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CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA – UNIFAMAZ

CURSO DE BACHARELADO EM BIOMEDICINA

DISCIPLINA: FARMACOLOGIA

DOCENTE: SYLVIA DE FÁTIMA DOS SANTOS

ALICE KEROLIN LOBATO VILHENA CERDEIRA

CARINA SENA DE ROCHA

GLEICE LIMA MARTINS

LIRIEL DA SILVA SAMPAIO

MARIA EDUARDA SOFIA VIEIRA FRANÇA

RITA DE KÁSSIA GOMES LOBATO

PORTFÓLIO DE FARMACOLOGIA

TEMA: ANTIBIÓTICOS

BELÉM-PA,

2022
SUMÁRIO
1- FINALIDADE TERAPÊUTICA.................................................................................4
2- FARMACOCINÉTICA..............................................................................................5
2.1 Penicilinas..............................................................................................................5
2.2 Cefalosporinas e cefamicinas................................................................................5
2.3 Sulfonamidas.........................................................................................................6
2.4 Trimetoprima..........................................................................................................6
2.5 Tetraciclinas...........................................................................................................7
2.6 Cloranfenicol..........................................................................................................7
2.7 Aminoglicosídeos...................................................................................................7
2.8 Macrolídeos............................................................................................................7
2.9 Quinolonas.............................................................................................................7
3-FARMACODINÂMICA..............................................................................................8
3.1 Sulfonamidas..........................................................................................................8
3.2 Aminoglicosídeos....................................................................................................8
3.3 Trimetoprima...........................................................................................................8
3.4 Macrolídeos............................................................................................................8
3.5 Tetraciclinas............................................................................................................8
3.6 Cloranfenicol...........................................................................................................8
3.7 Quinolonas..............................................................................................................9
3.8 Agentes micobacterianos........................................................................................9
4-REAÇÕES ADVERSAS............................................................................................9
4.1 Penicilinas...............................................................................................................9
4.2 Cefalosporinas e cefamicinas.................................................................................9
4.3 Sulfonamidas..........................................................................................................9
4.4 Aminoglicosídeos....................................................................................................9
4.6 Cloranfenicol.........................................................................................................10
4.7 Quinolonas............................................................................................................10
4.8 Macrolídeos..........................................................................................................10
4.9 Agentes Micobacterianos: Pirazinamida..............................................................10

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6- INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS.....................................................................11
5.1 Azitromicina..........................................................................................................11
5.2 Ciprofloxacino.......................................................................................................11
5.3 Eritromicina...........................................................................................................11
9- REFERÊNCIAS......................................................................................................12

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1- FINALIDADE TERAPÊUTICA
Quando as bactérias ultrapassam as barreiras cutâneas ou mucosas e penetram
nos tecidos corporais, estamos diante de uma infecção bacteriana. Com frequência o
organismo consegue ter êxito na remoção das invasoras por meio de uma resposta
imune, sem manifestar sinais da doença. Contudo, certos patógenos desenvolveram
estratégias sofisticadas. Embora sejam captados pelas células do hospedeiro pela
fagocitose regular, são capazes de impedir a fusão subsequente do fagossomo com
o lisossomo e, dessa forma, evitam ser destruídos (LÜLLMANN, et al, 2019 p. 266).
Se a bactéria se multiplicar mais rapidamente do que as defesas orgânicas possam
eliminá-lá, desenvolve-se uma doença infecciosa com sinais inflamatórios. Para o
tratamento, são adequados fármacos que lesam as bactérias e, assim, impedem sua
multiplicação sem, contudo, prejudicar as células do organismo hospedeiro
(LÜLLMANN, et.al, 2019 p.266).
Os antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o
crescimento ou causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser classificados como
bactericidas, quando causam a morte da bactéria, ou bacteriostáticos, quando
promovem a inibição do crescimento microbiano (GUIMARÃES et al, 2010 p.1).
O antibiótico bacteriostático inibe a multiplicação da bactéria, mas não a destrói.
Com a suspensão desse tipo de droga, a bactéria volta a crescer. Trata-se, portanto,
de efeito reversível. Os quimioterápicos ou antibióticos bactericidas exercem efeito
letal e irreversível sobre as bactérias sensíveis (SILVA, 2010 p.934).
Em definição mais ampla, o antibiótico é substância biossintetizada por um ser vivo
que pode ser cogumelo, bactérias, plantas e organismos superiores, com a
capacidade de inibir micro-organismos e/ou bloquear crescimento e replicação
celulares, em concentrações relativamente pequenas (SILVA, 2010 p.933).
O principal objetivo do uso de um antibiótico é o de prevenir ou tratar uma infecção,
diminuindo ou eliminando os organismos patogênicos e, se possível, preservando os
germes da microbiota normal de cada sistema do corpo humano para identificar as
alterações que possam estar causando infecções, sem hiperestimar ou hipoestimar
os micro-organismos isolados. Dessa maneira, as condutas são específicas para cada
organismo, levando a um tratamento ideal e uma melhor evolução do paciente (MELO
et al, 2012 p.3).

A maioria das bactérias pode ser classificada como Gram-positivas ou Gram-


negativas, dependendo de mudarem ou não de coloração quando sujeitas à técnica
de Gram. A parede celular de organismos Gram-negativos é muito mais complexa. A
dificuldade em penetrar essa membrana exterior complexa explica o porquê de alguns
antibióticos serem menos ativos contra bactérias Gram-negativas do que em bactérias
Gram-positivas. É uma razão para a extraordinária resistência aos antibióticos. Na
discussão da farmacologia dos fármacos antibacterianos, é importante dividi-los em
grupos diferentes de acordo com seu mecanismo de ação (RANG et al, 2016 p.626).
Os antibióticos de origem natural e seus derivados semi-sintéticos compreendem
a maioria dos antibióticos em uso clínico e podem ser classificados em β-lactâmicos
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(penicilinas, cefalosporinas, carbapeninas, oxapeninas e monobactamas), agentes
antimicrobianos que afetam a síntese das proteínas bacterianas (tetraciclinas,
coranfenicol, aminoglicosídeos, macrolídeos), os que afetam a topoisomerase
(quinolonas), entre outros: estreptograminas; metronidazol; lincosamidas, rifamicinas
etc). Os antibióticos de origem sintética são classificados em sulfonamidas,
fluoroquinolonas e oxazolidinonas (GUIMARÃES et al, 2010 p.3).

Figura 01 – Princípios do tratamento antibacteriano.


Fonte: Lüllmann et al, 2019.

2- FARMACOCINÉTICA
2.1 Penicilinas
A absorção oral das penicilinas varia, dependendo de sua estabilidade em meio
ácido e de sua adsorção às partículas alimentares no intestino. As penicilinas também
podem ser administradas por meio de injeção intravenosa. As penicilinas são
amplamente distribuídas pelo corpo, penetrando nas articulações; nas cavidades
pleural e pericárdica; na bile, saliva e leite; e através da placenta. Pelo fato de serem
lipoinsolúveis, não penetram nas células dos mamíferos e apenas atravessam a
barreira hematencefálica se as meninges estiverem inflamadas; nesse caso, podem
atingir concentrações terapeuticamente efetivas no LCR (RANG, et al, 2016 p.631).
A eliminação da maior parte das penicilinas ocorre rápida e majoritariamente nos
rins, sendo 90% por meio de secreção tubular. A meia-vida plasmática relativamente
curta é um problema no uso clínico da benzilpenicilina, mas, como a penicilina
funciona ao impedir a síntese da parede celular em microrganismos, a exposição
intermitente e não contínua pode ser uma vantagem (RANG, et al, 2016 p.631).
2.2 Cefalosporinas e cefamicinas
Algumas cefalosporinas podem ser administradas oralmente, porém a maioria é
administrada por via parenteral, intramuscular (o que pode ser doloroso) ou
intravenosa. Após a absorção, são amplamente distribuídas no corpo e algumas,
atravessam o líquido cefalorraquidiano. A excreção é feita majoritariamente pelos rins,
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principalmente por secreção tubular, mas 40% da ceftriaxona é eliminada na bílis
(RANG, et al, 2016 p.632).
2.3 Sulfonamidas
A maioria das sulfonamidas é administrada oralmente e, exceto a sulfassalazina,
são bem absorvidas e distribuídas pelo corpo. Há risco de sensibilização ou de
reações alérgicas quando são aplicadas topicamente. Os fármacos passam para
exsudatos inflamatórios e atravessam tanto a barreira placentária quanto a
hematoencefálica. São essencialmente metabolizados no fígado, e o principal produto
é um derivado acetilado sem ação bacteriana (RANG, et al, 2016 p.626).
2.4 Trimetoprima
A trimetoprima é bem absorvida oralmente e distribuída através dos tecidos e fluidos
corporais. Atinge altas concentrações nos pulmões e rins, além de concentrações
consideravelmente elevadas no líquido cefalorraquidiano (LÜLLMANN, et.al, 2019
p.272).
2.5 Tetraciclinas
A absorção da maior parte das tetraciclinas é irregular e incompleta, mas é
melhorada na ausência de alimentos. Como as tetraciclinas são quelantes de íons
metálicos (cálcio, magnésio, ferro e alumínio) que formam compostos não absorvíveis,
a absorção é diminuída na presença de leite, alguns antiácidos e preparações com
ferro (RANG, et al, 2016 p.633).
2.6 Cloranfenicol
O metabolismo do cloranfenicol se dá́ primeiramente no fígado, onde é conjugado
com o ácido glicurônico, sendo em seguida excretado, na forma inativa, pelos rins.
Apenas 5% a 10% da dose administrada é recuperada na urina na forma ativa, e na
bile o percentual é muito menor (0,14% de uma dose de 1 g). A meia-vida do
cloranfenicol em adultos é de 4,1 horas, após uma única injeção IV. Ele não se liga
em larga escala a proteínas (25% a 50%) e tem um volume de distribuição aparente
de aproximadamente 100 litros (SILVA, 2010 p.996).
2.7 Aminoglicosídeos
Devido à sua carga positiva, os aminoglicosídios são altamente polarizados. Não
são absorvidos pelo trato gastrintestinal e, em geral, são administrados por via
intramuscular ou intravenosa. Os aminoglicosídios atravessam a placenta, mas não a
barreira hematencefálica, embora seja possível atingir elevadas concentrações nos
líquidos articulares e pleurais. A meia-vida plasmática é de 2 a 3 horas. A eliminação
ocorre totalmente por meio de filtração glomerular nos rins, sendo que 50 a 60% da
dose é excretada inalterada após 24 horas (RANG, et al, 2016 p.634).
2.8 Macrolídeos
Os macrolídios são administrados por via oral ou parenteral, embora as injeções
intravenosas possam provocar tromboflebites locais. Difundem-se rapidamente na
maioria dos tecidos, mas não atravessam a barreira hematencefálica, havendo fraca
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penetração no líquido sinovial. A meia-vida plasmática da eritromicina é de cerca de
90 minutos; a da claritromicina é três vezes mais longa; e a da azitromicina é 8 a 16
vezes maior (RANG, et al, 2016 p.635).
A azitromicina é rapidamente absorvida após a administração oral. É mais estável
que a eritromicina no pH ácido do estômago, e cerca de 37% da dose é absorvida. O
uso concomitante de antiácidos pode reduzir a absorção, e os alimentos reduzem a
biodisponibilidade oral da droga em torno de 43%. A fim de evitar tais interferências,
deve-se administrar a azitromicina em jejum, pelo menos 1 hora antes ou 2 horas
depois das refeições. Sofre metabolismo hepático e excreção biliar. Somente cerca
de 6,5% da droga é excretada de forma inalterada na urina. A longa meia-vida de
eliminação de 40 horas reflete a sequestração tissular da droga (SILVA, 2010 p.1002).
2.9 Quinolonas
As fluoroquinolonas são bem absorvidas após administração oral. Os fármacos
acumulam-se em vários tecidos, principalmente em rins, próstata e pulmões. Todas
as quinolonas estão concentradas em fagócitos; a maioria não atravessa a barreira
hematoencefálica, mas o ofloxacino consegue atravessá-la. Os antiácidos de alumínio
e magnésio interferem na absorção das quinolonas. A eliminação de ciprofloxacino e
norfloxacino é parcialmente feita via metabolismo hepático pelas enzimas P450 (as
quais podem inibir e, assim, provocar interações com outros fármacos) e parcialmente
via excreção renal (RANG, et al, 2016 p.636).
Agentes antimicobacterianos
As principais infecções micobacterianas nos seres humanos são tuberculose (TB)
e hanseníase, infecções crônicas causadas por Mycobacterium tuberculosis e M.
leprae, respectivamente. Outras infecções são causadas por M. avium-intracellulare
(na verdade, dois microrganismos), que podem atingir alguns pacientes com AIDS.
Um problema específico com as micobactérias é que podem sobreviver nos
macrófagos após a fagocitose, a não ser que essas células sejam “ativadas” por
citocinas produzidas pelos linfócitos T h1 (RANG, et al, 2016 p.638).

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Figura 05 - Relação dos mecanismos de ação dos principais antimicrobianos utilizados no combate às
doenças e seus principais fármacos.

Fonte: LEVIN, 2018.

3- FARMACODINÂMICA
3.1 Sulfonamidas
As sulfonamidas previnem de forma competitiva a utilização do PABA e, assim,
inibem a síntese de DHF. As sulfonamidas têm atividade bacteriostática contra um
amplo espectro de patógenos (LÜLLMANN, et.al, 2019 p.272).
3.2 Aminoglicosídeos
Os aminoglicosídeos induzem a ligação de complexos tRNA-AA “falsos”,
resultando na síntese de proteínas “erradas”. Seu espectro abrange prin- cipalmente
microrganismos gram-negativos. Os aminoglicosídeos têm acesso ao interior da
bactéria pelo sistema de transporte bacteriano. Nos rins, eles entram nas células dos
túbulos proximais por meio de um sistema de captação de oligopeptídeos básicos
(SILVA, 2010 p.982).
3.3 Trimetoprima
A trimetoprima inibe a DHF-redutase bacteriana, enquanto a enzima humana é
significativamente menos sensível (em casos raros, ocorre depressão da medula). A
trimetoprima 2,4-diaminopirimidina tem atividade bacteriostática contra um amplo
espectro de patógenos. É utilizada, em geral, como componente do cotrimoxazol
(LÜLLMANN, et.al, 2019 p.272).
3.4 Macrolídeos
Os macrolídeos bloqueiam o avanço dos ribossomos. Sua ação é
predominantemente bacteriostática e direcionada contra microorganismos gram-
positivos. Microrganismos intracelulares como clamídias e micoplasmas também são
atingidos. Os macrolídeos são eficazes por via oral. O protótipo do grupo é a
eritromicina. Entre outros usos, é apropriada como substituto das penicilinas em casos
de alergia ou resistência microbiana. Em geral são bem tolerados, embora possam
ocorrer distúrbios gastro-intestinais devido aos macrólideos estimularem os
receptores do mediador endógeno motilina (que estimula o peristaltismo)
(LÜLLMANN, et.al, 2019 p.278).
3.5 Tetraciclinas
Depois de serem absorvidas por organismos suscetíveis através de transporte
ativo, as tetraciclinas atuam inibindo a síntese proteica. As tetraciclinas são
consideradas bacteriostáticas e não bactericidas (RANG, et al, 2016 p.632).
3.6 Cloranfenicol
O cloranfenicol inibe a peptídeo sintetase. Ele tem ação bacteriostática contra um
amplo espectro de patógenos, é absorvido por completo após ingestão oral e
atravessa com facilidade as barreiras de difusão, como, por exemplo, a
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hematencefálica. Apesar dessas vantagens, o cloranfenicol só é indicado raramente
(ex., em infecções no SNC) em virtude do risco de lesão na medula óssea
(LÜLLMANN, et.al, 2019 p.278).
3.7 Quinolonas
As quinolonas inibem a síntese do DNA bacteriano, ocasionando a morte da
bactéria. O alvo bioquímico na ação dessas drogas é a inibição da atividade das
enzimas DNA girase (topoisomerase II) e da topoiso- merase IV. Tais drogas
interferem no superespiralamento do DNA (SILVA, 2010 p.1032).
3.8 Agentes micobacterianos
Rifampicina é um fármaco semi-sintético. É um inibidor da RNA polimerase,
utilizada clinicamente como parte da combinação de fármacos para o tratamento da
tuberculose. É o único fármaco em uso clínico que bloqueia a transcrição bacteriana
(GUIMARÃES et al, 2010 p.10).

4- REAÇÕES ADVERSAS
4.1 Penicilinas
Os efeitos adversos principais consistem em hipersensibilidade causada pelos
compostos degradáveis da penicilina, que se combinam com as proteínas do
hospedeiro e se tornam antigênicos. Erupções e febre são comuns; um tipo tardio de
doença do soro ocorre raramente. Muito mais grave é o choque anafilático agudo, que
pode, embora raro, ser fatal. Quando as penicilinas são administradas por via oral, em
especial as de amplo espectro, alteram a flora bacteriana do intestino (LEVIN, 2016
p.7).
4.2 Cefalosporinas e cefamicinas
Podem ocorrer reações de hipersensibilidade (10% dos indivíduos podem
apresentar reações alérgicas). Também foi reportada nefrotoxicidade (especialmente
com a cefadrina), uma vez que existe tolerância ao álcool induzida pelo fármaco. A
diarreia também é comum (RANG, et al, 2016 p.632).
4.3 Sulfonamidas
Os efeitos adversdos graves incluem hepatite, reações de hipersensibilidade
(eritemas, abrangendo e necrólise epidérmica tóxica, febre, reações anafiláticas,
insuficiência da medula óssea e insuficiência renal aguda decorrente de nefrite
tubulointersticial ou cristalúria. Também pode ocorrer cianose provocada por
metemoglobinemia. Os efeitos adversos menos graves incluem náuseas e vômitos,
dores de cabeça e depressão (RANG, et al, 2016 p.629).
4.4 Aminoglicosídeos
O uso de aminoglicosídio pode provocar efeitos adversos. Entre eles estão raras
reações de hipersensibilidade e flebite, após administração intravenosa. Fatores como
idade, dose, duração da terapêutica e insuficiência renal aumentam a tendência à
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nefrotoxicidade e à ototoxicidade, e a adminis- tração em doses muito altas é capaz
de provocar bloqueio neuromuscular (SILVA, 2010 p.984).
4.5 Tetraciclinas
Os efeitos tóxicos das tetraciclinas são muitos. Incluem reações periorbital e
urticária, entre outras. Nos dentes, pode aparecer uma pigmentação amarelada que
atinge até 80% das pessoas devido ao uso de tetraciclinas. Esses antibióticos irritam
o trato gastrointestinal, ocasionando ulcerações, vômitos, náuseas e diarreia (SILVA,
2010 p.990).
4.6 Cloranfenicol
O principal efeito adverso do cloranfenicol é a depressão medular grave
idiossincrática, que resulta em pancitopenia (diminuição global dos elementos
celulares do sangue) – um efeito que, embora raro, pode ocorrer mesmo com
dosagens baixas em alguns pacientes. Podem surgir reações de hipersensibilidade,
bem como distúrbios GI, na sequência da alteração da flora microbiana intestinal
(RANG, et al, 2016 p.634).
4.7 Quinolonas
Os efeitos adversos são pouco frequentes, normalmente leves e reversíveis. As
manifestações mais frequentes são distúrbios GI e erupções cutâneas. Além de
artropatia em pacientes jovens, também foram observados sintomas do sistema
nervoso central (SNC) – cefaleia e tonturas – e, com menos frequência, convulsões
associadas a patologias do SNC ou ao uso prolongado de teofilina ou fármacos anti-
inflamatórios não esteroides (RANG, et al, 2016 p.637).
4.8 Macrolídeos
São comuns e desagradáveis, mas não são graves. Com o uso da eritromicina,
foram relatados: reações de hipersensibilidade como erupções cutâneas e febre,
distúrbios temporários de audição e, raramente, em tratamentos superiores a 2
semanas, icterícia colestática. Podem ocorrer infecções esporádicas do sistema
digestório ou da vagina (LÜLLMANN, et.al, 2019 p.278).
4.9 Agentes Micobacterianos: Pirazinamida
A pirazinamida também inibe a síntese de ácido micólico por meio de um
metabólito ativo. Ela é administrada por via oral e pode prejudicar a função hepática,
além de causar hiperuricemia pela interferência na eliminação renal de uratos
(LÜLLMANN, et.al, 2019 p.280).
A capreomicina é administrada por via intramuscular. Os efeitos adversos incluem
danos nos rins e no nervo auditivo; a cicloserina é um agente de largo espectro. Inibe
a síntese do peptideoglicano numa fase inicial.

5- INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
5.1 Azitromicina

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A azitromicina interage de forma importante com a terfenadina e com o astemizol
(Hismanal) e não parece interagir com a teofilina e a varfarina, como acontece com a
eritromicina.
(SILVA, 2010 P.1003).
A administração oral concomitante de azitromicina e antiácido reduz as
concentrações plasmáticas máximas, porém não afeta a absorção global.
O uso da azitromicina em crianças com menos de 16 anos não deve ser recomendado
até que sejam estabelecidas a segurança e a eficácia da droga nesse grupo de
pacientes. Do mesmo modo, a utilização durante a gravidez e em mulheres lactantes
ainda não foi suficientemente investigada (SILVA, 2010 p.1003).
5.2 Ciprofloxacino
Existe uma interação clinicamente importante entre ciprofloxacino e teofilina (via
inibição das enzimas P450), que pode provocar toxicidade devido à teofilina em
pacientes asmáticos tratados com fluoroquinolonas. Além disso, o ácido nalidíxico
pode potencializar a ação de drogas com elevada afinidade pelas proteínas
plasmáticas, como anticoagulantes orais, fenitoína, hipoglicemiantes orais e drogas
anti-inflamatórias (SILVA, 2010 p.1033).
5.3 Eritromicina
A eritromicina pode aumentar a ação hipoprotrombinêmica da varfarina e parece
potencializar a ação do astemizol, carbamazepina, ciclosporina, digoxina,
corticosteroides, alcaloides do ergot, teofilina, terfenadina, triazolima, valproato e
varfarina, provavelmente por interferir no metabolismo mediado pelo citocromo P450
dessas drogas (SILVA, 2010 p.1002).
O uso concomitante de eritromicina com antiarrítmicos do tipo disopiramida,
quinidina e procainamida parece estar associado a desenvolvimento de
prolongamento do QT e taquicardia ventricular (SILVA, 2010 p.1000).

Figura 04 – Aspectos do uso terapêutico de tetraciclinas, coranfenicol e aminoglicosídeos.

Fonte: Lüllmann et al, 2019.

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6- REFERÊNCIAS

1- GUIMARÃES, Denise O., MOMESSO Luciano S. e PUPO, Mônica T. Antibióticos:


importância terapêutica e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de
novos agentes – Revista Quim. Nova, Vol. 33, No. 3, 667-679, São Paulo, 2010.

2- LEVIN, A. S.; KOBATA, C. P; LITVOC, M. N. Uso de antimicrobianos. Revista


Hospital das clínicas, 2018. Disponível em: chrome-
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pload/1415789307Guia_de_Antimicrobianos_do_HC-UFG.pdf

3- LÜLLMANN, Heinz; MOHR, Klaus; HEIN, Lutz. Farmacologia Grupo A, 2017.


9788582713815. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713815/. Acesso em 16 de
maio 2022.

4.MELO, V. V.; DUARTE, Izabel P.; SOARES, Amanda Q. Guia de


Antimicrobianos 57 p. Revista UFG 1.ed. Goiânia, 2012. Disponivel em: chrome-
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pload/1415789307Guia_de_Antimicrobianos_do_HC-UFG.pdf
RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M.; FLOWER, R. J.; HENDERSON G. Rang
& Dale. Farmacologia. 8ª edição. Rio de Janeiro, Elsevier, 760 p., 2016.

5- SILVA, Penildon. Farmacologia, 8ª edição Grupo GEN, 2010. 978-85-277-2034-


2. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-
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