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Discente: Ana Clara Rodrigues Duarte

Matrícula: 2021.1.19.001

1) Ao ler o livro, a autora apresenta alguns mitos sobre a língua brasileira de sinais. Antes da
leitura deste livro, você imaginou que a língua de sinais é universal? A língua de sinais tem
gramática? Explique e apresente exemplos da gramática da Libras.
Antes de começar a disciplina de Libras, eu não havia parado para pensar sobre a
universalidade de língua de sinais. Logo no começo da disciplina o professor já discutiu com
a gente sobre as diferenças da língua de sinais, como ela varia dentro de um próprio país, por
exemplo. Foi trabalhado, em diversos contextos, diferentes sinais para se referir a um mesmo
sujeito, objeto ou ação. Ao pensarmos sobre a língua de sinais é importante compreendê-la em
suas particularidades. Um aspecto importante de nos atentarmos está relacionado à utilização
de gestos, expressões faciais, movimentos corporais e a utilização do espaço para se
comunicar. A estrutura para a formulação das frases em libras tende, normalmente, a ser mais
flexível.

2) Os surdos fazem mímica? Ou os surdos desenvolvem uma língua assim como os ouvintes
desenvolvem uma determinada língua? Explique sobre a diferença entre mímica e língua de
sinais.
Conforme explica Andrei Gesser em seu livro, os surdos não fazem mímica. A
comunidade surda tem uma língua brasileira de sinais: a Libras. A libras, como as demais
línguas, possui gramática, sintaxe e vocabulário. Enquanto a mímica não. Normalmente a
mímica provém de uma improvisação, não é estruturada igual a libras, embora também sirva
para tentar estabelecer algum nível de comunicação e/ou para expressar algo.

3) Qual é diferença na estrutura gramatical da Libras e do Português? Faça uma comparação


entre as duas línguas, dando exemplos de aspectos da gramática das duas línguas.
A Libras é uma língua visual enquanto o Português é uma língua oral. A estrutura
gramatical de libras não é necessariamente linear, a posição das palavras variam de acordo
com o objetivo de quem está sinalizando. As expressões faciais são essenciais para
compreensão para a comunicação com o outro. O Português tem uma estrutura gramatical fixa
(sujeito-verbo-objeto), os verbos variam, há preposições e conjunções também.
Buscando sintetizar melhor essa diferença, expressarei em libras a forma como a frase
“Eu subi o morro de casa”. Na linguagem dos sinais essa frase seria expressa da seguinte
maneira: apontaria para mim, visando sinalizar o “eu”; posteriormente faria o sinal referente
ao verbo “subir” para indicar a ação; depois sinalizaria o morro; e, por fim, indicaria o “de
casa” apontando a direção e fazendo o gesto de casa.

4) Qual é a sua opinião sobre o uso da língua de sinais atrapalhar a aprendizagem da língua
oral?
A língua de sinais não atrapalha a comunicação oral. Ela é utilizada a partir da
necessidade de determinado sujeito ou grupo. Ela é uma língua natural e independente, assim
como o Português e as demais línguas. Para as pessoas surdas ela é uma forma eficaz para se
comunicarem e se expressarem na sociedade. É extremamente importante combatermos essa
ideia de que a língua de sinais atrapalha o desenvolvimento da comunicação oral, visto que
ela é importante e utilizada assim como as demais línguas.

5) Por que a surdez é vista negativamente pela sociedade?


Vivemos e estamos inseridos em uma sociedade que se baseia na oralidade, embora
nos organizemos pela escrita. Embora a escrita seja proveniente também da oralidade. Essa
condição de predominância da oralidade é um fator de extrema importância para
compreendermos o porquê a surdez é vista de forma negativa. Isto é, tudo que foge do padrão
da oralidade e/ou que não está inserido dentro dessa lógica é visto com um teor negativo,
relacionado à ausência de/falta de. Atualmente, devido a ampliação da discussão sobre os
surdos e o fortalecimento dos movimentos sociais, a discussão relacionada a essa condição
começou a ter mais visibilidade. Sendo, portanto, um fator de extrema importância para o
combater à desinformação predominante na sociedade sobre a surdez. Há uma série de fatores
históricos-sociais que influenciam a forma como a surdez é compreendida, sendo importante
atentar-se a elas para compreender o contexto.

6) O que você acha sobre a informação de que aparelhos auditivos ajudam o surdo a ouvir
melhor? Será que os surdos ouvem melhor mesmo com aparelhos auditivos? Explique um
pouco sobre a questão do uso de aparelhos por surdos.
Acredito que esta frase “ aparelhos auditivos ajudam o surdo a ouvir melhor”, quando
dita em tom de afirmação representa/sintetiza a percepção de que tudo o que “foge” da
oralidade, do modo entendido por nós como o correto e o universal (a fala oral), deve ser
inserido a qualquer custo nessa perspectiva. Conforme foi discutido em sala, há casos e casos,
nem sempre o aparelho auditivo é a melhor opção para o sujeito surdo. Eles são dispositivos
que amplificam os sons e são projetados para melhorar a audição. Para alguns ele pode ajudar,
no entanto depende da condição da pessoa. Nem sempre o resultado é o mesmo para todos.
Em suma, é necessário e essencial reconhecermos a diversidade da comunidade surda.
Compreendendo que alguns indivíduos podem optar e preferir por não fazer o uso do aparelho
e utilizar a linguagem de sinais.

7) Um aspecto muito divulgado pela ciência refere-se a produção de aparelhos auditivos cada
vez mais potentes e melhores para o surdo ouvir. Atualmente, está muito discutido o uso do
implante coclear. O que você pensa sobre este tipo de implante? O implante coclear recupera
a audição do surdo?
De acordo com o texto, o implante coclear é um procedimento invasivo que envolve a
inserção do dispositivo interno. Não é certeza que após colocá-lo o indivíduo recupera a sua
audição, condição que depende de uma ampla série de fatores. Os surdos profundos, por
exemplo, são casos mais difíceis de recuperar. Depende, a recuperação da audição depende de
uma série de fatores, dentre eles a idade, o tempo que já perdeu a audição, a saúde, o número
de eletrodos implantados, o estado da cóclea, o tempo de surdez, o estado do nervo auditivo, o
acompanhamento terapêutico do fonoaudiólogo e a supervisão regular do médico para a
ativação e os ajustes do dispositivo implantado, entre outros elementos.

8) No Brasil, há uma discussão entre os surdos sobre fazer implante ou não fazer implante.
Apresente aqui sua opinião sobre esta questão, e escreva também sobre a capacidade do povo
surdo.
Acredito que seja uma decisão individual e que deve ser fruto de muita reflexão. A
surdez, como é sistematicamente reforçado ao longo do texto, não é uma deficiência, mas sim
uma outra forma da pessoa se colocar no mundo e se comunicar com as demais. Já conheci
pessoas surdas que optaram por fazer o implante coclear, outras que não e algumas que
colocaram e não se acostumaram - essas, normalmente, já eram mais velhas.
Para mim, é essencial que reflitamos essa questão de forma crítica e atenta, visto que é
um assunto delicado e permeado de ideias negativas e errôneas que circulam na sociedade.
Achar que todo surdo precisa/necessita fazer o implante coclear para se inserir na sociedade é
uma forma de capacitismo, além de não ver a pluralidade de sujeitos que constituem o mundo.
A surdez, muitas vezes, é vista como um elemento que incapacita e inibe os talentos dos
sujeitos. Visão essa que precisa urgentemente ser combatida. A diversidade da comunidade
surda é vasta, e as escolhas individuais em relação ao implante coclear variam.

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