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Enfermagem no Pós-operatório em UTI

Brasília-DF.
Elaboração

Tayse Tâmara da Paixão Duarte

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
PÓS-OPERATÓRIO NA UTI........................................................................................................................ 9

CAPÍTULO 1
INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO NA UTI........................................................................................ 9

CAPÍTULO 2
ABORDAGEM DO PACIENTE EM PÓS-OPERATÓRIO EM UTI....................................................... 14

CAPÍTULO 3
MONITORAMENTO DO PACIENTE NO PÓS-OPERATÓRIO EM UTI................................................ 17

UNIDADE II
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO....................................... 24

CAPÍTULO 1
CIRURGIA CARDIOVASCULAR.................................................................................................. 24

CAPÍTULO 2
NEUROCIRURGIA E CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO........................................................... 30

CAPÍTULO 3
CIRURGIA ONCOLÓGICA....................................................................................................... 34

CAPÍTULO 4
CIRURGIA ORTOPÉDICA.......................................................................................................... 38

CAPÍTULO 5
CIRURGIA PLÁSTICA................................................................................................................. 43

CAPÍTULO 6
CIRURGIA BARIÁTRICA............................................................................................................. 48

CAPÍTULO 7
CIRURGIA GINECOLÓGICA..................................................................................................... 53

CAPÍTULO 8
CIRURGIA GERAL.................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 9
PACIENTE TRANSPLANTADO..................................................................................................... 58

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 62
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

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Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
O atendimento ao paciente na Unidade de Terapia Intensiva é desafiador para o
profissional de enfermagem. Há necessidade de raciocínio rápido, bom embasamento
clínico, bem como capacidade para lidar com situações que podem conduzir à morte
em minutos.

Há diversas complicações e condições de agravo à saúde, em pós-operatório, que estão


elencadas dentre as emergências que serão estudadas nesta disciplina. O curso requer do
enfermeiro pós-graduando, grande empenho e dedicação no que diz respeito ao estudo
do tema. A apostila é tão somente um instrumento de apoio ao aluno, sendo, portanto
altamente recomendado, que o aluno busque outras fontes para aprofundamento e ao
mesmo tempo, que possa aproveitar a oportunidade, para interagir com profissionais
que atuam na unidade de terapia intensiva, de tal forma a complementar os estudos.

Objetivos
»» Agregar conhecimentos ao profissional para prestação de assistência
adequada ao paciente em pós-operatório.

»» Apresentar as principais complicações inerentes a diferentes tipos de


cirurgia.

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PÓS-OPERATÓRIO UNIDADE I
NA UTI

CAPÍTULO 1
Indicações de internação na UTI

A unidade de terapia intensiva é um local de internação que tem altos custos para manter
o paciente em constante monitorização, por este motivo foram criados protocolos e
escores de risco para guiar os casos clínicos que necessitam de internação neste setor.

A American College of Critical Care Medicine produziu um guia para internação destes
pacientes na UTI: o Guidelines for ICU Admission.

Neste protocolo estão apontados casos clínicos, alterações laboratoriais e casos


de pacientes em pós-operatório que indicam a necessidade de manter estes em
monitorização contínua, ou seja, internados em unidades de terapia intensiva.

Cabe ressaltar que nos protocolos, nacionais ou internacionais, os casos clínicos que
indicam internação em terapia intensiva devem ser avaliados pelo médico responsável
pelo paciente, onde este solicitará vagas em UTIs, de acordo com o caso clínico
apresentado.

São alterações cardiológicas que necessitam de internação em UTI, de acordo com o


Guideline:

»» IAM.

»» Angina instável de alto risco.

»» Choque.

»» Arritmias complexas.

»» Emergências hipertensivas.

»» Recuperação pós-pcr.

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UNIDADE I │ PÓS-OPERATÓRIO NA UTI

»» Edema agudo de pulmão c/ irpa.

»» Bloqueios cardíacos avançados.

»» Dissecção aórtica.

Nos casos de comprometimento respiratórios, apontam necessidade de UTI aqueles


que apresentam:

»» Insuficiência respiratória aguda.

»» Embolia pulmonar c/ instabilidade.

»» Necessidade de fisioterapia respiratória intensiva.

»» Hemoptise maciça.

»» Intubação iminente.

Os comprometimentos neurológicos que recebem recomendação de monitorização


intensiva são:

»» Avc agudo com sensório rebaixado.

»» Coma (metabólico, tóxico, anóxico...).

»» Hipertensão intracraniana com potencial herniação.

»» Meningite com sistema sensório rebaixado.

»» Desordens neuromusculares graves.

»» Status epilepticus.

»» Morte encefálica em potencial doador.

»» Traumatismo crânio encefálico com sensório rebaixado.

No caso de patologias endócrinas e em pós-operatório cirúrgico, recebem indicação de


internação em terapia intensiva, de acordo com a American College of Critical Care
Medicine:

»» Cetoacidose diabética complicada (instabilidade hemodinâmica, sensório


rebaixado).

»» Coma mixedematoso instável.

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PÓS-OPERATÓRIO NA UTI │ UNIDADE I

»» Crise adrenal instável.

»» Pós-operatório de pacientes requerendo monitorização contínua, suporte


hemodinâmico, suporte ventilatório, cuidados intensivos de fisioterapia
e enfermagem.

American College of Critical Care Medicine ainda em seu protocolo estabelece sinais
vitais que apontariam a necessidade de acompanhamento do paciente em terapia
intensiva, são eles:

»» PULSO < 40 ou > 150 bpm.

»» PAS < 80 ou 20 mmHg abaixo do usual.

»» PAM < 60 mmHg.

»» PAD > 120 mmHg.

»» FR > 35 rpm.

Cabe ao médico assistente, solicitar a internação do paciente, por meio de relatório


médico padronizado e atualizado diariamente até que o recurso seja viabilizado.

Tendo como base o Guideline Americano e da Associação Médica Brasileira de Terapia


Intensiva (AMIB) a Secretaria de Saúde da Bahia desenvolveu um protocolo para esta
indicação de internação em terapia intensiva.

Ainda de acordo com o Protocolo de Indicação para internação na UTI da Secretaria de


Saúde do Estado da Bahia:

»» Sinais de Hipoperfusão Tecidual.

»» Taquicardia.

»» Confusão mental ou diminuição do nível de consciência.

»» Diminuição da perfusão periférica (pele fria, cianose de extremidades),


diminuição de pulsos periféricos.

»» Diminuição do débito urinário (<0,5 ml/h).

»» Acidose metabólica / elevação de lactato.

»» Pressão arterial normal não exclui choque.

»» Dificuldade de manter vias aéreas pérvias (↓ nível de consciência).


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UNIDADE I │ PÓS-OPERATÓRIO NA UTI

»» Parada respiratória.

»» FR > 40 ou < 8 ipm.

»» SO2 < 90% ou PO2 < 80mmHg.

»» Elevação de CO2 com acidose respiratória.

»» Alterações neurológicas.

»» Diminuição súbita do nível de consciência (diminuição > 2 pontos no


Glasgow).

»» Hipoxemia/Hipercapnia/Hipocapnia.

Parâmetros objetivos – critérios de internação (Secretaria de Saúde da Bahia, 2014):

»» FC < 40 ou > 150 bpm

»» PAS < 80 / PAM < 60 mmHg

»» FR > 40 ipm

»» Na < 110 ou >170mEq/l

»» K < 2 ou > 6 mEq/l

»» PO2 < 60 torr ou SO2 < 90%

»» PCO2 > 60 torr

»» pH < 7,2 ou > 7,6

»» NaHCO3 < 15

»» Glicemia > 600 mg%

»» Ca > 15 mg%

»» CT crâneo alterada com hemorragia, contusão.

»» Glasgow < 9 ou queda>2

»» ECG – IAM, arritmias com instabilidade.

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PÓS-OPERATÓRIO NA UTI │ UNIDADE I

Diante do exposto até este momento, concluímos que quando se trata de um paciente
em pós- operatório, ele se enquadra no caso de necessidade de internação na UTI, se
apresentar alguns dos quadros citados acima, mas principalmente:

»» Instabilidade hemodinâmica, que necessite de monitorização intensiva,


que não pode ser proporcionado fora do ambiente de UTI.

»» Necessitando de suporte ventilatório mecânico.

»» Ajuste contínuo de drogas vasoativas.

No período pós-operatório a equipe da unidade de terapia intensiva tem o objetivo de:


manter o equilíbrio dos sistemas orgânicos, alívio da dor e do desconforto, prevenção
de complicações pós-operatórias, plano adequado de alta e orientações.

O paciente, assistido nesta unidade, poderá apresentar alterações hemodinâmicas


importantes no pós-operatório. Nas cirurgias eletivas estas alterações são tratadas
ou compensadas antes do ato operatório. Entretanto nas cirurgias de urgência tais
disfunções nem sempre são compensadas no pré-operatório.

Veja mais em: critérios para admissão de pacientes na unidade de terapia intensiva
e mortalidade. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artt
ext&pid=S0104-42302010000500012>.

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CAPÍTULO 2
Abordagem do paciente em
pós-operatório em UTI

O desenvolvimento das UTIs em hospitais gerais ocorreu a partir de 1960, com o


desenvolvimento de tecnologias e aumento da disponibilidade de aparelhos para
monitorar e regular os sistemas orgânicos. No Brasil, as primeiras UTIs foram instaladas
na década de 1970 com a finalidade de centralizar pacientes graves recuperáveis em
uma área hospitalar com recursos direcionados ao cuidado destes.

A equipe de saúde responsável por estas unidades de tratamento intensivo precisaram


se adaptar e se capacitar para desenvolver assistência com estes novos recursos
tecnológicos e tendendo pacientes de alto risco.

Alcântra e Marques apontam que neste contexto, cabe ao enfermeiro conhecer as


alterações que podem ocorrer em seu paciente para poder agir corretamente, ressaltando
que a assistência de enfermagem baseia-se em observação constante e avaliação correta.

Os cuidados no período pós-operatório têm início no momento em que o paciente sai


do centro cirúrgico e é encaminhado aos cuidados da unidade de terapia intensiva.
Esta assistência tem como meta detectar e prevenir complicações pós-operatória com o
intuito de obter uma rápida recuperação.

Figura 1. O leito da unidade de terapia intensiva deve proporcionar a monitorização adequada do paciente,

apresentando disponível monitor cardíaco e ventilador mecânico.

Fonte: <http://www.diariodafeira.com.br/noticia/4960/hospital-cleriston-andrade-ganhara-10-novos-leitos-de-uti>.

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PÓS-OPERATÓRIO NA UTI │ UNIDADE I

A assistência pós-cirúrgica consiste em:

»» Transferir o paciente da maca para a cama, posicioná-lo.

»» Aquecê-lo, se necessário.

»» Manter a função respiratória.

»» Observar nível de consciência, estado geral, quadro de agitação e outros


comprometimentos neurológicos.

»» Verificar anormalidades no curativo, como: secreção e presença de


sangramento.

»» Observar o funcionamento de sondas, drenos, cateteres e conectá-los às


extensões.

»» Controlar e anotar sinais vitais, bem como gotejamento de soro, sangue


ou derivados.

»» Verificar anotações do centro cirúrgico e executar a prescrição médica.

»» Promover conforto e segurança através de meio ambiente adequado, uso


de grades na cama, imobilização de mãos (se agitado).

»» Observar funcionamento e controlar os líquidos eliminados por sondas,


drenos etc.

»» Realizar mudança de decúbito de acordo com a evolução clínica:

»» Forçar ingesta líquida e sólida assim que a dieta for liberada.

»» Promover movimentação ativa, passiva e deambulação.

Sterinman, Figueiredo e Ramalho Júnior apontam ainda que o objetivo inicial é


estabelecer a oferta de oxigênio adequada para os órgãos vitais, para isso é necessário
seguir uma sequência de prioridades (avaliação inicial), que permite identificação e
tratamento imediato de alterações hemodinâmicas que podem ameaçar a vida (avaliação
primária). O tratamento inicial continua enquanto o paciente é avaliado (céfalo-caudal)
para uma completa valiação do paciente (avaliação secundária).

Na UTI, a abordagem ao paciente cirúrgico inclui etapas desde o exame primário até a
instituição dos cuidados definitivos e a vigilância em tempo integral pela enfermagem.
Conclui-se, portanto que dentro desse panorama de atendimento sistematizado a

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UNIDADE I │ PÓS-OPERATÓRIO NA UTI

UTI apresenta-se englobada e de maneira ativa, devendo haver a correta inserção e


preparação da equipe de enfermagem para a adequada assistência ao paciente cirúrgico,
visando um atendimento adequado a esta vítima. A monitorização contínua oferecida
pela equipe de enfermagem permite-lhe ser a primeira a detectar alterações no estado
do doente, por meio do exame primário e da monitorização contínua, assim como ser a
primeira a instituir medidas de reanimação.

Ao receber este paciente na UTI a equipe assistencial deve prezar para uma contínua
monitorização, avaliando o adequado suporte de oxigênio (por meio de avaliação
da gasometria seriada), bem como exame físico para identificar perfusão periférica.
O monitor deve ser continuamente observado, atentando-se aos parâmetros
hemodinâmicos por ele fornecidos.

Figura 2. Monitoração.

Fonte: <http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/7-duvidas-comuns-sobre-a-uti/502/>.

Alguns exames complementares podem ser realizados na beira do leito, outros exigem
transporte deste paciente, que só deve ser realizado após estabilização hemodinâmica,
se houver estrutura de transporte adequado com monitorização contínua.

Veja mais em: Monitorização Respiratória durante a Ventilação Mecânica,


Projeto Telemedicina UFG - GO. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=FPI_CmDSsfw>.

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CAPÍTULO 3
Monitoramento do paciente no
pós-operatório em UTI

A assistência de enfermagem aos pacientes que se submeteram a um procedimento


cirúrgico busca garantir uma recuperação segura, prevenindo, detectando e atendendo
às complicações que possam ocorrer como consequência do ato cirúrgico e/ou
anestésico.

Embora o alcance desse objetivo esteja relacionado às situações que envolvem o


paciente no período perioperatório como um todo, é fundamental que a unidade de
terapia intensiva consiga reunir recursos suficientes que assegurem a qualidade da
assistência de enfermagem no período pós-operatório.

O ato cirúrgico consegue alterar a homeostase do organismo, causando um desequilíbrio


hidroeletrolítico, modificando sinais vitais e a temperatura do corpo, independentemente
do tempo cirúrgico. Sendo assim, os cuidados de enfermagem na assistência ao paciente
no pós-operatório são direcionados no sentido de restaurar o equilíbrio homeostático,
prevenindo complicações.

O enfermeiro da unidade de terapia intensiva deve realizar a avaliação primária deste


paciente proveniente do centro cirúrgico quando admitido na unidade. Esta avaliação
incluirá as condições dos sistemas neurológico, respiratório, cardiovascular e renal;
suporte nutricional e de eliminações; dos acessos venosos, drenos; ferida cirúrgica;
posicionamento, dor, segurança e conforto destes.

A avaliação imediata consiste na observação de:

1. Sistema respiratório: a primeira prioridade nos cuidados ao paciente


no pós-operatório é estabelecer uma via aérea pérvia. Uma causa comum
de obstrução é a língua, que relaxa em decorrência dos agentes anestésicos
utilizados durante a cirurgia.

O paciente no pós-operatório será avaliado quanto à eficácia ventilação pulmonar,


sendo verificado a frequência respiratória, amplitude e ruídos. Também será observada
a presença de desconforto respiratório, que pode ser verificado pela presença de tiragem
intercostal, cornagem, batimentos de asa de nariz e uso da musculatura acessória. Uma
criteriosa percurssão e ausculta dos ruídos pulmonares devem ser realizadas para
detectar as complicações respiratórias o mais precocemente possível.

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UNIDADE I │ PÓS-OPERATÓRIO NA UTI

A ação de enfermagem pode ser simples como estimular o paciente a respirar fundo,
quando este não estiver em uso de ventilação mecânica. Além disso, para manter um via
aérea permeável, podem ser realizadas condutas como: mudar o paciente de decúbito;
estimular a tosse, apoiando a área da incisão cirúrgica, evitando-se o rompimento
da sutura; promover alívio para desconforto e dor; administrar oxigênio; estimular a
mobilização precoce no leito e a deambulação; verificar a consistência e o aspecto das
secreções; hidratar o paciente, se necessário; manter o nebulizador e o umidificador
com nível de água adequado.

Quando o paciente estiver em uso de ventilação mecânica a equipe de enfermagem


deve verificar a cânula oro / nasotraqueal ou de traqueostomia, para identificar se há
vazamento de ar pela cânula em virtude do “cuff” insuflado inadequadamente e ainda, se
há secreções em excesso na cavidade oral e fossas nasais. É fundamental uma contínua
avaliação dos gases sanguíneos, a fim de verificar anormalidades nas trocas gasosas.

2. Sistema cardiovascular: a instabilidade do sistema cardiovascular


pode ocorrer com frequência no período pós-operatório, isso porque
muitos agentes anestésicos exercem efeito depressivo sobre o coração e
o sistema vascular. São problemas comuns a hipertensão, hipotensão e
arritmias cardíacas.

Para uma contínua observação da função cardiovascular é necessário haver uma


monitorização do paciente em relação aos sinais de choque e hemorragia. Para isso,
este paciente deverá ser avaliado quanto aos sinais vitais, coloração da pele e mucosas,
temperatura, tempo de enchimento capilar (perfusão), verificação dos gases sanguíneos,
ausculta e percussão cardíaca.

A hipertensão neste caso pode ser definida como um aumento de 20 a 30% da pressão
basal do paciente e não é uma ocorrência incomum no pós-operatório imediato. Mais
comumente a hipertensão pós-operatória está relacionada à sobrecarga de fluidos,
aumento da atividade do sistema nervoso simpático ou hipertensão preexistente. Pode
aparecer como um episódio transitório, levando a consequências cardiovasculares e
intracranianas significantes. Após o diagnóstico, o tratamento agressivo está indicado.
Sinais e sintomas clínicos são os indicadores mais importantes da gravidade da
hipertensão: cefaleia, alterações do estado mental e dor.

A hipotensão pode ser definida neste caso como uma pressão 20% menor que a
pressão de base do paciente, que no paciente pós-operatório pode indicar
hipovolemia. Os sinais clínicos de hipotensão são: pulso rápido e filiforme, desorientação,
agitação, oligúria, pele fria e pálida. A hipotensão pós-operatória é atribuída a uma
redução da pré-carga, à contratilidade do miocárdio e à resistência vascular

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PÓS-OPERATÓRIO NA UTI │ UNIDADE I

sistêmica. O diagnóstico e tratamento são urgentes, porque a hipotensão prolongada


pode resultar em hipoperfusão de órgãos vitais e danos isquêmicos.

A maioria das arritmias dos pacientes em pós-operatório é a taquicardia (FC>100bpm)


e apresenta uma causa subjacente não relacionada ao miocárdio. São causas frequentes
desta arritmia: dor, hipoxemia, hipovolemia, aumento de temperatura e ansiedade.
A bradicardia sinusal (FC<60bpm) também pode ocorrer e está relacionada à
hipotermia, hipoxemia e anestesia.

Outra complicação pós-operatória é a perda excessiva de sangue. No paciente


pós-operatório isto pode ser consequência de uma doença preexistente (anemia,
distúrbio de coagulação, uso de aspirina), da idade avançada, de hemorragia no
intra-operatório ou de complicação pós-operatória. Os sinais e sintomas incluem
hipotensão postural, taquicardia, taquipneia, diminuição do débito urinário, pele fria
e pegajosa e diminuição do nível de consciência. Os dados laboratoriais abrangem
hemoglobina, hematócrito e provas de coagulação.

3. Sistema neurológico: ao realizar a avaliação neurológica do paciente


em pós-operatório o enfermeiro deve verificar: nível de consciência;
resposta à estimulação verbal e/ou a dor; tamanho das pupilas e sua
reação à luz; mobilidade dos membros. Este paciente pode apresentar
sonolência, desorientação e delírio. As causas variam de efeitos residuais
da anestesia à dor e ansiedade. É fundamental neste caso descartar
hipoxemia, pois ela é a causa mais comum de agitação no pós-operatório,
este procedimento pode ser realizado por meio da gasometria e exame
físico, avaliando perfusão tecidual.

4. Sistema renal: uma das prioridades durante e imediatamente após


a cirurgia é manter o paciente hidratado, a ingesta (seja oral ou via
endovenosa) deve ser rigorosamente registrada.

Alterações da função renal e do equilíbrio hidroeletrolítico também podem aparecer


logo após a cirurgia. Em decorrência do procedimento cirúrgico e o uso de anestésicos
há secreção de hormônio antidiurético e aldosterona, acarretando retenção hídrica.
Estima-se que o paciente em pós-operatório, com função renal normal, apresente um
débito urinário de aproximadamente 50 a 60 ml por hora.

Os principais objetivos do tratamento hidroeletrolítico no pós-operatório são:


manutenção do líquido extracelular e do volume sanguíneo dentro dos parâmetros
da normalidade (por meio da administração de quantidades suficientes de líquidos);
prevenção da sobrecarga hídrica, evitando-se, assim, insuficiência cardíaca congestiva
(ICC) ou edema pulmonar.
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UNIDADE I │ PÓS-OPERATÓRIO NA UTI

Ressalta-se que a manutenção hidroeletrolítica após a cirurgia exige uma avaliação e


intervenção do enfermeiro, evitando a sobrecarga hídrica conservando-se a pressão
arterial e o débito cardíaco e urinário adequados. As intervenções de enfermagem
incluem: avaliação de infusão, ingestão e eliminação adequadas de líquidos, verificação
da pressão arterial, pulsação, eletrólitos séricos e registro de ganhos e perdas. Débito
urinário menor que 30ml/h deve ser informado ao médico.

5. Suporte nutricional e de eliminação: é importante para o paciente


retornar o mais breve possível a sua dieta normal após o procedimento
cirúrgico, isso porque uma dieta normal promove o retorno precoce
da função gastrintestinal uma vez que, a mucosa intestinal renova-se
constantemente, sendo afetada pela disponibilidade de nutrientes e pelo
fluxo sanguíneo intestinal, sendo benéfico para a cicatrização da ferida
cirúrgica; além de diminuir o risco de passagem de bactérias e toxinas a
partir da luz intestinal para linfonodos mesentéricos, circulação portal e
órgãos sistêmicos.

Durante as primeiras 24 a 36 horas pós-cirurgia, cerca de 30% dos pacientes podem


apresentar náuseas e vômitos. Neste caso, o enfermeiro, para os pacientes com sonda
nasogástrica (SNG), verificará a permeabilidade e a drenagem; caso contrário colocará
o paciente em decúbito lateral para facilitar a drenagem, prevenindo broncoaspiração;
se necessário administrará antieméticos conforme prescrito. É importante não sedar
em excesso o paciente quando realizar a medicação para náuseas e vômitos.

6. Ferida cirúrgica: a manutenção de uma assepsia durante a cirurgia e


no período pós-operatório é fundamental para o processo de cicatrização.
Os fatores que afetam a cicatrização da ferida são a localização da incisão,
tipo de fechamento cirúrgico, estado nutricional, presença de doença,
infecção, drenos e curativos. O curativo pós-operatório tem como meta,
evitar a infecção da ferida.

Algumas horas após seu fechamento primário, o espaço é preenchido com exsudato
inflamatório e por volta de 48 horas, as células epiteliais marginais migram para a
superfície da ferida, isolando as estruturas profundas do meio externo. Ao término de
72 horas, o exame histológico mostra que a cobertura epitelial está intacta. Quando a
ferida cirúrgica é fechada primariamente, é recomendável que se retire o curativo da
incisão, nas primeiras 24 a 48 horas, pois nesse tempo ocorre a formação de um selo
fibrinoso que protege a ferida contra a penetração de bactérias.

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PÓS-OPERATÓRIO NA UTI │ UNIDADE I

7. Dor: a resposta do paciente à dor é um processo subjetivo. Por isso são


utilizadas escalas para que o paciente consiga expressar a intensidade da
dor que sente.

Com o objetivo de identificar a intensidade da dor do paciente o enfermeiro questiona


a respeito da localização, intensidade e qualidade da dor, aplicando medidas que visam
conforto, tais como, mudança de posição no leito e massagens. A necessidade de controle
da dor, por meio do uso de analgésicos narcóticos, é analisada pelo intensivista, e está
indicada quando escore maior ou igual a 5, nesta escala.

Figura 3. Agumas das escalas possíveis de aplicar para identificar a intensidade da dor.

Fonte: A Dor como 5 o sinal vital. Registo sistemático da intensidade da Dor. Disponível em: <http://www.esscvp.eu/Portals/0/
Dor%205%C2%BA%20Sinal%20Vital%20-%20Circular%20Normativa%20DGS.pdf>.

Muito utilizado para monitorizar o paciente crítico na unidade de terapia intensiva,


o cateter de swan – ganz, tem sido utilizado desde 1970, onde por meio da utilização
de transdutores eletrônicos, consegue obter parâmetros hemodinâmicos à beira
do leiro.

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UNIDADE I │ PÓS-OPERATÓRIO NA UTI

Figura 4. Aula de monitorização hemodinâmica invasiva.

Fonte:. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAevc4AB/aula-monitorizacao-hemodinamica-invasiva>

São alguns dos parâmetros obtidos quando em uso deste cateter, de acordo com Pereira
Júnior et al:

»» PAS (Pressão Arterial Sistólica) = 100 – 140 mmHg.

»» PAD (Pressão Arterial Diastólica) = 60-90 mmHg.

»» PSAP (Pressão Sist A. Pulmonar) = 15-30 mmHg.

»» PDAP (Pressão Diast. A. Pulmonar)= 4-12 mmHg.

»» PCP (Pressão de Capilar Pulmonar) = 2-12 mmHg.

»» PSVD (Pressão SIST. VD) = 15 -30 mmHg.

»» PDFVD (Pressão DIAST. FINAL VD) = 0-8 mmHg.

»» PVC (Pressão Venosa Central) = 0-8 mmHg.

»» DC (Débito Cardíaco) = VARIA COM SUPERFÍCIE CORPORAL – L /


min.

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PÓS-OPERATÓRIO NA UTI │ UNIDADE I

Quadro 1. Acompanhar o paciente em uso do cateter de swan-ganz permite a equipe multidisciplinar observar

os parâmetros acima apontados, definindo condutas de acordo com as variáveis obtidas.

Fonte: Pereira Júnior GA, et al. Monitorização hemodinâmica invasiva. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.br/1998/vol31n3/
monitorizacao_hemodinamica_invasiva.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2015.

Veja mais em: COLOCACIÓN CATÉTER DE SWAN-GANZ. Disponível em: <https://


www.youtube.com/watch?v=C0ZqFtBMGb4>.

23
ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM NO UNIDADE II
PÓS-OPERATÓRIO DO
PACIENTE CRÍTICO

CAPÍTULO 1
Cirurgia cardiovascular

Dentre as principais causas de morbidade e mortalidade da população mundial estão as


doenças cardiovasculares. No Brasil, não é diferente, as doenças cardíacas estão entre
as principais causas de mortalidade, acentuadas pela maior longevidade da população
e adoção de hábitos de vida com maior exposição a fatores de risco.

O tratamento das doenças cardiovasculares pode ser clínico ou cirúrgico. Ao avaliar


o paciente a cirurgia é indicada, quando a probabilidade de sobrevida é maior com
o tratamento cirúrgico do que com o tratamento clínico. De acordo com o objetivo
da cirurgia, quando indicada, as cirurgias cardíacas podem ser classificadas em
corretoras, relacionadas à correção de defeitos do canal arterial, septo atrial ou
ventricular; reconstrutoras, quando o objetivo é a revascularização do miocárdio ou
plastia das válvulas cardíacas e substitutivas que compreendem as trocas valvares e os
transplantes.

Com o progressivo aumento das doenças cardiovasculares na população e o avanço


tecnológico em seu tratamento, além da complexidade dos cuidados requeridos por
pacientes submetidos a cirurgias cardíacas, cuja condição de saúde sofre mudanças
constantes e abruptas, é fundamental que as intervenções de enfermagem sejam
imediatas e precisas, sendo necessário um planejamento prévio e cientificamente
fundamentado.

24
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

Figura 5. Cirurgia cardíaca.

Fonte: Disponível em: <http://www.hospitaldaluz.pt/pt/centros-multidisciplinares/centro-de-cirurgia-robotica-e-cirurgia-


minimamente-invasiva/cirurgia-cardiaca/>

Após o término da cirurgia, o paciente é transferido para a unidade de pós-operatório,


onde se recupera dos efeitos anestésicos e permanece por um período aproximado de 24
a 48 horas. No pós-operatório imediato a equipe de enfermagem planeja cuidados que
tem como objetivo a manutenção adequada da ventilação, oxigenação e estabilidade
hemodinâmica. É fundamental um rápido reconhecimento e intervenção, quando
ocorrem alterações hemodinâmicas do paciente, visto que o indivíduo submetido à
cirurgia cardíaca é frequentemente mais instável que outros pacientes cirúrgicos,
devido aos efeitos da circulação extracorpórea e da manipulação cardíaca.

Circulação Extra Corpórea (CEC): A CEC ou “bypass” cardiopulmonar corresponde


a uma forma mecânica de fazer circular e oxigenar o sangue do paciente, enquanto a
maior parte da volemia é desviada do coração e pulmão durante a cirurgia cardíaca. Antes
do início da CEC os circuitos da bomba são preenchidos com solução hidroeletrolítica
balanceada. Heparina é administrada através da CEC para evitar formação de coágulos
no circuito. Durante a CEC a temperatura corporal do paciente é reduzida até cerca de
280C, chegando a diminuir em 50% as necessidades de oxigênio dos tecidos, protegendo
os órgãos vitais de lesões isquêmicas. O sangue é reaquecido até a temperatura normal
antes do término da cirurgia. A hemodiluição é também utilizada para melhorar a
oxigenação tecidular, e o fluxo sanguíneo por meio da microcirculação sistêmica e
pulmonar durante a CEC. Solução de cardioplegia é reinfundida a intervalos regulares
durante a CEC para manter o coração arrefecido e parado, diminuindo, portanto, as
necessidades de oxigênio do miocárdio.

25
UNIDADE I │ PÓS-OPERATÓRIO NA UTI

Figura 6. Cirurgia de revascularização do miocárdio.

Fonte: Knobel, Elias. Cirurgia de revascularização do miocárdio: Disponível em: <http://www.knobel.com.br/site/ponte-de-


safena/>

Diante do exposto acima, as complicações inerentes ao uso da CEC são bem conhecidas.
Ela produz uma resposta inflamatória sistêmica liberando substâncias que prejudicam
a coagulação e a resposta imune; além de aumentar o tônus venoso; produzem grande
liberação de catecolaminas, alterações no fluído sanguíneo e estado eletrolítico; podem
acarretar também uma disfunção, lesão ou necrose celular do miocárdio. Essa resposta
inflamatória acarreta uma movimentação de fluídos do espaço intravascular para
o intersticial em razão das alterações na permeabilidade vascular e a diminuição na
pressão oncótica.

Figura 7. Representação esquemática da resposta imflamatória gerada pela circulação extracorpórea.

Fonte: (Adaptado de Wan et al. 1997). <http://www.rbccv.org.br/article/1326/pt-br/Circulacao-extracorporea-em-adultos-no-


seculo-XXI--Ciencia--arte-ou-empirismo->

26
PÓS-OPERATÓRIO NA UTI │ UNIDADE I

As alterações fisiológicas em decorrência da CEC são amplamente conhecidas, dentre


elas podemos citar:

Edema, complicações respiratórias, aglutinação leucocitária com deposição na


microcirculação, distúrbios neurológicos, lesão renal aguda, arritmias, síndrome de
baixo débito, sangramento pós-operatório, infecções e dificuldade no controle glicêmico
entre outros. Quanto maior o tempo de CEC, mais grave será o desequilíbrio fisiológico
do paciente e as complicações que poderão ser provocadas por esse procedimento.

Outra importante complicação a que o paciente submetido à cirurgia cardíaca sofre é o


sangramento. Esta tem sido um das grades complicações em cirurgia cardíaca, e neste
caso é fundamental diferenciar quanto a sua etiologia, se ela está ocorrendo por causa
do distúrbio de coagulação ou por hemostasia cirúrgica inadequada.

Quando se tratar de uma hemostasia inadequada, ou de alguma anastomose que


rompeu por exemplo, pode ser necessário uma reintervenção cirúrgica provocando um
aumento nos custos do tratamento, há um aumento em componentes e derivados do
sangue, aumento do tempo cirúrgico e pode estar ligado à maior tempo na unidade de
pós-operatório e internação hospitalar.

Os fatores de risco que levam os pacientes a desenvolverem sangramento são vários,


dentre eles podemos ressaltar cirurgia de urgência, choque cardiogênico, baixo Índice
de Massa Corpórea (IMC), idade superior a 74 anos, hematócrito e hemoglobina baixos
no pré-operatório, comorbidades como diabetes mellito, doença vascular periférica,
creatinina > 1,8mg/dl, albumina < 4g/dl, reoperações, tempo de uso de circulação
extracorpórea.

Diante do exposto até o momento, observa-se a necessidade do conhecimento sobre


a fisiologia e conhecimento científico do enfermeiro para desenvolver a assistência de
enfermagem adequada ao paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca.

Sendo assim, ao receber o paciente a equipe de enfermagem deve inicialmente posicionar


o paciente em decúbito dorsal, proporcionando retorno venoso adequado. Além disso:

O enfermeiro deve auscultar sons respiratórios, certificando-se da localização do


tubo endotraqueal, detectando um possível pneumotórax e secreções; providenciar
monitorização da oximetria de pulso; encaminhar solicitação de raio X e coletar
amostra de sangue para exames laboratoriais de rotina e gases sanguíneos arteriais, nos
primeiros 15 a 30 minutos da admissão; enzimas cardíacas, oito horas após a cirurgia.
É, também, atribuição do enfermeiro aferir o débito cardíaco, pressões de enchimento
e coletar gaso arteriovenosa assim que possível. Na presença de marca-passo, avaliar

27
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

a sensibilidade, amplitude e a modalidade de comando; observar se a frequência e o


ritmo estão ajustados. Os drenos do toráx e (ou) do mediastino devem ser colocados
em aspiração a vácuo em coluna d’água, (usualmente em aspiração com pressão de 20
cm de água); deverá mensurar e registrar a quantidade e característica da drenagem,
repetindo o procedimento de hora em hora. A drenagem dos tubos é considerada normal
até 100 ml nas primeiras 8 horas após a cirurgia. O paciente pode apresentar hematúria
em decorrência da hemólise durante a CEC. A temperatura, na admissão do paciente,
é frequentemente de 35 a 360C. Métodos considerados indicadores precisos para
controle de temperatura são: artéria pulmonar ou membrana timpânica. O paciente
será aquecido lentamente através de sistemas de aquecimento (mantas térmicas) para
prevenção de instabilidade hemodinâmica decorrente da rápida vasodilatação.

Cabe ressaltar que diante das possíveis complicações deste paciente, avaliando as
alterações fisiológicas que o indivíduo submetido à cirurgia cardíaca pode sofrer, o
enfermeiro deve traçar os diagnósticos de enfermagem pertinentes para desenvolver as
intervenções necessárias.

Em pesquisa desenvolvida por Pivoto et al foram levantados os principais diagnósticos


de enfermagem aplicáveis ao paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca, sendo
eles:

»» Troca de gases prejudicada.

»» Desobstrução ineficaz de vias aéreas.

»» Comunicação verbal prejudicada.

»» Mobilidade no leito prejudicada.

»» Integridade da pele prejudicada.

»» Hipotermia.

»» Hipertermia.

»» Débito cardíaco diminuído.

»» Perfusão tissular renal ineficaz.

»» Dor aguda.

»» Insônia.

»» Ansiedade.

28
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

Para os quais foram estabelecidas características definidoras e fatores relacionados e os


outros três:

»» Risco de infecção.

»» Risco de desequilíbrio do volume de líquidos.

»» Risco de glicemia instável, como diagnósticos de risco e estabelecidos os


respectivos fatores de risco.

Veja mais em: Cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=wD5GO2rs36Y>.

29
CAPÍTULO 2
Neurocirurgia e cirurgia de cabeça e
pescoço

A circulação cerebral é mantida pelo sistema carotídeo, que é responsável pela “irrigação
dos três quartos anteriores dos hemisférios cerebrais, através das artérias cerebrais
anterior”; e o sistema vertebrobasiliar, “que vasculariza o tronco cerebrais por meio da
artéria cerebral posterior (ACP)”. A apresentação clínica e a evolução de pacientes com
lesões nos territórios destes dois sistemas diferem substancialmente, sendo importante
sua distinção precoce. Temos uma grande variedade de apresentações clínicas quando
se trata de uma lesão isquêmica secundária a oclusão de uma artéria cerebral ou seus
ramos. O tamanho do vaso afetado vai definir a existência e o grau de fluxo sanguíneo
colateral na área afetada, portanto a extensão da lesão final.

Veja as ilustrações do início de uma monitorização para realizar cirurgia neurológica:

Figura 8. Calibração pré-operatória do sistema de navegação.

30
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

Figura 9. Identificação do sio frontal, obliterado e sem parâmetros anatômicos pelas cirurgias prévias.

Fonte: Stamm AC, et al. Cirurgia Endoscópica Nasossinusal e da Base do Crânio Guiada por Computador. Rev. Bras.
Otorrinolaringol. vol.68 n o 4 São Paulo July/Aug. 2002

Nesse contexto cabe ressaltar que a circulação cerebral recebe aproximadamente 15%
do débito cardíaco ou 750 mL por minuto. O cérebro não armazena nutrientes e possui
uma elevada demanda metabólica que exige o alto fluxo sanguíneo. O trajeto sanguíneo
do cérebro é o único porque ele flui contra a gravidade; suas artérias se enchem de
baixo para cima e suas veias drenam de cima para baixo.

Com este breve texto acima é possível mensurar que a neurocirurgia é possivelmente a
especialidade mais diversa, complexa e desafiadora em cirurgia. A cirurgia do cérebro
é realizada para traumatismos cranianos, tumores, distúrbios vasculares, hidrocefalia,
epilepsia e Parkinson. Além disso, trata distúrbios da coluna e distúrbios dos nervos
periféricos.

O período pós-operatório inicia com a admissão do paciente na unidade de cuidados


pós-anestésicos e termina com a evolução de acompanhamento na unidade clínica ou no
domicílio. De acordo com Knobel, as complicações no pós-operatório de neurocirurgia
podem ser divididas em encefálicas (isquemias, hemorragias, convulsões, hipertensão
intracraniana, hidrocefalias, vasoespasmo) e não encefálicas (complicações cardíacas,
pulmonares, infecções, trombose venosa profunda (TVP) e embolia etc.).

31
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

O paciente em pós-operatório neurológico deve ser mantido na unidade de terapia


intensiva e o principal objetivo do intensivista no pós-operatório neurocirúrgico é evitar
as lesões secundárias (hipotensão, hipoxia, sepse, embolia gasosa, vasoespasmos, lesões
vasculares, hipertensão intracraniana), pois estas influenciam de maneira decisiva na
morbimortalidade neurocirúrgica.

Os enfermeiros que atuam com o cliente de neurocirurgia ao longo do tempo apreendem


conhecimentos que o permitem avaliar o cliente e identificando os diagnósticos de
enfermagem com base nos sinais e sintomas observados.

A avaliação clínica de enfermagem consiste em uma atividade do enfermeiro, que planeja


a assistência, supervisiona e executa os cuidados mais complexos. Fazer uma avaliação
consiste, portanto, em uma atividade legal dos enfermeiros e pressupõe competência
que envolve inteligência, conhecimento, experiência e intuição no relacionamento
com o cliente e a família. O enfermeiro, ao avaliar o cliente, usa a semiologia e a
semiotécnica; que consiste no levantamento e estudo de dados significativos, expressos
pelas respostas bio-psico-sócio-espirituais e informações provenientes de condutas
(exames, medicamentos e cirurgias), que vão servir de subsídios para a elaboração dos
diagnósticos de enfermagem em neurocirurgia. Cabe também o destaque para o exame
físico, enquanto um importante instrumento utilizado pelo enfermeiro para coletar
dados e analisar as informações do cliente. Logo, contribui para analisar o estado de
saúde, diagnosticar as necessidades de cuidado, formular plano cabível, bem como
implementar e avaliar a efetividade deste.

Os diagnósticos de enfermagem são desenvolvidos a partir da interpretação e análise


das informações do paciente para determinar se há problemas específicos (reais) ou em
potencial (risco de) que a enfermeira precisa para desenvolver o plano de cuidados. São
alguns dos diagnósticos de enfermagem possíveis para os pacientes em pós-operatório
neurológico e de cabeça e pescoço:

»» Ansiedade relacionada à cirurgia ou com os resultados cirúrgicos.

»» Conhecimento deficiente em relação aos exames e procedimentos


cirúrgicos.

»» Risco de padrão respiratório ineficaz relacionado com a localização do


tumor, posição cirúrgica ou efeitos da anestesia geral.

»» Risco de hipotermia.

»» Risco de lesão pelo posicionamento perioperatório.

32
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

Diante dos diagnósticos de enfermagem traçados são planejadas as intervenções.


Os cuidados de enfermagem a pacientes em pós-operatório neurológico e cirurgia
de cabeça e pescoço requerem um intenso monitoramento de sinais vitais, gases
sanguíneos e exames laboratoriais. É essencial nesta e nas fases subsequentes atenção
às necessidades de conforto, nutrição e comunicação.

A obstrução das vias aéreas é uma das mais sérias complicações no pós-operatório.
Sintomas de inquietação ou dispneia, taquicardia e taquipneia indicam que as vias
aéreas estão obstruídas. Esta pode ser uma resposta ao edema ou hemorragia. Deve-se
manter nebulização contínua para facilitar a respiração e fluidificação das secreções,
realizar aspiração do estoma, nariz e boca, com sondas maleáveis e não traumáticas.
Quando em uso de ventilação mecânica, avaliar os valores de gasometria para identificar
eficácia da ventilação.

Pode ser necessária em alguns casos a imobilização da cabeça e pescoço para evitar a
flexão e hiperextensão, com resultante tensão e edema na linha de sutura. O paciente
deve ser posicionado em semi-fowler baixa, com a cabeça elevada cerca de 3° graus.
Esta posição promove a drenagem das secreções, reduz o edema, evita a compressão
nas linhas de sutura e facilita as respirações. Mobilizar, estimular a tosse e respiração
profunda são essenciais para evitar atelectasias e pneumonia hipostática.

A troca de curativos deve ser diária ou sempre que necessário para manutenção da ferida
operatória seca e limpa, com intuito de evitar infecções, o que complicaria o quadro
clínico postergando alta hospitalar, deixando o paciente sujeito a outras complicações
em decorrência da internação prolongada.

Veja mais em: NEUROCIRUGIA. Disponível em: <https://www.youtube.com/


watch?v=XVWPfMiXuBY>.

Veja mais em: NEUROCIRUGIA. Disponível em: <http://www.sbn.com.


br/files/downloads/publicacoes/arquivos-brasileiros-de-neurocirurgia/
arqbrneuro31_4.pdf>.

33
CAPÍTULO 3
Cirurgia oncológica

De acordo com o apontado pelo Hospital Albert Einstein, cirurgia oncológica é uma das
ferramentas mais importantes no tratamento do câncer. É definido neste caso como a
retirada do tumor, obedecendo a todos os princípios oncológicos que envolvem: desde
o conhecimento sobre a doença e seu desenvolvimento, a retirada do tumor com os
cuidados necessários para não deixar que a doença se espalhe durante o ato cirúrgico,
a retirada de todos os locais para onde a doença possa ter se espalhado – incluindo
linfonodos e, em alguns casos, outros órgãos, decisão que pode ser tomada durante o
procedimento cirúrgico.

O câncer classificado como uma doença crônico-degenerativa pode levar os pacientes


e familiares a um grande desafio na adaptação, pois o prognóstico da doença e o
tratamento definido representam uma ameaça à saúde e à integridade do corpo.
A incidência e índices de mortalidade são cada vez mais elevados e, embora afete todas
as faixas etárias, é significativamente maior em pessoas com mais de 65 anos de idade,
sendo que os homens sofrem maior incidência de câncer do que as mulheres.

Após a definição do diagnóstico, a estratégia no tratamento do câncer tem no


estadiamento uma de suas peças fundamentais. Apesar de todos os esforços das
comissões envolvidas, falhas existem, e o sistema TNM (Tumor, linfoNodo e Metástase)
vem sendo atualizado.

Para definição do estadiamento, utilizando o sistema TNM para descrever a extensão


anatômica da doença, está baseado na pesquisa de três componentes: T – extensão do
tumor primário; N – ausência ou presença e extensão das metástases em linfonodos
regionais; M – ausência ou presença de metástases a distância.

Nesta definição da doença e estadiamento, o cirurgião tem papel de grande importância


no tratamento do paciente com câncer. O tratamento vai ser definido para uso de drogas
ou pela cirurgia. A cirurgia pode ter caráter paliativo (ressecção parcial, by-pass,
derivação etc.) ou ser curativa.

A ressecção curativa é aquela em que todo o câncer visível é removido


e as margens cirúrgicas são microscopicamente livres de lesão. Um
limite macroscópico de 2 cm pode ser suficiente em uma margem da
ressecção, mas pode ser necessária uma distância maior em outra
margem. Na cirurgia radical, além de os preceitos de cirurgia curativa

34
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

serem atingidos, é acrescida a ressecção concomitante de órgãos ou


regiões contíguas ou contínuas.

Esogafectomia para tratamento de metástase


de melanoma

Figura 10. O produto de esofagectomia (retirada do esôfago) para tratamento de metástase de melanoma.

Figura 11. O produto de esofagectomia (retirada do esôfago) para tratamento de metástase de melanoma.

Fonte: <http://www.ricorhp.com.br/artigos-detalhe.php?idArtigo=4183>

35
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

O paciente submetido à cirurgia oncológica, em sua maioria absoluta, é encaminhado


para unidade de terapia intensiva. A assistência de enfermagem tem como objetivo
principal a manutenção dos parâmetros hemodinâmicos, oferta adequada de oxigênio,
visto que quando o paciente é submetido à anestesia geral, a depressão respiratória pode
ocorrer até o completo reestabelecimento do indivíduo no procedimento anestésico.

Sendo assim, alguns dos objetivos da assistência de enfermagem são: estabelecer


critérios e práticas para orientar os cuidados de enfermagem, com a finalidade de
prevenir, detectar e intervir nas complicações clínicas. Para atingir tal objetivo alguns
cuidados desenvolvidos pela equipe ao receber o paciente são:

Transferir da maca para o leito; Instalar monitorização cardíaca e


oximetria de pulso; Posicionar a cabeça alinhada com o corpo para
facilitar o retorno venoso; Verificar as condições do acesso venoso,
hidratação e drenos; ¾ Verificar condições do curativo, que será trocado
24horas após o ato cirúrgico, pela equipe médica da neurocirurgia;
Verificar condições de permeabilidade de TOT, se entubada; Verificar
sinais vitais 3/3horas. Instalar controle hídrico; Cuidados com a
integridade cutânea, Realizar a evolução de enfermagem29.

Os diagnósticos de enfermagem são desenvolvidos a partir da avaliação inicial do


paciente, ao recebê-lo na UTI e a cada 24 horas, a partir desta avaliação são desenvolvidos
os planos de assistência ao paciente. A monitorização hemodinâmica, como em qualquer
outro procedimento cirúrgico, é fundamental.

Em pesquisa desenvolvida por Prá e Piccoli, foram apontados os principais diagnósticos


de enfermagem possíveis ao paciente em pós-operatório cirúrgico oncológico, sendo
alguns deles:

»» Risco para função respiratória alterada: estado em que o indivíduo está


em risco de apresentar uma ameaça à passagem de ar do trato respiratório
e à troca de gases (CO2 – O2) entre os pulmões e o sistema vascular.

»» Alto risco para infecção: é um estado em que o indivíduo apresenta o


risco de ser invadido por um agente oportunista ou patogênico.

»» Risco para trauma: está relacionado ao risco acentuado de lesão tecidual


acidental (por exemplo, ferida, queimadura e fratura).

»» Risco para aspiração: significa estar em risco de entrada de secreções


gastrintestinais, secreções orofaríngeas, sólidos ou fluído nas vias
traqueobrônquicas.

36
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

»» Risco para temperatura corporal desequilibrada (Hipotermia): está


relacionado a “estar em risco de não conseguir manter a temperatura
corporal equilibrada”.

Observe que na maioria dos diagnósticos traçados, a observação e a monitorização


hemodinâmica do paciente permite prevenção e tratamento precoce das possíveis
complicações pós-operatórias deste indivíduo, por meio de gasometrias, mobilização
do leito, realização de curativos diários ou de acordo com a necessidade.

Veja mais em: Programa de autoavaliação em cirurgia oncológica. Disponível


em: <https://www.cbc.org.br/wp-content/uploads/2013/05/Ano1-IV.Cirurgia-
oncologica.pdf>.

37
CAPÍTULO 4
Cirurgia ortopédica

A cirurgia ortopédica vem se tornando mais frequente e mais complexa nos últimos
anos. A evolução tecnológica de próteses, equipamento e procedimentos anestésicos,
associada ao envelhecimento populacional, fez que com ocorresse um aumento
significativo no número de cirurgias ortopédicas.

A condição clínica pré-operatória varia conforme o tipo de afecção do paciente, o que


interfere diretamente nas possíveis complicações no pós-operatório. É difícil conseguir
comparar o paciente avaliado no consultório/ambulatório no preparo de uma cirurgia
eletiva ou mesmo de grande porte, como as próteses totais de quadril ou joelho, com
aquele atendido no pronto-atendimento em condição cirúrgica de urgência após uma
fratura ou trauma.

Com uma adequada avaliação no momento pré-operatório do paciente pode identificar


limitações orgânicas individuais preexistentes e o cuidado quanto à possibilidade
de complicações cirúrgicas, como: trombose venosa profunda, embolia pulmonar,
complicações cardiológicas e respiratórias, indicação e risco da transfusão de sangue,
infecções, delírio e demência devem acompanhar sempre a atenção clínica que se presta
a um idoso em perioperatório.

A avaliação pré-operatória procura identificar e quantificar os possíveis fatores de risco


e tomar atitudes para, se possível, corrigir ou prevenir as complicações relacionadas no
pós-operatório.

Algumas das principais complicações destes pacientes no pós-operatório ortopédico


seriam:

»» Trombose venosa profunda: devido longo período imobilidade.

»» Tromboembolismo pulmonar: em decorrência de problemas


circulatórios.

»» Alterações de função renal: as comorbidades, especialmente o


diabetes, a hipertensão e a insuficiência cardíaca agravam o risco de
insuficiência renal no pós-operatório.

»» Problemas pulmonares: alterações de deglutição aumentam o risco


de disfagia orofaríngea; diminuição do reflexo de tosse implica em

38
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

menor proteção das vias aéreas; alterações de tecido conjuntivo causam


deformidades alveolares.

» » Delirium: é uma complicação frequente no pós-operatório.


Aproximadamente 30% dos pacientes, quando idosos, internados
desenvolvem quadro de delirium.

»» Alterações nutricionais.

»» Infecção: no caso das infecções associadas às intervenções ortopédicas,


as complicações são potencializadas pela dificuldade de acesso antibiótico
ao tecido ósseo e à cronicidade de suas complicações que pode exigir
novas e repetidas intervenções, como a retirada do material de prótese
ou síntese.

Vejamos as ilustrações abaixo da exploração em sindesmoses:

Figura 12. Duas Incisões foram usadas para reduzir a fratura fibular e sindesmose; a sindesmo foi acessada

anteriormente por meio de uma incisão longitudinal de 2-3cm.

Figura 13. Dissecção para visualizar interrompido tibiofibular interior e anterior. O resíduo do ligamento anterior
tibiofibular inferior é refletido medialmente e todo o tecido fibroso interposto na articulação distaltibiofibular é
extirpado (A). O fragmento distal da fíbula é tirado distalmente e girado internamente usando-se uma pinça

pequena em uma fratura fibular (B) e em fratura fibular distal (C).

39
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

Figura 14. Radiografia AP e lateral (A) mostrando uma fratura da fíbula fragmentada combinada com fratura

medial maleolar e avulsão da sindesmose. A exploração da estabilização de sindesmose foi obtida por um

parafuso pequeno arame K e sutura de ATiFL (B, C). Nesses casos os maléolos mediais e laterais são fixados aos

sindesmos e então é testada. Doze semanas após a operação, as fraturas foram curadas (D) e o paciente podia

caminhar e ficam em pé sem desconforto (E).

Fonte: Yang Y, et al. Exploração operatória e redução de sindesmose em lesão de tornozelo de Weber tipo C. Acta ortop.
bras. vol.21 n o2 São Paulo Mar./Apr. 2013.

Ao receber este paciente na unidade de terapia intensiva, são alguns dos cuidados no
pós- operatório ortopédico:

1. Monitorar o estado neurovascular e tentar eliminar a tumefação causada


por edema e sangramento para dentro dos tecidos.

2. Imobilizar a área afetada e eliminar a atividade a fim de proteger o local


operado e estabilizar as estruturas músculo esqueléticas.

3. Monitorar quanto à hemorragia e choque, que podem resultar de um


sangramento significativo e de uma hemostasia precária dos músculos
que ocorre com a cirurgia ortopédica.

40
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

A partir dos diagnósticos apontados, as intervenções de enfermagem neste paciente


poderiam ser:

1. Monitorando quanto choque e hemorragia.

2. Promovendo um padrão respiratório eficaz.

3. Monitorando o estado neurovascular periférico.

4. Aliviando a dor.

5. Prevenindo infecção.

6. Minimizando os efeitos da imobilidade.

7. Proporcionando cuidados adicionais de enfermagem.

Em uma pesquisa desenvolvida por Hayashi e Garanhani, os enfermeiros da


UTI foram questionados sobre os cuidados de enfermagem no pós-operatório de
pacientes submetidos à cirurgia ortopédica. E convergindo com os cuidados acima
relacionados, os depoimentos apontaram que a assistência estava direcionada com
atenção especial ao

exame físico, escala de dor, observação de sangramento e procedimentos


como curativos, aparelho ortopédico, sinais de complicações,
intervenções em relação à alimentação e eliminação. Quanto à
higienização, mudança de decúbito, sinais vitais e, cabeceira elevada
foram cuidados referidos como constantes com o paciente ortopédico.

No pós-operatório, independentemente da especificidade do ato cirúrgico, são realizados


cuidados gerais, como a transferência do paciente da maca para a cama da enfermaria;
posicionamento adequado conforme a cirurgia; controle térmico; manutenção da função
respiratória; observação do estado geral; verificação de anormalidades no curativo;
observação do funcionamento de sondas, cateteres e drenos; controle dos sinais vitais;
promoção de conforto e segurança por meio de meio ambiente adequado; realização
de mudança de decúbito; promoção de movimentação ativa e passiva; deambulação; e
orientação da família para a alta.

Uma peculiaridade destaca ao cuidado de enfermagem obtida pelos autores, específica


para a assistência ao pós-operatório de cirurgia ortopédica se encontram o uso da tala
gessada, pois quando mal utilizada fere o paciente.

41
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

A assistência de enfermagem pós-operatória tem como objetivo a melhor reabilitação


do paciente cirúrgico. Além disso, com os avanços tecnológicos na área ortopédica,
a utilização de dispositivos implantáveis tem minimizado o desconforto do paciente,
melhorando a qualidade de vida em relação ao déficit de mobilidade.

Veja mais em: Caderno de enfermagem em ortopedia. Disponível em: <http://


bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_enfermagem_ortopedia_
v2.pdf>.

42
CAPÍTULO 5
Cirurgia plástica

Existe uma tendência mundial para maximizar os resultados cirúrgicos, e reduzir as


complicações dos procedimentos cirúrgicos e anestésicos.

Embora a cirurgia plástica eletiva seja um procedimento relativamente seguro, este


procedimento apresenta taxa de mortalidade 1 em 50.000, sendo que dentre estes
2/3 estão relacionadas a complicações respiratórias, como consequência de trombose
venosa e embolia pulmonar, sendo necessário nestes casos uso de anticoagulantes, o
que acarreta um aumento no risco de complicações hemorrágicas.

São alguns dos fatores de risco para complicações anestésicas, não só para a cirurgia
plástica, como para qualquer procedimento cirúrgico: o estado físico, comorbidades
respiratórias, tabagistas e/ou ex-tabagistas, além da duração da anestesia.

Ainda é importante caracterizar que algumas pacientes realizaram cirurgias


concomitantes, como por exemplo, lipoaspiração mais implante de silicone. Essa
realidade de acordo com Jatene e Barbosa “sabemos que a prática de cirurgias
combinadas aumenta a morbidade, levando a maior tempo de internação, maior índice
de transfusão sanguínea no intra e pós-operatório, maior incidência de infecções graves
e tromboembolismo”.

Souza et al em uma pesquisa buscaram avaliar as vantagens e desvantagens entre a


lipoabdominoplastia e a abdominoplastia, chegando aos seguintes apontamentos:

Fonte: Souza SC, et al. Lipoabdominoplastia no tratamento de anormalidades estéticas do abdome. Revista Brasileira de
cirurgia plástica. v24. n o 3. 2009. Disponível em: <http://www.rbcp.org.br/detalhe_artigo.asp?id=501>

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UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

O pós-operatório imediato do paciente inclui várias das recomendações já enumeradas


das quais se devem lembrar:

1. Manutenção da higiene e hidratação constante da mucosa oral, a fim de


preservar sua integridade.

2. Manter a cabeceira do paciente elevada em 30°C auxilia a drenagem de


líquidos ou sangue, que devem ser inspecionados frequentemente.

3. A alimentação inicial dependerá da via de abordagem utilizada no


procedimento cirúrgico.

Independentemente de qual procedimento cirúrgico é submetido o paciente, estará


sempre presente a preocupação de prevenir as complicações. Também estão implícitos
os cuidados com as feridas operatórias produzidas, as quais receberão a atenção julgada
melhor para cada caso.

O pós-operatório imediato é o período mais crítico para o cliente, sendo necessária


uma maior vigilância por parte dos profissionais de enfermagem, bem como de toda
a equipe transdisciplinar envolvida nos cuidados. De fato, as ações de enfermagem no
pós-operatório imediato buscam fundamentalmente a promoção e a manutenção dos
parâmetros e das funções orgânicas vitais. A enfermagem deve:

»» Promover a manutenção das vias aéreas.

»» Controlar o equilíbrio hemodinâmico.

»» Controlar balanço hídrico.

»» Controlar a dor.

»» Promover conforto.

Sabe-se que no pós-operatório mediato, ou seja, no período após 24 horas após a


realização o procedimento cirúrgico, os riscos de complicações em sistemas vitais ainda
estão presentes, mas são bem menores do que no momento anterior.

A monitoração e o controle dos parâmetros vitais continuam sendo de fundamental


importância, principalmente nos casos de grandes cirurgias ou na presença de
complicações. Nesse período a equipe de enfermagem deve:

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

»» Promover a deambulação precoce.

»» Realizar a higienização pós-cirurgia.

»» Realizar o curativo cirúrgico.

Quanto ao período pós-operatório tardio, sabe-se que é difícil sua determinação precisa.
Geralmente se relaciona com o desaparecimento dos achados clínicos (dor, mal-estar,
instabilidade dos sistemas orgânicos) relacionados com o procedimento cirúrgico
realizado. As condições de evolução do processo de cicatrização da ferida cirúrgica,
bem como o restabelecimento da função orgânica proporcionada pelo tratamento
cirúrgico, poderão ser utilizadas didaticamente para determinar o início desse período
pós-operatório.

Os objetivos da assistência de enfermagem são: identificar, prevenir e tratar os


problemas comuns aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, laringite
pós-entubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, flebite pós-venóclise e
outros, com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio.

Uma complicação muito comum nas cirurgias plásticas são as gastrintestinais,


demonstradas por meio das náuseas e vômitos. Os efeitos colaterais dos anestésicos e
a diminuição do peristaltismo ocasionam distensão abdominal, acúmulo de líquidos e
restos alimentares no trato digestório; por isso estes sintomas podem estar presentes.
Condutas como colocar o paciente em decúbito lateral ou com a cabeça lateralizada
para facilitar a drenagem do vômito pela boca podem ser necessárias. Para os
pacientes com sonda nasogástrica, abrir a sonda e, mantendo-a aberta, proceder à
aspiração para esvaziar a cavidade gástrica. Quando prescritos os antieméticos devem
ser administrados, passar a sonda nasogástrica (mantendo-a aberta) e aspirar mais
frequentemente o conteúdo gástrico, de acordo com as orientações da enfermeira e/ou
médico.

A maioria dos pacientes submetidos à cirurgia plástica chega à UTI com drenos, estes
têm a finalidade de transferir conteúdos entre o meio interno (subcutâneo) e o exterior
para prevenção de acúmulo de líquido após a cirurgia ou da remoção de pus, sangue,
serosidade e outros fluidos.

45
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

Figura 15. Drenagem abdominal com dreno de Penrose No 3. Pós-operatório imediato da LAP, resultando em

contorno abdominal harmonioso, depressão umbilical mediana, equimose em flanco direito e sutura suprapúbica

transversa baixa. A seta mostra o segmento exteriorizado do dreno de Penrose.

Fonte: Souza SC, et al. Lipoabdominoplastia no tratamento de anormalidades estéticas do abdome. Revista Brasileira de
cirurgia plástica. v24. n3. 2009. Disponível em: <http://www.rbcp.org.br/detalhe_artigo.asp?id=501>

Na maioria dos casos, os drenos utilizados para este tipo de cirurgia são o de penrose e
o tubular.

São cuidados de enfermagem para os pacientes com dreno penrose:

»» É preso na pele por um ponto de sutura ou mantido com um alfinete de


segurança, então na troca de curativos o cuidado precisa ser elevado para
não tracioná-lo ou deslocar.

»» O dreno deve ser tracionado 1 cm por dia.

»» Atenção: deslocamento precoce, irritação da pele pela umidade da


secreção, podem indicar necessidade de retirada precoce.

»» Uso: em locais de difícil inserção de outros drenos (axilas, pescoço, face).

Já os drenos tubulares:

»» Usados para drenagens não maiores do que 200 ml/dia.

»» Sistema de drenagem fechado sanfonado que emprega sucção constante


sob baixa pressão negativa. Ex.: hemovac, portovac.

»» Preso na pele por um ponto de sutura e exteriorizado em uma incisão


específica.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

»» Remoção: quando volume drenado for < 30 ml/dia (4o - 5o dia pós-
operatório).

»» Complicações: obstrução, deslocamento, infecção, necrose da pele.

»» Cuidados: controle da drenagem, controle da pressão, curativo diário do


local de inserção.

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CAPÍTULO 6
Cirurgia bariátrica

Considera-se a obesidade como uma doença crônica, que tem como principal
característica o aumento do peso corporal, em decorrência do acúmulo excessivo de
tecido adiposo. Hoje é considerada uma epidemia afetando mais de 300 milhões de
pessoas em todo mundo.

Alguns fatores são atribuídos ao acúmulo de gordura e geram a obesidade: alterações


endócrinas, metabólicas, genéticas, ambientais, psicológicas. Entretanto, aponta-se como
um dos maiores responsáveis pelo aumento do peso a mudança dos hábitos alimentares,
onde ocorre o desequilíbrio entre ingestão e gasto energético.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade é baseada no índice de


massa corporal (IMC), assim considera que o IMC encontra-se acima de 30 kg/m2.
Quanto à gravidade são classificados em três níveis: sobrepeso, obesidade e obesidade
mórbida. O sobrepeso ou grau I o IMC está entre 30 e 34,9 kg/m2, obesidade ou grau
II quando o IMC está entre 35 e 36,9 kg/m2 e obesidade mórbida ou grau III quando o
IMC ultrapassa 40 kg/m2.

Alguns tratamentos são destinados aos pacientes obesos, como reeducação alimentar,
uso de medicamentos para inibir o apetite, e por fim, o tratamento definitivo que seria
a redução do estômago, denominado gastroplastia.

A gastroplastia é um processo cirúrgico que reduz o espaço do estômago, fazendo com


que ocorra uma redução de ingesta total do paciente (com restrição mecânica gástrica
provocando sensação da saciedade precoce) e/ou absorção total ou seletiva do conteúdo
alimentar ingerido.

De acordo com Brandalise et al, as cirurgias bariátricas podem ser diferenciadas da


seguinte forma:

Tipos e técnicas de cirurgia bariátrica

As cirurgias bariátricas podem ser diferenciadas pelo seu tipo de mecanismo de


funcionamento. São três os tipos de procedimentos básicos da cirurgia bariátrica, que
podem ser feitos por abordagem aberta ou por videolaparoscopia:

»» Restritivos: que diminuem a quantidade de alimentos que o estômago


é capaz de comportar.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

»» Disabsortivos: que reduzem a capacidade de absorção do intestino.

»» Técnicas mistas: com pequeno grau de restrição e desvio curto do


intestino com discreta má absorção de alimentos.

Quanto às técnicas das cirurgias bariátricas, elas


podem ser:

ByPass gástrico

O paciente submetido a este tipo de cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial. Nesse
procedimento é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para
o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que
dão saciedade e diminuem a fome. Essa somatória entre menor ingestão de alimentos
e aumento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e
outras doenças, como a hipertensão arterial.

Figura 16.

Fonte: <https://gastroplastianossavitoria.wordpress.com/2014/02/12/tipos-e-tecnicas-de-cirurgia-bariatrica/>

Banda gástrica ajustável

Utilizada em uma proporção bem menor do que o bypass gástrico, e apesar de não
promover mudanças na produção de hormônios como o bypass, essa técnica é bastante
eficaz quando o objetivo é a perda de peso (20% a 30% do peso inicial). Instala-se um
anel de silicone inflável ajustável ao redor do estômago, que aperta mais ou menos o
órgão, tornando possível controlar o esvaziamento deste.

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UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

Figura 17.

Fonte: <https://gastroplastianossavitoria.wordpress.com/2014/02/12/tipos-e-tecnicas-de-cirurgia-bariatrica/>

Gastrectomia vertical

E por fim temos a gastrectomia vertical. Nesse procedimento, o estômago é transformado


em um tubo, com capacidade de volume reduzido, de 80 a 100 mililitros (ml). Essa
intervenção provoca boa perda de peso, comparável à do bypass gástrico e maior que
a proporcionada pela banda gástrica ajustável. Tem boa eficácia sobre o controle da
hipertensão e de doenças dos lípides (colesterol e triglicérides).

Figura 18.

Fonte: <https://gastroplastianossavitoria.wordpress.com/2014/02/12/tipos-e-tecnicas-de-cirurgia-bariatrica/>

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

Cabe destacar que quando o paciente se submete a uma gastroplastia, não significa
remover o tecido adiposo por sucção ou excisão, visa reduzir o reservatório gástrico,
conseguindo com isso diminuir sua capacidade, associando ou não métodos que
provocam diminuição na absorção dos nutrientes.

O cuidado na unidade de terapia intensiva destinado ao pós-operatório de cirurgia


bariátrica está voltado para os cuidados das possíveis complicações causadas pela
imobilização a que este paciente se submete no pós-operatório. Estes cuidados
desempenham um papel decisivo na chance de sobrevida dos pacientes que estão
gravemente doentes ou foram submetidos à cirurgia de grande porte. O objetivo da UTI
é recuperar ou manter as funções fisiologias do paciente.

Uma das principais complicações inerentes ao paciente que se submeteu a uma cirurgia
bariátrica é a infecção da ferida, que pode ocorrer principalmente devido ao suprimento
inadequado de tecido adiposo, e outros fatores que contribuem para infecção como de
umidade na pele em excesso, acúmulo de bactéria nas dobras cutâneas próximo à ferida
e deiscência da sutura. Sendo assim, é imperiosa a troca de curativos pela equipe de
enfermagem a cada 24 horas ou quando necessário, com intuito de evitar acúmulo de
umidade e bactérias para evitar a infecção da ferida operatória.

Entretanto, merece destaque como um cuidado a este paciente em pós-operatório


com obesidade mórbida, são as complicações causadas devido à imobilização
no pós-operatório, que podem causar: trombose venosa profunda (TVP),
tromboembolismo pulmonar (TEP), insuficiência respiratória, e integridade cutânea
prejudicada (úlcera de pressão).

Uma complicação rara que pode comprometer este paciente é a rabdomiólise, causada
pela compressão prolongada dos músculos durante a cirurgia. Os fatores de risco são o
tempo de cirurgia e a posição do paciente durante a cirurgia.

Segundo Barth e Jenson, chama atenção que muitos pacientes que se submetem
a cirurgia bariátrica estão sendo admitidos na Unidade de Terapia Intensiva para
fazer o pós-operatório, porque já têm comorbidades prévias como apneia do sono,
asma, congestão cardíaca. Nestes casos, os principais cuidados de enfermagem estão
voltados para o cuidado com vias aéreas, respiração e circulação e além dos cuidados
individualizados.

Alguns cirurgiões optam por deixar drenos em pós-operatório de cirurgia


bariátrica. A drenagem da cavidade abdominal é feita há décadas por diversas razões,
principalmente para vigiar sangramentos e as fístulas digestivas. Ilias et al apontam
que na cirurgia bariátrica ainda não há um consenso sobre este cuidado. A maioria

51
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

dos grupos em nosso meio adota a drenagem seletiva em casos mais difíceis ou mais
propícios ao sangramento ou às fístulas das anastomoses. Diversos autores têm
demonstrado que o uso de drenos é indicado e tem vantagens, principalmente quando
ocorre o aparecimento de fístula da anastomose gastro-jejunal. Os autores ressaltam
ainda que mesmo aqueles que adotam o dreno como conduta habitual, reconhecem
que quando ocorre a fístula, se a cavidade estiver drenada isto evita a reoperação na
maioria das vezes, pois o dreno se constitui no tratamento dessa fístula mantendo o seu
pertuito para o exterior, evitando assim o acúmulo de coleções intra-abdominais até o
fechamento desta.

No estudo desenvolvido por Nibi e Osti, foram destacados alguns diagnósticos de


enfermagem para o paciente em pós-operatório de cirurgia bariátrica, apontando que
os cuidados intensivos descritos a seguir, são baseados na Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE). Essa assistência prestada ao paciente tem com objetivo de
garantir atendimento avaliando a necessidade individual de cada um. São diagnósticos
que podem ser apontados neste caso:

1. Diagnóstico de enfermagem: padrão respiratório ineficaz, caracterizado


pelo uso da musculatura acessória para respirar, relacionado à obesidade.

2. Diagnóstico de enfermagem: mobilidade ruim no leito, caracterizada pela


capacidade prejudicada para virar-se de um lado para outro, relacionado
à obesidade.

O enfermeiro deve proporcionar um cuidado intensivo ao paciente em pós-operatório


imediato de cirurgia bariátrica, tendo como objetivo prestar uma assistência integral,
individualizada e sistematizada, com o intuito de garantir uma recuperação livre de
complicações causadas pela imobilização no pós-operatório.

Veja mais em: Consenso bariátrico. Disponível em: <http://www.sbcb.org.br/


arquivos/download/consenso_bariatrico.pdf>.

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CAPÍTULO 7
Cirurgia ginecológica

Ao mesmo tempo em que as transformações na ciência e tecnologia influenciaram em


todas as áreas da medicina no último século, as transformações na especialidade em
saúde da mulher tiveram enorme influência sobre a forma em que as mulheres vivem.
Em algum ponto em sua vida, muitas mulheres se defrontam com a perspectiva de
cirurgia. Procedimentos cirúrgicos na estrutura do sistema reprodutor feminino são
realizados para finalidades diagnósticas ou terapêuticas, para condições anormais como
sangramento anormal dos órgãos reprodutores, para suspeitas de neoplasias benignas
ou malignas, e para infertilidade.

Figura 19. Histerectomia.

Fonte: disponível em: <http://www.susmedicos.com/art_histerectomia.htm>

Neste momento poderíamos focar nossa atenção para as complicações inerentes às


complicações possíveis na mulher grávida, pensando que o procedimento cirúrgico
ginecológico mais comumente realizado seria o parto.

Neste intuito, podemos destacar que no Brasil as complicações nas gestantes que
ganham destaque são aquelas provenientes da hipertensão gestacional, hemorragias
no pós-parto, além das infecções. Entretanto, problemas pré-existentes podem
desenvolver-se ao longo da gravidez ou durante o trabalho de parto de forma

53
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

frequente aumentando a probabilidade de complicações materno-fetal. Algumas das


complicações possíveis no trabalho e parto podemos citar: amniorrexe prematura,
trabalho de parto prematuro, oligoâmnio, pré-eclâmpsia, placenta prévia;
descolamento prematuro da placenta e a atonia uterina.

Se por outro lado, pensarmos em qualquer procedimento cirúrgico ginecológico, com as


metas já apontadas anteriormente, chegamos ao raciocínio de que várias complicações
podem ocorrem em decorrência do procedimento, bem como da anestesia.

É importante realizar uma avaliação pré-operatória, buscando situações clínicas


passíveis de serem agravadas pelo procedimento cirúrgico. Podemos pensar em
complicações cardíacas e pulmonares, entretanto, a doente submetida a uma cirurgia
pélvica por exemplo, tem um risco de 2 a 45% de desenvolver trombose venosa de
membros inferiores. Isso ocorre em decorrência da estase venosa no período
pós-operatório.

Mais uma vez, podemos apontar que os objetivos da assistência de enfermagem consistem
em identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedimentos anestésicos e
cirúrgicos, tais como dor, laringite pós-entubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção
urinária, flebite pós-venóclise e outros, com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio.

Quando se trata de procedimentos cirúrgicos, às mulheres grávidas cabe destacar


a necessidade de um monitoramento contínuo da frequência cardiofetal, quando
necessário indução rápida de anestesia, lembrando de quando possível manter a
gestante em uma posição de inclinação lateral, com o objetivo de aliviar a pressão sobre
a veia cava materna e manter adequado o fluxo sanguíneo à placenta.

São diagnósticos de enfermagem cabíveis a estas pacientes no pós-operatório:

»» Ansiedade relacionada com uma intervenção cirúrgica planejada.

»» Risco de retenção urinária relacionado com edema, anestesias, opióides


ou dor.

»» Risco de infecção no local cirúrgico, relacionado com o procedimento


operatório ou outros procedimentos invasivos.

»» Rico de lesão pelo procedimento perioperatório.

Diante do exposto, percebe-se que monitorização contínua, avaliação dos sinais vitais
e troca diária de curativos em feridas operatórias são algumas das condutas dos
profissionais da equipe de enfermagem nesta unidade de terapia intensiva que atende
a pacientes em pós-operatórios gineco-obstétricos.
54
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

Figueiredo et al apontam que ao avaliar a paciente no pós-operatório de cirurgia


ginecológica, cabe à equipe de enfermagem:

1. Observar sangramento vaginal, quantidade, cor, odor.

2. Avaliar sinais de trombose venosa (dor na perna, rubor, calor, sinal


de Homan positivo), estimular deambulação precoce se autorizado,
movimentar as pernas quando em repouso.

3. Observar retenção urinária pós retirada da sonda, estimular micção


espontânea se a paciente não conseguir, realizar cateterismo se necessário.

4. Observar sinais de infecção na ferida operatória se a cirurgia for realizada


via abdominal.

Veja mais em: CIRURGIA GINECOLÓGICA POR VIA ENDOSCÓPICA. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=FzXOxeEviMU>.

55
CAPÍTULO 8
Cirurgia geral

Ao receber o paciente na unidade de terapia intensiva após um procedimento


cirúrgico, são necessários cuidados específicos, buscando manter a estabilidade
hemodinâmica do paciente. Para isso são traçadas condutas como: avaliação do estado
de consciência, as condições de hidratação e balanço hídrico, o estado das condições
de ventilação e oxigenação, das condições hemodinâmicas, observam-se o estado das
cicatrizes cirúrgicas e o funcionamento de drenos, sondas e cateteres. Cabe ressaltar
que é fundamental um cuidado ao estado hemodinâmico e às condições ventilatórias,
avaliando o restabelecimento do organismo após anestesia.

A deambulação precoce deve ser estimulada, contudo depende do tipo e da extensão


da cirurgia. Recomenda-se a mudança de decúbito várias vezes ao dia no sentido de
prevenir o acúmulo de secreções e a atelectasia pulmonar.

Em relação ao fator tempo, as complicações são divididas em imediatas,


mediatas ou tardias. São imediatas ou precoces as complicações que
surgem nas primeiras 24 horas, mediatas até o sétimo dia e tardias as que
acontecem depois da retirada de pontos e de alta hospitalar definitiva.
Quanto aos sistemas orgânicos básicos, passíveis de descompensação
no período pós-operatório, as complicações surgem nos sistemas:
respiratório, cardiovascular, urinário, digestório e hepatobiliar. De
maneira genérica as complicações cirúrgicas distribuem-se em grupos
que, se não completos, pretendem ser didáticos, no entendimento do
raciocínio clínico.

A equipe de enfermagem deve ter o conhecimento suficiente para entender que


pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos sofrem alterações súbitas das funções
metabólicas e fisiológicas normais, que variam em intensidade, de acordo com o tipo e,
nos casos de trauma, também com a gravidade das lesões. Dor, jejum, perda sanguínea,
redução da perfusão tissular por lesão extensa e distúrbios funcionais de órgãos vitais
geram alterações orgânicas e humorais que visam restabelecer a homeostasia após a
cirurgia. Por isso, monitorar adequadamente o paciente é fundamental para avaliar o
restabelecimento fisiológico do indivíduo após a cirurgia.

No pós-operatório imediato, recomenda-se o repouso no leito em posição de Fowler,


sugere-se que os membros inferiores devem estar fletidos e um pouco elevados. Dessa
forma, há uma melhor drenagem venosa dos membros inferiores. Quando não for

56
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

possível uma deambulção precoce indica-se a mobilização ativa e passiva do paciente,


importante na profilaxia da TVP, das úlceras de pressão e da restrição à ventilação e
suas consequências, como atelectasias e pneumonias.

Quando se trata do cuidado com as feridas operatórias, é importante entender que a


síntese primária das incisões operatórias sofre processo de reepitelização dentro das
primeiras 24 horas, tornando-se impermeáveis. Dessa forma, o curativo cirúrgico,
realizado na sala de operações, deve ser mantido por 24-48 horas, desde que limpo e
seco.

Desta forma, conhecer as principais complicações possíveis no pós-operatório, leva a


uma assistência adequada do paciente, com atenção voltada à prevenção e imediata
intervenção nas possíveis complicações cirúrgicas.

57
CAPÍTULO 9
Paciente transplantado

Com o avanço da tecnologia, o transplante passou a ser realizado com maior segurança,
com meta de tratamento definitivo para muitos pacientes. Podemos nos restringir à
assistência de enfermagem no pós-operatório de transplante cardíaco, acreditando que
se trata de um procedimento complexo, um pós-operatório que exige uma assistência
precisa e adequada para garantir sobrevida do indivíduo.

Tabela 1. O objetivo da atuação da enfermagem nesse período é avaliar, detectar e intervir precocemente nas

possíveis complicações pós-transplante cardíaco.

58
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

Tabela 2.

Tabela 3.

Fonte: II Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco. Arq. Bras. Cardiol. vol. 94 n o 1 supl.1 São Paulo, 2010.

Cabe destacar que os cuidados pós-operatórios no transplante cardíaco na unidade


de terapia intensiva são manutenção adequada da função respiratória, estabilização
hemodinâmica, acompanhamento da terapia imunossupressora e monitorização dos
sinais e sintomas de complicações.

Há um protocolo dos cuidados de enfermagem, desenvolvido pela Associação Brasileira


de Transplantes, a ABTO, onde aponta que a equipe de enfermagem deve desenvolver
os seguintes cuidados no pós-operatório do paciente transplantado:

59
UNIDADE II │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO

»» Ter conhecimento de como foi o procedimento cirúrgico, enfocando


a ocorrência de complicações, dificuldades técnicas, medicamentos
utilizados durante a cirurgia, tempo cirúrgico, alterações na recuperação
pós-anestésica.

»» Evolução esperada nos primeiros dias após o procedimento, enfocando o


funcionamento do coração transplantado.

»» Avaliação da função do enxerto, por meio da avaliação hemodinâmica,


bem como da evolução dos exames clínicos de função cardíaca.

»» Administração e avaliação da terapia imunossupressora do paciente.

»» Detecção precoce das complicações relacionadas ao procedimento


cirúrgico.

»» Preparar e testar os equipamentos necessários para receber o paciente


submetido ao transplante cardíaco, na UTI.

»» Ter conhecimento de como foi o procedimento cirúrgico, enfocando


a ocorrência de complicações, dificuldades técnicas, medicamentos
utilizados durante a cirurgia, reposição volêmica com hemoterápicos,
tempo cirúrgico, alterações na recuperação pós-anestésica.

O protocolo ressalta ainda que a monitorização das complicações pós-transplante


cardíaco, na UTI, é prioridade:

»» Intensivo monitoramento hemodinâmico da pressão arterial, pressão


da artéria pulmonar, pressão venosa central, débito cardíaco, saturação,
frequência cardíaca, resultado dos exames laboratoriais.

»» Avaliação da função cardiopulmonar: frequência cardíaca, pressão


arterial, frequência respiratória e saturação de O2, de acordo com padrões
de normalidade.

»» Avaliação do estado de hidratação do paciente: condição clínica e


verificação da PVC, reposição de líquidos conforme prescrição médica.

»» Realizar balanço hídrico rigoroso.

»» Avaliação dos resultados dos exames clínico-laboratoriais, informando à


equipe médica a ocorrência de alterações relevantes.

»» Manejo e controle da dor.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DO PACIENTE CRÍTICO │ UNIDADE II

»» No paciente consciente, realizar a avaliação da dor utilizando-se escala


numérica ou analógica (5o sinal vital).

»» Cuidados com acessos vasculares, drenos e sondas; evitando-se trações e


umidade.

»» Avaliar presença de hemorragia, hematomas na ferida cirúrgica.

»» Estimular a deambulação o mais precocemente possível, visando


prevenção de complicações vasculares e pulmonares.

»» Estimular e supervisionar a realização de exercícios respiratórios. Em


alguns serviços, são realizados pelo fisioterapeuta.

»» Instituir cuidados para a prevenção de infecção: realização de curativos


com técnica asséptica, restrição de visitas, entre outros.

»» Manter cateter urinário pérvio.

»» Controle rigoroso da glicemia capilar.

Perece-se que a assistência ao paciente transplantado é complexa, requer muitos


cuidados e atenção da equipe, destacando a necessidade de avaliar continuamente se há
processo de rejeição, lembrando-se de administrar adequadamente os imunosupressores
tentando evitar esta complicação, que em muitos casos pode levar à morte.

Veja mais em: Assistência de Enfermagem ao paciente submetido ao Transplante


Cardíaco. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/Biblioteca_
Teses/Textos/Assistencia_de_Enfermagem_ao_pte_Transpl_Cardiaco.pdf>.

Veja mais em: Transplante Cardíaco - Sequência Completa em 5 Minutos.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uNfahuqeaRo>.

61
Referências

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intensiva: implicações para a enfermagem. Rev. bras. enferm. vol.62 no 6 Brasília
nov./dez. 2009.

ALMEIDA, N. G.; ODA G. R. M. Cuidados de enfermagem com o paciente


cirúrgico. Disponível: <http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/OPROMOLLA_
DILTOR_prevencao/membros%20inferiores/PDF/cuidados_enferm.pdf>. Acesso em:
25 fev. 2015.

ANDERI JUNIOR, E. et al. Experiência inicial do serviço de cirurgia bariátrica


da Faculdade de Medicina do ABC. Arq Med ABC v. 32, no 1, 2007.

BRASIL. Assistência de Enfermagem ao paciente submetido ao Transplante


Cardíaco. Protocolo de cuidados de enfermagem em Transplante de Órgãos –
ABTO/2008. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/
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