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Identidade, Língua e
Cultura
Carolina Berbet
Identidade, Língua e Cultura - Unidade Nº 4 - Perspectivas Pós-Modernas
Introdução
Nas unidades 1, 2 e 3, estudamos sobre os fenômenos da língua, identidade
e cultura e como os processos identitários, linguísticos e culturais tem sofrido
influência da pós modernidade. Exemplificamos causas, consequências, alterações
no modo de viver e de se organizar do ser humano, além da maneira como se porta
perante o mundo e como ele o vê.
Autores como Zygmunt Bauman, Stuart Hall, Richard Sennett e Tomaz Tadeu
da Silva farão parte do conteúdo desta unidade, com os seus amplos conhecimentos
sobre as alterações pós-modernas e suas manifestações, como a flexibilidade do
capitalismo, as discussões sociológicas sobre termos e conceitos, as perspectivas
culturais, as compressões do espaço e do tempo e os debates identitários.
Bons estudos!
1. “Pós-modernismo” ou “Pós-modernidade”
Nos anos 80, era forte a discussão sobre o conceito de pós-modernismo e
pós-modernidade. Não se chegou a um consenso sobre qual termo deveria ser
utilizado, inclusive há autores que rejeitam ambas as definições.
diversos fenômenos que ocorrem pelo mundo, o que faz com que afaste de
conceitos limitadores.
1.1. A terminologia
Bauman afirma que realiza um papel de tradutor, pois busca traduzir o mundo
em textos, sem limitar os fenômenos existentes, mas buscando estudar a vida
humana como fundamentalmente abrangente, diversificada e impossível de ser
apreendida por apenas uma classificação ou terminologia. Acredita em uma
sociologia sem limites definidos.
A partir dos movimentos sociais e culturais dos anos 60, muitas perspectivas
teóricas hegemônicas foram modificadas, a partir da presença das perspectivas
críticas proporcionada pelos estudos das ciências sociais, desde a origem do
marxismo. Dessa forma, os sociólogos passaram a estudar e formular
caracterizações das sociedades, de suas rupturas e continuidades, o que permitia as
classificações das épocas como “pós industrialismo” e “sociedade tecnocrática”.
Já nos anos 80, com apoio das perspectivas surgidas em diversas áreas do
conhecimento, a discussão foi mudando de foco. Os grandes movimentos de
protestos haviam passado e a sociedade parecia estar estabilizada. Nesse momento,
o conceito de modernidade tomou força e, assim como ele, o de pós-modernidade.
A pós-modernidade vem como um desafio para os sociólogos, devido às constantes
mudanças e transformações, como a transferência da sociedade da produção para
a sociedade do consumo; o mundo após a queda do muro de Berlim; e as sociedades
com culturas definidas para sociedades que possibilitam múltiplas identidades.
Bauman realiza um amplo estudo sobre a situação pós moderna e suas crises
sociais, culturais e políticas. Para ele, a modernidade surgiu inicialmente como uma
época de hierarquia, dotada de padrões normativos e de certo controle sobre a
natureza e a condição humana. Após os movimentos de ruptura, como a queda do
Antigo Regime, é perceptível uma nova reflexão sobre a estrutura e a ordem. Os
novos poderes buscam definir os rumos da sociedade, planejando racionalmente,
buscando evitar a ocorrência do caos e todos os perigos que podem ameaçar a
estabilidade social. Entretanto, o que advém é uma busca por maior liberdade
individual, que culmina em uma sociedade com muitas incertezas e sem rumos fixos,
de maneira que não há o controle desejado e as possibilidades de organização da
vida humana são inúmeras, além das múltiplas identidades culturais.
Identidade, Língua e Cultura - Unidade Nº 4 - Perspectivas Pós-Modernas
dos sujeitos a estes locais não consiste em interação social, de maneira que não
buscam a comunicação com os demais sujeitos, mas a realização de compras e a
busca por experiências individuais.
Bauman menciona também sobre a espécie dos não-lugares, que são aqueles
locais que não evidenciam nenhum tipo de interação entre os indivíduos, de maneira
que anulam os contatos, como as esperas que ocorrem nos aeroportos, os pontos
em que os sujeitos aguardam os transportes públicos, as experiências dentro destes
meios de locomoção e também os quartos de hotéis.
Por fim, Bauman ressalta sobre a existência de espaços vazios, que podem se
dividir em dois tipos: os bairros pobres, cortiços e moradias improvisadas, que
seriam espécies de restos arquitetônicos e os que são criados a partir das própria
estrutura cognitiva dos indivíduos. Dessa forma, as quatro categorias apresentadas
seriam locais marcados pela falta de interação entre as pessoas.
3. A flexibilidade do capitalismo
Richard Sennett, sociólogo e historiador norte-americano aborda sobre o
capitalismo flexível. Para o autor, o capitalismo vive um novo momento, marcado por
flexibilidade, atacando as formas rígidas e burocráticas e permitindo uma nova rotina
e significação do trabalho, além da ansiedade causada nos profissionais, que não
sabem os riscos que correm e onde irão chegar.
4. Perspectivas Culturais
Stuart Hall afirma que, por meio das histórias repassadas de geração a
geração, há a criação de uma imagem nacional que se envolve com a imagem pessoal
do indivíduo que participa dessa cultura.
por meio de um processo não -natural fazem com que as pessoas aceitem as
identidades que lhes foram designadas.
Síntese
Nesta unidade, abordamos os conceitos pós-modernos, visualizando a pós-
modernidades e seus fenômenos de forma mais ampla. Compreendemos que, os
processos pós-modernos influenciam na forma de viver, comunicar e ser do sujeito,
com a ocorrência de certa deterioração social, associada a contaminação do público
pelo privado ou do privado pelo público.
● Os textos envolvem contextos que não são fixos, mas contemplam diversas
variáveis.
As quatro unidades nos permitiram conhecer melhor sobre o nosso entorno, como
as identidades, as culturas, as línguas e as relações sociais foram construídas, são
modificadas e influenciam na nossa maneira de agir e se organizar.
Identidade, Língua e Cultura - Unidade Nº 4 - Perspectivas Pós-Modernas
Bibliografia
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In: ______.
(Org). Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis:
Vozes, 2000.
Referências imagéticas: