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LINGUÍSTICA
CAPÍTULO 4 - COMO ABORDAR A
LINGUAGEM EM USO?
Adriana Paula da Silva Amorim
INICIAR
Introdução
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4.1 Pragmática
Os primeiros estudos no campo da pragmática linguística surgiram para responder
às seguintes questões: como as estruturas gramaticais podem ser compreendidas
quando utilizadas com funções específicas em determinados contextos? Como
interpretar a interação entre as pessoas na conversação? Há regras ou atitudes
linguísticas padronizadas na interação verbal?
A pragmática estuda a relação entre a estrutura linguística e seu uso, haja vista
que muito do que dizemos, na prática, ganha novos significados a partir dos
nossos interesses e objetivos comunicativos. Se alguém, por exemplo, bate à porta
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e diz “tem alguém aí?”, certamente não deseja simplesmente saber se existe
alguém no local, mas deseja ser recepcionado.
Figura 1 - Análise da língua pode ser feita sob a perspectiva da conversação. Fonte: Jane0606,
Shutterstock, 2018.
Dessa forma, Yule (1996) apud Wilson (2017, p. 89) define pragmática como “o
estudo do significado contextual”, em que importam como as coisas são ditas, a
quem são ditas, onde, quando e sob que circunstâncias. Mais que isso, a
pragmática também é “o estudo do como se diz além daquilo que é dito” (YULE,
1996 apud WILSON, 2017, p. 89), ou seja, o que está implícito. As investigações
pragmáticas são fazem distinção entre o que é interno e o que é externo à língua.
Todos os fatores envolvidos da situação comunicativa são importantes para a
compreensão do fenômeno.
As teorias pragmáticas convergem sobre o pensamento de que existe uma
regularidade nos comportamentos linguísticos dos indivíduos, de acordo com sua
cultura, suas crenças e as convenções sociais da comunidade linguística a que
pertencem. Vejamos, então, algumas dessas teorias.
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O livro “Quando dizer é fazer: palavras e ações”, do filósofo da linguagem John Langshaw Austin (1990),
trata da teoria dos atos de fala. Considerando que a linguagem é uma prática social concreta, Austin
defende nessa obra que numa conversa existe uma espécie de contrato entre os interlocutores, a fim
de que haja eficácia na comunicação.
Conforme a teoria de Austin (1990), ao falar, realizamos três atos: o ato locutório, o
ato ilocutório e o ato perlocutório. O primeiro se refere ao que é dito, o segundo ao
que se quis dizer (performativo) e o terceiro aos efeitos do que se disse no
ouvinte/receptor. Assim, quando alguém profere a frase “você quer casar
comigo?”, temos o ato locutório explícito fonética e sintaticamente; o ato
ilocutório é o pedido propriamente dito (a ação realizada por meio da frase) e o
perlocutório é o efeito que se espera a partir dessa pergunta: o próprio casamento
(AUSTIN, 1990).
Austin (1990) dá ênfase ao ato ilocutório, também chamado de performativo, que
é a ação realizada por meio da linguagem. Existem os perlocutórios explícitos –
expressos pelos verbos pedir, declarar, prometer, batizar, entre outros verbos de
ação performativa, como em “eu te batizo”, “prometo que virei” – e os implícitos,
em que as ações não são expressamente indicadas pelo verbo utilizado, mas
percebidas por meio da interpretação, como quando você pergunta a alguém:
“você tem horas?” e não apenas espera a resposta “sim” ou “não”, mas realiza um
pedido para que o outro lhe diga que horas são (AUSTIN, 1990).
A análise dos atos de fala no contexto de interação humana é de grande relevância
no campo das investigações pragmáticas, pois leva à compreensão dos ditos e dos
não ditos no jogo da linguagem.
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VOCÊ O CONHECE?
Erving Goffman foi sociólogo, antropólogo e escritor canadense. Seus trabalhos sobre o
comportamento verbal foram importantes não somente para a linguística, mas também para a
psicologia, a psicanálise, a educação, a sociologia, entre outras áreas de estudo (FERNANDES, 2000).
Para saber mais, acesse o endereço: <http://periodicos.unb.br/index.php/les/article/view/1293
(http://periodicos.unb.br/index.php/les/article/view/1293)>.
Wilson (2017, p. 97) afirma: “A polidez está associada aos processos de elaboração
de face (autoimagem pública dos indivíduos)”. Dessa forma, na interação, as
pessoas tendem a preservar sua autoimagem com base em certas regras de
conduta para que as pessoas atinjam seus objetivos. Por exemplo, quando se faz
uma ligação telefônica e alguém atende, geralmente se diz: “gostaria de falar com
fulano”, de forma respeitosa e polida, e não “chame o fulano que eu quero falar
com ele”, o que poderia ser interpretado como uma ofensa. Até mesmo quando se
ordena algo existe uma forma de atenuar a imposição, dizendo “você poderia me
passar o arroz?”, ao invés de utilizar o imperativo “me passe o arroz”.
Nessa perspectiva, Lakoff (1973, p. 298) aponta três regras de polidez:
não imponha;
dê opções;
faça o outro sentir-se bem, seja amigável.
Brown e Levinson (1987), por sua vez, distinguem a face positiva da face negativa.
A face positiva é construída quando há preocupação de ser apreciado e aprovado
pelo outro, “é a boa imagem que o sujeito tem de si mesmo” (FIORIN, 2010, p. 174);
a face negativa revela-se quando há uma preocupação em preservar, defender a
própria face e de não ferir a sua privacidade. As duas se relacionam na interação
verbal. Para os autores supramencionados, a face de um indivíduo numa interação
verbal pode ser perdida, mantida ou engrandecida, por meio das estratégias de
polidez, que consistem justamente na tentativa de manter a própria face e a face
do outro, do interlocutor.
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Figura 2 - Estratégias de polidez são importantes para a interação verbal. Fonte: Ollyy, Shutterstock,
2018.
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dizendo “queria lhe pedir algo, não é nada demais, rapidinho você faz” ou pedindo
de forma indireta, como quando você diz “nossa, a sala está bem quente”,
sugerindo que alguém abra as janelas, sem imposição.
Além disso, expressar generosidade com o outro, nos oferecendo para fazer algo
em benefício dele (máxima da generosidade), quando dizemos “deixa que eu
pego, você merece”, elogiando-o (máxima da aprovação); somos despretensiosos
(máxima da modéstia), quando respondemos “são seus olhos” diante de um
elogio; procuramos minimizar os conflitos (máxima da concordância) e tentamos
demonstrar aproximação com o interlocutor (máxima da simpatia), quando
dizemos “desculpe-me pela demora, não fique chateado comigo, somos amigos”.
Em síntese, as estratégias de polidez são meios de se atingir o princípio da
cooperação de Grice (1975), sendo linguisticamente polido a fim de não magoar o
outro no processo de comunicação.
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Figura 3 - A interrogação “Como higienizar os alimentos sem desperdiçar água?”, por estar inserida
em seu contexto real de comunicação, é considerada um enunciado. Fonte: BRASIL, 2017.
4.2.1 Dêixis
Os dêiticos são elementos linguísticos que se referem a elementos
extralinguísticos, mas que mantêm relação com a interação. Em outras palavras,
os dêiticos se referem às pessoas envolvidas na enunciação, por meio de
pronomes pessoais como eu e tu; ao lugar em que o enunciado foi produzido, por
meio de advérbios de lugar e pronomes demonstrativos como aqui, ali, este e
esse; e ao tempo em que houve a enunciação, por meio de marcadores temporais
ou advérbios de tempo como hoje e agora. Dêixis é, portanto, o fenômeno de
“apontar” para elementos extratextuais.
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VOCÊ SABIA?
A teoria da enunciação converge em vários pontos com a teoria dos atos de fala.
Podemos perceber, por exemplo, que os performativos, ou atos ilocutórios, por
meio dos quais se realiza uma ação, só podem ser compreendidos se levarmos em
consideração o contexto enunciativo, pois seu sentido extrapola a estrutura da
língua.
4.2.2 Inferência
Conforme já foi demonstrado anteriormente, os interlocutores expressam muito
mais do que o que é dito. Há muitas informações implícitas, mas recuperáveis por
meio de informações explícitas no enunciado. Esse processo de interpretação é
chamado de inferência. Nessa perspectiva, quando um cônjuge diz ao outro: “a
lata de lixo está cheia”, não está simplesmente fazendo uma declaração, mas
implicitamente e polidamente está solicitando que o outro leve a lata para fora.
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Portanto, muitos enunciados são interpretados por meio de inferências e para isso
é necessário o conhecimento da situação de comunicação. Por isso não se usa nos
estudos enunciativos a terminologia frase, visto que ela se configura como um
conjunto de elementos linguísticos organizados sintaticamente, cuja significação
está vinculada à significação clássica dos elementos que a compõem. O
enunciado, por sua vez, “é uma frase a que se acrescem as informações retiradas
da situação em que é anunciada, em que é produzida” (FIORIN, 2010, p. 168),
como se percebe na figura apresentada anteriormente.
A mesma frase pode ocorrer em diferentes situações enunciativas. Por exemplo, a
frase “o filme é legal” proferida por um jovem em uma roda de amigos quer dizer
que o filme a que o jovem se refere é interessante, divertido. No entanto, se a
mesma frase for proferida por um advogado em um júri, certamente quer dizer
que o filme é legítimo, ou seja, está em concordância com a legislação.
Analogamente, a significação é indicada pelos próprios elementos que compõem
a frase, enquanto o sentido é acrescido de elementos contextuais e situacionais.
Assim, embora a frase “o filme é legal” possua uma única significação, o
enunciado “o filme é legal” proferido numa roda de amigos possui um sentido
diferente do enunciado “o filme é legal” no contexto jurídico, conforme
mencionado anteriormente.
A teoria da enunciação é muito útil aos estudos pragmáticos, na medida em que
fornece subsídios teóricos para a análise e interpretação dos sentidos de
enunciados, ou seja, de atos concretos de fala, em situações reais de uso.
Figura 4 - Interdisciplinaridade da
linguística aplicada. Fonte: KLEIMAN, 1998, p. 134.
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Quadro 1 - Comparativo entre os tipos de ensino de língua. Fonte: Elaborado pela autora, baseado
em HALLIDAY; MCINTOSH; STREVENS, 1974.
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Figura 5 - A partir dos resultados das pesquisas em linguística aplicada, passou-se a valorizar
atividades de ensino baseadas nas interações, oral ou escrita, por meio da linguagem. Fonte:
Ditty_about_summer, Shutterstock, 2018.
Para a linguística aplicada (LA), a língua deve ser considerada em seu aspecto
pragmático e interacional, centrada no uso e não no código em si. Essa visão tem
contribuído para uma mudança de paradigma no ensino de língua, de uma
perspectiva mais tradicional – voltada para o interior do sistema linguístico – para
uma perspectiva mais inovadora – e para o uso efetivo da linguagem, por meio de
estratégias intra e extralinguísticas.
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CASO
Na Faculdade de Educação da Unicamp existe o Grupo de Pesquisa
Pensamento e Linguagem (GPPL), que atua com projetos de linguagem
voltados para aplicação em salas de aula de escolas públicas. Tratam-se de
estudos interdisciplinares, visto que consideram pressupostos da
psicologia, da filosofia, da linguística, da educação, da sociologia, entre
outras áreas do conhecimento. Para acompanhar o desenvolvimento
destes estudos, acesse: <https://www.gppl.fe.unicamp.br/
(https://www.gppl.fe.unicamp.br/)>.
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Figura 6 - As mudanças nos livros didáticos de
língua portuguesa. Fonte: Elaborada pela autora, baseada em DIONÍSIO (2018) e MALFACINI (2015).
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Por outro lado, o papel do professor de línguas também está passando por
modificações. Com o advento da concepção funcional e pragmática da linguagem
aplicada ao ensino, emerge a figura do sujeito, aquele que produz textos orais ou
escritos a partir de um contexto extralinguístico, a fim de produzir sentidos. Dessa
forma, o professor não é (ou não deve ser) mais o centro das atividades de ensino.
O conhecimento não é repassado do professor para o aluno, mas construído com
ele.
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Figura 7 - O ensino de línguas na atualidade exige uma nova postura do professor. Fonte:
Rawpixel.com, Shutterstock, 2018.
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comunicação.
Síntese
Ao finalizarmos os estudos que abordaram as questões de uso da linguagem,
esperamos que as ideias apresentadas estejam claras para você, e que as
discussões realizadas tenham sido produtivas em relação à sua aprendizagem e
formação profissional.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conhecer a teoria dos atos de fala e as máximas conversacionais;
analisar as estratégias de polidez em situações cotidianas;
entender os pressupostos da linguística da enunciação;
identificar as noções de significação e sentido, e de frase e enunciado;
entender os pressupostos da linguística de texto;
identificar a coesão e a coerência de um texto;
compreender de que maneira a linguística pode auxiliar no ensino e na
aprendizagem de línguas.
Referências bibliográficas
ANTUNES, I. Gramática contextualizada: limpando o pó das ideias simples. São
Paulo: Parábola Editorial, 2014.
AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ações. Porto Alegre: Artes Médicas,
1990.
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<http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tl/article/view/919/649
(http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tl/article/view/919/649)>. Acesso
em: 11/02/2018.
BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral. São Paulo: Nacional/Edusp, 1976.
GRICE, P. Logic and conversation. In: COLE, P.; MORGAN, J. (Eds.). Speech Acts, v. 3.
New York: Academic Press, 1975.
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LAKOFF, R. T. The logic of politeness; or minding your p’s and q’s. In: Papers from
the XIX Regional Meeting of The Chicago Linguistics Society, Chicago, 1973, p.
292-305.
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