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PSICOLOGIA E

A PESSOA COM
DEFICIÊNCIA

Daiane Duarte
Em direção a uma
verdadeira prática inclusiva
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer a importância de uma rede de apoio nas instituições de


ensino em função da inclusão.
 Identificar os profissionais diretamente envolvidos no processo da
educação inclusiva.
 Auxiliar na manutenção de um ambiente colaborativo nas escolas e
demais instituições, tendo em vista o bom desempenho da inclusão.

Introdução
Uma verdadeira prática inclusiva, no que tange ao campo prático e prin-
cipalmente ao ensino, diz respeito ao acolhimento de todo e qualquer
cidadão, independentemente das diferenças. Para tanto, é necessário
que cidadãos, instituições de ensino e profissionais de diversos campos
atuem no sentido de amparar a diversidade, de forma que seja possível
atingir esse objetivo.
Neste capítulo, você aprenderá sobre a importância da construção,
do desenvolvimento e amadurecimento das redes de apoio nas institui-
ções de ensino com foco na inclusão. Em seguida, você conhecerá os
profissionais que estão diretamente envolvidos no processo da educação
inclusiva, bem como as suas diferentes práticas profissionais. Ainda, serão
apresentados os aspectos que podem fazer com que esses profissionais
sejam potencializadores da inclusão. Por fim, você vai estudar de que
forma poderá participar da manutenção de um ambiente colaborativo
nas escolas, de forma a incorporar as práticas inclusivas, tanto na escola
como nas demais instituições.
2 Em direção a uma verdadeira prática inclusiva

A rede de apoio nas instituições


de ensino voltadas à inclusão
A educação deve incluir todos os sujeitos, considerando as especificidades
e necessidades individuais de ensino. De acordo com o art. 205 da Consti-
tuição Federal de 1988, “[...] a educação, direito de todos e dever do Estado
e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho [...]” (BRASIL, 1988). Assim, a
inclusão pode ser compreendida como a garantia do acesso pleno a todos os
aspectos referentes ao desenvolvimento cognitivo e educacional, sem fazer
distinção em relação a características físicas, intelectuais, sociais, econômicas,
culturais ou espirituais.
Dessa maneira, a inclusão se refere a um processo educacional no qual toda
e qualquer diferença ou diversidade dos sujeitos é compreendida e respeitada.
Ainda, a educação é um dever do Estado e da família e, portanto, a inclusão
deve ocorrer dentro de uma rede que ofereça suporte, contemplando todas as
possibilidades de desenvolvimento dos sujeitos (BRASIL, 1988).
Uma rede de apoio é caracterizada pelo desenvolvimento de um sistema
de suporte composto por diversos agentes implicados no processo educativo:
educadores, especialistas, profissionais, família e comunidade. Cada um com
as suas especificidades, todos podem contribuir para a observação, escuta e
análise constante dos processos educacionais. Assim, a interação dessa rede
se dá em torno da resolução de problemas e da superação dos desafios que se
apresentam (SCHAFFNER; BUSWELL, 1999).
Nesse sentido, podemos destacar que a inclusão acontece a partir do en-
trelaçamento de redes de apoios variadas, em meio à atuação de diversos
agentes facilitadores, que viabilizem o suporte tanto aos educandos quanto aos
educadores. Capellini (2004) refere sobre a importância da rede que se forma
entre os profissionais, educadores e especialistas, por meio do planejamento
de estratégias que proporcionem o pleno desenvolvimento do educando.
Na construção de planos de ação, em sua análise, as redes de apoio con-
tam com a colaboração da família e da comunidade para a composição de
estratégias que considerem as singularidades de cada educando. Assim, é
muito importante a rede de apoio nas instituições de ensino em função da
inclusão, sob a ótica da criação e dos conceitos de entrelaçamento, cooperação
e colaboração. Em outras palavras, a educação só pode ser inclusiva quando a
diversidade das necessidades educacionais é contemplada. A partir do reco-
nhecimento das diferenças e singularidades de cada sujeito, são reconhecidas
Em direção a uma verdadeira prática inclusiva 3

também as demandas de intervenção em termos de políticas públicas, sejam


elas assistenciais, de saúde, segurança, qualificação profissional, entre outros.
Assim, o envolvimento e as responsabilidades da comunidade escolar e
das autoridades públicas que administram as escolas devem possibilitar a
troca de experiências, considerando todos os atores envolvidos no processo de
educação inclusiva, por meio da criação de espaços para a reflexão (STAIN-
BACK; STAINBACK, 1999). As redes de apoio também contribuem para a boa
qualidade das relações no ambiente escolar, fomentando o desenvolvimento
de laços éticos, de confiança e de colaboração.

Para a criação de uma rede de apoio que possa atuar em prol de uma inclusão efetiva,
os contornos e as diferenças encontrados nas estruturas e nos contextos sociais devem
ser valorizados, para a compreensão, formulação, implementação, execução e análise
de resultados e de impactos em todas as instâncias da comunidade escolar. Dessa
maneira, cada rede de apoio é criada e possui um funcionamento e uma atuação
específicos em cada instituição (FIGUEIREDO, 2002).

Profissionais envolvidos no processo


da educação inclusiva
A rede de apoio que busca a plena inclusão interage de forma a desenvolver
uma prática inclusiva em diferentes níveis (STAINBACK; STAINBACK,
1999). Dessa forma, as redes de apoio se constituem entre os educadores e
os especialistas, entre os educadores e as famílias, entre os educadores e os
educandos, entre as famílias e a comunidade, entre os próprios educandos.
Além disso, essas redes também se constroem por meio da aprendizagem
compartilhada entre as instituições de ensino e as instâncias governamentais,
buscando garantir que o processo de inclusão se dê de maneira efetiva.
Como referido por Stainback e Stainback (1999), as articulações entre os
diferentes agentes facilitadores deverão resultar em um trabalho sistemático
e conjunto, com o objetivo de atender às necessidades específicas de cada
educando. Devem estar envolvidos nesse processo desde pessoas físicas,
educadores, famílias, educandos, até instituições de ensino, representadas por
sua gestão e coordenação, bem como instâncias governamentais, representadas
pelos órgãos reguladores e mantenedores, como as Secretarias de Educação.
4 Em direção a uma verdadeira prática inclusiva

Dessa maneira, um ambiente que proporcione a participação de todos é um


fator que contribui para a construção de redes de apoio, possibilitando assim
vias efetivas de comunicação, que colaboram para uma gestão democrática da
educação e, consequentemente, para a efetividade de uma educação inclusiva
(BELLONI, 2001).
Historicamente, a formação de profissionais especializados em educação
inclusiva tinha como enfoque a chamada educação especial, a qual estava
voltada apenas ao ensino das pessoas com deficiência — organizado, por-
tanto, a partir de uma vertente médica pedagógica (JANNUZZI, 2004). Esse
fato acabava por negligenciar os aspectos mais específicos dos educandos e
não permitia que profissional desenvolvesse um olhar mais inclusivo sobre
os sujeitos, os quais precisavam ser compreendidos também a partir de seus
aspectos contextuais.
Conforme Mendes (2006), a formação do profissional para a educação inclu-
siva preferencialmente deve se expandir para além do aprendizado específico
do educando e considerar o sujeito em desenvolvimento de suas capacidades e
potencialidades educacionais. A proposta da educação inclusiva diz respeito a
todos aqueles tradicionalmente excluídos. Dessa forma, a educação inclusiva,
além de incluir pessoas com deficiência, também deve incluir as minorias:
pobres, negros, indígenas, imigrantes, pessoas expostas à vulnerabilidade
social, em conflito com a lei, em situação de rua, entre outros.
Para isso, os educadores, orientadores e coordenadores educacionais, como
profissionais diretamente envolvidos no processo da educação inclusiva, bus-
cam manifestar com as suas práticas uma flexibilização, uma escuta empática,
um olhar atento e aberto às mudanças e adaptações necessárias no ensino,
sob a perspectiva da inclusão. Por serem os profissionais mais diretamente
ligados à educação inclusiva, eles buscam priorizar a interação e a cooperação
nas suas práticas cotidianas em sala de aula (SEKKEL, 2003), oportunizando
equidade no desenvolvimento.
O papel do educador é imprescindível para a efetivação de uma educação
legitimamente inclusiva, pois a sua atuação rompe as barreiras do comparti-
lhamento de conhecimentos e se expande sobre a maneira como manifesta o
seu ensino e a sua relação com o saber. Munido de suas técnicas, mas não se
restringindo a elas, ele se engaja e se torna cúmplice no processo de aprendi-
zagem do aluno, sempre por meio de princípios éticos (CAMARGO, 2017).
Uma educação inclusiva e de qualidade coloca forte ênfase na efetivação de
uma aprendizagem cooperativa, por meio de um ensino colaborativo, em meio
à interação, tanto em atividades cotidianas, no espaço físico, quanto entre os
educandos, educadores e entre eles, e a equipe gestora da instituição. Assim,
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Sekkel (2003) destaca como atitudes favoráveis dos educadores disponibilidade,


persistência, confiança em seu trabalho e presença para atuar no manejo das
diversidades — ainda que tais atitudes não devam ser encaradas como atos
assistencialistas, considerando o desenvolvimento pleno de suas habilidades
para ensinar todos os educandos.

O filme Como estrelas na terra, toda criança é especial ilustra a relação entre o profissional
da educação e a inclusão. Acesse o link a seguir para assisti-lo.

https://goo.gl/EuEVQ5

A manutenção de um ambiente colaborativo


e o bom desempenho da inclusão
Para a efetividade da inclusão, é necessário um envolvimento significativo,
tanto no desenvolvimento do educador quanto na colaboração entre os demais
componentes da rede de apoio, como a família, a comunidade e as instân-
cias administrativas. Assim, por meio da cooperação, podem produzir uma
proposta coletiva capaz de contribuir significativamente para a qualidade
da educação. Dessa maneira, as práticas que viabilizam a implementação
da educação inclusiva apontam para a necessidade de criação de políticas
inclusivas, objetivando a sua aplicabilidade, por meio da construção de um
ambiente colaborativo (AINSCOW; PORTER; WANG, 1997).
Logo, a inclusão está intimamente ligada à manutenção de um ambiente
colaborativo entre as escolas e as instituições que se relacionam com ela, como
as gestões administrativas, as instituições de saúde, as instituições de esporte
e lazer, entre outras. Considerando o papel social da escola, os educadores e
gestores devem atuar também como rede de proteção, regidos por princípios
éticos e políticos, envolvidos em atitudes que favoreçam o processo de inclusão
regido pela qualidade na educação (AINSCOW; PORTER; WANG, 1997).
Como referido na Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994), a escola
inclusiva tem como objetivo fundamental a construção de um aprendizado que
seja possível para todos, no qual todos os educandos possam aprender juntos,
dentro de suas possibilidades, independentemente de quaisquer dificuldades
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ou diferenças que possam ter. A inclusão deve reconhecer e responder às


necessidades específicas de cada sujeito, acomodando a diversidade de estilos
e ritmos de aprendizagem e, ainda, assegurando uma educação de qualidade
a todos, sem nenhuma exceção (BRASIL, 1994).

O vídeo produzido pela MOVA Filmes, em parceria com o grupo Porvir e a rede de
conhecimento social, propôs uma reflexão sobre Qual é a escola que respeita as indivi-
dualidades? Por meio do projeto Nossa Escola em (Re)Construção, ouviu 132 mil ado-
lescentes e jovens brasileiros. Acesse o link a seguir para assistir ao material produzido.

https://goo.gl/KQ7sf3

Para isso, o ambiente colaborativo atua de maneira a facilitar e mediar a


criação de um currículo apropriado, adaptado às necessidades individuais
e coletivas, bem como a cooperação entre as escolas e as instituições que
com ela interagem. Estas devem possibilitar a criação de diferentes arranjos
organizacionais, usufruindo de uma diversidade de estratégias de ensino, com
o uso ampliado de recursos e, ainda, promover parcerias com as famílias e
as comunidades. Essa relação de cooperação entre as diferentes instituições
tende a oferecer uma estabilidade na manutenção dos ambientes colaborativos
e promotores de inclusão (AINSCOW; PORTER; WANG, 1997).
Conforme explanado por Aranha (2003), procedimentos de flexibiliza-
ção, adequação e adaptação dos métodos aplicados ao desenvolvimento da
aprendizagem, bem como os planos pedagógicos que visem a uma educação
fundamentalmente inclusiva, devem se concentrar em práticas pedagógicas,
com conteúdos e objetivos que viabilizem as interações pessoais. Nesse sentido,
a inclusão pressupõe que, por meio do ambiente colaborativo, seja realizada,
em conjunto, a adequação do currículo, quando necessário, a fim de torná-lo
adequado às peculiaridades dos educandos.
Assim, para que seja possível uma inclusão íntegra, sem rupturas segre-
gantes ou excludentes por falhas na rede de apoio ou no ambiente colaborativo,
faz-se necessária a continuidade de recursos físicos, sociais e humanos,
assim como a constante instrumentalização e capacitação dos educadores. A
inclusão exige do ambiente colaborativo um trabalho organizado estrategica-
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mente, de forma que os resultados sejam os melhores possíveis, impondo que


se disponibilizem para análise e problematização constantes e sistemáticas
de seus métodos e suas práticas (SANT’ANA, 2005).

Em uma escola da rede regular de ensino, os números referentes às matrículas de


alunos com necessidades educacionais especiais aumentaram consideravelmente
nos últimos cinco anos. A escola, que mantinha um único currículo projetado para
todos os alunos, sem possibilidade de flexibilização, designou agentes de apoio para
acompanhar cada aluno com necessidades educacionais especiais. No entanto, ao
longo do desenvolvimento dessas políticas educacionais, foi constatado que tais alunos
eram colocados em separado durante algumas tarefas e atividades, permanecendo no
mesmo ambiente, mas longe dos demais. Essas condutas se revelaram excludentes e
convocaram toda a comunidade escolar — famílias, educadores, gestores e educandos
— a pensar sobre adaptações e flexibilizações no projeto pedagógico. Foi construído
um projeto que seria analisado sistematicamente por todos, pois seria composto a
partir das práticas e vivências de acordo com as especificidades de cada educando.
Para essa escola, a compreensão sobre uma educação inclusiva se desenha por meio
da infinidade de possibilidades e promove o rompimento com conclusões que possam
enclausurar novas construções.

1. Sair de um sistema educacional a) as práticas pedagógicas não


comum, com classes homogêneas constituem empecilho, pois
e pedagogia específica, para continuam as mesmas nas
um novo sistema, reorganizado escolas regulares, e o aluno
com base na inclusão de todos incluído vai se adaptando a elas.
os alunos, independentemente b) não é considerado como
de suas necessidades, exige uma dificuldade o conceito único
mudança de perspectivas, ações de inclusão, permitindo às
e comportamentos. Entretanto, escolas seguirem a mesma
apesar da força da lei, muitas são as política educacional.
dificuldades e os empecilhos para c) os conhecimentos e as práticas
que essa transição ocorra de maneira repassados aos professores
satisfatória. Pode-se dizer que: fazem com que não encontrem
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dificuldades para lidar com verificar planos de aula,


o processo de inclusão. diários de classe e outros.
d) pais preconceituosos podem 3. Estudiosos e proponentes da
dificultar a integração do filho, educação inclusiva costumam falar
deficiente ou não, no processo sobre "apoio apropriado" e ainda
de inclusão e interação. sobre "agentes de apoio". O que você
e) um assistente de apoio trabalha compreende por essas expressões?
apenas em regime individual, A quem se destina esse apoio e
o que gera dificuldade quando quem são os seus agentes? Em
a classe tem mais de uma resposta a esses questionamentos,
criança com deficiência. assinale a alternativa correta:
2. A inclusão é uma prática educacional a) A falta de oportunidade e de
com mecanismos próprios de tempo faz com que professores
construção para um caminho que de uma mesma escola não
não está pronto, mas que se faz devam buscar se consolidar
ao caminhar. Nessa caminhada, como agentes de apoio mútuo.
torna-se necessário o envolvimento b) A presença de mais de um
de gestores, educadores, pais e outro profissional de apoio
comunidade, comprometidos na sala de aula gera uma
com o novo processo de educar, situação sempre bem-vinda
para que a inclusão atinja os seus para o professor da classe.
objetivos. Nessa perspectiva, c) O "apoio apropriado" se destina
assinale a afirmativa correta. especificamente ao aluno com
a) As escolas regulares necessitam necessidades especiais e é
da presença de dois dado pelo assistente de apoio.
coordenadores: o coordenador d) Os assistentes de apoio à
de apoio à aprendizagem e o aprendizagem são considerados
coordenador de necessidades como apoio essencial na prática
educacionais especiais. inclusiva e, por isso, são muito
b) Gestores e educadores têm valorizados e bem remunerados.
as suas áreas de atuação e) O professor, no seu dia a dia
definidas e não podem interferir com o aluno, já se torna um
no trabalho de cada um. agente de apoio quando,
c) Na inclusão escolar, o objetivo atento às necessidades dele,
é acolhimento, inclusão, busca formas de saná-las.
permanência e aprendizagem 4. Sônia, uma professora de ensino
satisfatória de todos os alunos. fundamental, costumava pedir
d) Para que a inclusão aconteça de aos alunos que terminavam as
modo satisfatório, basta que as suas tarefas antes dos demais
escolas se atenham às políticas para ajudarem algum outro aluno,
e à legislação educacional. selecionado por ela, que estivesse
e) O papel do coordenador apresentando mais dificuldades.
pedagógico continua sendo O aluno solicitado pela professora
meramente burocrático: tornava-se então um apoio para
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outros colegas, ocupava-se e procuram a direção da instituição,


não prejudicava a harmonia da argumentando que o filho
classe. Em relação a situações não tem apresentado nenhum
como essa e de acordo com os tipo de desenvolvimento de
seus conhecimentos sobre um aprendizagem. O diretor se reporta
procedimento educacional eficaz, ao coordenador da educação
no qual as crianças apoiam umas às especial, que sugere uma análise e
outras, assinale a alternativa correta. um planejamento conjunto entre
a) A inclusão da criança com graves a direção, o professor da classe, os
dificuldades de aprendizagem pais, o próprio coordenador e um
é quase sempre dificultada, psicólogo educacional, para se
já que crianças sem alguma chegar à causa e tomar medidas
deficiência são propensas à para saná-las, no que é apoiado pelo
rejeição e à falta de apoio. diretor e pelos pais. Considerando
b) Alunos considerados apoio, que a condução do caso tenha
quando designados pelo sido coerente, assinale a alternativa
professor a ajudar outro aluno, que justifica a participação de cada
acabam por fazer a atividade envolvido, visando a melhor solução.
para o colega, atrapalhando o a) Ao professor da classe, cabe
seu processo de aprendizagem. relatar as causas da deficiência
c) Infelizmente, em classes com da aprendizagem.
grandes números de estudantes, b) As questões relativas à
como no caso da maior parte aprendizagem e ao desempenho
das escolas públicas brasileiras, do aluno em sala de aula são
um processo de apoio entre de inteira responsabilidade
os estudantes não é possível. do coordenador da
d) Exemplo de apoio educacional educação especial.
entre crianças, na China, c) Cabe ao coordenador da
é dever das crianças mais educação especial a tarefa de
capazes oferecer apoio aos que interagir com os professores
apresentam maiores dificuldades. e serviços de apoio, na
e) O processo de apoio entre busca de soluções para as
crianças precisa ser sempre dificuldades de aprendizagem.
planejado anteriormente d) Os pais devem deixar a solução
pelo professor e transmitido à dos problemas dos filhos a cargo
criança que dará o apoio. Não da equipe pedagógica da escola
há espaços para a informalidade e dos profissionais de saúde.
nesse tipo de prática. e) Os psicólogos educacionais
5. Os pais de um aluno com restringem o seu trabalho
necessidades especiais, matriculado à aplicação de testes para
na fase inicial de aprendizagem detectar a causa da dificuldade
de uma escola municipal, de aprendizagem.
10 Em direção a uma verdadeira prática inclusiva

AINSCOW, M.; PORTER, G.; WANG, M. Caminhos para as escolas inclusivas. Lisboa: Instituto
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ARANHA, M. S. F. Referenciais para construção de sistemas educacionais inclusivos: a
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Leituras recomendadas
ADORNO, T. W. Educação e emancipação. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional
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CARVALHO, R. E. Escola inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico. Porto Alegre:
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SEKKEL, M. C. Reflexões sobre possibilidades e limites da educação inclusiva. Boletim
de Psicologia, São Paulo, v. 55, n. 122, p. 43-58, 2005.
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