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Discente: Marcos Régis Batista da Costa, 2021.1.19.

034

Disciplina: Libras

Professor: Benício Bruno da Silva

LEITURA DO LIVRO: LIBRAS? QUE LÍNGUA É ESSA?

AUDREI GESSER

1) Ao ler o livro, a autora apresenta alguns mitos sobre a língua brasileira de


sinais. Antes da leitura deste livro, você imaginou que a língua de sinais é
universal? A língua de sinais tem gramática? Explique e apresente exemplos
da gramática da Libras.

Conforme abordado no texto, é comum a crença de que a língua de sinais


seja universal, isto é, que seja a mesma em todos os países. Contudo, essa
percepção não condiz com a realidade. Cada nação possui sua própria língua de
sinais, com gramática e vocabulário distintos. Além disso, como enfatizado na
leitura, as línguas de sinais possuem gramáticas específicas, tal como as línguas
orais. A gramática da LIBRAS, por exemplo, se fundamenta em elementos visuais,
tais como gestos e expressões faciais, e pode variar de acordo com o contexto e a
ênfase pretendida na frase. Por exemplo, a ordem das palavras na frase pode variar,
e as expressões faciais e corporais desempenham um papel gramatical
fundamental, capaz de modificar o significado da sentença.

Um exemplo notável da gramática da LIBRAS é a marcação do tempo e do


aspecto verbal. Na LIBRAS, essa marcação se efetua por meio de movimentos e
expressões faciais. A título de ilustração, para indicar o tempo passado, é possível
utilizar um movimento de retrocesso com a mão e uma expressão facial de tristeza.
Ademais, na LIBRAS, as expressões faciais e corporais são elementos gramaticais
de grande importância e capazes de influenciar o sentido da frase. Um movimento
de sobrancelha, por exemplo, pode denotar uma pergunta, ao passo que um
movimento de cabeça pode indicar negação.

Resumindo, a língua de sinais não é universal e apresenta sua própria


gramática, tal como ocorre com as línguas orais. No caso da LIBRAS, essa
gramática se baseia em elementos visuais, como gestos e expressões faciais, e sua
estrutura pode variar de acordo com o contexto e a ênfase pretendida.
2) Os surdos fazem mímica? Ou os surdos desenvolvem uma língua assim
como os ouvintes desenvolvem uma determinada língua? Explique sobre a
diferença entre mímica e língua de sinais.

Como evidenciado no texto, é importante destacar que a língua de sinais não


se assemelha à mímica, havendo uma distinção significativa entre ambas. Os surdos
não se comunicam por meio de gestos aleatórios ou pantomimas, pois a língua de
sinais é uma língua natural, com gramática e estruturas próprias, assim como
qualquer língua falada. Historicamente, a língua de sinais foi erroneamente
associada à mímica devido a preconceitos equivocados acerca da surdez e a língua
de sinais. A língua de sinais compartilha todas as características linguísticas comuns
a qualquer língua humana, como o português, por exemplo. A diferença fundamental
reside no fato de que a língua de sinais utiliza o canal visual-espacial para a
comunicação, ao passo que o português emprega o canal vocal-auditivo. Portanto, a
língua de sinais é uma língua completa e complexa, dotada de vocabulário,
gramática, sintaxe e expressões idiomáticas próprias, e não deve ser confundida
com mímica ou gestos desprovidos de significado.

3) Qual é diferença na estrutura gramatical da Libras e do Português? Faça


uma comparação entre as duas línguas, dando exemplos de aspectos da
gramática das duas línguas.

O texto ilustra que as línguas de sinais, como a Libras, possuem uma


estrutura gramatical distinta das línguas orais, como o Português. Enquanto nas
línguas orais a gramática é construída a partir de elementos sonoros, como palavras
e frases, nas línguas de sinais a gramática é fundamentada em elementos visuais,
como gestos e expressões faciais. Um exemplo dessa diferença é a marcação do
tempo e aspecto verbal. Enquanto em Português essa marcação é realizada por
meio da conjugação verbal, na Libras ela é expressa por meio de movimentos e
expressões faciais. Por exemplo, para indicar o passado em Português, usamos o
pretérito perfeito, como em "eu falei". Na Libras, podemos indicar o passado com um
gesto de retrocesso da mão e uma expressão facial triste.

Outra distinção reside na ordem das palavras na frase. Enquanto no


Português a ordem é rígida, sujeito-verbo-objeto, na Libras a ordem das palavras é
mais flexível, podendo variar conforme o contexto e a ênfase desejada na frase. Por
exemplo, em Português, dizemos "eu amo você", enquanto na Libras podemos dizer
"você eu amo". Além disso, na Libras, as expressões faciais e corporais
desempenham um papel gramatical crucial e podem modificar o significado da frase.
Um movimento de sobrancelha pode indicar uma pergunta, enquanto um movimento
de cabeça pode expressar negação.

Em síntese, a discrepância na estrutura gramatical entre a Libras e o


Português está centrada na distinção entre elementos sonoros e visuais. Enquanto o
Português se apoia em palavras e frases, a Libras baseia-se em gestos e
expressões faciais.

4) Qual é a sua opinião sobre o uso da língua de sinais atrapalha a


aprendizagem da língua oral?

Durante muitos anos, houve uma crença errônea de que o uso da língua de
sinais prejudicasse o aprendizado da língua oral em pessoas surdas, e esse
equívoco foi disseminado principalmente pelos defensores do oralismo. Na
realidade, a relutância dos surdos em aprender a língua oral tem raízes na história
da educação dos surdos, marcada por castigos e punições. As árduas e intensas
sessões de "treinamento" para aprender a língua oral contrastam fortemente com a
naturalidade e o prazer de usar a língua de sinais. Portanto, é essencial reconhecer
a importância da língua de sinais para criar um ambiente propício para relações
interpessoais e intrapessoais saudáveis, que são fundamentais para o
funcionamento das esferas sociais.

5) Por que a surdez é vista negativamente pela sociedade?

Como indicado no texto, a sociedade tende a encarar a surdez de maneira


negativa, visto que, nos dias atuais, ela ainda é predominantemente interpretada a
partir de uma perspectiva patológica, que a classifica como um "déficit", uma "falta" e
uma "anormalidade". O padrão social estabelecido gira em torno da audição e da
oralidade, resultando no tratamento de qualquer desvio desse padrão como algo que
necessita ser corrigido e "normalizado". Esse processo de normalização abre
caminho para a estigmatização e para o surgimento de preconceitos sociais.

Além disso, é importante notar que o discurso médico muitas vezes detém
uma influência e prestígio superiores em relação ao discurso que promove a
diversidade e reconhece o valor linguístico e cultural das comunidades surdas. Com
um discurso médico tão proeminente e amplamente apoiado pela maioria, torna-se
desafiador adotar uma perspectiva alternativa ao abordar a surdez, ou seja,
compreendê-la simplesmente como uma manifestação da diversidade humana.

6) O que você acha sobre a informação de que aparelhos auditivos ajudam o


surdo a ouvir melhor? Será que os surdos ouvem melhor mesmo com
aparelhos auditivos? Explique um pouco sobre a questão do uso de aparelhos
por surdos.

Conforme demonstrado pela autora, os aparelhos auditivos não proporcionam


uma melhora significativa na capacidade dos surdos de compreender a língua oral.
Na realidade, esses dispositivos podem auxiliar na percepção de sons, mas não no
entendimento completo da linguagem oral. O texto narra o caso de uma entrevistada
surda profunda que, mesmo tendo solicitado um aparelho auditivo na infância,
acabou experimentando desconforto com o dispositivo devido aos ruídos
excessivamente altos, que lhe causavam dores de cabeça e irritações. Além disso, a
autora também menciona que muitas pessoas enxergam os aparelhos auditivos
como uma solução miraculosa para a surdez, chegando ao ponto de forçar seus
filhos a usá-los e proibindo-os de sair de casa sem o dispositivo no ouvido.

Portanto, embora os aparelhos auditivos possam auxiliar os surdos na


percepção de alguns sons e ruídos, eles não constituem uma solução definitiva para
a surdez e não possibilitam uma compreensão eficaz da linguagem oral. É
fundamental lembrar que a língua de sinais representa a língua natural dos surdos, e
muitos membros da comunidade surda preferem utilizá-la em vez de aparelhos
auditivos ou implantes cocleares, temendo que esses dispositivos possam afetar
negativamente sua identidade e cultura.

7) Um aspecto muito divulgado pela ciência refere-se a produção de aparelhos


auditivos cada vez mais potentes e melhores para o surdo ouvir. Atualmente,
está muito discutido o uso do implante coclear. O que você pensa sobre este
tipo de implante? O implante coclear recupera a audição do surdo?

Conforme o texto destaca, o implante coclear é um procedimento invasivo


para a inserção do dispositivo interno, e a restauração da audição depende de uma
série de variáveis. A existência de ceticismo é particularmente notável nos casos de
surdos profundos, especialmente em adultos. Em situações nas quais um surdo
tenha se submetido ao implante, o impacto é sempre significativo. O êxito no
desenvolvimento das respostas auditivas está sujeito a diversos fatores, incluindo a
idade do surdo, a duração da surdez, as condições do nervo auditivo, o número de
eletrodos implantados, a condição da cóclea, o tempo de surdez, condições do
nervo auditivo, o trabalho fisioterapêutico do fonoaudiólogo e a supervisão regular do
médico para ativação e ajustes do dispositivo implantado, entre outros aspectos.
Portanto, não se pode afirmar que o implante coclear restaura a audição de forma
universal para todos os surdos, uma vez que os resultados podem variar de acordo
com as características específicas de cada caso.

8) No Brasil, há uma discussão entre os surdos sobre fazer implante ou não


fazer implante. Apresente aqui sua opinião sobre esta questão, e escreva
também sobre a capacidade do povo surdo.

Conforme destacado no texto, é evidente que a comunidade surda apresenta


resistência em relação ao uso de aparelhos auditivos e procedimentos cirúrgicos,
como o implante coclear. Isso se deve ao fato de que a surdez não é encarada como
uma deficiência, mas sim como uma identidade cultural e linguística. A língua de
sinais é considerada a língua natural dos surdos, e, por conseguinte, muitos
membros dessa comunidade optam por não adotar o implante coclear ou aparelhos
auditivos, temendo que isso possa afetar adversamente sua identidade e cultura.
No que se refere à capacidade das pessoas surdas, é imperativo ressaltar
que a surdez não representa uma limitação cognitiva ou intelectual. Os surdos são
igualmente capazes de aprender, comunicar-se e prosperar em diversas áreas,
assim como qualquer outra pessoa. A língua de sinais é uma língua completa e
complexa, dotada de sua própria gramática e estrutura, permitindo que os surdos se
expressem e compreendam informações de maneira eficiente e eficaz.

Portanto, é de suma importância reconhecer a capacidade e a diversidade


que caracterizam a comunidade surda, promovendo a inclusão e o respeito à sua
cultura e identidade.

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