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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CEDERJ

LICENCIATURA EM HISTÓRIA – EaD

As mulheres na dinâmica cristã da Antiguidade Tardia nos séculos IV e V através do


epistolário do bispo Agostinho de Hipona.

Admara Titonelli Ferreira Gouvêa – 18216090220

Polo Resende.

Resende

2021
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CEDERJ

LICENCIATURA EM HISTÓRIA – EaD

As mulheres na dinâmica cristã da Antiguidade Tardia nos séculos IV e V através do


epistolário do bispo Agostinho de Hipona.

Admara Titonelli Ferreira Gouvêa – 18216090220

Wendell dos Reis Veloso

Polo Resende.

Anteprojeto de pesquisa apresentado


ao Curso de Licenciatura em História (Modalidade à Distância)
UNIRIO/CEDERJcomo requisito parcial para a aprovação na disciplina de
Metodologia da Pesquisa História

Resende -RJ

2021
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Sumário

1 APRESENTAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA 4

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 7

3 OBJETIVOS 10

3.1 Objetivo geral 10

3.2 Objetivos específicos 10

4 FONTES E METODOLOGIA 11

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12
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1 APRESENTAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA

O período da história a que se refere este trabalho é designado como Antiguidade


Tardia ou ainda como Primeira Idade Média. Neste período, uma mudança na condução da
vida de homens e mulheres ganhou destaque, conforme nos afirma Peter Brown.
Estudo neste livro a prática da renúncia sexual permanente- a continência, o celibato
e a virgindade permanete, em contraste com a observância de períodos temporários
de abstinência sexual – que se desenvolveu entre homens e mulheres dos círculos
cristãos no período que se inicia pouco antes das viagens missionárias de S. Paulo,
nas décadas de 40 e 50 d.C., e vai até pouco depois da morte de Santo Agostinho,
erm 430 d.C. (BROWN, 1990:7).
Neste sentido, nossa pesquisa possui como recorte temporal o século V, período no qual o
ascetismo feminino cristão viveu seu auge e imprimiu uma marca na história.
O tema deste trabalho está baseado no Estudo das Relações de Gênero e na História
das Religiões que foram construídas a partir do discurso criado por Agostinho de Hipona, sendo
o gênero utilizado como argumento para dividir a atuação e o espaço reservado aos homens e
as mulheres. Neste contexto, a forma como a mulher era vista e o lugar concebido a ela dentro
da religião católica merecem destaque, sendo possível tal análise através das missivas com
discursos doutrinais e morais endereçadas às mulheres da aristocracia romana por Agostinho,
bispo da cidade de Hipona e que foi apontado como uma das figuras mais importantes da igreja
católica, exercendo grande influência religiosa e política no Cristianismo católico, sendo
considerado como um dos Padres da Igreja, além de um dos grandes defensores da auto
proclamada ortodoxia católica.
Tal pesquisa tem também por objetivo analisar quem são essas mulheres e qual o papel
desempenhado por elas na dinâmica cristã do período da Antiguidade Tardia referente à
construção do papel idealizado e construído para as mulheres na igreja dos séculos IV e V.
Para a realização desta pesquisa, utilizaremos as epístolas disponíveis na BAC –
Biblioteca de Autores Cristianos, versão bilíngue. – https://bac-editorial.es/es/ Tais cartas
datam do período de final de 395, início de 396 até final de 422, início de 423 da e.c., totalizando
um total de 14 epístolas, todas após Agostinho ter se tornado bispo.
Tais cartas são:
●Carta 92 (408 e.c.) - Para à recém viúva Itálica.
● Carta 99 (408 e.c.) – Também endereçada a Itálica
● Carta 124 (Final de 410 / início de 411 e.c.) – Para Albina, Piniano e Melania.
● Carta 126 (411 e.c.) – Para Albina.
● Carta 127 (410e.c.) – Para o casal Armentario e Paolina.
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● Carta 130 (Após 411 e.c.) Para Faltônia Proba.


● Carta 131(Final de 412 / início de 413 e.c.) – Também endereçada à Proba.
● Carta 150 (Final de 413/ início de 414 e.c.) – Para Faltônia Proba e sua nora Juliana.
● Carta 188 (417 e.c.) – Para Juliana.
● Carta 208 (Final de 422 / início de 423 e.c.) – Para Felícia.
● Carta 262 (Após 395 e.c.) – Para Ecdícia.
● Carta 266 (Após 395 e.c.) – Para a jovem estudante Fiorentina.
● Carta 267 (Após 395 e.c.) – Para Fabíola.
● Carta 290 (Final de 422/ início de 423 e.c.) – Para Fabíola.
Nossa fonte encontra-se disponível em forma escrita e digitalizada. São fontes primárias, cartas,
missivas, que podem ser encontradas na internet e especificamente no sítio já mencionado
acima.
Todas as cartas estudadas foram escritas por Aurelius Augustinus Hipponensis, mais
conhecido como Agostinho de Hipona, para as mulheres da elite romana. As cartas e os mais
diversos documentos, tratados, estudos, relativos a Agostinho de Hipona encontram-se
disponíveis em: https://bac-editorial.es/es/
As informações fornecidas pelas fontes selecionadas dizem respeito a forma como a
mulher foi percebida pela Igreja Católica Romana e a partir disso qual foi seu lugar demarcado
dentro desta instituição. Agostinho mantém e fortalece a concepção de inferioridade feminina,
na qual a mulher ocuparia o lugar de responsável pela queda e expulsão do paraíso de acordo
com a mitologia cristã.
Além disso, Agostinho por ser bispo, e a Igreja, ao conceder a ele um lugar de fala
privilegiado justamente por sua função hierárquica combinada com sua formação intelectual,
por ter passado pela paideia e por sua retórica anti-herética, acaba por conceder aos discursos
de Agostinho o status de preceito normativo, sendo assim um discurso fundador do pensamento
cristão.
Ele enfatiza uma visão de submissão feminina no casamento e na vida, onde a mulher,
após o casamento não é mais dona nem mesmo de seu corpo e sim o marido. A visão misógina,
afirmada inclusive pela historiografia, que Agostinho possui das mulheres é muito influenciado
pelas epístolas de Paulo, que retratava a mulher como sempre a tentadora, a que peca...
Um outro ponto a ser considerado é que o estudo das mulheres na Antiguidade Tardia
enfrenta uma série de empecilhos, visto que as fontes analisadas expressam um olhar masculino
sobre as mulheres, reproduzindo uma visão patriarcal e por vezes, misógina.
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Cada missiva selecionada refere-se à uma situação específica e nosso objetivo é analisar
dentro das mais diversas situações, o posicionamento tomado por Agostinho afim de exercer
um controle social sobre as mulheres dentro da dinâmica cristã. Um dos objetivos principais
destas missivas era a de que fossem públicas, com o claro interesse de que influenciassem a
vida de outras mulheres. O discurso de Agostinho não é um discurso privado, mas antes de
tudo, público. Neste sentido, objetivamos relacionar as situações que evidenciam sua visão
inferiorizada das mulheres e a forma como a mesma influenciou o rumo das mulheres dentro
do cristianismo católico, que apesar de ser uma religião relativamente nova, as estruturas
formais de poder do Império já estavam oficialmente ligadas a ela. É dentro do mundo do
ascetismo cristão que Agostinho estabelece seu poder e influência, ficando marcado para a
história da Igreja Católica Romana como um dos pais fundadores de sua ortodoxia.
O objeto ao qual nos propomos a pesquisar está enquadrado na categoria de História das
Religiões e Estudo de Gênero, e o objetivo é analisar o discurso dispensado por Agostinho de
Hipona às mulheres nas mais diversas situações, desde viúvas a virgens que decidem consagrar
suas vidas, passando por mulheres casadas, além de analisar quem são essas mulheres e de que
forma o papel desempenhados por elas na dinâmica cristã do período tardo-antigo influenciou
a visão da igreja sobre o feminino, ou seja, na qual a categoria de gênero se refere à construção
do papel da mulher na igreja dos séculos IV e V. Além disso, objetivamos conseguir com nossa
pesquisa apontar o momento em que a mulher sofreu diversos modelos de dominações,
exclusões e estigmatizações, sendo classificada como pecadora, errante...para pensarmos como
isso atuou nas possiblidades e impossibilidades de atuação da mulher na instituição cristã.
Vale ressaltar que os discursos de Agostinho de Hipona produziram efeito em diversas
sociedades que, subjugadas à moral cristã, após o declínio o Império Romano, foram
reestruturadas com o auxílio das organizações eclesiais católica e que as obras de Agostinho
exerceram forte influência na cristandade ocidental por mais de mil anos, podendo ser
percebidas até os dias de hoje, conforme afirma Pedro Carlos Louzada Fonseca.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão bibliográfica aqui apresentada pretende ser uma base na qual serão
sustentadas as bases de nossa pesquisa.

I-BROWN, Peter. In: Corpo e Sociedade – O homem, A mulher, e a renúncia sexual


no início do cristianismo. Zahar, 1990
O corpo conta uma história. Tal história reproduz um determinado período e uma
determinada cultura, constituindo assim um corpo histórico. Neste sentido, a história do
corpo individual é também a história do corpo da humanidade e tal compreensão
também inclui a sexualidade humana. Destarte, o homem, constituído como corpo
histórico também desempenha uma sexualidade que também sofre influência política
econômica e também, em maior ou menor grau, da religião. Todos estes fatores atuam
juntamente na concepção do corpo e também em sua prática sexual.
Nesta obra consagrada o autor Peter Brown nos apresenta como as representações
sobre o corpo que outrora eram do corpo grego, foram assimiladas primeiramente pelo
império romano e posteriormente pelo cristianismo. As mudanças ocorridas no corpo
grego, agora judaico cristão é o resultado de um processo que durou mais de 4 séculos.
Brown em sua obra Corpo e Sociedade realiza um acompanhamento deste processo de
transformação no qual denominou de “renúncia sexual permanente”, que compreenderia
a continência, o celibato e a virgindade. Tais conceitos ganharam força no cristianismo.
Brown (1990) nos apresenta em seu livro uma análise sobre as questões sexuais
humanas para com isso, nos apresentar como funcionava a sociedade no período inicial
do cristianismo. Passando por Paulo e chegando até Agostinho de Hipona, o autor nos
mostra como o cristianismo baseou-se em um controle do corpo e da própria
sexualidade.
O autor discorre no capítulo 19 sobre a vida de Agostinho de Hipona, um dos
fundadores do discurso utilizado pela Igreja Católica. Neste sentido, Brown (1990)
aprofunda-se no pensamento agostiniano sobre a sexualidade humana, vista como o
ponto mais fraco da humanidade e como Agostinho aprofunda o conceito de ascetismo
cristão, algo também defendido por outros nomes dentro do cristianismo, tal como
Ambrósio.
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O conceito de ascetismo cristão foi amplamente utilizado pelos Padres da Igreja


na busca do controle do corpo e também das mentalidades, ao apresentar uma forma de
hierarquia social relacionada aos estados de virgindade, viuvez e por último, ao estado
marital, sendo o primeiro nesta hierarquia a virgindade consagrada, o segundo a viuvez,
na qual as mulheres teriam suas vidas dedicadas as obras de caridade, jejuns e outras
formas de mortificação e em último o casamento. O estado marital era compreendido
por Agostinho como uma lembrança constante da queda de Adão. Agostinho de Hipona
expõe em suas obras que a virgindade é um bem superior ao matrimônio por antecipar
de certa forma, um modo celestial de vida.

Neste sentido, Agostinho de Hipona exerce papel preponderante ao construir,


delimitar o espaço destinado à mulher dentro do cristianismo cristão. Os conceitos
depreciativos referentes às mulheres sofrem uma transformação e são utilizadas pelo
bispo católico. Ainda que as mulheres vivam o ascetismo, o mesmo não pode ser
realizado sem o controle da igreja, neste caso ele se coloca como a pessoa responsável
por controlar inclusive esta mudança na vida das mulheres da aristocracia romana, visto
que as mesmas não poderiam ter autonomia nem mesmo para tal ação.
Além disso, Agostinho reforça, enfatiza o lugar subalternizado da mulher, na
qual mais uma vez cria e reproduz uma hierarquia.
O estado original de Adão e Eva implicava até mesmo em uma certa dose de
hierarquia: a exegese de Agostinho validou a dominação dos homens sobre as
mulheres e o domínio do pai sobre os filhos como parte da ordem divina originária
(BROWN, 1990: 329).

Desta forma, Agostinho de Hipona, que veio a tornar-se um dos Padres fundadores da ortodoxia
católica viveu em uma sociedade de intensas e profundas transformações, influenciando e sendo
influenciado, contribuindo diretamente para uma série de mudanças, muitas delas protagonizadas
pelo cristianismo que tomava grande vulto na vida das pessoas.

II - MATA, Sérgio da. Introdução. In: História & Religião. Belo Horizonte.
Autêntica, 2010, p. 11-20.
______________. Tempo, Consciência histórica e religião. In: História & Religião.
Belo Horizonte. Autêntica, 2010, p. 21-34.
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Ao observarmos que a História das Religiões busca evidenciar e examinar de certa


forma as relações entre religião, cultura e sociedade em diversos períodos da história da
humanidade, conseguimos observar os entremeios destas relações. Neste sentido, é
importante destacarmos que a partir da institucionalização do cristianismo como
religião, e posteriormente, como religião oficial, há a construção de um discurso de
poder que precisa e deve ser levado em consideração nas análises realizadas pelo
historiador ou historiadora, sendo necessária fundamentalmente uma criticidade ao
observar como as relações e associações entre religião e as mais diversas esferas de uma
sociedade se deram.
Além disso, é sempre importante ressaltar a diferença entre a História das religiões
e a História Eclesiástica:
Pode-se dizer que a história das religiões se diferencia da história eclesiástica em três
aspectos fundamentais: ela é autônoma como disciplina, multicultural na percepção
do seu objeto e agnóstica em sua forma de abordá-lo. (MATA, 2010, p. 20).
A História das Religiões exerce preponderante importância em minha pesquisa ao
possibilitar uma análise aprofundada das relações de poder constituídas no período estudado e
como tais relações influenciaram na vida de mulheres e homens da antiguidade tardia, sobretudo
das mulheres da aristocracia romana que buscaram abandonar uma vida considerada de luxo e
vivenciar um modo ascético de vida, no que pode ser compreendido como um abandonamento
do mundo.

III- COELHO, Fabiano de Souza. As Matronas da Antiguidade Cristã: um estudo


comparado das representações de gênero nas obras de Jerônimo e Agostinho (380
– 420 E. C.) – Tese (Doutorado) Rio de Janeiro, 2018.

Nesta tese de doutorado, Coelho (2018) aborda as relações estabelecidas entre as


mulheres da aristocracia romana e nomes de relevo dentro do cristianismo primitivo, na qual
interpretações e posicionamentos distintos disputavam o controle do discurso difundido entre
os seguidores desta religião.
O autor aborda em seu trabalho as diferentes concepções acerca da sexualidade humana
existente entre Agostinho de Hipona e Jerônimo de Estridão. Enquanto Jerônimo de Estridão
era anti sexual, anti marital e anti reprodutivo, Agostinho demonstra um olhar, ainda que
também repleto de conceitos repressivos, de certa forma mais benevolente, ao compreender o
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casamento e consequentemente a relação sexual aceita apenas para a reprodução, ainda que
estimule a abstinência sexual entre casais cristãos.
Importante ressaltar que anteriormente ao cristianismo, a sociedade romana já havia
criado e exigia das mulheres da alta aristocracia que as mesmas estivessem enquadradas dentro
de um modelo ideal, virtuoso, na qual a virtude sexual, relacionadas a outras virtudes, como
simplicidade, pureza, integridade, honestidade, honra, decência, modéstia e outras foram
absorvidas e adaptadas ao conceito cristão. Neste sentido, podemos afirmar que o ascetismo
cristão era uma prática estabelecida em diversas regiões existentes dentro do mundo cristão e
que o autor busca analisar as diferentes e até divergentes compreensões em torno do tema.
Far-se-á, então, uma comparação dos discursos de Jerônimo e Agostinho, pensando
as questões de representações de gênero e aquelas relacionadas com as mulheres
cristãs dos altos estratos sociais que se destacaram na vida religiosa no Império
Romano do Ocidente. (COELHO, 2018:24)
Ao analisar o objeto de minha pesquisa, as mulheres na antiguidade tardia dentro de um
contexto de ascetismo cristão, tais obras contribuem de forma direta na construção de um
discurso dispensado às mulheres com o objetivo de enquadrá-las dentro de um modelo
predeterminado.

3 Objetivos

3.1 Objetivo geral


O presente trabalho objetiva realizar uma pesquisa sobre o modo ascético de vida
experienciado por homens e mulheres no período da Antiguidade Tardia (Século V), na
qual estava baseado em um rígido controle do corpo através da mortificação corporal e
da abstenção dos prazeres e atitudes entendidas pelos eclesiásticos como mundanas,
sendo priorizada uma vida de jejuns e orações.

3.2 Objetivos específicos


Este trabalho, com a ajuda da análise de discurso, tem por objetivos específicos:
Identificar a influência do Bispo de Hipona na condução de um modo ascético de
vida das mulheres da aristocracia romana;
Constatar e analisar a contribuição ativa de Agostinho, bispo da cidade de Hipona
na construção de uma visão depreciativa da mulher e de seu lugar subalternizado dentro
da instituição cristã católica, que apesar de não ser o único cristianismo existente no
período, foi aquele que podemos apontar como vencedor ao final das disputas existentes.
Tal pesquisa tem também por objetivo analisar quem são essas mulheres e qual o papel
desempenhado por elas na dinâmica cristã do período da Antiguidade Tardia referente à
construção do papel idealizado e construído para as mulheres na igreja dos séculos IV e V.
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4 FONTES E METODOLOGIA
Para a realização desta pesquisa, utilizaremos as epístolas disponíveis na BAC –
Biblioteca de Autores Cristianos, versão bilíngue. – https://bac-editorial.es/es/ Tais cartas
datam do período de final de 395, início de 396 até final de 422, início de 423 da e.c.,
totalizando um total de 14 epístolas, todas após Agostinho ter se tornado bispo. Nossas
fontes são fontes primárias, cartas, missivas, que podem ser encontradas na internet.
Todas as cartas estudadas foram escritas por Aurelius Augustinus Hipponensis, mais
conhecido como Agostinho de Hipona para as mulheres da elite romana. As cartas e os
mais diversos documentos, tratados, estudos, relativos a Agostinho de Hipona encontram-
se disponíveis em: https://bac-editorial.es/es/
As informações fornecidas pelas fontes selecionadas dizem respeito à forma como a
mulher foi percebida pela Igreja Católica Romana e a partir disso qual foi seu lugar
demarcado dentro desta instituição. Agostinho mantém e fortalece a concepção de
inferioridade feminina, na qual a mulher ocuparia o lugar de responsável pela queda e
expulsão do paraíso de acordo com a mitologia cristã.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUGUSTINUS, Aurelius. Obras de San Agustin. Texto Bilingüe. Madrid: La Editorial


Católica, 1963. (Biblioteca de Autores Cristianos)
BARROS, José D'Assunção. O Projeto de Pesquisa em História: Da escolha do tema ao
quadro teórico. Petrópolis: Vozes. 10ª ed. 2015. 236 p.
BLOCK, R. Howard. Misoginia Medieval e a invenção do amor romântico ocidental.
Tradução de Claudia Moraes. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
BROWN, Peter. Corpo e Sociedade: o Homem, a Mulher e a Renúncia Sexual no Início
do Cristianismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.
BROWN, Peter. A Ascenção do Cristianismo no Ocidente. Tradução de Eduardo Nogueira.
Lisboa: Editorial Presença, 1999.
BROWN, Peter Robert Lamont. Santo Agostinho: uma Biografia. Rio de Janeiro: 5a ed.
Record, 2008.
BUSTAMANTE, Regina Maria da Cunha. O Casamento e a Esposa: A Visão de Agostinho
de Hipona. Tese (Mestrado em História Social), Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Rio de Janeiro, 1990.
BUTLER, Judith P. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. 14 ed. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
CLARK, Elizabeth A. Theory and practice in Late Ancient asceticism: Jerônimo,
Chrysostom, and Augustine. Journal of feminist studies in religion. Vol. 5, n. 2, p. 25-46,
1989.
COELHO, Fabiano de Souza. As Matronas da Antiguidade Cristã: um estudo comparado
das representações de gênero nas obras de Jerônimo e Agostinho (380 – 420 E. C.) – Tese
(Doutorado) Rio de Janeiro, 2018. -
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. Aula Inaugural no Collège de France,
Pronunciada em 2 de Dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 2006
LE GOFF, Jacques. Observações sobre o corpo e Ideologia no Ocidente Medieval. Lisboa:
Edições 70, 2015.
FONSECA, Pedro Carlos Louzada. Mulher e misoginia na visão dos padres da igreja e do
seu legado medieval: estudo e leitura de textos fundamentais. Goiânia: 2017.
MATA, Sérgio da. Introdução. In: História & Religião. Belo Horizonte. Autêntica, 2010, p.
11-20.
MANNE. Kate. Down Girl: The Logic of Misogyny. Oxford University Press. USA.2017
SIQUEIRA, S. M. A. A mulher na visão de Tertuliano, Jerônimo e Agostinho séc. II-V d.
C. (Tese de doutorado) – Programa de Pós-graduação em História, Universidade Estadual
Paulista, Assis, 2004.
VELOSO, Wendell dos Reis. Humanidade e Sexualidade na Proposta de Identidade
Cristã de Agostinho de Hipona em Confissões. 128 páginas. (Mestrado em História)
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Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Departamento de História PPHR, Universidade


Federal Rural do Rio de Janeiro, RJ, 2014b.
VELOSO, Wendell dos Reis. Apontamentos sobre a proposta de identidade cristã
agostiniana e sua relação com o poder pastoral na AT (sec. IV e V) - Programa de Pós-
Graduação em Letras Clássicas – UFRJ - Projeto Orientalismo- UERJ, 2020.

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