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TRIAGEM NEONATAL

O Programa Nacional de Triagem Neonatal tem como principal objetivo reduzir a


morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas com visão a longo prazo.
Os exames que fazem parte da triagem neonatal são:

 Teste do pezinho
 Teste do olhinho
 Teste da orelhinha
 Teste do coraçãozinho
 Teste da linguinha

Teste do pezinho
Tem o objetivo detectar precocemente:

 Fenilcetonúria
 Hipotireoidismo congênito
 Hiperplasia adrenal congênita
 Deficiência de biotinidase
 Fibrose cística
 Doença falciforme e outras hemoglobinopatias
O período ideal para a coleta da primeira amostra é e ter o 3º e o 5º dia de vida do bebe devido
às especificidades das doenças diagnosticadas atualmente.
A coleta vai ser realizada em umas das laterais da região plantar do calcanhar RN. O calcanhar
deve estar abaixo do nível do coração para fornecer uma quantidade ideal de sangue para o
exame. O uso de agulhas para a coleta devem ser evitadas, porque podem atingir estruturas
como ossos e vasos dos pés, além de provocar a uma quantidade muito abundante de sangue
distorcendo o papel filtro. Contudo, para esse teste são utilizadas lancetas, que são menores que
as agulhas e tem um maior controle na punção.
Recomenda-se que a coleta seja feita somente após 48 horas do nascimento, pois, para que o
aumento da FAL (fenilalanina) possa ser detectado, é fundamental que a criança tenha ingerido
uma quantidade suficiente de proteína. Para RN prematura, com baixo peso ou com alguma
doença grave é feita a coleta com 3 amostras independente do resultado.

Figura 1: teste do pezinho. Figura 2: lanceta


Teste do olhinho (Teste do Reflexo Vermelho – TRV)
Realizado para detecção de qualquer alteração que esteja relacionada a obstrução do eixo visual,
como por exemplo catarata, glaucoma congênito, entre outros.

 Todos os RN devem ser submetidos ao TRV, antes da alta da maternidade e pelo me


nos 2 a 3 vezes ao ano nos 3 primeiros nãos de vida
 Se nessa fase for detectada qualquer alteração, o neonato precisa ser encaminhado para
esclarecimento diagnostico e conduta precoce em unidade especializada.
 O TRV deve ser realizado utilizando um oftalmoscópio direto, a 30 cm do olho
avaliado, em sala escurecida.
 Quando o foco de luz do oftalmoscópio estiver diretamente alinhado a pupila da
criança, esse refletira um brilho de cor laranja – avermelhado.
 Quando há opacidades de meios (doença ocular), não é possível observar o reflexo, ou
sua qualidade é ruim.
 Deve-se fazer um olho de cada vez, comparando os reflexos de ambos os olhos.

Figura 3: Oftalmoscópio direto Figura 4: TRV

Triagem Auditiva Neonatal (Teste da orelhinha)


Tem como finalidade identificar o mais precocemente possível a deficiência auditiva nos
neonatos e lactentes.

 Deve ser realizado, preferencialmente, nos primeiros dias de vida (24 horas a 48
horas) na maternidade, e, no máximo, durante o primeiro mês de vida.

Figura 5: teste da orelhinha.


Teste do coraçãozinho (oximetria de pulso)
Realização da oximetria de pulso em todos os RN que estejam aparentemente saldável e com
idade gestacional maior que 34 semanas. Esse exame deve ser feito antes da alta da unidade
neonatal.

Teste do coraçãozinho (oximetria de pulso) Resultados


Local de aferição  Membro superior direito e em um
dos membros inferiores.
Momento da aferição  Entre 24 e 48 horas de vida, antes da
alta hospitalar.
Resultado normal  Saturação ≥ a 95% em ambas as
medidas
 Diferença menor que 3% entre as
medidas do MSD e MI
Resultado anormal  Se a saturação < que 95% ou
diferença ≥ que 3% entre as medidas
do MSD e MI – repetir o teste após 1
hora.
 Caso o resultado se confirme, um
ecocardiograma deverá ser realizado
dentro das 24 horas seguintes.

Figura 6: Oximetria de pulso (teste do coraçãozinho)

Triangulo do Frênulo da Língua (Teste da linguinha)


Serve para detectar precocemente se a criança pode ter a “língua presa”.

 Deve ser realizado no RN antes da alta hospitalar (24 horas a 48 horas de vida)
 Detecção da anquiloglossia, uma alteração no tecido que se estende da língua até a
cavidade inferior da boca, restringindo os movimentos da língua.
 O exame pode ser feito através da observação enquanto o bebe está acordado ou
principalmente quando ele está chorando e verificar se o movimento da língua está
adequado, ou ainda o profissional pode fazer a protusão da língua e avaliar se está
adequado ou alterado.

Figuras 7 e 8: Teste da linguinha, Frênulo lingual adequado e alterado.


EXAME FÍSICO DO RN

Achados anatômicos e fisiológicos ao exame físico do RN


Postura

 Normalmente é simétrica e fletida, semelhante à fetal.


Pele

 Apresenta cor rosada


 Extremidades estão cianóticas e com temperatura mais baixa, costuma regredir após o
aquecimento do RN. Observar com relação a cianose central, sendo essas ligadas a
doenças cardiorrespiratórias.
 Importante avaliar a textura, umidade, cor da pele, presença de achados fisiológicos
como por exemplo, vérnix caseoso, lanugem ou lanugo, presença de milium sebáceo,
presença de mancha mongólica (manchas roxas na região das nádegas e costas),
presença de icterícia ou outras anormalidades na pele.
Milium sebáceo

 Pequenos pontos brancos (menor que 1mm), localizados na base do nariz, queixo e
fronte.
 Desaparecem em poucas semanas.

Figura 9: Milium sebáceo

Lanugo/Lanugem

 Pelos finos que costumam recobrir a região do ombro e da escápula, encontrados de


forma mais abundante no RN prematuros.
 Desaparecem em alguns dias.

Figura 10: Lanugem ou lanugo

Vérnix caseoso

 Material gorduroso e esbranquiçado cujas funções primordiais são a proteção da pele e


o isolamento térmico.
 Pode ser retirado após o estabelecimento do controle térmico, geralmente após algumas
horas do nascimento.
Figura 11: Vérnix caseoso

Mancha mongólica

 Manchas azul-acinzentadas localizadas preferencialmente no dorso e nas regiões glúteas


e lombossacra, podendo ser disseminada para outras partes do corpo.

Figura 12: Mancha Mongólica

Fenômeno de Arlequim

 Presença de uma linha delimitando um hemicorpo (meio corpo) com eritema e outro
com a coloração normal.
 Ocorrência em geral benigna, não muito rara, de causa desconhecida, sugerindo algum
grau de instabilidade vasomotora.

Figura 13: Fenômeno de Arlequim

Cabeça

 Ocorre modelagem na maioria dos partos vaginais


 Perímetro Cefálico (PC) > Perímetro Torácico (PT)
 Fontanela anterior: formada pela junção das suturas sagital, coronal e frontal
 Fontanela posterior: formada pela junção das suturas sagital e lambdoide
 Palpação das suturas e fontanelas sempre atenta para o tamanho (em centímetros),
tensão das fontanelas, presença de abaulamentos, depressões e até de pulsações.

Figura 14: Suturas e fontanelas

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