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Curso de Pré Cálculo Dif. Int.

I Aula 07
Ministrante
Profª. Drª. Patrícia Aparecida Manholi
Material elaborado pela
Profª. Drª. Patrícia Aparecida Manholi

SUMÁRIO

Função Definida Por Várias Sentenças

Lembrando...

Dados dois conjuntos não vazios e , uma relação de em recebe a


denominação de função se, e somente se cada ∈ associa um único y ∈ . Assim, uma
função liga um elemento do domínio (conjunto de valores de entrada) com um segundo
conjunto, o contradomínio (conjunto de valores de saída) de tal forma que a cada
elemento do domínio está associado exatamente a um, e somente um, elemento do
contradomínio. O conjunto dos elementos do contradomínio que são relacionados pela a
algum do domínio é o conjunto imagem, denotado por ( ).

Considere as seguintes funções:


1. ∶ ℝ → ℝ, definida por ( ) = ;
2. ℎ: ℝ → ℝ, definida por ℎ ( ) = 1 −

Gráfico da função g Gráfico da função h


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Agora, se pensarmos em uma função definida por f( ) = ( ) = para < 1


e ( ) = ℎ( ) = + 1, quando ≥ 1, isto é:

( )= , > 1
1 − , ≥ 1

o gráfico da função será o gráfico da função quando os valores de são tomados


menores que 1, e quando os valores de são tomados maiores que 1, o gráfico da será
igual ao gráfico de ℎ:

Gráfico da função f

A função f é dita função definida por mais de uma sentença (a saber, definida por
duas sentenças).
Uma função é definida por mais de uma sentença quando cada uma das sentenças
está associada à um subdomínio 1, 2, 3, . . . e a união destes n-subconjuntos forma
o domínio da função original, ou seja, cada domínio é um subconjunto de D. Vamos
ver algumas funções definidas por mais de uma sentença e seus respectivos gráficos.

EXEMPLO 1: Seja : ℝ → ℝ definida por


− + 1, < −2
( )= − 1, − 2 ≤ < 1
− + 1, ≥ 1
é uma função definida por várias sentenças. Note que cada sentença está associada a
um subdomínio cuja união é o domínio de . O gráfico de :

:
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− , < −1
EXEMPLO 2: Seja : ℝ → ℝ definida por ( )=
− 1, − 1 ≤
é uma função definida por várias sentenças. Novamente, cada sentença está associada a
um subdomínio cuja união é o domínio de . O gráfico de :

Situações do cotidiano podem ser descritas por funções de várias sentenças,


vejamos:

Toda manhã, David tem o habito de fazer cooper. Em certa manhã, David parte de
sua casa caminhando em direção ao calçadão da praia das Margaridas, com a sua
velocidade constante. Ao chegar a praia, começa a correr durante um tempo, mantendo a
variação de sua velocidade constante. Inicia seu cooper em ritmo constante durante um
tempo até perceber que começou a ficar sem fôlego, diminuindo seu ritmo gradativamente
até parar em uma barraca para beber agua de coco e recuperar suas energias. Como
você esboçaria o gráfico da velocidade de David em função do tempo no trajeto desta
manhã?
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Agora vamos analisar cada etapa do projeto de David.

A 1o etapa do projeto e representada graficamente por um segmento de reta paralelo ao


eixo . A lei que de ne este tipo de função e = em que e uma constante real. A
representação gráfica da 2o etapa e um segmento de reta obliqua aos eixos e . A lei
que de ne este tipo de função e = . Na 3o etapa, o comportamento gráfico do trajeto
e o mesmo que na 1o etapa. A 4o etapa também e representada por um segmento de reta
obliquo aos eixos e , como na 2o etapa. Então, podemos afirmar que não existe uma
única equação para representar a função que indica o trajeto de David. Esta função
apresenta comportamentos variados ao longo de diferentes trechos do seu domínio ou,
portanto há necessidade de mais uma equação. A função que descreve o trajeto de David
e a função definida por várias sentenças.

Atividade 1. Considere a função real ∶ ℝ → ℝ definida por:

9, − 2 ≥
( )= , − 2 < < 1
+ 7, ≥ 1

a) construa o gráfico da g.

b) calcule as imagens a baixo:


i. (−6) =
ii. (−4) =
iii. (0) =
iv. (1) =
v. (−3) =
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c) determine o domínio, imagem e contradomínio de .

Atividade 2. Considere a função real ∶ ℝ → ℝ definida por:

1, 0 ≥
( )= + 1, 0 < < 1
− + 7, ≥ 1

a) construa o gráfico da f.

( ) ( ).
b) determine o valor da razão ( ) ( )

c) determine o domínio e o conjunto imagem de .


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, ≥ 0
Atividade 3: Construa o gráfico da função : ℝ → ℝ, definida por ( ) =
− , < 0

FUNÇÃO MODULAR

MÓDULO.

Dado um número real , o modulo ou valor absoluto desse número, denotado por | |, é
uma operação que torna este número positivo (exceto o zero).

Por exemplo, |5| = 5 e |−5| = 5.

Sendo assim, dado ∈ ℝ, o módulo de x é dado pela expressão


, ≥ 0
| |=
− , < 0

Da expressão acima, podemos tirar duas conclusões:

1. Se é zero ou um número positivo, então o módulo de é o próprio .


2. Se é um número negativo, então o módulo de é o oposto aditivo de .

É interessante associar a ideia de valor absoluto a distância, assim, o módulo de um


número x é a distância do afixo de x até a origem do sistema. Este conceito voltará a ser
usado quando estudarmos Números Complexos.
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Propriedade do modulo:

1. | | = −| |
2. | |≥0
3. | |=0⇔ =0
4. | | = | || |
5. | |= √
6. | + | ≤ | |+| |
7. | − | ≥ | |−| |
8. | |≤ ⇔− ≤ ≤
9. | | ≥ ⇔ ≤ ≤ −

FUNÇÃO MODULAR

Uma função : ℝ → ℝ recebe o nome de função modular quando cada ∈ ℝ é associado


ao número | | ∈ ℝ, ou seja, ( ) = | |.Utilizando o conceito de modulo de um número
real, a função modular pode ser definida também como segue:
, ≥
( )=
− , < 0

Note que a função modular é uma função definida por mais de uma sentença, e seu
gráficoé

Em cada exemplo a seguir vamos aprender um tipo de gráfico e, a seguir, construiremos


um semelhante.
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1. Considere a função : ℝ → ℝ definida por ( ) = 2 . O gráfico de é

Agora, considere a função ℎ: ℝ → ℝ definida por ℎ ( ) = |2 |. Note que a função ℎ é, na


verdade, uma função composta da função módulo ( ) = | | com a função , isto é,
ℎ( ) = |2 | = |ℎ( )|. Portanto, sobre todos valores assumidos por ( ), aplicamos a
2 , 2 ≥ 0 2 , ≥ 0
operação módulo. Assim,ℎ ( ) = |2 | = =
−2 , 2 < 0 −2 , < 0
Assim, o gráfico de ℎ é:
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2. Agora, considere a função : ℝ → ℝ definida por ( ) = + 2. O gráfico de g é:

Agora, considere a função ℎ: ℝ → ℝ definida por ℎ ( ) = | + 2|. Note que a função é


uma função composta da função módulo ( ) = | | com a função , isto é, ℎ( ) =
| + 2| = | ( )|. Portanto, sobre todos valores assumidos por ( ), aplicamos a operação
módulo, ou seja:

+ 2, + 2 ≥ 0 + 2, ≥ −2
ℎ ( ) = | + 2| = =
−( + 2), + 2 < 0 − − 2, < −2
Assim, o gráfico de ℎ é:

4. Considere a função ℎ: ℝ → ℝ definida por ℎ( ) = | + 2 |. Note que a função é


uma função composta da função módulo ( ) = | | com a função , isto é,
ℎ( ) = | + 2 | = | ( )|. Portanto, sobre todos valores assumidos por ( ),
aplicamos a operação módulo, ou seja:

+ 2 , + 2 ≥ 0
ℎ( ) = | +2 |=
−( + 2 ), + 2 < 0
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Para construir o gráfico de h, precisamos analisar o sinal de + 2 , cujas raízes são x=0
e x=-2. Como o gráfico de + 2 tem concavidade voltada para cima, + 2 é positivo
em (−∞, −2) ∪ (0, +∞), negativo em (−2,0) e nulo em -2 e 0. Assim, o gráfico de ℎ:

EXERCÍCIOS:

Construa o gráfico da função f e determine o seu domínio e Imagem.

) ( ) = |2 + 5| ℎ) ( ) = |4 + 4| − |3 − 4|
5 ) ( ) = | − 9| − | − 3|
) ( ) = −3 +
2 ) ( ) = | −2 |−| − 4|
) ( ) = |− − + 6|
) ( ) = |3 + 2| − 3
) ( ) = |2 + 6| − 4
) ( ) = | − 4| − 6
) ( ) = | − 2 − 3| + 5
) ( ) = |3 − 6| + −1
) ( ) = |2 + 3 − 2| + 3 + 2
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EQUAÇÕES MODULARES

Uma equação modular quando a incógnita aparece no modulo. Assim, para ∈ ℝ, temos
que:

| |= ⇔ =

| | = | | ⇔ =

Resolva as seguintes equações modulares:
1. |2 + 3| = 1
2. =3
3. | + 4| = 2 + 1
4. | | + 3| | + 4 = 0

INEQUAÇÕES MODULARES

Lembre-se das propriedades de modulo dos números reais. A ideia de módulo está
ligada ao conceito de distância, com o foi dito no início. Assim, temos que, para > 0:
| |< ⇔− < <
| |> ⇔ > <−

Utilizando estas propriedades podemos resolver algumas inequações modulares.

Resolva as seguintes equações modulares:


1. | 2 + 1| < 3
2. | 3 + 4| ≥ 1
3. | 2 + 1| < 3
4. | 4 − 7| > 0
5. | |+2 −7≤ 0
6. | + 1| + + 2 < 0
7. | − 4| + 3 < 7
8. | 2 + 6| + | | < 4
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FUNÇÃO EXPONENCIAL

Dado um número real > 0 com ≠ 1, chamamos de função exponencial de base a


função ∶ ℝ → ℝ que associa cada ∈ ℝ ao número real . Em símbolos:

∶ ℝ → ℝ

Note que =ℝ e = ℝ∗ .

Exemplo de funções exponenciais:

1
. ( ) = 2 . ( ) = . ( ) = √2
2

Propriedades:

1. = 0 ⇒ (0) = = 1. Isto significa que o gráfico de toda função exponencial


corta o eixo das ordenada no ponto de ordenada 1.

2. Quando > 1, temos que

< ⇔ ( ) < ( )

Isto significa que a função exponencial é crescente quando base for maior que 1.

3. Quando 1 > > 0, temos que

< ⇔ ( ) > ( )

Isto significa que a função exponencial e decrescente quando base for um número
entre 1 e 0.
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4. A função exponencial ( ) = e injetora, isto é:

≠ ⇒ ( ) ≠ ( )

Gráfico.

Com relação ao gráfico da função exponencial ( ) = , podemos dizer que:

1. A curva representativa está toda acima do eixo , pois = > 0 para todo
∈ℝ.
2. Corta o eixo no ponto de ordenada 1.
3. Se > 1, o gráfico de é uma curva crescente e, se 0 < < 1, o gráfico de é
uma curva decrescente.

Exemplos:

1. Construir o gráfico da função exponencial com base 2: ( ) = 2

2
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
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2. Construir o gráfico da função exponencial com base : ( ) =

1
3
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
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3. Construir o gráfico da função exponencial com base 2: ( ) = 2

2
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6

4. Construir o gráfico da função exponencial com base 2: ( ) = 2| |

2| |

-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
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5. Construir o gráfico da função exponencial com base 2: ( ) = 2 − 1

2 −1
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6

Equações Exponenciais

Equações exponenciais são equações com incógnitas no expoente.

Exemplos:

1) 2 = 32

2) 4 + 2 ∙ 14 = 3 ∙ 49

3) 2 + 6 − 2 ∙ 3 = 0

Método de redução a uma base comum


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Este método, como o próprio nome já diz, será aplicado quando ambos membros da
equação, com as transformações convenientes baseadas nas propriedades de potencias,
forem redutíveis a potência de mesma base (0 < ≠ 1). Pelo fato de uma função
exponencial ( ) = ser injetora, podemos concluir que potencias iguais e de mesma
base têm os expoentes iguais, ou seja:

= ⇔ =

Exercícios:

1) Resolva as seguintes equações exponenciais:

a) 2 = 128

b) 4 =

c) 100 = 0.001

d) 2 = 32

e) 11 = 1

f) 27 = 9

g) 2 = 128

h) 27 =9

i) (2 ) = 32

j) 9 =3

k) 3 −3 + 3 = 306

l) 2 ∙ 4 −5∙4 −3∙2 + 4 = 20

m) 4 − 2 − 2 = 0

n) 9 + 3 = 90
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o) 2 −2 − =

p) 3 =

q) 3 − = 4∙3

r) =1

s) =1

t) =

u) =

v) =

w) 4 + 2 ∙ 14 = 3 ∙ 49

x) 2 +6 −2∙3 =0

2) Resolva os sistemas de equações:

4 = 16
a)
2 =4

=
b) , onde , >0 e ∙ >0
=
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Inequações Exponenciais

Inequações exponenciais são inequações com incógnitas no expoente.

Exemplos:

4) 2 > 32

5) 4 + 2 ∙ 14 > 3 ∙ 49

6) 2 + 6 − 2 ∙ 3 ≥ 0

Método de redução a uma base comum

Este método será aplicado quando ambos membros da inequação puderem ser
representados como potência de mesma base (0 < ≠ 1). Lembre-se que a função
exponencial ( ) = é crescente se > 1, e decrescente se 0 < < 1, portanto:

ã ã :
> 1; > ⇔ >
0 < < 1; > ⇔ <

ã ã :
> 1; ≥ ⇔ ≥
0 < < 1; ≥ ⇔ ≤

Exercícios:

1. 2 > 128
2. ≥
3. 2 < 32
4. >
5. √3 ≤
6. 32 > 2 > 8
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7. 32 ≥ 4 >
8. 0.1 < 100 ≤ 1000
9. (2 ) < 128
10. ∙ ≤
11. 3 − 9 −3 −9 >
12. 3 +5∙3 +2 ∙ 3 +4 ∙ 3 +2 ∙ 3 < 63
13. 4 −6∙2 +8 <0
14. 3∙ 3 −1 ≥ 1−3
15. − − + <0
16. >1
17. >1
18. <1
19. ≥1
20. | | >1
21. <
22. <

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