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Garranchos e letra de médico estão para o texto datilografado, assim como sotaque estrangeiro está para
a pronúncia nativa.
Introdução
Ouvir em inglês é uma das habilidades mais complicadas que existe para desenvolver e dominar. No
começo de um curso de inglês, você aprende inúmeras coisas: gramática, vocabulário, sentenças comuns,
etc. Ao ouvir em um CD, por exemplo, você até consegue acompanhar uma coisa ou outra. Mas, quando
tenta ouvir uma música, um filme, um seriado, uma conversa a coisa se complica. Essa dificuldade faz
com que muita gente desista de aprender inglês.
Mas afinal, por que ouvir em inglês (listening) é assim tão complicado? O que torna essa habilidade algo
tão difícil de ser dominada?
Muita gente responde a essas perguntas dizendo que o problema está navelocidade na qual um nativo
fala. Realmente, eles falam rápido. Mas, em português nós também falamos rápido e nos entendemos
bem. Então, qual o problema da velocidade deles? Será que eles falam tão rápido assim ou o modo como
aprendemos inglês nos deixa mais preguiçosos?
Outro motivo apresentado por alguns estudantes é o fato deles juntarem as palavras. Ou seja, nas
escolas aprende-se a dizer “What are you going to do tomorrow?“. No entanto, na vida real o que se ouve
é algo como “Whatcha gonna do t’morrow?“. Os estudantes aprendem a dizer “do you want to help them?“,
mas os falantes nativos dizem “Wanna help’em?“. Algo como “did you eat yet?” pode se tornar “Djeat
yet?“. O modo como eles juntam as palavras e o jeito como as pessoas aprendem (tudo separadinho e
bonitinho) deixa o listening mais complicado. No entanto, o problema está no modo como eles juntam tudo
ou no modo como ensina-se inglês nas escolas por aqui?
Todas as razões acima são realmente pontos que dificultam o desenvolvimento dolistening. Porém, são
pontos que você pode dominar com muita prática. Ou seja, aprender a ouvir inglês na velocidade que eles
falam é algo que se ganha com a prática. Aprender a ouvir as palavras (expressões, sentença, chunks,
etc.) como eles pronunciam (juntando tudo) é algo que se conquista com o estudo da pronúncia reforçado
com atividades de listening e speaking.
O curioso é que os pontos acima estão ligados também a algo que acontece dentro de nossa cabeça
(cérebro) ao ouvirmos uma língua diferente. Como assim?
Você provavelmente já ouviu falar em neurônios. No cérebro há milhares e milhares de neurônios. Eles
são responsáveis por um monte de coisas! Uma dessas coisas em especial é a formação de memórias.
Ou seja, são os neurônios que registram tudo o que ocorre em nossa vida. Tudo o que ouvimos, lemos,
vivenciamos, etc. As informações registradas por cada neurônio são passadas de um para o outro por
meio de sinapses: os pontos onde os neurônios se “comunicam”). [Veja a imagem ao lado]
Creio que você esteja se perguntando o que é que neurônios tem a ver com listening. Seus neurônios
guardam informações relevantes sobre tudo o que você aprende (memórias). Tudo o que você vivencia e
aprende é registrado na memória por causa dos neurônios.
Quando você escuta uma música e canta a música os seus neurônios estão fazendo sinapses (trocando
informações entre si). Em resumo, inúmeros neurônios estão naquele momento trocando informações
importantes para que você consiga lembrar a letra da música e cantá-la sem dificuldades. Isto tudo ocorre
muito rápido!
Se eu falo com você, seus neurônios vão entender o que eu estou falando pois eles buscam as
informações da língua portuguesa registrada em vários neurônios! Mas, se eu falo uma expressão ou
palavra que seus neurônios não reconhecem, eles tentarão encontrar a informação. Como a informação
não existe, eles ficarão perdidos, sem saber o que está acontecendo. Ocorre aí aquele momento de
confusão no cérebro no qual deixamos de entender o que a outra pessoa disse. Perdemos o rumo da
conversa!
Com o inglês acontece justamente isso! A maioria dos estudantes querem ouvir tudo palavra por palavra e
de modo bem vagaroso. Acostumam-se a ouvir sentenças como “What’s your name?“, “How are you?“,
“Thank you!“, etc. Acostumam-se a ouvir uma pronúncia mais lenta e perfeita (I won’t help them.). Aí, ao
tentarem ouvir um filme, uma conversa, etc., no ritmo natural acabam se perdendo. Fica aquela sensação
de não saber o que está acontecendo.
Os neurônios estão acostumados ao modo preguiçoso de ouvir a língua. Eles estão acostumados a ouvir
palavras e expressões simples. Estão acostumados a montar tudo palavra por palavra e seguindo uma
lógica gramatical (as regras gramaticais). Assim, quando caem no mundo real, a coisa se complica. O
modo como as informações foram registradas e como elas estão surgindo são muito diferentes. Os
neurônios não conseguem trabalhar rapidamente e se perdem. O estudante fica frustrado por não se
capaz de acompanhar uma conversa normal.
A essa confusão mental somam-se o nervosismo, a ansiedade, a preocupação e o medo. Tudo isso faz
com seu nível de estresse aumente e o seu listening seja prejudicado.
Para resolver isso, você deve aprender o inglês como ele realmente é desde o início. Não é decorando
palavras e mais palavras ou regras e e mais regras que você aprenderá a se comunicar (ouvir e falar)
inglês como um nativo. Se você aprende uma sentença como “How are you doing?” (como você está?),
deve aprender que eles dizem isso de várias maneiras: “how ya doin’?“, “how y doin’?“. Ou seja, eles não
dirão, “how – are – you – doing?“. Um simples “my name is…” pode soar como “ma neims …“. Um “what’s
up?” se torna “wazzup?“, “whaddup?” e várias outras maneiras.
Aprender essa parte da pronúncia e prática-la o máximo que puder, ouvir a língua inglesa de modo natural,
estar ciente que o modo como eles pronunciam é geralmente diferente do modo como aprendemos nos
livros ajudará seus neurônios a se acostumarem com o inglês de verdade. Registrar as informações da
forma como ela será produzida na vida real é muito mais eficiente do que aprender regras e palavrinhas
soltas ao longo do seu aprendizado.
As comunidades humanas, desde suas mais remotas origens, sempre souberam se comunicar oralmente.
A fala é talvez a mais importante das características que distinguem o ser humano no reino animal e que
lhe possibilitam se organizar em sociedade. Nem todas as línguas, entretanto chegaram a se desenvolver
em sistemas escritos. Além disso, não há ser humano normal que não saiba falar sem limitações, porém
só recentemente na história da humanidade é que a maioria começou a desenvolver a habilidade de
escrever, muitos até hoje com limitações.
Língua é fundamentalmente um fenômeno oral. Nunca é demais salientar a importância da forma oral da
língua. A forma escrita é mera decorrência da língua falada.
Estudar pronúncia, portanto, é olhar para aquilo que não se enxerga, mas que é a essência da língua.
Domínio sobre a língua falada começa com o entendimento oral, e este começa com o reconhecimento
das palavras contidas no fluxo de produção oral. Conseguir isolar cada conjunto de fonemas
correspondentes a cada unidade semântica (palavra), dentro da sequência ininterrupta de sons no fluxo da
produção oral, é um desafio considerável.
A grandeza deste desafio é mais bem compreendida se considerarmos também que o aparelho
articulatório de sons do ser humano (cordas vocais, cavidade bucal, língua, etc.) mostra-se
extremamente limitado quando comparado ao universo de conhecimento e comunicação criado por sua
mente. Para fazer par a este imenso universo linguístico e poder representá-lo oralmente, é necessário
flexibilizar ao máximo o aparelho articulatório, criando diferenças ínfimas na articulação de sons, as quais
adquirem grande importância e exigem nosso aparelho auditivo ao máximo.
Além disso, o uso que o ser humano faz de seu aparelho articulatório para comunicar -se
varia consideravelmente de idioma para idioma, o que explica o porq uê de ser na pronúncia
que a interferência entre duas línguas se torna mais evidente e é mais crítica. A
interferência fonológica da língua materna na língua estrangeira que se aprende, na
maioria dos casos permanece para sempre, mesmo com pessoas que já a dquiriram pleno
domínio sobre o vocabulário e a gramática da língua estrangeira.
Aquele que fala uma única língua invariavelmente acredita que os sons de sua língua correspondem a um
sistema básico universal de sons da fala do ser humano. Esta idéia preconcebida normalmente prevalece
ao longo do aprendizado da língua estrangeira e, enquanto persistir interfere negativamente na percepção
e na produção oral do estudante. Em um artigo (veja bibliografia) sobre interferência fonológica, Flege
escreveu:
Estudantes de idiomas que acreditam ouvir na língua estrangeira sons quase idênticos aos da língua
materna (apesar de talvez reconhecerem pequenas diferenças fonéticas entre as duas línguas) irão
basear sua pronúncia ao longo do processo de aprendizado num modelo acústico resultante de pares de
sons semelhantes das duas línguas, em vez de baseá-la no modelo acústico específico da língua
estrangeira, assim como ocorre no aprendizado da língua materna.
Em palavras simples: que os ouvidos do aprendiz não irão reconhecer os sons da língua
estrangeira como eles realmente são. Este é um forte argumento em favor de um estudo fonológico
detalhado dos contrastes entre a língua materna e a língua que se busca aprender. Uma
apresentação detalhada dos dois sistemas fonológicos ajudará o aluno a tomar consciência cedo
de que os sons de um e outro idioma não são exatamente iguais, e que essas diferenças podem ser
relevantes no significado, afetando o entendimento.
Diferentes línguas podem ser dois códigos de comunicação totalmente diferentes; ou, em alguns casos,
até mesmo concepções diferentes de interação humana como resultado de profundas diferenças culturais.
Este é, por exemplo, o caso do idioma japonês, quando comparado a qualquer uma das línguas européias.
É necessário ter uma mente japonesa, dizem, para se poder falar japonês corretamente - o que sem
dúvida é verdade.
Felizmente as diferenças entre português e inglês não são tão profundas. Devido a origens comuns - a
cultura grega, o Império Romano e seu idioma, a religião Cristã, etc. - todas as culturas européias e suas
línguas podem ser consideradas muito próximas no contexto amplo das línguas do mundo. Poderíamos,
por exemplo, dizer que a língua espanhola é quase irmã gêmea do português; a língua italiana, sua meia-
irmã; o francês, seu primo; e o inglês, talvez um primo de segundo grau. Além das origens comuns que
diminuem diferenças culturais, semelhanças lingüísticas entre inglês e português ocorrem
predominantemente apenas no plano de vocabulário, quando na forma escrita. Estruturação de frases e,
especialmente pronúncia, apresentam profundos contrastes. Numa análise superficial das diferenças no
plano da pronúncia, podemos relacionar as seguintes diferenças:
Correlação pronúncia x ortografia: A primeira grande dificuldade que logo salta aos olhos (e aos
ouvidos) do aluno principiante é a difícil interpretação oral das palavras escritas em inglês. No português, a
interpretação oral de cada letra é relativamente clara e constante e, no espanhol, é quase perfeita esta
correlação. No inglês, entretanto, não apenas é pouco clara e às vezes até muda, como altamente
irregular. Ex: literature [lItrƏtshuwr], circuit [sƏrkƏt].
Relação vogais x consoantes: O inglês faz um uso do sistema articulatório e exige um esforço muscular
e uma movimentação de seus órgãos, especialmente da língua, significativamente diferentes, quando
comparado à fonética do português. A articulação de muitos sons do inglês bem como de outras línguas
de origem germânica, pode ser facilmente classificada como sendo de natureza difícil. Isto está
provavelmente relacionado ao fato de que o inglês é rico na ocorrência de consoantes enquanto que o
português é abundante na ocorrência de vogais e combinações de vogais (ditongos e tritongos).
Ex: December is the twelfth month of the year. / Eu vou ao Uruguai e o Áureo ao Piauí. / Eu sou europeu.
Sinalização fonética: O inglês é uma língua mais econômica em sílabas do que o português. O número
de palavras monossilábicas é muito superior quando comparado ao português. Ex:
beer cer-ve-ja
book li-vro
car car-ro
dream so-nho
head ca-be-ça
house ca-sa
milk lei-te
speak fa-lar
trip vi-a-gem
white bran-co
wife es-po-sa
write es-cre-ver
Além disso, a média geral de sílabas por palavra é inferior, pois mesmo palavras polissilábicas e de origem
comum, quando comparadas entre os dois idiomas, mostram uma clara tendência a redução em inglês.
Ex:
gram-mar gra-má-ti-ca
mo-dern mo-der-no
na-ture na-tu-re-za
te-le-phone te-le-fo-ne
com-pu-ter com-pu-ta-dor
prin-ter im-pres-so-ra
air-plane a-vi-ão
psy-cho-lo-gy psi-co-lo-gi-a
Sílabas
2 Let's-work
5 Va-mos-tra-ba-lhar
4 I-like-be-er
Sílabas
7 Eu-gos-to-de-cer-ve-ja
4 How-old-are you?
7 Quan-tos-a-nos-vo-cê-tem?
6 I-want-cof-fee-with-milk
8 Eu-que-ro-ca-fé-com-lei-te
6 Did-you-watch-that-mo-vie?
Estudos de fonoaudiologia demonstram que a baixa média de sílabas por palavra do inglês se traduz
numa dificuldade maior de percepção por oferecer uma menor sinalização fonética bem como menos
tempo para decodificar a informação. Isto se traduz também num grau de tolerância inferior para com
desvios de pronúncia.
Número de fonemas: Outra diferença fundamental é encontrada no número de fonemas vogais. Devido à
economia no uso de sílabas, o inglês precisa de um número maior de sons vogais para diferenciar as
inúmeras palavras monossilábicas. Enquanto que português apresenta um inventário de 7 vogais (não
incluindo as variações nasais), no inglês norte-americano identifica-se facilmente a existência de 11
fonemas vogais. Logicamente a percepção e a produção de um número maior de vogais do que aquelas
com que estamos acostumados em português, representará uma grande dificuldade.
Encontra-se também diferenças no plano dos sons consoantes. Além de rico na ocorrência de consoantes,
o inglês possui um número maior de fonemas consoantes. Estudos fonológicos normalmente classificam
24 consoantes em inglês contra 19 no português. Além disso, consoantes em inglês podem ocorrer em
posições que não ocorreriam em português.
Acentuação tônica: Acentuação tônica de palavras é outro aspecto que representa um contraste
importante entre português e inglês. A forma predominante de acentuação tônica de uma língua influi
significativamente na sua característica sonora. Enquanto que em português encontramos apenas 3 tipos
de acentuação tônica - oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, - sendo que a acentuação paroxítona é a
predominante, em inglês encontramos pelo menos 5 tipos de acentuação tônica e nenhuma predominante.
Ritmo: O ritmo da fala também é uma característica importante da língua. Enquanto que o português é
uma língua syllable-timed, onde cada sílaba é pronunciada com certa clareza, o inglês é stress-timed,
resultando numa compactação de sílabas, produzindo contrações e exibindo um fenômeno de redução de
vogais como consequência.
Contractions
Stress-timed Reductions (Schwa sound and flapping)
Conclusões
Qualquer estudo de diferenças fonéticas entre inglês e português bem como o estudo da
correlação entre a ortografia e a pronúncia do inglês, mesmo que superficiais, servem de evidência
de que não há aprendizado de inglês se não houver intenso contato com a língua na sua forma oral.
A desconcertante falta de correlação entre ortografia e pronúncia, sendo uma das principais características
do inglês bem como um grande obstáculo a seu aprendizado, constitui-se num forte argumento em favor
de abordagens baseadas em assimilação natural pelo contato com falantes nativos, ao invés de estudo
formal da língua, para se alcançar fluência.
Contato prematuro com textos em inglês pode causar internalização e fossilização de desvios de
pronúncia, porque o estudante inadvertidamente irá aplicar uma interpretação fonética do que vê
baseada nas regras de interpretação fonética da língua materna. Contato prematuro com textos em
inglês, na ausência da língua na sua forma oral (pronunciada corretamente), constitui-se portanto
num erro fundamental.
Pronúncia correta deve ser priorizada no início do aprendizado. Em paralelo a um bom modelo de
pronúncia, é indispensável o uso de símbolos fonéticos para tornar a pronúncia visível. É inadmissível que
materiais didáticos para iniciantes não abordem a forma oral da língua através de símbolos fonéticos.
Seria mais eficaz proporcionar ao jovem 3 ou 4 anos de contato com a língua falada, na escola de
primeiro grau, do que os 7 ou 8 anos de contato com a língua escrita (predominantemente tradução
e gramática) atualmente oferecidos no segundo grau.
Diferentes pessoas podem ter diferentes graus de acuidade auditiva, influenciando o grau de
dificuldade em perceber a sutileza de certas diferenças relevantes, bem como o grau de precisão
com que vão reproduzir os sons da língua estrangeira. Por esta razão, é recomendável que se
faça uma avaliação audiométrica - um exame de audição feito por fonoaudiólogos que determina
exatamente o quanto a pessoa ouve, da mesma forma que um exame de oculista avalia a visão.
Sinalização fonética
Monossilábicas
Até mesmo palavras polissilábicas e de origem comum, quando comparadas entre os dois
idiomas, mostram uma clara tendência a redução em inglês. Ex:
Polissilábicas
ac-cess a-ces-so
a-gri-cul-ture a-gri-cul-tu-ra
air-plane a-vi-ão
ca-len-dar ca-len-dá-rio
cho-colate cho-co-la-te
ci-ty ci-da-de
com-pu-ter com-pu-ta-dor
cre-a-tive cri-a-ti-vo
de-part-ment de-par-ta-men-to
dif-ference di-fe-ren-ça
gram-mar gra-má-ti-ca
im-por-tant im-por-tan-te
in-tel-li-gent in-te-li-gen-te
ma-chine má-qui-na
mo-dern mo-der-no
me-thod mé-to-do
mu-sic mú-si-ca
na-ture na-tu-re-za
po-li-tics po-lí-ti-ca
prin-ter im-pres-so-ra
pro-cess pro-ces-so
pro-ject pro-je-to
psy-cho-lo-gy psi-co-lo-gi-a
pu-blic pú-bli-co
qua-li-ty qua-li-da-de
stu-dent es-tu-dan-te
te-le-phone te-le-fo-ne
tem-pera-ture tem-pe-ra-tu-ra
trans-port trans-por-te
ur-gent ur-gen-te
a-vô grand-fa-ther
ca-ro ex-pen-sive
cem hun-dred
cor col-or
cu-nha-do bro-ther-in-law
fe-roz fe-ro-cious
flor flow-er
já al-rea-dy
jor-nal news-pa-per
len-ço hand-ker-chief
mãe mo-ther
ma-triz head-quar-ters
mel hon-ey
mil thou-sand
nin-guém no-bo-dy
noi-va fi-an-cée
nu na-ked
on-tem yes-ter-day
on-ze e-le-ven
pai fa-ther
pa-ra-béns con-gra-tu-la-tions
plá-gio pla-gia-rism
pol-vo oc-to-pus
pro-nún-cia pro-nun-cia-tion
quan-tos how-ma-ny
ra-mal ex-ten-sion
re-ser-va re-ser-va-tion
réu de-fen-dant
rim kid-ney
rio ri-ver
sem with-out
tio un-cle
Sílabas
2 Let's-work
5 Va-mos-tra-ba-lhar
3 A-brick-house
8 U-ma-ca-sa-de-ti-jo-los
4 Nice-to-meet-you
7 Pra-zer-em-co-nhe-cê-lo
4 Where's-the-bath-room?
7 On-de-fi-cao-ba-nhei-ro?
13 Third-world-coun-tries-are-fac-ing-e-co-no-mic-pro-blems
24 Os-pa-í-ses-do-ter-cei-ro-mun-do-es-tão-en-fren-tan-do-pro-ble-mas-e-co-nô-mi-cos
Português 83 66%
Inglês 43 34%
Uma simples estatística usando-se qualquer amostragem mostra sempre um fato
revelador: comparado ao inglês, o português oferece quase o dobro de SF!
O inglês é uma língua cujo ritmo é menos silábico do que o português, o que pode dificultar a
definição das sílabas. Isto, entretanto não invalida, mas, sim, reforça o argumento aqui
apresentado, pois esta característica do inglês conhecida como stress-timing representa uma
compressão de sílabas atônicas e uma redução adicional da sinalização fonética.
Este grau superior de compacidade do inglês é evidente e acentuado na língua falada, mas não
se limita a ela, podendo ser observado também na língua escrita.
É este exatamente o caso de brasileiros que aprendem inglês. A nossa língua oferece uma SF
claramente superior, como demonstrado nos exemplos acima. É como se estivéssemos
acostumados a identificar objetos num ambiente bem iluminado e passássemos a ter que
identificá-los na penumbra.
Tudo isso nos leva à conclusão de que, no caso do aprendizado do inglês no Brasil,
Sinalização ortográfica
Sinalização ortográfica (SO), é o termo que usamos aqui para nos referirmos à quantidade de
caracteres ortográficos numa língua por unidade de significado, o qual pode ser facilmente
medida pelo número de letras por palavra.
Assim como diferentes línguas podem ter diferentes graus de sinalização fonética (SF), é
provável que essa diferença também se manifeste na ortografia. Ou seja, podem ter um número
maior ou menor de letras por palavra. É o caso do inglês e do português que, além da acentuada
diferença na sinalização fonética, mostram também diferença na sinalização ortográfica.
Sílabas Frase
10 Let's work
15 Vamos trabalhar
13 A brick house
Interferência ortográfica
Além da diferença no grau de sinalização fonética e das diferenças fonológicas (vogais, consoantes) entre
os dois idiomas tem a questão da interpretação oral da língua escrita. Isto é, com que sons devemos
interpretar as letras e as palavras de um texto. Em primeiro lugar, a interpretação fonética da ortografia em
inglês apresenta diferenças em relação ao português. Em segundo lugar, e mais importante, a correlação
entre ortografia e pronúncia em inglês é notoriamente irregular. Quer dizer: o mesmo grafema (letra) não
corresponde sempre ao mesmo fonema (som), isto é, não tem sempre a mesma interpretação, a mesma
pronúncia.
Para aquele que estuda inglês como língua estrangeira, que tem contato com textos mas não tem a
oportunidade de contato freqüente com a língua falada, e que portanto não desenvolveu familiaridade com
a forma oral do inglês, a interferência da ortografia na pronúncia das palavras é nociva e persistente.
É importante lembrar que as pessoas por natureza acreditam mais naquilo que vêm do que naquilo que
escutam. No estudo do inglês como língua estrangeira, entretanto, temos que nos acostumar a não
acreditar no que vemos; e o ditado popular ver para crer precisa ser substituído por ouvir para crer. Em
muitos casos e, especialmente com as vogais, a ortografia não serve como indicativo de pronúncia,
chegando a ser enganosa e induzindo o aluno frequentemente ao erro. Vejamos como exemplo o
grafema oo.
boot [buwt]
book [bUk]
blood [blƏd]
brooch [browtsh]
door [dór]
Imagine-se alguém que acabou de aprender a pronúncia da palavra book /bUk/. Muito
provavelmente ele irá pronunciar /blUd/ para blood /blƏd/. Uma vez corrigido, bem poderá aplicar
a nova regra e pronunciar /bƏt/ para boot /buwt/, ou talvez /mƏn/ para moon /muwn/, e assim por
diante.
/uw/ do, to
bough [baw]
cough [khóf]
dough [dow]
rough [rƏf]
through [θruw]
hiccough [hIkƏp]
oblige [Əblaydzh]
obligation [ablƏgeyshƏn]
obligatory [ƏblIgƏthowriy]
knife [nayf]
pneumatic [nUmæDIk]
psychology [saykhalƏdzhiy]
country [khƏntriy]
county [khawntiy]
knowledge [nalIdzh]
sew [sôw]
occur [ƏkhƏr]
vehicle [viyƏkƏl]
wound [wuwnd]
Embora a irregularidade seja mais acentuada no âmbito das vogais, também pode ser observada
em consoantes. Vejamos o grafema "ch", representando 3 fonemas diferentes:
check [tshék]
chocolate [tshaklƏt]
beach [biytsh]
machine [mƏshiyn]
Chicago [shƏkhagow]
chaos [kheyaz]
characteristic [khærƏktƏrIstIk]
stomach [stƏmƏk]
say [sey]
past [phæst]
basic [beysIk]
rose [rowz]
because [bIkhóz]
sure [shUr]
sugar [shUgƏr]
casual [khæzhuwƏl]
usually [yuwzhuwƏliy]
television [thélƏvIzhƏn]
island [aylƏnd]
aisle [ayl]
Exemplos não faltam para demonstrar a péssima correlação entre ortografia e pronúncia no inglês.
Mazurkiewicz faz um interessante comentário a respeito:
Não é apenas a pronúncia que torna-se difícil para os estrangeiros, estudantes de inglês, mas também a
ortografia se constitui num verdadeiro problema para todos aqueles que falam inglês como língua materna,
especialmente para as crianças em escola de primeiro grau. Nos países de língua inglesa todo jovem cedo
defronta-se com esta aparente falta total de lógica no sistema ortográfico da língua cujos sons ele já tem
assimilados. Não é, pois, coincidência que, nos países de língua inglesa, sejam tradicionais e populares os
concursos denominados "spelling bee", em que os contendores desafiam-se para ver quem consegue
melhor soletrar palavras de rara ocorrência que lhes são transmitidas oralmente. Concursos de spelling
bee existem e fazem parte da cultura apenas em países de língua inglesa.
A ortogarfia do inglês é absurda, para não dizer insana. Não há qualquer justificação - ela é do jeito que é.
É claro que nós, que estamos acostumados com o inglês, sentimo-nos ligados à encantadora loucura da
ortografia de nossa língua, e nos sentiríamos desamparados se esta viesse a mudar. (minha tradução)
Um sistema deste tipo é de pouca utilidade para aquele que busca apenas comunicar-se de forma
tolerável, sem propriamente conhecer a língua. (minha tradução)
Conclusão
A interferência negativa da ortografia é um problema sério; uma das principais dificuldades para
estudantes de inglês em geral. Esta desconcertante falta de correlação entre ortografia e pronúncia é
uma das principais características da língua e serve como argumento contra aquilo que ainda predomina
no ensino de inglês como língua estrangeira: preocupação excessiva com materiais impressos e contato
prematuro com a língua na sua forma escrita. Serve também como forte argumento em favor de
abordagens baseadas em assimilação natural ao invés de estudo formal da língua, para se alcançar
fluência em inglês.
A
1. A letra "a" representa o fonema (som) /a/, como em father, sempre que for seguida da letra "r"
na ortografia.
Examples: bar, barb, bark, car, card, cart, dark, darn, garb, far, farm, jar, park, scar, scarf, star,
start, tar
Exceptions:
war /wor/, ward /word/, warm /worm/, warn /worn/, warp /worp/
2. A letra "a" representa o fonema /e/, como em pet, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar em "_re".
Examples:
bare, care, dare, fare, glare, mare, rare, scare, stare, tare
Exception:
are /ar/
3. The grapheme "a" represents the phoneme /æ/ as in map, when the spelling of the word ends
with a consonant other than "l" or "r".
3. A letra "a" representa o fonema /æ/, como em map, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar numa consoante que não "l" ou "r".
/æ/ /ey/
at ate
back bake
bad bade
bath bathe
can cane
cap cape
dam dame
fad fade
fat fate
hat hate
lack lake
mad made
past paste
rap rape
rat rate
shack shake
tack take
tap tape
van vane
Examples:
at, back, bad, bath, can, cap, clap, crank, dam, fad, fat, glad, hat, Jack, lack, lad, lap, mad, man,
mat, pan, past, rack, rap, rat, Sam, shack, tack, tap, van, whack
Exception:
4. A letra "a" representa o fonema /ey/, como em table, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar numa consoante que não "r", seguida da letra "e".
Examples:
age, ate, bake, bade, bathe, cane, cape, dame, date, fade, fate, glade, hate, Jake, lake, lade,
make, male, mane, mate, pale, pane, paste, pave, rake, rape, rate, same, shake, take, tape, vane,
wake
Exception:
have /hæv/
5. A letra "a" representa o fonema /o/, como em dog e law, sempre que for seguida das letras "l"
ou "w" na ortografia.
Examples:
bald, ball, call, chalk, fall, hall, mall, stalk, talk, tall, walk, wall, claw, dawn, draw, flaw, gnaw, jaw,
law, pawn, raw, saw, straw, yawn
Exception:
Veja aqui um gráfico representando as regras de interpretação fonética da letra "a" em palavras
monossílabas.
E
6. A letra "e" representa o fonema /e/, como em pet, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar em consoante menos "w" e "y".
Examples: belt, bet, check, deck, fell, jet, kept, left, lend, melt, pet, pen, rent, spell, tell, ten, vet,
well, when, wreck
7. A letra "e" representa o fonema /Ə/, como em bird e but, sempre que for seguida de "r" na
ortografia.
Examples: berg, Bert, clerk, herd, nerd, per, sperm, term, verb, were
8. A letra "i" representa o fonema /I/, como em hit, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar em consoante, menos "gh", "ght" e "nd".
/I/ /ay/
bit bite
dim dime
fill file
fin fine
kit kite
limb lime
mill mile
pick pike
/I/ /ay/
pill pile
pin pine
rip ripe
sit site
spit spite
till tile
win wine
Examples: bin, bit, dim, fill, fin, fit, kick, kit, lick, limb, lint, lip, list, mill, mint, pick, pill, pin, rim, rip,
sin, sit, six, spit, till, tilt, tip, trip, will, win
Exception:
pint /paynt/
9. A letra "i" representa o fonema /ay/, como em my, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar com a letra "e".
Examples: bite, dime, dive, file, fine, fire, five, kite, knife, lie, lime, line, mile, mine, nine, pie, pike,
pile, pine, ripe, site, spite, strive, tile, time, tribe, while, wife, wine, wire
10. A letra "i" representa o fonema /ay/, como em my, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar em "gh" ou "ght".
Examples:
11. A letra "i" representa o fonema /ay/, como em my, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar em "nd".
Examples: bind, blind, find, grind, kind, mind
12. A letra "i" representa o fonema /Ə/, como em bird, sempre que for seguida da letra "r" na
ortografia.
Examples:
dirt, firm, flirt, irk, Kirk, shirt, sir, skirt, stir, third, whirl
13. A letra "o" representa o fonema /a/, como em father, sempre que na ortografia:
Examples: bomb, bond, clock, cock, con, cop, cot, flop, glob, hop, hot, jock, lot, mod, mop, not,
on, pond, rob, rock, tom, top
Exceptions:
comb /kowm/, dog /dog/, from /frƏm/, tomb /tuwm/, ton /tƏn/
14. A letra "o" representa o fonema /ow/, como em go, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar com a letra "e".
Examples: bone, clone, clove, coke, cope, cote, dope, globe, hope, joke, mode, mope, note,
prone, robe, role, tone, tope, zone
15. A letra "o" representa o fonema /ow/, como em go, sempre que for seguida da letra "l" na
ortografia.
Examples: bold, boll, bolt, cold, colt, dole, fold, folk, gold, hold, mold, molt, old, pole, poll, role, roll,
told, troll, volt, yolk
16. A letra "o" representa o fonema /o/, como em dog e law, sempre que for seguida da letra "r"
na ortografia.
Examples: born, cord, corn, Ford, fork, fort, horn, lord, norm, north, pork, port, sport, thorn, torn
Exceptions:
word /wƏrd/, world /wƏrld/, worm /wƏrm/, worth /wƏrθ/
17. A letra "u" representa o fonema /Ə/, como em but, sempre que a palavra, na sua forma
ortográfica, terminar em consoante.
cub cube
cut cute
duck duke
fuss fuse
hug huge
luck Luke
mull mule
plum plume
purr pure
trust truce
tub tube
us use
Examples:
blurb, blush, cub, cup, curb, curt, cut, drug, duck, dull, flush, fun, fuss, gun, guthug, junk, just, luck,
mull, nut, plug, plum, pub, pun, purr, rub, rug, run, rush, truck, trunk, trust, tub, turn, up, us
or the diphthong /yuw/ as in too or you, when the spelling of the word ends with "_e".
18. A letra "u" representa os fonemas /uw/ ou /yuw/, como em too ou you, sempre que a palavra,
na sua forma ortográfica, terminar com a letra "e".
Examples:
cube, cure, cute, drupe, duke, fume, fuse, huge, June, jute, lube, Luke, mule, mute, nude, plume,
prune, pure, rule, truce, tube, use
Exceptions:
Ricardo Schütz
Atualizado em 21 de novembro de 2006
PHONOLOGY FONOLOGIA
Each language makes a different use of the Cada língua faz um uso diferente do aparelho articulatório,
articulatory system and phonology is the e fonologia é o estudo das características fonéticas da
study of the sound patterns of the language, língua, em especial de sua matriz de fonemas.
especially its matrix of phonemes.
O que é um fonema?
What is a phoneme? Fonema é a unidade mínima de som da língua que
Phoneme the smallest unit of sound in a diferencia palavras entre si.
language that serves to distinguish two
words. Exemplo 1:
/pIt/ pit e /bIt/ bit são palavras diferentes, com
Example 1: significados diferentes, cuja única distinção fica por conta
/pIt/ pit and /bIt/ bit are different da consoante bilabial. Portanto, /p/ e /b/ são fonemas
words with different meanings. The only diferentes em inglês.
distinction relies on the manner of articulation
of the bilabial Coincidentemente, a consoante bilabial também é
consonant. Therefore /p/ and /b/ are articulada de formas diferentes para produzir dois fonemas
different phonemes in English. diferentes (ex: pico e bico).
Spanish, Portuguese and English vowel phonemes on the sound spectrum of human speech
Os fonemas vogais
Os fonemas vogais do The above
The above English do português, acima
inglês, acima Portuguese vowel
vowel phonemes representados,
representados, ocorrem phonemes occur in
occur in words like: ocorrem tais como
tais como nas palavras: words like:
nas palavras:
* Glided and tense vowels: For the representation of OBS: Omitimos aqui as vogais nasais na descrição
the English glide vowels (also called tense vowels) I fonológica
prefer a two-character transcription including the off- do português, em benefício de uma maior
glides, to distinguish them from the lax vowels. simplificação.
PROVÁVEIS ERROS COM VOGAIS:
PROBABLE ERRORS WITH VOWELS:
B) Another problem likely to occur is around the B) Outro problema de provável ocorrência situa-se
English /æ/. Both English na área dos fonemas /æ/ e /e/ do inglês. Ambos
phonemes /e/ and /æ/ will be perceived as serão percebidos como /é/do português, cuja
Portuguese /é/, which is in fact a little closer to posição de articulação é intermediária, um pouco
English /e/ than /æ/. This will neutralize the mais próxima de /e/ do que de /æ/. Este desvio
contrast between words like: neutraliza o contraste entre palavras como:
E) Another source of problems will be the E) Outra área de notória dificuldade para brasileiros é
back/high vowels. The Portuguese /u/ falls a das vogais posteriores altas. O fonema /u/ do
right between English /U/and /uw/. As a português tem uma posição de articulação
result, perception and production of these intermediária e conseqüentemente um som
phonemes will follow the single pattern of exatamente intermediário entre /U/ e /uw/ do
Portuguese /u/, neutralizing the contrast inglês. O resultado disto é que estes fonemas serão
between words like: percebidos e reproduzidos como /u/, neutralizando
portanto o único contraste entre palavras como:
Lee bit Ray's best hat. - O Lee mordeu o melhor chapéu do Ray.
/iy//I//êy/ /e//æ/
Stew pushed Joe off the cot. - O Stew empurrou o Joe para fora da cama de
campanha.
/uw//U/ /ôw//o/ /ə//a/
She is acing ten classes using the books and notes always honestly.
/iy//I//êy/ /e/ /æ/ /uw/ /ə//U/ /ôw/ /o/ /a/
Ela está fazendo com perfeição dez matérias usando os livros e as anotações sempre
honestamente.
Position L I
A N
B A
B T P G
I L
I E A V L
L V
O R L E O
A E
D D A L T
B O
E E T A T
I L
N N A R A
A A
T T L L
L R
A A
L L
Manner Vl. Vd. Vl. Vd. Vl. Vd. Vl. Vd. Vl. Vd. Vl. Vd. Vl.
STOPS p b t d k g
AFFRICATES tsh dzh
FRICATIVES f v Ø ð s z sh zh h
NASALS m n ŋ
RETROFLEXES r
LATERALS l
FLAPS occur only on the phonetic level. Ex: water ['waÐâr]1
TRILLS never occur in English, except in Scottish
GLIDES w y
Vl. = voiceless (sem vibração das cordas vocais)
Vd. = Voiced (acompanhado de vibração das cordas vocais)
1
See flapping rule
Position L I
A N
B A
B T P G
I L
I E A V L
L V
O R L E O
A E
D D A L T
B O
E E T A T
I L
N N A R A
A A
T T L L
L R
A A
L L
Manner Vl. Vd. Vl. Vd. Vl. Vd. Vl. Vd. Vl. Vd. Vl. Vd. Vl.
STOPS p b t d k g o
n c
AFFRICATES occur only e on the phonetic level 1 c
v u
FRICATIVES f v e s z sh zh x r
r
NASALS m n ñ i
RETROFLEXES rarely occur in Portuguese2 n
LATERALS o l lh i
c n
FLAPS c Ð t
u e
TRILLS r R3 r
j
e
c
t
GLIDES occur only on the phonetic level 4 i
o
n
s
5
Phonological error can cause misunderstanding in the Erro fonológico é aquele erro que pode causar mal-
communication. entendido na comunicação.
These are the most common errors with the English Estes são provavelmente os erros mais comuns com as
consonants made by Portuguese native speakers. consoantes do inglês de estudantes cuja língua materna
é português.
B) As oclusivas alveolares do
B) The English alveolar stops /t/ and /d/ correspond inglês /t/ e /d/ correspondem em português a
in Portuguese to apicodental stops. That is, the point of oclusivas cujo ponto de articulação não é exatamente
articulation in Portuguese is slightly more forward. But alveolar, mas alveolar-dental, isto é, ligeiramente mais
this difference has no significant ill effects. Learners of para a frente. Esta diferença, entretanto, não causa
ESL and PSL will experience difficulty however maiores problemas. O grande problema surge, tanto
when /t/ and /d/ occur before /iy/ or /I/, with para estudantes de ESL como de PSL,
possibility of phonological error. There are quando /t/ e /d/ ocorrerem antes de /iy/ ou /I/,
no /ti/ or /di/ sounds in Portuguese (except in com forte probabilidade de erro fonológico. Em
some dialects of the northeast, Santa Catarina and português (com exceção de alguns dialetos do nordeste
some border areas of Rio Grande do Sul), as alveolar brasileiro, de Santa Catarina e da região da fronteira
stops are automatically palatalized in the presence of a gaúcha) não existe /ti/ nem /di/, uma vez que
high front vowel. Whenever /t/ or /d/ occur oclusivas alveolares são automaticamente palatalizadas
before /i/, they become na presença de vogal alta-frontal. Sempre
respectively /tshi/ and/dzhi/, as in words que /t/ e /d/ ocorrem antes de /i/, transformam-se
like leite ['leytshi] and pode ['pódzhi] . This respectivamente em /tshi/ e /dzhi/, como nas
Portuguese phenomenon, if transferred to English, will palavras leite ['leytshi] e pode ['pódzhi] . Se isto for
neutralize the contrast between words like: transferido ao inglês, neutralizará o contraste entre
palavras como:
C) All the stops, /p/, /b/, /t/, /d/, /k/ and /g/, the C) Todas as oclusivas, /p/, /b/, /t/, /d/, /k/ e /g/,
affricates /tsh/ and /dzh/, and the as africadas /tsh/ e /dzh/, e as
fricatives /f/, /v/, /Ø/, /ð/, /sh/ and /zh/, occur fricativas /f/, /v/, /Ø/, /ð/, /sh/e /zh/, ocorrem
in word-final position in English, while in Portuguese the em posição de final de palavra em inglês. Em
corresponding phonemes never do. As a result, ESL português, entretanto, os fonemas correspondentes
students will tend to add a vowel sound to these word- nunca ocorrem em tal posição. O resultado disto é que
final consonants so that words os brasileiros tenderão a acrescentar um som vogal a
like back [bæk] and knife [nayf] might be essas consoantes em final de palavra, de maneira que
pronounced ['bæki] and ['nayfi] , adding a syllable palavras como back [bæk] e knife [nayf] poderão vir
to the word and producing an obvious phonetic error. a ser pronunciadas ['bæki] e ['nayfi] ,
Secondly, if the word-final consonant is a /t/ or a /d/, acrescentando uma sílaba que não existe e causando
the likely outcome will be, for um forte erro fonético. Em segundo lugar, se a
instance, [khætsh] instead of [khæt] for cat, consoante em final de palavra for um /t/ou um /d/, é
or [hætsh] instead of [hæt] for hat, thus neutralizing provável que ocorra a pronúncia [khætsh] em vez do
the contrast and giving way to phonological error in correto [khæt] para a palavra cat, por exemplo, ou
words like: ainda [hætsh] em vez de [hæt] para a palavra hat,
neutralizando desta forma o contraste natural entre
estas palavras e resultando em erro fonológico.
) FLAPPING RULE
• O fenômeno ocorre mesmo em palavras como quarter, order e porter. O fato das
oclusivas alveolares /t/ e /d/ serem precedidas de /r/ em vez de uma vogal tônica
como prescreve a regra, não invalida a regra, uma vez que, se observarmos
atentatmente, veremos que o fonema /r/, na verdade, é praticamente assimilado
pela vogal tônica que o precede.
• O flapping ocorre mesmo ao longo de palavras justapostas como por exemplo: let
it be, a lot of trouble, a cat on the roof.
3) Permita-me aqui discordar quanto ao grau de importância destes problemas acima discutidos,
referentes às consoantes oclusivas alveolares. Na minha opinião os problemas de pronúncia
envolvendo vogais são mais persistentes bem como carregam maior probabilidade de mal-
entendidos.
Em sistemas fonológicos com um grande número de fonemas vogais, como é o caso do inglês, a
diferenciação entre cada um tende a ser mínima. Parte do problema deve-se ao fato de que não
existem delimitações claras e precisas entre vogais. No estudo da fonologia, a descrição e a
classificação das consoantes é muito mais fácil. Um som pode ser uma oclusiva ou uma
fricativa, mas dificilmente poderá ser classificado como algo intermediário. É perfeitamente
possível, entretanto, produzir um som intermediário entre uma vogal alta e uma média. Portanto,
talvez seja este o problema maior não apenas para aqueles que falam português como língua
mãe, mas para todos aqueles cujas línguas não possuem um espectro vocálico tão grande quanto
o inglês. O número elevado de vogais com relevância fonêmica no inglês é portanto um aspecto
de importância maior do que a maioria dos problemas fonológicos envolvendo consoantes.
Obrigado pela sua participação.
ENGLISH AND PORTUGUESE WORD STRESS
ACENTUAÇÃO TÔNICA DE PALAVRAS
Ricardo Schütz
Atualizado em 10 de fevereiro de 2016
Just as stressed syllables in poetry reveal the metrical structure of the verse, phonological
stress patterns relate to the metrical structure of a language. (Victoria Fromkin, 239)
The stress pattern of a polysyllabic word is a very important identifying feature of the word.
We store words under stress patterns and we find it difficult to interpret an utterance in which
a word is pronounced with the wrong stress pattern. (Gillian Brown, 51)
If learners fail to learn the stress pattern for a new word, they may also fail to recognize that
word when it occurs in spoken form. (Judy B. Gilbert, 6)
Do ponto de vista daquele que fala português From the standpoint of the native speaker of
como língua mãe, cujas palavras são Portuguese, whose words are predominantly
predominantemente paroxítonas (cerca de (around 70%) paroxytone (stress on the
70%) e muitas das que não são têm syllable before the last), English word stress
sinalização ortográfica indicativa, a poses a problem because of the larger number
acentuação tônica do inglês representa um of possibilities, the nonoccurrence of one
sério problema, devido ao número maior de predominant pattern, and the absence of
possibilidades, à não ocorrência de um indication in spelling. See the examples
modelo de acentuação tônica predominante e below:
à ausência de sinalização ortográfica. Veja os
exemplos abaixo:
PORTUG
ENGLISH
UESE
oxítonas café, hotel, control, police, improve, exchange, etc. (only two-syllable words)
(stress estudar,
on the computad
last or,
syllable) refrigerad
or, etc.
double approximation,
stress ------ refrigerator, characteristic, category, necessary, dictionary, fundamental, introd
uctory, overnight, Vietnamese, fifteen, seventeen, etc.
Da mesma forma, existem em inglês algumas regras The same way, in English there are useful
que definem a correlação entre ortografia e spelling-to-sound rules that when presented
acentuação tônica de alguns tipos de palavras, as to students can provide a light at the end of
quais podem ser úteis ao aluno iniciante que tem the tunnel.
pouca familiaridade com a língua falada.
A) Palavras terminadas em _sion e _tion: o acento tônico A) Words that end in _sion, _tion: stress is on
recai sobre a sílaba imediatamente anterior a esse sufixo. the syllable before this ending (1 syllable
A palavra portanto será sempre paroxítona. before the last).
F) Palavras terminadas em _cy e _ty serão sempre F) Words ending in _cy, _ty: stress is on the
proparoxítonas. 2nd syllable before this ending.
RITMO
The words that carry the stressed syllables As palavras que carregam as sílabas tônicas mais
responsible for sentence rhythm are fortes, as quais irão marcar o ritmo da frase, são
usually content words like nouns, main verbs, normalmente palavras de maior conteúdo
adjectives and adverbs; while function words like semântico, como substantivos, verbos principais,
prepositions, articles, determiners, pronouns, and adjetivos e advérbios, enquanto que palavras
auxiliary verbs (in affirmative and interrogative funcionais como preposições, artigos e pronomes,
sentences) are normally unstressed and often bem como verbos auxiliares (em frases afirmativas
contracted. Auxiliary verbs in negative sentences e interrogativas), raramente recebem tonicidade e
will also be stressed. frequentemente são contraídas. Verbos auxiliares
em frases negativas também recebem tonicidade
The difference between a stressed and an forte.
unstressed syllable is bigger in stress-timed
languages. Em línguas tipo stress-timed a diferença entre uma
sílaba tônica e uma atônica é mais acentuada do
que em línguas tipo syllable-timed.
See below the graphic representation of a stress- Veja na imagem abaixo uma representação gráfica
timed language like English: do fluxo rítmico de uma língua stress-timed como
inglês:
In order to achieve a good rhythm in English, you need to slow Para se alcançar um bom ritmo na pronúncia do inglês, é
down, stretch out, and very clearly pronounce one-syllable necessário reduzir a velocidade, esticar e pronunciar claramente
content words and the stressed syllables of longer words. And palavras monossilábicas de conteúdo semântico e as sílabas tônicas
you must reduce unstressed function words and other unstressed de palavras mais longas. E, sobretudo, é necessário reduzir as
syllables. (85) palavras funcionais atônicas e outras sílabas atônicas. (85, minha
tradução)