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MANUAL BÁSICO DE
PRESCRIÇÃO DE
ANTIBIÓTICOS
2012

Francisco Eugênio Deusdará de Alexandria


Lucimar Filot da Silva Brum

Manual Básico de Prescrição de Antibióticos 2012


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ÍNDICE

Apresentação ........................................................................................................................... 3
Definições ................................................................................................................................ 5
Principais antibióticos .............................................................................................................. 6
Antibioticoterapia empírica.......................................................................................................12
Sugestões de antibioticoterapia empírica sob regime hospitalar .............................................. 13
Antibioticoprofilaxia cirúrgica .................................................................................................. 18
Antibióticos e gestação ............................................................................................................ 20
Principais apresentações comerciais ........................................................................................ 21
Referências .............................................................................................................................. 23

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APRESENTAÇÃO

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções causam 25% das
mortes em todo o mundo e 45% nos países menos desenvolvidos (NICOLINI et al., 2008). A
utilização de antibióticos tem revolucionado o tratamento de determinadas enfermidades, muitas
vezes letais, como a tuberculose, tétano e pneumonias. No entanto, em muitas situações verifica-
se que as indicações de tais medicações são inadequadas, não havendo, em muitas ocasiões,
necessidade ou exigência do uso.

Neste cenário, a utilização de antibióticos tem merecido destaque nas políticas de


racionalização do uso de medicamentos pelo fato destes encontrarem-se entre os medicamentos
mais consumidos em atenção primária e por serem, na prática médica, fármacos que mais se
empregam de forma errônea e abusiva (ABRANTES, 2008). Exemplo disso é o uso inadequado de
antibióticos em infecções de etiologia viral. Tal prática já foi extensamente discutida na literatura e
dados recentes dão conta de que em aproximadamente 55% das infecções de etiologia viral são
administrados, inocuamente, antibióticos com finalidade profilática ou terapêutica (DEL FIOL,
2010).

Assim, otimizar a prescrição de antibióticos no ambiente intra-hospitalar deve ser objetivo


constante da equipe multiprofissional de saúde. Sabe-se que a prescrição dos referidos
medicamentos faz parte do tratamento de pelo menos um quarto dos pacientes internados e
estima-se que, nesses casos, 25 a 50% dos fármacos sejam usados incorreta ou
inapropriadamente, sendo que vários estudos apontam que a sobrevida é significativamente
aumentada quando a escolha inicial do antibiótico é apropriada (SOUZA, 2008). Além disso, apesar
dos benefícios e necessidades terapêuticas, os antibióticos podem responder por vários eventos
adversos, tais como interações medicamentosas, reações alérgicas e infecções por micro-
organismos resistentes, dada a capacidade destes medicamentos em induzir resistência bacteriana
(VASCONCELOS et al., 2011).

Frente a todos os riscos envolvendo o uso inapropriado de antibióticos e com intenção de


monitorar o consumo destas substâncias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
estabeleceu através da RDC nº 20 de maio de 2011, critérios para a prescrição, dispensação,

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controle, embalagem e rotulagem de substâncias classificadas como antimicrobianos (BRASIL,


2011).

Dentre as estratégias adotadas para o manejo desse grave problema de saúde pública, três
formas gerais de atuação têm sido propostas: a caracterização das práticas atuais, através de
estudos junto aos prestadores de cuidados, em relação aos seus hábitos de prescrição; a criação
de guias e protocolos para o uso racional de antimicrobianos; e, finalmente, o desenvolvimento de
materiais e estratégias educacionais (para médicos e usuários), visando alterar hábitos e
comportamentos (BERQUÓ, 2004).

Ainda neste âmbito é de grande valia o papel das Comissões de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH) no controle da utilização dos antimicrobianos. Estas comissões têm seus
fundamentos determinados pela Portaria GM/MS n° 2.616/98, que estabelece os programas de
controle de infecção como obrigatórios em hospitais do Brasil. A adoção de medidas coibitivas e
educativas, pelas CCIH são responsáveis por uma série de ações que visam à redução das infecções
intra-hospitalares. Dentre elas estão a higienização correta das mãos, a inspeção da limpeza e
desinfecção de artigos e superfícies hospitalares e o controle do uso de antimicrobianos por parte
dos profissionais da saúde. Estas ações protegem o paciente hospitalizado uma vez que este está
exposto a potenciais bactérias provenientes de outras fontes (equipamentos e dispositivos de
terapia respiratória e transmissão de patógenos pelas mãos da equipe profissional, por exemplo)
(BRASIL, 1998).

A OMS preocupada com o aumento da resistência bacteriana tem recomendado a


elaboração de protocolos de uso de antibióticos e a criação de laboratórios de referência para que
o tratamento seja baseado no isolamento dos micro-organismos e no perfil local de sensibilidade
aos referidos medicamentos. Neste cenário, este manual tem por objetivo fornecer subsídios aos
prescritores e equipe multiprofissional quanto às características farmacológicas e farmacocinéticas
dos antimicrobianos padronizados na instituição visando à melhoria das políticas de uso de
antimicrobianos e dessa forma contribuir para o uso racional, resultando no aumento da eficácia,
diminuição da resistência e otimização dos gastos com tais fármacos.

Francisco Eugênio Deusdará de Alexandria: Médico Infectologista


Lucimar Filot da Silva Brum : Farmacêutica
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DEFINICÕES:

1. ANTIBIÓTICO: substância produzida por micro-organismos vivos ou por meio de processo


semissintéticos que tem a propriedade de inibir o crescimento ou causar morte de outros
micro-organismos.
2. BACTERICIDAS são agentes que destroem as bactérias.
3. BACTERIOSTÁTICOS são agentes que inibem o crescimento bacteriano.
4. CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM/MIC): menor concentração da droga que inibe o
crescimento bacteriano.
5. CONCENTRAÇÃO BACTERIANA MÍNIMA (CBM/MBC): menor concentração da droga que
mata pelo menos 99,9% do inóculo bacteriano.
6. ANTIBIOTICOPROFILAXIA: Administração de antibiótico antes que haja evidências de
qualquer processo infeccioso, com a meta de prevenir o seu aparecimento.
7. ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA: é a utilização de antibióticos antes da identificação do
micro-organismo está disponível, sendo baseado nas referências clínicas e nos padrões locais
de sensibilidade.
8. RESISTÊNCIA BACTERIANA: é a capacidade de determinadas cepas de bactérias de resistirem
ao tratamento por certas classes de antibióticos.

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PRINCIPAIS ANTIBIÓTICOS

ANTIBIÓTICOS ESPECTRO DE AÇÃO DOSES USUAIS EFEITOS ADVERSOS COMENTÁRIOS

Enterococcus 20-50mg/kg/dia VO Exantema Não utilizar em


faecalis, de 8/8h ou 12/12h maculopapular, infecções causadas
Streptococcus spp, Casos graves: 75 - prurido, febre, por estafilococos.
Neisserias, Listeria, 100mg/kg/dia VO de diarreia, eosinofilia,
AMOXICILINA bacilos gram 8/8h. elevação das
negativos. transaminases,
(E.coli, P. mirabilis, S. leucopenia.
typhi, Shigella spp e
H. influenza).
O mesmo da VO: 20 -40mg/kg/dia Diarreia, náuseas e Sem ou pouca
amoxicilina + S. de 8/8h ou de dor abdominal são atividade contra
aureus sensível à 12/12h os efeitos mais Serratia,
oxacilina (OSSA), EV: 30-100mg/Kg/dia frequentes. Urticária, Enterobacter,
AMOXICILINA/ anaeróbios, de 8/8h febre, candidíase P. aeruginosa,
CLAVULANATO H.influenzae, M. vaginal e colite Citrobacter e ORSA
catarrhalis. pseudomembranosa (S. aureus resistente
(CPM) podem à oxacilina).
ocorrer.
Enterococcus VO: 50- Náuseas, diarreia, Pela VO a
spp,Streptococcus 100mg/kg/dia de dor abdominal, alimentação
pneumoniae, H. 6/6h. Nefrite intersticial, interfere na
influenza não EV: 50-300mg/kg/dia trombocitopenia. absorção.
AMPICILINA produtores de de 6/6h. Não utilizar em
betalactamases,S. Casos graves: 200- infecções causadas
thyphi e Listeria. 400mg/kg/dia de por estafilococos.
6/6h.

Infecções graves VO:< 30kg- 25- Além dos efeitos Não utilizar em
causados por germes 50mg/kg/dia de acima, da ampicilina, infecções causadas
primariamente 12/12h. >30kg: 375- leucopenia, anemia, por P. aeruginosa e
sensíveis a 750mg de 12/12h. aumento das
AMPICILINA/ por ORSA.
ampicilina, EV: Adulto (Ad)-6 a transaminases.
SULBACTAM anaeróbios e 12g/dia.Criança
Acinetobacter spp. (Cça)-100 –
200mg/kg/dia de 6/6
h.
Enterobactérias, 15mg/kg EV ou IM Nefrotoxicidade e A dose única diária
Staphylococcus de 12/12h ou em ototoxicidade. não é recomendada
(infecções graves em dose única diária. em: endocardite
associação com infecciosa, sepsis e
oxacilina ou em infecções por
AMICACINA cefalotina), P. aeruginosa.
Pseudomonas
aeruginosa (em
associação ao
betalactâmico).

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ANTIBIÓTICOS ESPECTRO DE AÇÃO DOSES USUAIS EFEITOS ADVERSOS COMENTÁRIOS

Gram-negativos Ad-1 a 8 g EV/dia de Alterações no Não utilizar em


incluindo 8/8h ou de 12/12h. paladar, icterícia, infecções causadas
Pseudomonas Cça- 75 a 100mg/kg leucopenia, por germes gram
aeruginosa. EV de 8/8 ou de plaquetopenia, positivos e
Sinergismo com 12/12 horas. elevações das anaeróbios.
AZTREONAM aminoglicosídeos. aminotransferases e
da fosfatase alcalina,
alteração na
atividade da
protrombina.
Chlamydia, Cça: 10mg/kg/dia, Náuseas, vômitos, Evitar uso próximo
Legionella, Moraxella VO ou EV no 1º dia e dor abdominal, às alimentações.
catarrhalis, 5mg/kg/dia no dias tontura, cefaleia,
Mycoplasma, subsequentes. cansaço e erupções Pode ocorrer perda
Neisseria spp, Ad: 250-500mg, VO cutâneas. auditiva com doses
moderada para ou EV de 24/24h. elevadas.
Staphylococcus
AZITROMICINA (OSSA),
Streptococcus e
anaeróbios. Boa
atividade
Toxoplasma. gondii e
micobactérias
atípicas em pacientes
com AIDS.
Streptococcus spp, Cça:30-50mg/Kg/dia Náuseas, vômitos, Não atua sobre
Staphylococcus spp VO de 6/6 horas. diarreia, ORSA.
gram- negativos Ad: 2-4g/dia VO de neutropenia,
sensíveis no 6/6h. trombocitopenia e
CEFALEXINA antibiograma. elevação das
aminotransferases.

50 -100mg/Kg/dia de Neutropenia, Reação cruzada em


6/6 horas EV ou IM. aumento das alérgicos à penicilina
Infecções graves – aminotransferases., em 10% dos casos.
O mesmo da 150-200mg/Kg/dia insuficiência renal Não atua sobre
CEFALOTINA cefalexina. de 6/6 horas. (por necrose tubular ORSA.
aguda), teste de
Coombs falso
positivo.

Uso exclusivo em
CEFAZOLINA O mesmo da 30-50mg/kg/dia de Os mesmos da antibioticoprofilaxia
cefalotina. 8/8h EV. cefalotina. cirúrgica.

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ANTIBIÓTICOS ESPECTRO DE AÇÃO DOSES USUAIS EFEITOS ADVERSOS COMENTÁRIOS

Gram-positivos (não Cça:50mg/kg/dose, Náusea, reações Não atua sobre


age contra EV de 8/8h ou de alérgicas, mal-estar, ORSA, Enterococus
Enterococcus spp, 12/12h. diarreia, spp, B. fragillis,
Listeria, ORSA e dispepsia, visão Acinetobacter spp e
CEFEPIMA
anaeróbios) e gram- Ad: 1-2g EV de 8/8h turva e elevação das germes produtores
negativos. ou de 12/12h. aminotransferases. de betalactamases
de espectro
estendido (ESBL).
Gram-positivos Ad: 1 a 2g EV de Hipersensibilidade Menores risco de
(exceto ORSA e 8/8h. tromboflebites, efeitos adversos em
enterococos) Boa Cça:50 a trombocitopenia, neonatos se
atividade contra 100mg/Kg/dia EV de diarreia, CPM e comparado à
CEFOTAXIMA Gram-negativos 8/8 ou 12/12 horas. aumento das ceftriaxona.
(exceto aminotransferases.
Acinetobacter e
Pseudomonas
aeruginosa).
Gram-positivos Ad= 2 a 6g Hipersensibilidade, Não atua sobre
(exceto ORSA e Cça=25 a 50mg/Kg CPM, tromboflebites, ORSA,
enterococos). Boa de 8/8 horas. trombocitopenia, enterococos,ESBL,
atividade contra diarreia e aumento Listeria e B. fragillis.
Gram-negativos das
CEFTAZIDIMA
(exceto Acinetobacter) aminotransferases.
Cefalosporina de
eleição para terapia
de infecções por
P. aeruginosa.
Ad: 2 a 4g EV de Hipersensibilidade, Droga de escolha em
12/12h ou de 24/24h CPM, meningites por
Cça: 50 a tromboflebites, pneumococos.
100mg/kg/dia de trombocitopenia,
CEFTRIAXONA Semelhante a 12/12 ou de 24/24h. diarreia e aumento
cefotaxima. das
aminotransferases.

Gram-positivos 200 – 400mg de Náusea, diarreia, dor Não utilizar em


(menor contra 12/12h EV. abdominal, elevação pneumonias
Streptococcus) e 500- 1000mg VO de das aminotransferases, adquiridas na
gram-negativos 12/12h. leucopenia, sonolência, comunidade.
CIPROFLOXACINA
(enterobactérias e Casos gravíssimos: convulsão, tendinite. Evitar uso em
Pseudomonas). 8/8h. crianças e gestantes.
Não atua sobre
pneumococo.
Staphylococcus, Ad:250-500mg VO ou Náusea, vômitos Atividade um pouco
Streptococcus, e EV de 12/12h cefaleia, tontura, maior sobre gram
pneumococo. Cça :15mg/kg/dia hipoacusia, positivos aeróbias e
Chlamydia, VO ou EV 12/12h. taquicardia H. influenzae.
CLARITROMICINA Mycoplasma, supraventricular e
Moraxella, psicose maníaca
anaeróbios. depressiva.
Atividade moderada
para Haemophilus.
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ANTIBIÓTICOS ESPECTRO DE AÇÃO DOSES USUAIS EFEITOS ADVERSOS COMENTÁRIOS

Gram-positivos 15 a 40mg/kg/dia de Náuseas, vômitos, Concentração no


(exceto 6/6h VO ou EV. diarreia, gosto líquor é baixa,
enterococos), metálico, CPM mesmo em presença
anaeróbios, de meningite.
leucopenia,
Plasmodium spp. P,
jiroveci e Toxoplasma trombocitopenia,
CLINDAMICINA
gondii. bloqueio
neuromuscular,
febre, eritema
polimorfo, síndrome
de S. Johnson.
Enterobactérias, 3 a 5mg/kg EV ou IM Nefrotoxicidade e A dose única diária
Staphylococcus de 8/8h ou 12/12h otoxicidade. não é recomendada
(infecções graves em ou dose única diária. em: endocardite
GENTAMICINA
associação com infecciosa, sepsis e
oxacilina ou em infecções por
cefalotina). P. aeruginosa.
Gram-positivos, 30-50mg/Kg/dia IM Náuseas, diarreia Evitar em pacientes
gram-negativos de ou EV de 6/6h. febre superinfecção alérgicos às
forma geral, e A dose máxima diária (com bactérias e penicilinas.
IMIPENEM/ anaeróbios. Não atua é de 4g/dia. fungos), convulsão,
CILASTATINA sobre Legionella spp, leucopenia,
Chlamydia spp e plaquetopenia,
Micoplasma spp. elevação das
aminotransferase.
Gram-positivos , 500mg/dia VO ou EV Vertigens, tontura, Evitar uso em
Mycoplasma e gram- em dose única diária. alterações de crianças e gestantes.
negativos: transaminases e
enterobactérias, tendinites.
hemófilos,
LEVOFLOXACINA Moraxella,
Pseudomonas,
Legionella. Efeito
menor para
enterococos e
anaeróbios.
Gram positivos (ORSA, Cça: 10mg/kg VO ou Náuseas, dor Apresentação oral
pneumococos EV de 8/8h. abdominal, vômitos, facilitando a terapia
resistentes à Ad: 600mg V0 ou EV diarreia, cefaleia, sequencial.
penicilina, de 12/12h. Elevação de
enterococos e aminotransferases,
estafilococos anemia, leucopenia,
resistente a plaquetopenia,
glicopeptídeos e neurotoxicidade e
LINEZOLINA estafilos), anaeróbios pancreatite.
(Bacillus, Clostridium
spp, Fusobacterium
spp e
Peptoestreptococus
spp), M. tuberculosis e
outras micobactérias
de crescimento
rápido).
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ANTIBIÓTICOS ESPECTRO DE AÇÃO DOSES USUAIS EFEITOS ADVERSOS COMENTÁRIOS

15mg/Kg – dose de Náusea, dor Boa penetração em


ataque e a seguir 7,5 abdominal, diarreia, Sistema Nervoso
mg/ Kg/ de 8/8h VO cefaleia, gosto Central.
METRONIDAZOL Anaeróbios e ou EV. metálico, parestesia.
protozoários. Associado ao álcool:
efeito dissulfiram
símile.
O mesmo do 10- 20mg/Kg/dia de Diarreia, náusea, O mesmo do
Imipenem, porém o 8/8 ou de 12/12h EV vômito, leucopenia, Imipenem, porém o
risco de convulsão é ou IM. trombocitopenia, risco de convulsão é
MEROPENEM menor. Em infecções do SNC elevação das menor.
a dose é de transaminases,
40mg/Kg, com dose eosinofilia.
máxima de 6g/dia.
Enterobactérias, 400mg VO de 12/12 Náusea, vômitos, Uso em infecções do
ativa contra horas. diarreia, artralgia, trato urinário e
Ureaplasma, leucopenia, gastrointestinal.
Mycoplasma e eosinofilia.
NORFLOXACINA C. trachomatis.
Pouca ativa contra
enterococos sem
ação para
anaeróbios.
S. aureus e S. 50-200mg/Kg/dia de Flebite, eosinofilia, 1ª alternativa em
epidermidis inativa 4/4 ou 6/6h EV ou febre, aumento de estafilocococcias
OXACILINA contra enterococos. IM. ALT (alanina comunitárias.
aminotransferase).

Gram-positivos, e 50.000 - Febre, flebite, Inativa contra


anaeróbios (exceto 300.000U/Kg/dia EV parestesia, estafilococos.
B. fragillis), de 4/4h. convulsão, coma
espiroquetas e (pode ocorrer com
actinomicetos. doses altas em
PENICILINA Nas infecções por idosos, doença
G CRISTALINA Enterococcus deve cerebral prévia),
ser associada ao anemia hemolítica,
aminoglicosídeo. reações de
hipersensibilidade e
nefrotoxicidade.
Sreptococcus, 400.000 - Febre, eritema, dor Não proporciona
PENICILINA Neisseria 800.000U/dia de local e abcesso dose adequada no
G PROCAÍNA gonorrhoae, 12/12h IM. estéril, reações de líquor.
Treponema pallidum. hipersensibilidade.
OSSA, Gram Acima de 12 anos: Hipersensibilidade, Boa indicação em
negativos e 4,5g(4g de diarreia, infecções por P.
PIPERACILINA-
anaeróbios. piperacilina e 0,5g de hemorragias e crises aeruginosa e
TAZOBACTAM
tazobactam) EV de convulsivas Acinetobacter spp.
6/6h.
Enterobacteriáceas + 1,5 - 3mg/kg/dia (15- Nefro e Deve ser diluída em
P. aeruginosa e A. 30mil U/kg/dia EV de neurotoxicidade. 100 a 200ml de S.G
POLIMIXINA B
baumanni 8/8h ou de 12/12h. 5% e difundir em 1
multirresistentes. hora.

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ANTIBIÓTICOS ESPECTRO DE AÇÃO DOSES USUAIS EFEITOS ADVERSOS COMENTÁRIOS

SULFAMETOXAZOL Ativo contra cocos Cça: 20-30mg/kg/dia Náusea, vômitos, Droga de escolha
TRIMETOPRIM gram-positivos e VO ou EV de 12/12h diarreia, anemia, contra S. maltophilia
negativos(porém Ad: 800mg/160mg leucopenia e B. cepacia.
com resistência VO de 12/12h. trombocitopenia,
crescente). P. Em pneumocistose: depressão, acidose
jiroveci, listeria e M, 75-100mg/kg/dia de tubular, anafilaxia,
catarralis são sulfametoxazol e 15- síndrome de
sensíveis assim como 20mg de Stevens-Johnson.
muitas cepas de E. trimetoprim VO ou
coli, Proteus spp, EV de 12/12h.
Salmonella e
Shigella, Serrata spp,
Klebsiella spp. Ativo
contra P. brasiliensis,
S. maltophilia e B.
cepacia. Não age
sobre anaeróbios.
TEICOPLANINA Gram positivos: 12-18mg/Kg Náuseas, vômitos, Nefrotoxicidade e
Staphylococcus, /dia durante 1 dia de diarreia, eritema, ototoxicidade menor
Streptococcus, 12/12h, a seguir prurido, febre, se comparada à
Enterococcus. 6mg/Kg/dia em dose trombocitopenia, vancomicina.
única EV ou IM. aumento das Pouca penetração
transaminases, sistema nervoso
neutropenia, central.
hipoacusia,
raramente síndrome
do homem
vermelho.
TIGECICLINA Enterobactereaceas 100mg na 1ª dose e Náuseas, vômitos, Contraindicada em
(incluindo ESBL), 50mg nas doses cefaleia, diarreia, crianças e gestantes.
Acinetobacter spp, S. subsequentes EV de tontura, elevação de Orientada em
maltophilia, H. 12/12h. aminotransferase. infecções
influenzae, N. complicadas intra-
gonorrhoeae, ORSA, abdominais, de pele
Enterococo e tecidos moles.
resistente à
glicopeptídeos, S.
pneumoniae
resistente às
penicilinas,
anaeróbios e
atípicos.
VANCOMICINA O mesmo da 30-40mg/Kg/dia de Febre, flebite, 2ª alternativa em CPM,
teicoplanina. Deve-se 12/12 h EV. calafrios, devendo ser
reservar a utilização A infusão deve ser hipotensão, administrada pela VO.
para infecções por feita em 1 hora. síndrome do homem A “síndrome do
gram positivos só vermelho homem vermelho” que
sensível a esta droga (normalmente NÃO é reação de
ou pacientes associada à infusão hipersensibilidade.
alérgicos , pela rápida), leucopenia, NÃO contraindica o
possibilidade de eosinofilia, uso da droga, podendo
emergência de nefrotoxicidade e ser prevenida com a
multirresistentes. ototoxicidade. infusão mais lenta.

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ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA

É a utilização de antibióticos antes da identificação do micro-organismo está disponível, sendo


baseado nas referências clínicas e nos padrões locais de sensibilidade.

Para a escolha do antibiótico visando restringir a cobertura antimicrobiana ao(s) agente(s)


etiológico(s) mais provável (is), o prescritor deve levar em consideração:

1. Identificação do sítio de infecção;


2. Detectar qual a microbiota prevalente no processo infeccioso;
3. Padrões locais de resistência;
4. Poupar a cobertura para os anaeróbios sempre que estes não forem à etiologia principal;
5. Garantir a penetração e a concentração adequada do antibiótico no sítio de infecção.
6. Coletar a história de reação alérgica ao fármaco em questão ou ao grupo químico ao qual o
antibiótico pertence;
7. História de infecção e antibióticos utilizados;
8. Avaliar presença de contraindicações ao uso de determinados antibióticos como gestação,
faixa etária, função hepática e renal.

“Antibioticoterapia empírica é exceção, não regra”.

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SUGESTÕES DE ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA EM INFECÇÕES


COMUNITÁRIAS SOB REGIME HOSPITALAR

TERAPIA TERAPIA
PROCESSO PATÓGENOS DURAÇÃO DO
EMPÍRICA DE EMPÍRICA COMENTÁRIOS
INFECCIOSO COMUNS TRATAMENTO
ESCOLHA ALTERNATIVA
Estreptococos; Ceftriaxona Cefotaxima ou 4 semanas Em abscessos
Bacteroides; +metronidazol cefepime+ cerebrais
Abscesso cerebral
Enterobactérias. metronidazol. primários o S.
primário
aureus tem baixa
incidência.
Abscesso cerebral S. aureus e Oxacilina + Vancomicina + 4 semanas Na suspeita de
pós-cirúrgico ou enterobactérias. ceftriaxona cefepime ORSA optar por
pós-traumático vancomicina.
S.aureus, Metronidazol + Metronidazol + 14 dias No uso do
E.histolytica, ceftriaxona ciprofloxacina ou aminoglicosídeo,
Anaeróbios, clindamicina + acompanhar
Abscesso Gram negativos. cefotaxima ou função renal e
hepático Metronidazol + restringir seu uso
aminoglocosídeo + a 10 dias (optar
ceftrixona pela dose única
diária).
Colite Clostridium Metronidazol Vancomicina 7 a 14 dias Utilizar a via oral.
Pseudomembra- difficille e S. Drogas
nosa aureus. antidiarreicas são
contraindicadas.
Viral, bacteriana A terapia antimicrobiana de forma 5 a 10 dias Terapia de
Diarreia aguda
ou parasitária. empírica aplica-se apenas aos casos suporte e coleta
Infecciosa
acompanhado de maior toxicidade. É de coprocultura.
60% das diarreias
preferida, em casos de diarreia
infecciosas
bacterianas a associação de SMZ+TMP
agudas são virais
ou ciprofloxacina. Terapias mais
não necessitando,
específicas dependem de resultado da
portanto, de
coprocultura.
antibioticoterapia
Em caso de protozooses (giardíase ou
.
amebíase) optar pelo secnidazol.
E. viridans: Penicilina G + Ampicilina + 4 a 6 semanas Em
manipulação aminoglicosídeo aminoglicosídeo. estreptococcia a
dentária. ceftriaxona pode
S. bovis: doença ser alternativa de
intestinal. tratamento
Enterococos: associado ao
Endocardite de doença intestinal aminoglicosídeo
evolução (menos (restringir seu
subaguda frequente). uso a 14 dias).
Monitorar função
renal.

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TERAPIA TERAPIA
PROCESSO PATÓGENOS DURAÇÃO DO
EMPÍRICA DE EMPÍRICA COMENTÁRIOS
INFECCIOSO COMUNS TRATAMENTO
ESCOLHA ALTERNATIVA
S. aureus, Oxacilina (ou Vancomicina (se 6 semanas Monitorização da
S. coagulase cefalotina) + ORSA) + função renal
negativo. aminoglicosídeo aminoglicosídeo. devido ao uso de
Endocardite de aminoglicosídeos
evolução aguda (14 dias).
com fenômenos Prótese valvar
tromboembólicos menor que 1 ano,
e destruição usuários de
valvar drogas
endovenosas e
uso de catéteres
vasculares.
Fungos (candida Anfotericina B Fluconazol 4 a 6 semanas Imunodeprimidos
spp) (uso de próteses
Endocardite de e cateter)
evolução aguda

Bactérias gram- Ceftriaxona + De acordo com o Uso de cateter e


negativas. aminoglicosídeo antibiograma. próteses.

Endocardite de
evolução de HACEK Ceftriaxona Cefepime ou 4 a 6 semanas Difícil
duração variável (Haemophilus ciprofloxacina. diagnóstico.
spp,
Actinobacillus
spp,
Cardiobacterium,
Eikenella spp e
Kingella spp)
Streptococcus Penicilina G Cefalotina; 10 dias Nas erisipelas de
beta-hemolítico cristalina Clindamicina (em repetição (mais
Kingella spp).
do grupo A. alérgicos a de dois episódios
betalactâmicos). no ano) realizar
Erisipela profilaxia com
Penicilina G
benzatina
1.200.000UI IM a
cada 28 dias.
Gram positivos, Cefalotina + Clindamicina + 7 a 10 dias Em casos graves
(estreptococos, metronidazol gentamicina introduzir
estafilococos), (uso com cautela ceftriaxona
gram negativos em lactantes). associada ao
Infecção (E. coli, Klebsiella anaerobicida.
puerperal spp), peptococus,
peptoestreptococ
us, M. hominis, C.
trachomatis e
ureaplasma.

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TERAPIA TERAPIA
PROCESSO PATÓGENOS DURAÇÃO DO
EMPÍRICA DE EMPÍRICA COMENTÁRIOS
INFECCIOSO COMUNS TRATAMENTO
ESCOLHA ALTERNATIVA
E. coli, S. Ciprofloxacina Ceftriaxona; 10 a 14 dias Para gestantes,
saprophyticus, Cefepime; pacientes com
outros bacilos Carbapenemas (se insuficiência
gram negativos. isoladas bactérias renal ou maior
ESBL). risco de adquiri-
la, ou ainda com
idade > 60 anos,
Infecções do optar pela
trato urinário ceftriaxona.
complicadas Coletar
urocultura antes
de instalada a
antibioticoterapia
ajustando-a
conforme
sensibilidade do
germe isolado.
S. pneumoniae; Ceftriaxona Vancomicina (se 10 a 14 dias Dose máxima da
N. meningitidis pneumococo ceftriaxona.
Meningite em resistente a
adultos sem betalactâmico) +
fatores de risco cefalosporina de
3ª geração.

Pneumococo, H. Cefalosporina de Vancomicina + 10 a 14 dias Envolvimento de


Meningites em
influenzae e S. 3ª geração. ceftriaxona agentes de
fratura de base
beta-hemolítico nasofaringe.
de crânio
do grupo A).
S. aureus, S.
Meningite pós- coagulase
trauma negativa e
penetrante bacilos gram-
negativos.
Bacilos gram- Vancomicina + Vancomicina + 10 a 14 dias O imipenem/
Meningite pós- negativos, S. ceftazidima ou ceftazidima ou cilastatina não
operatório de aureus e S. cefepime cefepime ou deve ser indicado
neurocirurgia coagulase meropenem. pela sua
negativa. neurotoxicidade.
S. coagulase
Meningite em negativa, S.
derivação aureus e Bacilos
ventricular gram- negativos.

Baixo risco: Ciprofloxacina + Imipenem, Naqueles


Gram negativos. ceftriaxona meropenem ou pacientes com
piperacilina/ neutropenia
tazobactam febril de duração
Neutropenia Alto risco: Gram Vancomicina +
10 a 14 dias maior do que 7 a
febril negativos, ORSA cepepime.
10 dias e
e S. viridans.
persistência de
Febre persistente Anfotericina B ou Voriconazol febre, deve-se
Candida spp e fluconazol. suspeitar de
Aspergillus spp. infecção fúngica.

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TERAPIA TERAPIA
PROCESSO PATÓGENOS DURAÇÃO DO
EMPÍRICA DE EMPÍRICA COMENTÁRIOS
INFECCIOSO COMUNS TRATAMENTO
ESCOLHA ALTERNATIVA
Oxacilina + Cefalosporina de Mínimo: 3 Culturas a serem
Osteomielites
S. aureus gentamicina (em 1ª ou 3ª geração, semanas. coletadas (osso e
aguda com porta
dose única ciprofloxacina ou hemocultura).
de entrada em
diária). clindamicina;
pele ou pós-
Vancomicina
trauma fechado
(ORSA).
Na pancreatite
aguda leve não há
indicação de
antibioticoterapia
A mesma deve se
Ciprofloxacina + Imipenem/ 10 dias utilizada quando
Pancreatite Enterobactérias metronidazol. cilastatina houver sinais de
aguda GRAVE necrose
visualizada em TC
de abdome ou no
diagnóstico de
infecção por
aspirado guiado
pela TC.
Acompanhamento
da função renal e
Polimicrobiana Oxacilina + Clindamicina + 10 a 14 dias restringir o uso do
(Gram-negativos, gentamicina + ceftriaxona, aminoglicosídeo
anaeróbios e metronidazol. Clindamicina + (10 dias, optando
S. aureus). ciprofloxacina ou pela dose única
Pé diabético Ceftriaxona + diária). Coletar
metronidazol. material para
cultura e
antibiograma
antes de instalada
a
antibioticoterapia.
Cefalotina; A celulite é uma
Clindamicina (em doença grave,
Piomiosite, alérgicos a pois pode evoluir
celulites e S. aureus Oxacilina betalactâmicos); 10 dias para sepse.
furunculoses Vancomicina (se S.
aureus resistente
à oxacilina).
Pneumonia em Streptococcus Ceftriaxona + Fluorquinolona 10 dias Cirpofloxacina
pacientes que pneumoniae, macrolídeo com atividade não tem
precisam ser “Germes antipneumocócica atividade anti-
hospitalizados atípicos”, H. . pneumocócica.
em enfermaria influenzae.
clínica
S.pneumoniae e Cefalosporinas Fluorquinolona 10 a 14 dias Em suspeita de
bacilos gram- de 3ª ou 4ª com atividade S. aureus a
Pneumonia em negativos e S. geração + anti- oxacilina pode
pacientes que aureus. macrolídeo. pneumocócica. substituir
precisam de UTI. qualquer regime
quando sensível.
.
Manual Básico de Prescrição de Antibióticos 2012
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TERAPIA TERAPIA
PROCESSO PATÓGENOS DURAÇÃO DO
EMPÍRICA DE EMPÍRICA COMENTÁRIOS
INFECCIOSO COMUNS TRATAMENTO
ESCOLHA ALTERNATIVA
A clindamicina é
mais efetiva em
abscesso
Clindamicina pulmonar do que
Pneumonia Amoxicilina-
Polimicrobiana associado ou não 10 a 14 dias o metronidazol.
aspirativa clavulonato
à ceftriaxona. Em etilistas deve-
se associar
ceftriaxona.

14 a 21 dias Acompanhar a
Ceftriaxona + função renal e
metronidazol ou restringir o uso
Polimicrobiana Clindamicina + do
(entrobactérias, amicacina ou aminoglicosídeo
Streptococcus Oxacilina + Imipenem para 10 dias
Síndrome de
spp, metronidazol + associado à (optar pela dose
Fournier
Staphylococus gentamicina. vancomicina (após única diária).
spp e isolamento e perfil Coletar material
anaeróbios). de sensibilidade para cultura e
pela cultura + antibiograma
antibiograma). antes de utilizar o
antibiótico.

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ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA

O uso da antibioticoprofilaxia cirúrgica constitui uma questão controvertida e a decisão de


usá-la deve ser baseada no peso da evidência do possível benefício em relação ao peso da
evidência de possíveis eventos adversos. A utilização inadequada de um antibiótico determina,
além das consequências da má utilização no paciente, um comprometimento importante para
toda a comunidade hospitalar,pois pode produzir ou piorar a resistência bacteriana. Assim, o bom
senso é o grande doutrinador, sempre, quando se utilizar um antibiótico.

ALTERNATIVAS EM
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICOS DURAÇÃO OBSERVAÇÕES
ALÉRGICOS

Clindamicina + 24 horas Amoxicilina/ ácido


Amputação de
gentamicina clavulânico
Membros

Em casos de
complicação por
perfuração ou
Cefazolina + 24 horas Clindamicina abscesso deverá ser
Apendicectomia
metronidazol instituída a
antibioticoterapia
(não utilizar a
cefazolina).
Administrar o
antibiótico após a
clampagem do
cordão umbilical. Em
Cesariana Cefazolina Dose única Clindamicina cesarianas de alto
risco(bolsa rota e
trabalho de parto)
manter antibiótico
por 24 horas.
Cirurgias de cabeça e Cefazolina 24 horas Clindamicina
pescoço

Cirurgias Cefazolina 24 horas Vancomicina


Cardiovasculares

Cirurgias de jejuno, Cefazolina + 24 horas Clindamicina


cólon e íleo metronidazol

Cefazolina Dose única Clindamicina


Cirurgias de mamas

Manual Básico de Prescrição de Antibióticos 2012


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ALTERNATIVAS EM
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICOS DURAÇÃO OBSERVAÇÕES
ALÉRGICOS

Colírios contendo Iniciar 2 horas antes


gentamicina, e manter até 24
Cirurgias oftálmicas
tobramicina ou horas
neomicina.
Cirurgias Cefazolina Dose única Clindamicina
otorrinolaringológicas
Cefazolina 24h Clindamicina
Cirurgias plásticas

Em cirurgias sem
prótese utilizar dose
Cefazolina 24h Clindamicina única. Nas fraturas
Cirurgias ortopédicas
expostas> 6h realizar
terapêutica (Não
utilizar cefazolina).
Colecistectomia Cefazolina 24 horas Clindamicina

Cefazolina 24 horas Clindamicina


Colpoperinoplastia
Na histerectomia
Cefazolina Dose única Clindamicina pela via vaginal
Histerectomia
manter o antibiótico
por 24 horas.
Cefazolina Dose única Clindamicina
Hernioplastia

Em cirurgias com
prótese utilizar
Cirurgias
Cefazolina 24h Vancomicina vancomicina
Neurológicas
associada à
ceftriaxona.
Cefazolina Dose única Clindamicina
Ooforectomia
Administrar o
Cefazolina Dose única Clindamicina antibiótico após a
Parto com fórceps
clampagem do
cordão umbilical.
Cefazolina 24 horas Clindamicina No caso de infecção
Prostatectomia e
urinária realizar
cirurgia de uretra
terapia.

DOSE ADULTA DOSE CRIANÇA


1. CEFAZOLINA-1g EV na indução anestésica e 1g EV às 1. GENTAMICINA: 3 -5mg/kg
3h de cirurgia e 1g EV de 8/8h no pós-operatório. Em 2. CEFAZOLINA-30mg/kg
pacientes acima de 80 kg administrarem 2g EV de 3. METRONIDAZOL- 7,5mg/kg
cefazolina. 4. CLINDAMICINA-15mg/kg
2. METRONIDAZOL-1g EV na indução anestésica e 5. VANCOMICINA-30mg/kg
500mg EV de 8/8h no pós-operatório.
3. CLINDAMICINA-600mg EV na indução anestésica e
600mg EV no pós-operatório.
4. VANCOMICINA- 1g EV na indução anestésica
5. GENTAMICINA: 3 -5mg/kg

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ANTIBIÓTICOS E GESTAÇÃO

PROVALMENTE SEGUROS: Penicilinas, cefalosporinas, aztreonam, estearato de eritromicina,


azitromicina e espiramicina
USO COM CAUTELA*: Carbapenemas, polimixinas, claritromicina, metronidazol, sulfametoxazol +
trimetoprim, glicopeptídeos, rifampicina e anfotericina b.
CONTRAINDICADOS: Aminoglicosídeos, estolato de eritromicina, cloranfenicol, tetraciclinas,
linezolida, fluoroquinolonas, fluconazol, tetraciclinas e tigeciclina

*O uso do antibiótico deverá ser evitado, exceto em caso de processo infeccioso grave nos quais o benefício
suplanta os prováveis risco ao concepto.

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PRINCIPAIS APRESENTAÇÕES COMERCIAIS

Ampicilina
AMPLACILINA® – suspensão: 250mg/5ml; cápsulas: 500mg e frasco-ampola de 1g

Ampicilina-sulbactam
UNASYN® – comprimidos: 375mg; injetável: 1,5g e 3g; suspensão 250mg.

Amoxicilina
AMOXIL® – suspensão: 125mg/5ml, 250mg/5ml, 500mg/5ml; cápsulas: 500mg
AMOXIL BD® – suspensão de 200mg/5ml e 400mg /5ml; comprimidos: 875mg
VELAMOX ®– suspensão: 250mg/5ml, 500mg/5ml; comprimidos 500mg, 875mg e1g; injetável: 1g

Amoxicilina-clavulanato
NOVAMOX ®– suspensão 250mg/5ml; comprimidos: 500mg.
NOVAMOX 2X® – suspensão:400mg /5ml; comprimidos: 875mg

Amicacina
NOVAMIN® – injetável: 100mg, 250mg, 500mg.

Azitromicina
AZI®- suspensão: 600, 9000 e 1500mg; comprimidos: 500 e 1000mg
ZITROMAX® –suspensão: 600e 900mg; cápsulas: 250mg; comprimidos:500mg; frasco-ampola:
500mg.

Aztreonam
AZACTAM® – Frasco-ampola: 500mg, 1g.

Cefalexina
CEFAPOREX® – suspensão: 250mg/5ml
CEPOREXIN® – comprimidos: 500mg
KEFLEX® – suspensão: 250mg/5ml e 500mg/5ml; gotas: 100mg/ml; drágeas: 500mg, 1g

Cefalotina
KEFLIN® – Frasco-ampola: 250mg, 500mg, 1g, 2g

Cefazolina
Ceftrat®– Frasco-ampola: 1g

Cefepima
MAXCEF® – Frasco-ampola: 500mg, 1g, 2g.

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Cefotaxima
CLAFORAN ®– Frasco-ampola: 500mg, 1g

Ceftazidima
FORTAZ® – Frasco-ampola: 1g, 2g.

Ceftriaxona
ROCEFIN® – Frasco-ampola 250mg, 500mg, 1g (uso IM) e 500mg e 1g(uso EV)

Ciprofloxacina
CIPRO® – comprimidos: 250mg, 500mg; injetável: 200mg, 400mg
CIPRO XR®- comprimidos de 500 e 1000mg

Claritromicina
KLARICID® – suspensão: 25mg/5ml, 50mg/5ml; frasco-ampola: 500mg
KLARICID UD® – comprimidos 500mg

Clindamicina
DALACIN C ®– cápsulas: 300mg;
CLINDACIN®- Frasco-ampola: 300mg, 600mg e 900mg

Gentamicina
GENTAMICIN® – Ampola 20mg e 80mg.

Imipenem-cilastatina
TIENAM® – Frasco de infusão: 500mg

Levofloxacina
LEVAQUIN ®– comprimidos: 250mg, 500mg; injetável: 250mg, 500mg.

Linezolida
ZYVOX®: Bolsas de 300ml com 2mg/ml e comprimidos de 660mg

Meropenem
MERONEM® – Frasco-ampola: 500mg, 1g.

Metronidazol
FLAGYL – comprimidos:200 e 400mg; bolsa plástica com 100ml de solução com 5mg/ml

Norfloxacina
FLOXACIN® – comprimidos: 400mg

Oxacilina
OXACILINA SÓDICA – Frasco-ampola: 500mg

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Penicilina G cristalina
BENZILPEN®- Frasco-ampola de 5.000.000UI

Penicilina G procaína
DESPACILINA®- Frasco-ampola de 400.000UI

Piperacilina/tazobactam
TAZOCIN®- Frasco-ampola de 3,374g e 4,5g.

Polimixina B
SULFATO DE POLIMIXINA B: Frasco-ampola com 500.000UI

Sulfametoxazol-trimetoprim
BACTRIN® – comprimidos: 400mg SMZ, 80mg TMP; suspensão: 200mg SMZ, 40mg TMP em 5ml;
ampolas de 5ml para infusão venosa.

Teicoplanina
TARGOCID® – Frasco-ampola: 200mg, 400mg.

Tigeciclina
TIGACIL®- Frasco-ampola: 50mg

Vancomicina
VANCOCINA® – injetável: 500mg e 1g

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Presidência da República RDC n° 20 de 2011. Dispõe sobre o controle de medicamentos à


base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em
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Manual Básico de Prescrição de Antibióticos 2012

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