastante diferentes.

b) A partir da ideia de formação de uma identidade nacional também a partir do passado


indígena, a figura do índio foi romantizada, surgindo, por exemplo, a ideia do bom selvagem,
aquele que era ordeiro, valente e corajoso. Características europeias brancas foram
associadas aos índios, modificando os aspectos culturais indígenas nos livros típicos do
Romantismo brasileiro do século XIX.

Resposta da questão 19:


[E]

A Lei Áurea aprovada em 13/05/1888 aboliu a escravidão no Brasil, porém permaneceu a


mentalidade escravista na cabeça da elite brasileira, isso significa que a cultura da escravidão
continuou. Os textos apontam que não foi nada fácil a vida dos imigrantes europeus no Brasil,
a elite brasileira concebia esses europeus como servos ou dependentes. Os imigrantes que
vieram para o interior da província de São Paulo em meados do século XIX, sob o sistema de
parceria, foram muito explorados e chegaram a se rebelar. Gabarito [E].

Resposta da questão 20:


[C]

A questão aponta para a campanha abolicionista e o fim da escravidão no Brasil ocorrido no


Segundo Reinado, 1840-1889. A Lei do Ventre Livre de 1871 não surtiu efeito prático uma vez
que as crianças permaneceram na fazenda até os 21 anos de idade. A elite brasileira procurou
ocultar a participação dos negros na abolição da escravidão, a Lei Áurea de 1888 surgia como
um presente do homem branco e rico para os negros. Na verdade, foi extremamente
importante a participação de negros e negras na campanha abolicionista. Gabarito [C].

Resposta da questão 21:


08 + 32 = 40.

A afirmativa [08] está correta porque a expansão da cafeicultura pelo Vale do Paraíba
provocou a expulsão e a remoção de pequenos proprietários de terra e indígenas da região,
em uma ação coordenada entre governo e grandes proprietários de terra;
A afirmativa [32] está correta porque durante a Era Mauá houve o crescimento da malha
ferroviária brasileira, com vistas a melhora do escoamento da produção cafeeira pelos portos
do sudeste.

Resposta da questão 22:


[C]

A questão remete a Lei Áurea, aprovada em 13 de maio de 1888, abolindo a escravidão no


país. Embora a lei tenha abolido a escravidão, a cultura da escravidão permaneceu ao longo
da república. A lei foi apenas o primeiro passo de um processo longo, lento e complexo
envolvendo diversas lideranças. Gabarito [C].

Resposta da questão 23:


04 + 64 = 68.

A afirmativa [04] está correta porque a Lei Áurea não contribuiu para a inserção da população
negra na sociedade brasileira. Além disso, a Constituição de 1891, ao retirar dos analfabetos o
direito ao voto, contribuiu para a exclusão dos negros do acesso à cidadania plena;
A afirmativa [64] está correta porque o Regime Republicano mostrou-se, desde o princípio,
oligárquico no Brasil. A exclusão de parcela significativa da população (mulheres e analfabetos)
do direito ao voto, por exemplo, foi sacramentada pela Constituição de 1891.

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