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CDU 159.922:791.43
Terapias Cognitivo-Comportamentais
&27,',$12
2EFLEXOES×PARA×PAIS×EDUCADORES×E×TERAPEUTAS
^
Bruno Luiz Avelino Cardoso
Janaína Bianca Barletta
Organizadores
2018
© Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2018
Terapias Cognitivo-Comportamentais:
analisando teoria e prática por meio de filmes
Bruno Luiz Avelino Cardoso e Janaína Bianca Barletta (Orgs.)
Prefácio............................................................................................. 17
Êdela Aparecida Nicoletti
Apresentação.................................................................................... 21
Bruno Luiz Avelino Cardoso e Janaína Bianca Barletta
Parte I
Terapias Cognitivo-Comportamentais de Terceira Geração
1 Terapia de Aceitação e Compromisso no filme Divertida Mente... 27
Leonardo Martins Barbosa
2 Voltando a Viver: avaliação e intervenção a
partir da Terapia Cognitiva Focada em Esquemas....................... 49
Aline Henriques Reis
3 Uma Mente Brilhante: contribuições da Terapia Metacognitiva
para compreensão e tratamento da esquizofrenia..................... 81
Bruno Luiz Avelino Cardoso e Heitor Pontes Hirata
4 Malévola vai à terapia: aceitação, dialética e
mudança no tratamento em DBT................................................ 103
Tamires Pimentel Souza e Julia Luiza Schäfer
xiv Sumário
Parte II
Psicopatologia e Terapia Cognitivo-Comportamental
Parte III
Intervenções diversas sob o enfoque das
Terapias Cognitivo-Comportamentais
13 Black Mirror e as dependências tecnológicas:
as múltiplas telas hipnóticas....................................................... 329
Igor Lins Lemos e Juliana Isola Vilar
mes, apela não só para nosso lado profissional, como para as emo-
ções subjacentes que essas obras nos proporcionaram, criando um
feliz vínculo que aumenta nossa receptividade e satisfação com a
leitura. As dissertações técnicas sobre os trabalhos desenvolvidos
nas teorias mais recentes da TCC são impecáveis, demonstrando o
pleno domínio dos autores sobre os temas discorridos, que são ri-
camente ilustrados, seja pelos exemplos de filmes, seja pelas situa-
ções clínicas do dia a dia terapêutico, como já bem experenciados
por todos nós. A estruturação dos capítulos, evidenciando temas e
filmes correlatos, é bastante didática e atraente, convidando-nos à
leitura e reflexão.
Não obstante não seja uma grande cinéfila (por falta de tem-
po e disposição), concordo plenamene com a premissa de que, re-
tratando frequentemente situações de nossa vida cotidiana, seja
com histórias e imagens reais ou metafóricas, o cinema reveste-se, à
perfeição, de características que o credenciam a ilustrar princípios
basilares de nossa profissão, pelo talento de diretores, atores e rotei-
ristas que desenvolvem dramas, dilemas, ilusões e sonhos que tor-
nam inteligíveis e transmitem as ideias que, de outra forma, soa-
riam demasiado herméticas e acadêmicas. Sou de opinião que,
como instrutores e disseminadores das Terapias Cognitivas no país,
todos nossos esforços devem ser envidados para tornar essa teoria
conhecida, compreendida e multiplicada em nossas plagas, assim
como temos o compromisso de manter a atualização científica para
nossos colegas de todo o país.
Como corresponsável pelo CTC Veda, cuja missão é imple-
mentar a formação e especialização de terapeutas cognitivos, só
posso aplaudir entusiasticamente iniciativas desse quilate, pois sa-
bemos como nosso país é carente de ciência e tecnologia de quali-
dade, dependendo, frequentemente, de iniciativas individuais ou
de grupos dedicados, para que não percamos o nível de excelência
Terapias Cognitivo-Comportamentais 19
Divertida Mente (Inside Out, 2015) é um filme que mostra a história de uma garota
americana, Riley, e sua agitada vida psicológica. Como todas as pessoas, ela tem cin-
co emoções básicas: Alegria, Tristeza, Nojo, Medo e Raiva. Em conjunto, elas traba-
lham organizando as memórias e influenciando comportamentos. Quando Riley
completa 11 anos de idade, sua família se muda de Minnesota para São Francisco,
onde seu pai conseguiu um emprego novo. No entanto, a vida na nova cidade se
mostra muito abaixo das expectativas de Riley. Com isso, a Alegria, que até então
era a emoção dominante, começa a enfrentar muitos desafios para controlar as ou-
tras emoções. Em uma disputa pela influência das memórias de longo prazo, Alegria
e Tristeza acabam se perdendo na vastidão da mente. Enquanto procuram o cami-
nho de volta, os outros sentimentos assumem o comando da vida emocional, mas
as coisas saem do controle e Riley enfrenta problemas com os pais e colegas. De-
pois de muitas aventuras, quando Riley estava prestes a fugir para Minnesota, Ale-
gria e Tristeza conseguem retornar à sede de comando das emoções e Riley volta
para casa. Mais madura, no entanto, agora ela tem uma vida psicológica mais com-
plexa, capaz de formar memórias que abrangem diferentes emoções.
28 Terapia de Aceitação e Compromisso no filme Divertida Mente
Cena 1.1
– Tristeza, eu tenho um super trabalhinho para você!
Então a Alegria desenha um círculo em torno dos pés da Tris-
teza e diz:
– Esse é o Círculo da Tristeza, o seu papel é fazer com que toda
a tristeza fique dentro dele!
Cena 1.2
– Olha, eu entendo, não tá nada fácil… mas já foi pior. Va-
mos fazer uma lista com as coisas boas daqui, somente as
muito boas!.
Terapias Cognitivo-Comportamentais 35
Cena 1.3
Em busca do caminho de volta para a sala de comando, Ale-
gria diz:
– Tristeza, para! Você pode magoá-la! Se você vier junto, as me-
mórias vão ficar tristes… Desculpa, a Riley precisa ser feliz – e
parte sozinha.
FUSÃO
Cena 1.4
– Essas são as memórias base. Cada uma é de um momento su-
per importante da vida da Riley. (...) E cada memória base
molda um aspecto da personalidade da Riley, como a Ilha do
Hóckey, (...) a Ilha da Bobeira, (...) a Ilha da Amizade, (...) a
38 Terapia de Aceitação e Compromisso no filme Divertida Mente
ATENÇÃO PLENA
Cena 1.5
Depois de a Alegria tentar minimizar diversas queixas sobre os
problemas com a mudança para São Francisco, a Raiva diz:
– Alegria, não tem o menor motivo para a Riley se sentir feliz
agora. Pode deixar com a gente.
E os outros sentimentos continuam:
– Eu voto em matar aula!
– Não temos nem roupa, ela não pode ir pra escola!
– Eu vou chorar até não poder mais!
– Trancamos a porta e gritamos todos os palavrões que aprende-
mos!
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VALORES
Cena 1.6
Enquanto Alegria e Tristeza enfrentam desafios para retornar à
sala de comando, o amigo imaginário Bing Bong sugere um
atalho. A Tristeza alerta sobre o risco desse caminho, mas Bing
Bong responde:
Terapias Cognitivo-Comportamentais 43
COMPROMETIMENTO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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