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ANTROPOLOGIA – CIÊNCIA DO HOMEM – SEC XVIII (SABER ACADÊMICO – METADE SEC XIX)

Objeto de estudo: o de explicar a existência de sociedades com costumes e hábitos diferenciadas, sob o parâmetro da cultura
europeia tida como modelo de existência, de ser e estar no mundo. A humanidade em
toda a sua complexidade.

A Antropologia é uma das ciências que busca compreender os fenômenos culturais e pode contribuir para a promoção da
tolerância, mostrando, que o diferente não tem a denotação de inferioridade, mas que indica alternativas e equivalências.

Palavras-chaves:
– Cultura: fenômeno social, partilhado pelas pessoas de determinado grupo. Compreende, valores, regras da vida, modos de
agir, de falar, de se vestir etc. Há diferenças e similaridades entre um grupo e outro. Cultura é toda atividade física ou mental
que não advém necessariamente da biologia, mas uma construção social, partilhada pelos membros de um grupo que possuem
características comuns entre si. É algo aprendido, assimilado e em constante transformação.
– Diversidade Cultural: diferentes modos de ser desses grupos de pessoas, que precisam conviver e se relacionar nos mesmos
espaços.
– Diferenças: etnocentrismo, relativismo, etnicidade e alteridade.
– Três etapas do estudo da Antropologia: Etnogafia, Etnologia, Antropologia
– Etnografia: trabalho de campo e da observação. Incorpora o uso de detalhes descritivos na análise de uma sociedade
– Etnologia: elaboração de conclusões mais extensas que não seriam possíveis no primeiro momento (síntese). Emprega a
explicação das organizações humanas, como clãs, tribos e nações etc.
– Estranhamento: condição que provoca perplexidade no encontro de outras sociedades, mas que nos faz modificar o olhar
sobre nós mesmos
– Antropologia Biológica: estuda as variações dos caracteres biológicos do homem no espaço e no tempo. A sua problemática
está situada nas relações entre o patrimônio genético e o meio (geográfico, ecológico, social), e ela analisa as particularidades
morfológicas e psicológicas ligadas a um meio e à sua evolução;
– Antropologia Pré-histórica: estudo do homem através dos vestígios materiais enterrados no solo. Trabalha em conjunto com a
arqueologia e com a História.
– Antropologia Linguística: analisa a linguagem como patrimônio cultural. Atua na interdisciplinaridade com diversas outras
ciências, como dialetologia, a semiótica e a linguística;
– Antropologia Psicológica: estudo dos processos e do funcionamento do psiquismo humano.
– Antropologia Social e Cultural (ou etnologia): estuda tudo o que diz respeito a uma sociedade, ou seja, os seus modos de
produção econômica, a moral, as suas técnicas de linguagem, a sua organização política e jurídica, seus sistemas de
parentesco, seus sistemas de conhecimento, as suas crenças religiosas, a sua língua, os seus valores, as suas criações
estético-artísticas e a compreensão da realidade cultural produzida na era da sociedade informatizada.
– Linguística: campo do conhecimento que se decida ao estudo da língua como fenômeno comunicativo.
– Dialetologia: ramo da sociolinguística que busca compreender as variações linguísticas em determinado território, os diversos
dialetos, palavras, sons e sotaques, bem como sua relação com o espaço físico.
– Semiótica: estudo da utilização de símbolos e ao processo de produção de significados.
– Determinismo biológico
– Determinismo geográfico
– Simbolizar: representar questões materiais através da linguagem ou de símbolos abstratos
– Linguagem: é o que insere um homem em determinada cultura e permite assimilar as regras gerais da cultura em que vive
– Etnocentrismo: A visão etnocêntrica desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura ou mesmo compreende os
mecanismos do processo cultural, limitando-se à sua visão e referência cultural. Tudo o que é diferente, para a visão
etnocêntrica, é errado, inoportuno, diferente, e deve ser rejeitado.
– Relativismo Cultural: noção que permite ver os diferentes hábitos, traços e valores de um indivíduo na relevância de seus
valores culturais. É uma atitude necessária para aceitar a diversidade cultural em qualquer contexto, pois permite compreender
que toda cultura é única.
– Etnicidade: conjunto de características comuns a um grupo de pessoas que as diferenciam de outro grupo. A etnicidade é
construída a partir da relação com o outro (alteridade);

Neste capítulo, você pôde:


- compreender que a Antropologia é por excelência uma ciência que busca compreender o homem, a cultura e a diversidade
cultural;
- constatar que a Antropologia possui diferentes tendências desde a sua origem e que a cultura sempre foi o seu objeto de
estudo;
- concluir que a cultura é toda atividade física ou mental que não advém necessariamente da biologia, mas uma construção
social, partilhada pelos membros de um grupo que possuem características comuns entre si;
- entender que a linguagem é um aspecto muito importante, pois permite que haja a assimilação cultural e serve para orientar a
conduta individual imposta pela sociedade;
- perceber que o ambiente de trabalho é apenas outro espaço em que as diferenças culturais são percebidas e que estas
devem ser compreendidas e até mesmo valorizadas.
– Era da Informação – como o período contemporâneo ficou conhecido.
– Sociedade do conhecimento – se refere ao tipo de organização social, cultural, econômica e científica, cujo termo advém das
discussões sobre a Pós-Modernidade
– Sociedade da Informação – que se refere a uma sociedade integrada por complexas redes de comunicação e de trocas de
informação
– Visão Positivista – Émile Durkhein
– Visão Revolucionária – Karl Marx
– Visão Compreensiva – Max Weber
– Modernidade Liquida – diz-se de uma realidade ambígua, multiforme, em que toda estrutura sólida vem a desfazer. São
exaltados os conceitos de individualismo, o consumismo, a ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço. É preciso
manter um padrão de vida, mas paga-se com o esgotamento individual, sob o discurso de “sucesso” que sustenta a
organização civilizatória do mundo ocidental e mesmo globalizado, cada vez menos sólido e mais líquido em sua estrutura, já
que coloca em segundo plano a subjetividade
– a pós-modernidade trouxe uma nova configuração quanto às funções e aumentou consideravelmente a empregabilidade,
sendo o trabalho parte essencial da vida em sociedade (muito mais do que em outros períodos históricos anteriores).
– Hibridismo Cultural - uma espécie de miscigenação entre diferentes culturas, ou seja, uma heterogeneidade cultural presente
no cotidiano do mundo moderno
– Globalização – a globalização promove as trocas culturais e as culturas híbridas, que podem ocorrer por assimilação
simbólica ou pelo choque, pelas resistências entre culturas distintas. No caso das culturas tradicionais, a globalização pode
oferecer ameaças, já que propõe a uniformização da cultura (monocultura global).
– Identidade Cultural – é um conceito aplicado nas áreas da sociologia e antropologia, que indica a cultura em que o indivíduo
está inserido, ou seja, a que ele compartilha com outros membros do grupo, seja tradições, crenças, preferências, dentre outros.

Neste capítulo, você pôde:


1 compreender o que é o paradigma pós-contemporâneo – um termo usado para designar a sociedade da
segunda metade do século XIX até o momento. Há teóricos que divergem da sua datação e outros que nem
concordam que haja uma “pós-modernidade”;
2 constatar que a Sociedade do Conhecimento e a Sociedade da Informação são termos oriundos da Pós-
Modernidade;
3 concluir que o mundo passou por grandes transformações em todas as esferas da vida do indivíduo
ocidental e isso permitiu que ele tivesse contato com outros tipos de cultura, assimilando-as intencionalmente ou
não;
4 entender que a troca de culturas e o hibridismo cultural já eram estudados entre os antropólogos
evolucionista, mas esses conceitos ressurgiram na década de 1980 com as análises sobre os impactos da
globalização nas diferentes culturas – eles podem ocorrer de modo interativo ou por meios de oposições e
resistências;
5 saber que o mundo globalizado possibilitou e foi possibilitado pelo desenvolvimento das novas tecnologias
e pela busca por inovação;
6 a globalização fez com que diferentes gerações compartilhassem o mesmo ambiente de trabalho, o que
trouxe aprendizados e conflitos – compreender essas relações é de interesse da Antropologia e um desafio para as
práticas corporativas.

Capítulo 3
Como vimos, é através da comparação com o outro que se constrói o reconhecimento de nossa própria individualidade ou a
sensação de pertencimento a um grupo. A consciência do “pertencimento” a uma coletividade específica dá-se, portanto, em
dois níveis: a) pela identificação com um conjunto de pessoas culturalmente similares; e b) através do reconhecimento do que é
diferente, distinto e antagônico.

Já a identidade cultural manifesta-se em elementos como a apropriação da língua e de sua utilização com significados
específicos dentro de um grupo, a memorização de ditados populares, a disseminação da cultura popular e na participação em
determinados rituais (por exemplo, casar-se ou vestir roupas brancas determinado dia da semana). Podemos constatar a
identidade cultural também no uso de certos símbolos e representações exclusivas (como desenhar um coração para
representar o amor ou o ato de gostar).

Por miscigenação, denotamos o cruzamento entre grupos étnicos distintos, exemplificado pelo questionamento levantado pro
Brandão (1986) ao indagar quando o mestiço do índio tukuna com o branco cearense entende ser um “caboclo”. Já por
sincretismo religioso nos referimos à fusão de crenças e rituais de diferentes origens e sua transformação em algo híbrido, ou
seja, uma religiosidade nova cuja característica é justamente a harmonia de elementos díspares, por vezes até contraditórios.
Podemos definir “patrimônio cultural” como o conjunto de elementos materiais e expressões culturais legítimas de um povo ou
nação. Pense aqui que o Cristo Redentor é considerado patrimônio cultural material, ao passo que o Frevo e a Capoeira são
considerados patrimônios imateriais, ou intangíveis.

Para muitas pessoas, especialmente as minorias étnicas e os povos indígenas, o patrimônio imaterial é uma fonte de identidade
e carrega a sua própria história. A filosofia, os valores e formas de pensar refletidos nas línguas, tradições orais e diversas
manifestações culturais constituem o fundamento da vida comunitária. Num mundo de crescentes interações globais, a
revitalização de culturas tradicionais e populares assegura a sobrevivência da diversidade de culturas dentro de cada
comunidade, contribuindo para o alcance de um mundo plural. (UNESCO).
Como vimos a relação entre memória e identidade através deste trecho retirado do site da Unesco, temos a ligação de
patrimônio imaterial com o conceito de memória social. Podemos entender memória social como o armazenamento coletivo de
informações pertinentes à cultura e história de um grupo específico, geralmente passada de geração em geração de forma oral
(ou seja, não escrita). Trata-se, de certa forma, de um tipo de patrimônio que se busca preservar.

Neste capítulo, você pôde:


identificar o conceito de identidade e aplicá-lo ao contexto social, bem como compreender sua relevância para o estudo
antropológico;
contextualizar como a disciplina da Antropologia passou a discutir o conceito de identidade em um dado momento histórico;
definir como identidade está ligada à conscientização do contraste com o outro, ou seja, com o que é diferente, e como isso
afeta nosso modo de enxergar o mundo e nosso comportamento;
compreender que a identidade social define-se pelo reconhecimento e pelas relações que mantemos com a coletividade da qual
somos parte;
compreender que a realidade cultural é o próprio social, porém visto sob o viés das expressões religiosas, filosóficas, de seus
costumes e tradições de determinado grupo;
que a identidade cultural dá-se através do alinhamento entre características concretas e padrões abstratos de comportamento
aprendidos ao longo de uma vida;
constatar que as diferenças no modo de existir são padrões aprendidos e específicos de cada grupo, mas que essa dinâmica
está muito ligada à consciência que o indivíduo tem de si mesmo e de sua relação com o coletivo;
perceber os desdobramentos do choque cultural propiciado pela colonização e sua enorme influência sobre a construção de
uma identidade nacional brasileira;
perceber que a partir da independência política do Brasil, em 1822, houve uma constante busca pela identificação de uma
unidade que desse coesão a uma sociedade tão plural quanto o povo que habitava seu território;
elencar as inúmeras representações simbólicas de nossa identidade cultural, especialmente no âmbito das conquistas
trabalhistas;
definir patrimônio cultural material e imaterial e sua relevância para a consolidação e perpetuação de nossas representações
artísticas, sejam elas regionais ou nacionais;
compreender a importância da preservação do patrimônio imaterial e sua relação com a memória social; e
discutir como os conceitos de patrimônio cultural e memória relacionam-se com a questão da identidade social.

Capítulo 4

– O termo raça é bem complexo e refere-se aos traços biológicos de espécies distintas. A Antropologia atual compreende a
unidade de raça, sem, contudo, encerrar as discussões interétnicasnesse conceito
– Já o conceito de etnia refere-se ao pertencimento ancestral e étnico/racial dos grupos em nossa sociedade. Trata-se de um
conjunto de indivíduos que têm um ancestral comum (real ou imaginário); têm uma língua em comum, uma mesma religião,
crenças, valores ou visão de mundo; uma mesma cultura, o mesmo espaço geográfico e outros aspectos que os identifiquem
em relação a outros grupos e identifique o indivíduo a um grupo em específico.
– O racismo é um comportamento ou ação oriundos da aversão, por vezes, do ódio, em relação às pessoas que possuem uma
origem racial diferente, seja a cor de pele, o tipo de cabelo, os traços dos olhos, etc.
– Envolvido pelos conceitos de raça, etnia e racismo, encontram-se o preconceito racial, a discriminação racial e a segregação,
fenômenos que expressam o racismo e correspondem a diferentes graus de violência
–Já a discriminação não se refere obviamente apenas à raça. Refere-se à rejeição ao diferente e perpassa o gênero, a etnia, as
diferenças religiosas, as classes sociais e diversas outras categorias sociais. Pode ser tida como a efetivação do preconceito e
intolerância pelo que é diferente
– o feminismo, por exemplo, um movimento oriundo da modernidade, questiona as “oposições binárias que são responsáveis
pela fixação das identidades. O movimento contesta a posição social de mulheres e avança nas discussões sobre a formação
de identidades sexuais e de gênero. Esse movimento foi incontestavelmente responsável por muitas modificações culturais e
trouxe luz às discussões sobre as construções sociais da identidade.
– Na cultura e na religião, existe uma dualidade muito importante: o sagrado e o profano. Obviamente, essa dualidade está
evidente no que cada indivíduo considera sagrado e profano – inclusive entre pessoas que trabalham em um mesmo ambiente.
O sagrado é objeto de interdição e o profano é onde essas interdições se aplicam. De um grupo para outro, as normas
religiosas de comportamento se tornam mais evidentes nos momentos de crise ou de importância relativa, como no casamento,
na doença, na fome, no nascimento, na morte, etc.
– Cidadania: Trata-se de um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma comunidade politicamente articulada, tendo
esses direitos e obrigações, sob a forma de leis
– O fenômeno da inclusão é uma resposta à exclusão, a falta de direito ou acesso às necessidades mais básicas, situações de
injustiça, discriminação, à criação de estereótipos, à não aceitação do que é diferente. É na segunda metade do século XX que
se intensificou bastante a luta pela igualdade de direitos, empreendida porvários setores da sociedade, com a organização de
movimentos sociais reivindicatórios

Neste capítulo, você pôde:


compreender que a Antropologia sempre esteve relacionada às questões de raça, identidade, étnica e desdobramentos como
racismo e discriminação. Contudo, apenas no início do século XX pôde-se observar a questão de raça por um viés não
biológico;
constatarque as diferenças grupais não podem ser explicadas pelos aspectos genéticos, mas pela cultura, e não somente por
ela;
viu que a cultura não se explica apenas por si só, mas pelas escolhas individuais e grupais que implicam que haja diferenças
entre indivíduos de um mesmo grupo e similaridades entre indivíduos de grupos distintos;
concluirque o racismo é um discurso relacionado pela não aceitação de características físicas de quem é diferente, mas que,
muitas vezes, engloba aspectos culturais e étnicos;
entender queas questões de gênero, religião e até mesmo referentes às necessidades especiais encabeçam problemas sociais
ainda muito presentes no mercado de trabalho;
eperceber que a inclusão e a cidadania dependem muito do modo como é percebida a coletividade, mesmo que haja
intervenção ideológica ou política para que sejam aceitas na sociedade.

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