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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

2.1 Objetivos

Reconhecer uma função e formalizar o conceito matemático de função;


Identificar o domínio, o contradomínio e a imagem de uma função;
Construir e interpretar diferentes representações, como gráficos e equações de uma função;
Realizar operações com funções;
Determinar a inversa de uma função;
Distinguir e manipular funções polinomiais, racionais, modulares, exponenciais, logarítmicas e trigonométricas;
Resolver problemas que envolvam o conceito de funções.

Nesta segunda unidade, estudaremos um dos mais importantes conceitos da matemática, o de função. Serão apresentados problemas que
evidenciam a importância do estudo das funções em diferentes áreas do conhecimento, ampliando, assim, o nosso olhar para o estudo das
funções.

No decorrer dos exemplos será possível observar que o uso de recursos computacionais pode auxiliar na visualização das propriedades e
características das funções.

Ao final de cada tópico, você poderá praticar e verificar sua compreensão dos conteúdos estudados através da resolução dos exercícios
propostos.

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2.2 Introdução

A palavra função geralmente é usada para exprimir a ideia de que um fato pode ser determinado, conhecido, a partir de outro (o
valor gasto foi conhecido a partir do número de refrigerantes comprados, o tempo que você leva para chegar à universidade, a pé,
depende da velocidade da caminhada, entre outros exemplos). O conceito de função nos permite descrever relações que existem
em aplicações, como, por exemplo, relacionar a temperatura de uma compostagem com o número de dias em que ela começou a
ser realizada.

Exemplos particulares do uso de funções podem ser encontrados desde a antiguidade, como por exemplo, um pastor realizava a
contagem de suas ovelhas fazendo uma correspondência entre os objetos a serem contados (as ovelhas) com os objetos de algum
conjunto de contagem (como os dedos da mão, pedras, etc.).

Historicamente, um dos primeiros matemáticos que mais se aproximou do conceito de função foi Oresme (1323 – 1382), em sua
teoria, estão presentes algumas noções gerais sobre variáveis dependentes e independentes. No entanto, o conceito matemático de
função foi formalizado somente no final do século XVII, sendo relativamente recente.

Descartes (1596-1650) afirmou em um de seus estudos que uma equação de duas variáveis, geometricamente representada por
uma curva, indica uma dependência entre quantidades variáveis.

Newton (1642-1727) foi um dos primeiros matemáticos a mostrar como uma função poderia ser desenvolvida em séries de potência
infinita, permitindo a intervenção de processos infinitos. Ele teria usado o termo "fluent" para designar as variáveis independentes,
“relata quantitas" para indicar variáveis dependentes, e "genita" para se referir a quantidades obtidas a partir de outras utilizando as
quatro operações aritméticas fundamentais (João Pedro Pontes, 1992). O termo “função” foi utilizado pela primeira vez por Leibniz
(1646-1716) no ano de 1673.

Atualmente, podemos notar o uso de funções em muitas áreas diferentes, como por exemplo: um médico utiliza funções para
calcular a quantidade de medicamento que receitará ao seu paciente, um engenheiro agrônomo pode utilizar funções para calcular o
crescimento de uma planta, um vendedor utiliza funções para estimar o seu lucro...

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2.3 O Conceito de função

Imaginemos que queiramos descobrir quanto gastamos com refrigerantes na cantina da universidade em um determinado período.
Claramente percebemos que o valor gasto depende da quantidade de refrigerantes comprados, ou seja, o valor gasto é uma função
do número de refrigerantes comprados. Se cada refrigerante custar R$ 2,50, a tabela seguinte nos dá o valor gasto em função do
número comprado. Veja:

Tabela 1: valor gasto em função do número de refrigerantes comprados

Número refrigerantes comprados 1 2 3 4 5 20 ... x

valor gasto 2,50 5,00 7,50 10,00 12,50 50,00....2,50x

Observe que para descobrir o valor gasto sempre multiplicamos o número de refrigerantes comprados pelo valor de cada
refrigerante. Quando escrevemos uma sentença matemática para representar essa relação (a qual denominamos expressão
algébrica), estamos determinando um “modelo matemático”. Em particular, nesse item trataremos dos modelos chamados de
funções matemáticas.

São várias as situações que usamos essa relação, porém, dificilmente nos damos conta que estamos determinando um modelo
matemático, que estamos trabalhando com uma função.

Uma função associa elementos de um conjunto a elementos de outro conjunto. Em nosso estudo, os conjuntos envolvidos sempre
serão subconjuntos de R. As funções neles definidas são chamadas funções reais de uma variável real.

Antes de definirmos formalmente o que é uma função, podemos pensar em um valor que depende de outro. Por exemplo:

I. Uma relação que expresse a área A de um quadrado em função do comprimento L do lado.

Sabemos que a área de um quadrado é calculada multiplicando-se a medida do seu lado por ela mesma, ou seja,

Área do quadrado = L x L

Portanto, obtemos a equação ­A = L


2
.

II. A área A de um círculo depende de seu raio r. A lei que conecta r e A é dada pela equação A = (π) r 2 . A cada número
real r positivo existe associado um único valor de A, e dizemos que A é uma função de r. Como a área é calculada a partir do
comprimento do raio, dizemos que a variável raio (r ) é independente enquanto a área A é dependente, pois usa o valor do raio para
ser calculada.

Vejamos então, qual a definição formal de função.

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IMPORTANTE:

I. não deve haver exceções: se f tem o conjunto A como domínio, a regra deve fornecer f(x) ∈ B para todo x ∈ A;

II. não deve haver ambiguidades: a cada x ∈ A, a regra deve fazer corresponder um único f(x) ∈ B.

Exemplo 1: Sejam A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 3, 4, 5}.

Solução:

(a) f : A → B mostrada na Figura 2.1 abaixo é uma função, pois todo elemento do conjunto A está associado a um único elemento
do conjunto B. Note que, embora os elementos 2 e 3 tenham a mesma imagem (4), isso não contraria a definição de função, pois a
única imagem do 2 é o 4, e a única imagem do 3 é o 4. Não importa que os dois elementos do domínio estejam com a mesma
imagem no contradomínio.

Figura 2.1: Diagrama de uma função

Para representar que o elemento 2 ∈ A está associado ao 4 ∈ B , segundo a função estabelecida nesse exemplo, escrevemos:
f (2) = 4 . Para as outras relações, podemos escrever: f ,
(1) = 2 f (3) = 4 ef (4) = 5 .

(b) g : A → B mostrada na Figura 2.2 abaixo é uma função de A em B.

x ↦ x + 1

Para confirmar essa afirmação, basta calcularmos as imagens de todos os elementos de A , pela relação g . Se todas as imagens
estiverem em B , confirmamos a afirmação. Veja:
Os elementos de A são: 1, 2, 3, 4. Os elementos de B são: 2,3,4,5. A relação g é: g (x ) = x + 1 , onde x está representando
genericamente cada elemento do domínio A . Façamos os cálculos:

g (1) = 1 + 1 = 2 ∈ B

g (2) = 2 + 1 = 3 ∈ B

g (3) = 3 + 1 = 4 ∈ B

g (4) = 4 + 1 = 5 ∈ B

De fato, g é uma função de A em B . A relação entre os elementos de A e B também pode ser representada geometricamente,
como mostra a Figura 2.2.

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Figura 2.2: Diagrama de uma função

Exemplo 2: Sejam A = {3, 4, 5} e B = {1, 2}.

Solução:

(a) f : A → B mostrada na Figura 2.3 abaixo não é uma função de A em B, pois o elemento 4 ∈ A tem dois correspondentes em
B, isto é, existe um elemento no domínio da função (nesse caso, o 4) que não possui uma única imagem.

Figura 2.3: Diagrama de uma relação

(b)Verifique se g: A → B representa uma função.

x ↦ x − 2

Esta notação deixa claro que o domínio da função é o conjunto A, que o contradomínio é o conjunto B e que a relação entre A e B
que se quer verificar é dada por g (x ) = x − 2 . Para ser função, todo elemento de A deve estar associado a um único elemento de
B. Vejamos:
Elementos de A: {3,4,5}. Elementos de B: {1,2}

Testando a associação:

g (3) = 3 − 2 = 1 ∈ B

g (4) = 4 − 2 = 2 ∈ B

g (5) = 5 − 2 = 3 ∉ B

Logo, g (x ) Não é uma função de A em B, pois o elemento 5 ∈ A não tem correspondente em B.

Conceito de função

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Continuação: Conceito de função

No exemplo 1, \(Im\left(f\right)=\left\{2,3,4,5\right\}\) . Não necessariamente precisamos ter sempre \(Im\left(f\right)=B\).

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2.4 O Domínio de uma função real de variável real

O domínio de uma função é o conjunto de números reais possíveis para a variável independente, ou seja, todos os valores de x
possíveis. Quando uma determinada função é representada graficamente, podemos analisar o domínio da função por meio da projeção do
gráfico sobre o eixo x. Da mesma forma, podemos dizer quem é o conjunto imagem projetando os pontos do gráfico sobre o eixo y. Já no caso
da função estar representada algebricamente (com uma fórmula), analisamos o domínio da função a partir das restrições numéricas que temos
para a fórmula em questão. Veja os exemplos seguintes:

Exemplo 1: Determinar os conjuntos domínio e imagem da função representada no gráfico seguinte (Figura 2.4):

Figura 2.4: Gráfico de uma função definida por partes

Solução:
Não importa a expressão algébrica da função que está representada graficamente. Para determinar o seu domínio, basta projetar o gráfico (linha
em vermelho) sobre o eixo x. Ao fazer isso, você perceberá que a projeção "cobre" todo o eixo. Portanto, o domínio da função é o conjunto dos
números reais. Escrevemos: D (f ) = R
Para o conjunto imagem, basta projetar o gráfico (linha vermelha) sobre o eixo y. Faça isso e perceba que todos os valores maiores ou igual a −2
são imagem de algum número em x. Escrevemos, para essa função: I m (f ) = {y ∈ R |y ≥ −2} ou I m (f ) = [−2, +∞[ .

(O vídeo também pode ser acessado em: https://youtu.be/4im8_aXn8p0 )

Quando uma função é representada apenas pela sua lei de formação, sua expressão algébrica, o domínio da função é determinado por meio da
análise das restrições da função. Observe o exemplo 2:

Exemplo 2: Determinar o domínio das seguintes funções:


a) f (x ) = 2−x
3

−−−−−
b) f(x ) = √2x − 5
−−−−−
c)
4
2
f (x ) = √x −1
−−− −
d) f (x ) =
2

x
+ √1 − x +
4x

√2x +5

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Solução:
a) Sabemos que uma divisão só pode ser efetuada quando o denominador da fração for um número não nulo, assim, para determinar o domínio
dessa função, precisamos impor a condição de que o denominador seja diferente de zero e resolver a inequação escrita, isto é:

2−x ≠ 0 ⇒ x ≠ 2

Logo, D (f ) = {x ∈ R |x ≠ 2} = R − {2}

b) No universo dos números reais, só é possível calcular a raiz quadrada de números positivos ou do zero. Assim, nesse caso, a solução é encontrada
a partir da restrição: radicando maior ou igual a zero (essa restrição é válida sempre que o índice da raiz for um número par), que determinará o
domínio da função. Isto é:

5
2x − 5 ≥ 0 ⇒ x ≥
2

Logo, D (f ) = {x
5 5
∈ R |x ≥ } = [ ; +∞[
2 2

c) Da mesma forma que o item b) devemos resolver a inequação: radicando maior ou igual a zero. Isto é, x 2 − 1 ≥ 0 ⇒ x ≤ −1 ou x ≥ 1

Lembramos que essa é uma inequação do 2. grau. Para resolvê-la, precisamos analisar o sinal da função quadrática correspondente:
− 1 . Você lembra?
2
f (x ) = x

• Passo 1 - achar os zeros da função:

2 0±2
x −1 = 0 ⇔ x = ⇒ x = ±1
2

• Passo 2 - analisar o sinal da função: para isso, uma das alternativas é usar o gráfico da função, o qual já aprendemos no Ensino Médio que é uma
parábola, com a concavidade voltada para cima, que interceptará o eixo x nos pontos de abscissas −1 e 1 . O intervalo para o qual o gráfico estiver
acima do eixo x, anotamos o sinal de + (mais) para significar que, naquele intervalo, a função é positiva. O intervalo para o qual o gráfico estiver
abaixo do eixo x, anotamos o sinal de - (menos), para significar que, naquele intervalo, a função é negativa. Veja a Figura 2.5.

Figura 2.5: Sinal da função f (x ) = x


2
−1

Note que a função ser positiva ou negativa não depende do valor de x ser positivo ou negativo, mas depende do valor de y. Isso nos dá outra
alternativa para verificar o sinal de uma função: fazer cálculos. Como?
Se pensarmos na reta numérica, os zeros da função f (x ) = x 2 − 1 a dividem em três partes:
 os números menores que −1;
 os números entre −1 e 1 ;
 os números maiores que 1 .
Para verificar o sinal da função, atribuímos um valor para x em cada um desses intervalos e verificamos o sinal da imagem desse número. Esse sinal
valerá para todo o intervalo.

Seja x , temos f . Como esse resultado é positivo, assumimos que para todo número x menor que -1,
2
= −2 < −1 (−2) = (−2) − 1 = +3

f (x ) > 0

Seja x = 0 ∈] − 1, 1[ , temos f (0) = 0


2
− 1 = −1 . Como esse resultado é negativo, assumimos que para todo número x entre −1 e 1 ,
f (x ) < 0 .
Seja x = 2 > 1 , temos f (2) = 2
2
− 1 = +3 . Como esse resultado é positivo, assumimos que para todo número x > 1, f (x ) > 0

Isso é o que está apresentado na figura anterior.

• Passo 3 - escolher o sinal adequado para resolver a inequação.


Como queremos x 2 − 1 ≥ 0 , devemos escolher os intervalos em que a função apresenta sinal de + (positivo) ou zero.

Assim, D (f ) = {x ∈ R |x ≤ −1oux ≥ 1} =] − ∞, −1] ∪ [1, +∞[

d) Aqui são apresentadas as situações tratadas nos itens a e b. Para cada “parte” da função f (x ), devemos encontrar as restrições, ou seja, aqueles
números que se substituídos no lugar do x resultam em uma divisão por zero ou numa raiz de índice par e radicando negativo. Ou seja,

(1)
2
f1 (x ) = ⇒ x ≠ 0
x
−−− −
f2 (x ) = √1 − x ⇒ 1 − x ≥ 0 ⇒ 1 ≥ x (2)

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5
(3)
4x
f3 (x ) = ⇒ 2x + 5 > 0 ⇒ x > −
√2x +5 2

O domínio da função é o conjunto de todos os números reais que satisfazem as condições de f1 ,


(x ) f2 (x ) e f3 (x ) , simultaneamente, isto é, resta
ainda determinar a interseção das restrições em (1), (2) e (3).

Logo, D (f ) = {x
5 5
∈ R∣
∣x > − e x ≤ 1 e x ≠ 0} =] − , 0[∪]0, 1]
2 2

(O vídeo também pode ser acessado em: https://youtu.be/O8aHl088UOg )

Exemplo3: Determinar o domínio e a imagem da função f (x ) = :


x −1

x +1

Solução:

Antes de afirmar que o D(f ) = R , lembre-se que o denominador nunca dever ser igual a 0, assim temos:

x +1 ≠ 0

.
x ≠ −1 . . D(f ) = R − {−1}

Para determinar o conjunto imagem, temos que achar os valores possíveis para y (lembrando que y = f (x ) ).

Isolando o x temos:

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x −1
y =
x +1

x +1−2
y =
x +1

2
y = 1−
x +1

2
y −1 = −
x +1

(x + 1)(y − 1) = −2

2
x +1 = −
y −1

2
x = − −1
y −1

−2−y +1
x =
y −1

Antes de afirmar que I m(f ) = R , lembre-se que o denominador nunca dever se igual a 0, assim temos:

y −1 ≠ 0

.
y ≠ 1 . . I m(f ) = R − {1}

−−−−
Exemplo 4: Determinar o domínio e a imagem da função f (x ) = √x − 2 :

Solução:

Antes de afirmar que o D(f ) = R , lembre-se que raiz quadrada de números negativos não está definida no conjunto R , portanto fazemos:

x −2 ≥ 0

.
x ≥ 2 . . D (f ) = {x ∈ R |x ≥ 2}

Para determinar o conjunto imagem, temos que achar os valores possíveis para y (lembrando que y = f (x ) ).

Isolando o x temos:

−−−−
y = √x − 2

2
y = x −2

x = y
2
+2 (lembrando que x ≥ 2 )

2
y +2 ≥ 2

2
y ≥ 2−2

.
y ≥ 0 . . I m(f ) = R +

http://ecalculo.if.usp.br/funcoes/logaritmica/logaritmo/conceito_log.htm

Exemplo 5: Determinar o domínio e a imagem da função f (x ) = ln(x + 1) :

Solução:

Antes de afirmar que o D(f ) = R , lembre-se que não existe ln de valores menores ou iguais a zero. Temos:

x +1 > 0

.
x > −1 . . D (f ) = {x ∈ R |x > −1}

Para determinar o conjunto imagem, temos que achar os valores possíveis para y (lembrando que y = f (x ) ). Isolando o x temos:
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y = ln(x + 1)

e
y
= e
ln(x +1)
(aplicando o e para cancelar o ln )

y
e = x +1

x = e
y
−1 (lembrando que o x > −1 )

y
e − 1 > −1

e
y
> 0 (para qualquer valor de y , o resultado será sempre maior que 0)

.
. . I m(f ) = R

(Esse vídeo também pode ser acessado em: https://youtu.be/RwKB3ZI8SP8 )

– –
D (f ) = {x ∈ R ∣
∣−√3 < x < √3 }
a) {
I m (f ) = R

Respostas: –
b)D (f ) = {x ∈ R |x ≤ 0 ou x > 3} e I m (f ) = {y ∈ R/y ≠ √2 }

D (f ) = {x ∈ R |−3 ≤ x < −1 e x > 2}


c) {
I m (f ) = R +

Se você ainda tem dúvidas em como resolver as inequações, assista aos vídeos disponíveis em:

http://www.youtube.com/watch?v=a-qbD1hRYvI

http://www.youtube.com/watch?v=5D7Pht5AcDw

Tarefa: Observe que aqui aparecem vários termos associados às funções. Redija um texto estabelecendo as diferenças entre eles e como
determiná-los. Se necessário, pesquise em outras fontes, elabore situações...

Com as funções podemos também realizar operações, assim como fazemos com os números, e destas operações formaremos novas funções,
como veremos a seguir:

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2.5 Operações

Estudaremos agora as operações que podemos realizar entre as funções.

O domínio das funções f + g, f − g, f . g é a intersecção dos domínios de f e g . O domínio de f /g é a intersecção dos domínios de f e g ,
excluindo-se os pontos onde g (x ) = 0 .

O domínio de k f coincide com o domínio de f .


A composição de funções, também é considerada uma operação de funções:

O domínio de g ○ f (lê-se "g bola f" ou "g composta com f") é o conjunto de todos os pontos x no domínio de f tais que f (x ) está no domínio
de g .

Simbolicamente, D(g ∘ f ) = {x ∈ D(f )/f (x ) ∈ D(g )}

Veja o diagrama abaixo na Figura 2.6:

Figura 2.6: Diagrama da função composta

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−−−− −−−−
Exemplo 1: Sejam f (x ) = √5 − x e g (x ) = √x − 3 . Determine as funções:

a)(f + g ) (x )

b)(f − g ) (x )

c)(f . g ) (x )

d)(f /g ) (x )

Solução:
−−−− −−−−
a) (f + g ) (x ) = √5 − x + √x − 3
−−−− −−−−
b) (f − g ) (x ) = √5 − x − √x − 3

−−−− −−−− −−−− −− −−− −−− −−−− −−−−−−− −


2
c ) (f . g ) (x ) = √5 − x . √x − 3 = √(5 − x ) . (x − 3) = √−x + 8x − 15

−−−
√5−x 5−x
d) (f /g ) (x ) = = √
√x −3 x −3



Exemplo 2: Sejam f (x ) = √x e g (x ) = x − 1 . Encontre g ∘ f .
Solução:


Lê-se “g d a f (x ) ” onde o valor da f (x ) (no caso, √x) é substituído no lugar da variável x que aparece na , assim temos:
g (x )

− −

(g ∘ f ) (x ) = g (f (x )) = g (√x ) = √x − 1



Exemplo 3: Sejam f (x ) = 2x − 3 e g (x ) = √x . Encontre:

a) g ∘ f ;

b) f ∘ g ;

c) f ∘ f ;

d) g ∘ g;

Solução:
Temos,
−−−−−
a) (g ∘ f ) (x ) = g (f (x )) = g (2x − 3) = √2x − 3

− −

b) (f ∘ g ) (x ) = f (g (x )) = f (√x ) = 2√x − 3

c ) (f ∘ f ) (x ) = f (f (x )) = f (2x − 3) = 2 (2x − 3) − 3 = 4x − 6 − 3 = 4x − 9


− −−
−−
− 4 −

d ) (g ∘ g ) (x ) = g (g (x )) = g (√x ) = √√x = √x

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Exemplo 4: Sejam f (x ) = 3x + 1 ef (g (x )) = −2x


2
+5 funções de R em R. Determine o valor de g (1). (TAN, 2011)

Solução:

Como f (x ) = 3x + 1 , temos que f (g (x )) = 3 (g (x )) + 1 .

Assim, f (g (x )) = 3 (g (x )) + 1 = −2x
2
+5 .

Da igualdade 3 (g (x )) + 1 = −2x 2 + 5 segue:

2
3 (g (x )) + 1 = −2x +5

2
3 (g (x )) = −2x +4

2
−2x +4
g (x ) =
3

Logo, g (1) = .
−2(1) +4 −2+4 2
= =
3 3 3

Exemplo 5: Muitos problemas em matemática são abordados pela decomposição de funções em uma composição de uma ou mais funções
mais simples. Por exemplo, considere a função h (x ) = (x + 1) 2 . Para calcular h(x ) para um dado valor, primeiro temos que fazer x + 1 e
depois fazemos o quadrado do resultado, não é isso? Essas duas operações são executadas pelas funções:f (x ) = x + 1 e g (x ) = x 2 .
Podemos expressar h(x ) em função de f e g fazendo: h (x ) = (x + 1) = (f (x )) = g (f (x )) = (g ∘ f ) (x )
2 2

É importante entender a composição das funções porque precisaremos disso para derivar ou integrar funções compostas mais adiante...

Desafio: Expresse h (x ) = (x − 4) como a composição de duas funções.


5

Resposta do desafio: (x ) = x − 4; g (x ) = x
5
h (x ) = (g ∘ f )

Gabarito:

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2.6 Gráficos

Exemplo 1: Seja dada a seguinte descrição em palavras de uma função: P (t ) é a população brasileira no instante t . A tabela de
valores da população brasileira (tabela 2) fornece uma representação conveniente dessa função. Ao plotarmos esses pontos,
obtemos a representação apresentada na Figura 2.7, que nos é bastante útil pela inferência que podemos fazer a respeito da
população brasileira. Naturalmente, é impossível calcular uma fórmula exata para a população brasileira P(t), porém, é possível
encontrar uma solução aproximada para ela, que nos permite estimar populações em momentos em que não temos disponíveis
dados do censo. A figura 2.8 representa a população brasileira para o período de 1900 a 2000, bem como o modelo matemático
aproximado correspondente.

Tabela 2: População Brasileira

Ano População

1583 57000

1600 100000

1700 300000

1800 3660000

1872 9930478

1890 14333915

1900 17438434

1920 30635605

1940 41236315

1950 51944397

1960 70191370

1970 93139037

1980 119002706

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1991 146825475

2000 166112500

Fonte: IBGE

Figura 2.7: Representação gráfica da População Brasileira

Figura 2.8: Modelo matemático aproximado para a população brasileira no período de 1900 a 2000.

Solução: Na tabela 2 temos a população brasileira para diversos momentos, no entanto, se estivéssemos interessados em estimá-
la para o ano de 1975, por exemplo, precisaríamos de algum modo, já que esse valor não consta nela. Com o uso do modelo
matemático, podemos obter essa informação, bastando para isso considerar x = 1975 e calcular o valor de
y = 2.10
−12
.e
0,023∗1975
= 106.870.253 pessoas.
Você pode determinar essa função usando o software GeoGebra e o comando "regressão exponencial" . Você deverá encontrar a
função: f (x ) = 0, 000000000002009.e
(0,022960476612024x )
em que x é o ano e f (x ) é a população no ano x .

Definiremos agora o gráfico de uma função, que é uma das formas que podemos utilizar para representar uma função.

Exemplo 2: Esboçar o gráfico da função : f (x ) = x + 1

Solução:

Note que esta função tem como D = R , isto nos permite montar uma tabela e atribuir quaisquer valores para x ,substituindo estes
valores na função, encontramos os valores de y correspondentes. Os números x e y serão as coordenadas de um ponto no plano
cartesiano. Assim temos:

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Figura 2.9: Representação dos pontos da tabela 2.3

Em seguida trace uma reta (ou uma curva) seguindo os pontos do plano cartesiano, assim teremos um esboço do gráfico, como na
Figura 2.10:

Figura 2.10: Gráfico da função f (x ) = x +1

Exemplo 3: Esboçar o gráfico da função :f (x ) = x


2
− 1

Solução:

Observando que D = R podemos atribuir qualquer valor para x que encontraremos um valor para y . Dessa forma é importante
atribuir vários valores para x para podermos visualizar e esboçar o gráfico.

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Tabela 2.4

Figura 2.11: Representação dos pontos da Tabela 2.4

Traçando uma curva seguindo os pontos do plano cartesiano, teremos um esboço do gráfico, como na Figura 2.12:

Figura 2.12: Gráfico da função f (x ) = x


2
−1

É importante observar que, nesse exemplo, só pudemos traçar uma curva unindo os pontos marcados no plano cartesiano porque o
domínio da função é o conjunto dos números reais.

http://ecalculo.if.usp.br/funcoes/grandezas/exemplos/exemplo1.htm

http://ecalculo.if.usp.br/funcoes/grandezas/exemplos/exemplo2.htm

http://ecalculo.if.usp.br/funcoes/grandezas/exemplos/exemplo3.htm

http://ecalculo.if.usp.br/funcoes/grandezas/exemplos/exemplo5.htm

https://moodle.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=271197 22/68
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2.7 Características de uma função

Mais adiante, precisaremos que as funções tenham algumas características especiais, como, por exemplo, ser bijetora ou ser crescente. Vamos
apresentar algumas dessas características, para que saibamos do que se trata, quando for oportuno.

Exemplo 1: A função f (x ) = x 2 com D (f ) = R não é injetora, pois para x1 = −2 e x2 = 2 , ou seja x1 ≠ x2 , encontramos


f (x1 ) = 4 = f (x2 ) , o que contraria a definição. Observe a Figura 2.14 e perceba que há várias duplas de números reais (por exemplo, −1 e 1 ,

3 e −3) que possui a mesma imagem. Graficamente, podemos reconhecer se uma função é injetora se ao traçarmos linhas paralelas ao eixo das

abscissas, essas linhas interceptarem o gráfico em apenas um ponto (por que mesmo???? Analise bem!).

Figura 2.14: Representação gráfica da função f (x ) = x


2
com D (f ) = R

Exemplo 2: Seja a função f (x ) = x 2 com D (f ) = R + . Nessas condições, a função f é injetora. Note que, nesse exemplo, restringimos o
domínio da função para apenas os números reais não negativos, e isso permitiu que a função se tornasse injetora. Veja a representação gráfica
na Figura 2.15.

Figura 2.15: Representação gráfica da f (x ) = x


2
com D (f ) = R +

Exemplo 3: A função f (x ) = x com D (f ) = R é injetora pois ∀x1 , x2 ∈ A , com x1 ≠ x2 tem-se f (x1 ) ≠ f (x2 ) .

A definição 2 nos permite concluir que uma função é sobrejetora quando seu conjunto imagem for igual ao contradomínio da função. Na
notação da Definição 2, o contradomínio de f é o conjunto B .

Exemplo 1: A função f : R+ → R+ definida por f (x ) = x 2 é sobrejetora pois I m (f ) = R + .

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Exemplo 2: A função f : R + → R definida por f (x ) = x não é sobrejetora pois I m (f ) = R + e, nesse exemplo, estamos tomando o
2

contradomínio da função (C d (f )) como sendo o conjunto R. Logo, I m (f ) ≠ C d (f ) .

Exemplo 3: Uma função f : A → B , com A = {1, 2, 3} e B = {3, 4, 5, 6} ,ef (x ) = x + 2 não é sobrejetora pois,

f (1) = 1 + 2 = 3 ∈ B

f (2) = 2 + 2 = 4 ∈ B

f (3) = 3 + 2 = 5 ∈ B

Isto é, I m (f ) = {3, 4, 5} ≠ B

Exemplo 1: A função f : R+ → R+ com f (x ) = x


2
é bijetora. Verifique!!

Note que para existir a inversa de uma função, é preciso que esta seja bijetora. Por que isso? A função bijetora é sobrejetora e injetora. Sendo
sobrejetora, tem-se que I m (f ) = B , o que significa dizer que ∀y ∈ B existe pelo menos um x ∈ A tal que f (x ) = y , e esse x é único, porque
f é injetora. Sendo assim, então podemos definir uma função f −1 : B → A que associa a cada y ∈ B o único x ∈ A tal que f (x ) = y .

Exemplo 1: Seja f : R → R com f (x ) = 2x + 1 . Esta função associa a cada número real o número 2x + 1 . A função inversa associa o número
ao número x . A função inversa é dada por: f .
−1 x −1
y = 2x + 1 (x ) =
2

Como podemos determinar a inversa de uma função? Basta seguir o seguinte procedimento (ou use a sua lógica, "desfazendo" as operações
realizadas para determinar o y ):

1. Troque x por y e y por x ;


2. Isole y
3. Escrevemos f −1 (x ) = y

Veja, vamos determinar a inversa de f (x ) = y = 2x + 1

Passo 1: Escrevemos x = 2y + 1
Passo 2: Isolamos y :
x −1
x − 1 = 2y ⇔ = y
2

Passo 3: f −1
(x ) =
x −1

2
.

Graficamente, as funções f (x ) e f −1 (x ) são simétricas em relação à bissetriz dos quadrantes ímpares (que é representada pela reta y = x ). A
Figura 2.16 mostra a representação gráfica da função do Exemplo 1 e de sua inversa.

Figura 2.16: Representação gráfica da funçãof (x ) = 2x + 1 e de sua inversa

Exemplo 2: Determinar a inversa da função f dada por f .


2−x
: R∖ {−3} → R∖ {−1} (x ) =
x +3

Solução:
A função dada é bijetora, pois:
a) Considere f (x1 ) = f (x2 ) , então

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2−x 1 2−x 2
=
x 1 +3 x 2 +3

(2 − x1 ) (x2 + 3) = (2 − x2 ) (x1 + 3)

2x2 + 6 − x1 x2 − 3x1 = 2x1 + 6 − x1 x2 − 3x2

−5x1 = −5x2

x1 = x2

Assim, f é injetora.

b) f é sobrejetora, pois dado y , existe x tal que f (x ) = y .


2−3y
∈ R − {−1} =
y +1

De fato, se x , então
2−3y
=
y +1

2 − 3y
2−
y +1
f (x ) =
2 − 3y
+3
y +1

2y + 2 − 2 + 3y

y +1
f (x ) =
2 − 3y + 3y + 3

y +1

5y
f (x ) =
5

f (x ) = y

Para calcular a função inversa, vamos seguir os passos apresentados no exemplo 1.


Passo 1: x
2−y
=
y +3

Passo 2:

x (y + 3) = 2 − y

x y + 3x = 2 − y

x y + y = 2 − 3x

y (x + 1) = 2 − 3x

2−3x
y =
x +1

Logo, para x ≠ −1

−1 2−3x
f (x ) =
x +1

A Figura 2.17 mostra a representação gráfica das funções f (x ) (em azul) e f −1


(x ) (em vermelho).

Figura 2.17: Representação gráfica da função f (x ) =


2−x

x +3
e sua inversa.

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Exemplo 1: Verifique se a função real de variável real dada por f (x ) = x + 3 é crescente ou decrescente.
Solução:
Seja x1 < x2 . Temos:

f (x1 ) = x1 + 3 < x2 + 3 = f (x2 )

Logo a função é crescente.

Figura 2.18: Representação gráfica da função

Para verificar se uma função cresce ou decresce a partir da representação gráfica, basta acompanhar o crescimento da linha do gráfico, com o
cuidado de observar esse crescimento da esquerda para a direita, conforme o sentido de crescimento dos valores que estão no eixo .

Exemplo 2: Verifique se a função real de variável real, dada por f (x ) = 2 − x é crescente ou decrescente.

Solução:

Seja x1 < x2 . Temos:

f (x1 ) = 2 − x1 > 2 − x2 = f (x2 )

Logo, como x1 < x2 ⇒ f (x1 ) > f (x2 ) , a função é decrescente. A Figura 2.19 mostra a representação gráfica da função f (x ) = 2 − x .

Figura 2.19: Representação Gráfica da função f (x ) = 2 − x

Nem todas as funções são crescentes ou decrescentes. Muitas delas são crescentes em um intervalo e decrescentes em outro, como
podemos observar na Figura 2.20, que mostra parte do gráfico da função f (x ) = 13 x 3 − 2 x 2 + 6x + 1
5

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Figura 2.20: Representação gráfica da função

O gráfico nos permite ver que essa função é crescente para valores de x menores que 2 ou maiores que 3, e decrescente para valores entre 2 e
3. Normalmente escrevemos:
A função é crescente em ] − ∞, 2] ∪ [3, +∞[= {x ∈ R |x ≤ 2 ou x ≥ 3}
A função é decrescente em [2, 3] = {x ∈ R |2 ≤ x ≤ 3}
No ponto de abscissa 2 (ponto B) temos um ponto de máximo relativo da função; no ponto de abscissa 3 (ponto D) temos um ponto de mínimo
relativo da função.
Com o estudo das derivadas, encontramos métodos mais eficazes para determinar em qual intervalo uma função cresce e/ou decresce, se
existem e onde estão localizados pontos de máximo e mínimo.

Exemplo 1: Seja f (x ) = x 2 . Esta é uma função par, pois:


temos: f .
2 2
∀x ∈ R (−x ) = (−x ) = x = f (x )

Observe a simetria, em relação ao eixo y , no gráfico dessa função. Veja a Figura 2.21. Toda função simétrica em relação ao eixo y é uma função
par.

Figura 2.21: Representação gráfica da função par f (x ) = x 2

Exemplo 1: Seja f (x ) = x 3 . Esta é uma função ímpar, pois:


, temos: f
3 3
∀x ∈ R (−x ) = (−x ) = −x = −f (x )

Em termos gráficos, uma função é ímpar se ela for simétrica em relação à origem. A Figura 2.22 mostra a representação gráfica da função
f (x ) = x .
3

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Figura 2.22: Representação Gráfica da função f (x ) = x 3

A relação entre duas grandezas, representada por uma função, pode se apresentar de diferentes formas. De acordo com o padrão estabelecido
nas relações, é feito um agrupamento, no qual as características semelhantes nomeiam o grupo. Dessa forma, temos uma subdivisão no tema
“função”, dadas pelas similaridades das relações em estudo.

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2.8 Função constante

A representação gráfica será sempre uma reta paralela ao eixo dos x , passando por y = k .

O domínio da função f (x ) = k é D(f ) = R .


O conjunto imagem é o conjunto unitário do I m (f ) = {k } .

Exemplo 1: Considere a função constante f (x ) = 2 .


O gráfico de f (x ) é uma reta paralela ao eixo x , passando pelo y = 2 .

Figura 2.23: Gráfico da função f (x ) = 2

Para essa função, temos: D (f ) = R e I m (f ) = {2} .

Exemplo 2: Considere a função constante f (x ) = −3

O Gráfico f (x ) de é mostrado na Figura 2.24.

Figura 2.24: Gráfico da função f (x ) = −3

Na função constante, consideramos que a taxa de crescimento é nula.

A função constante está presente no nosso cotidiano. Considere o valor pago por uma refeição no Restaurante Universitário. Ao
considerarmos a variável independente x como sendo a quantidade de comida no prato, e a variável dependente y = f (x ) como
sendo o valor a pagar, estabelecemos que f (x ) = 2, 50 . Isto é, independe de quanto você comer, você pagará apenas R$ 2,50.
Situações semelhantes aparecem em outros casos, como na taxa mínima de água cobrada pela Companhia de Saneamento do
Paraná (SANEPAR). Para qualquer gasto entre 0 e 10 metros cúbicos de água, com esgoto, sua conta de água custará R$ 44,26
(valor residencial cobrado para a região de Campo Mourão). Isto é, se x é o consumo e f (x ) é o valor a pagar, para o intervalo de
consumo de 0 < x ≤ 10, f (x ) = 44, 26

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2.9 Função identidade

O gráfico desta função é uma reta bissetriz do primeiro e terceiro quadrantes. Ela já apareceu antes, você lembra? Os gráficos de
uma função e de sua inversa são simétricos em relação a essa reta!

Figura 2.25: Gráfico da função Identidade f (x ) = x

O domínio de f (x ) = x é D(f ) = R .

O conjunto imagem é I m(f ) = R

Para construir o gráfico da função identidade, basta montar uma tabela atribuindo valores a x . O conjunto de pontos
(x , f (x )) , x ∈ R compõe o gráfico da função identidade.

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2.10 Função do primeiro grau

Para determinar o domínio de uma função de primeiro grau, note que não há restrições para x , logo, devemos ter D (f ) = R .
y −b
Como a ≠ 0 , qualquer que seja y ∈ R , sempre existe x =
a
∈ R , tal que f (x ) = y . Logo, I m (f ) = R .
Ou seja, para toda função de primeiro grau sempre teremos: D (f ) = R e I m (f ) = R .
Para esboçar o gráfico de função de primeiro grau, basta atribuir valores a x e calcular os respectivos valores de y , conforme a
função dada.

Exemplo 1: Esboce o gráfico da função f (x ) = 3x − 2 .

Solução:

Vamos montar uma tabela auxiliar e, em seguida, marcar os pontos no plano cartesiano:

Figura 2.26: Gráfico da função f (x ) = 3x − 2

Olhe mais atentamente a tabela auxiliar e observe que quando os valores de x aumentam em 1 unidade, os valores de y aumentam
em 3 unidades.

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Essa taxa de crescimento é justamente o valor do coeficiente angular da função. Como a taxa de crescimento é positiva,
dizemos que essa função é crescente.
Agora, analisemos um outro exemplo.

Exemplo 2: Esboce o gráfico e determine se é crescente ou decrescente a função f (x ) = 1 − 2x .


Solução:

Note que para cada unidade aumentada em x , o valor de y correspondente diminui 2 unidades. Ou seja, essa função possui uma
taxa de crescimento negativa. Nesse caso, dizemos que essa função é decrescente. Observe que essa taxa de crescimento
(−2) é também o valor do coeficiente angular da função.
O gráfico da função está apresentado na Figura 2.27.

Figura 2.27: Gráfico da função f (x ) = 1 − 2x

Nos exemplos 1 e 2 perceba, ainda, que o coeficiente linear representa a ordenada do ponto no qual a reta intercepta o eixo y

De modo geral, dizemos que: Quando a > 0 , a função f (x ) = ax + b é crescente e quando a < 0 , a função f (x ) = ax + b é
decrescente.

Exemplo 3: f (x ) = 2x + 3 é uma função do primeiro grau crescente porque a > 0 .

Figura 2.28: Gráfico da função f (x ) = 2x + 3

Exemplo 4: f (x ) = −3x + 1 é uma função do primeiro grau decrescente porque a < 0 .

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Figura 2.29: Gráfico da função f (x ) = −3x + 1

Exemplo 5: O salário mensal do vendedor de uma determinada loja é calculado da seguinte maneira: uma parte fixa, no valor de R$
1000,00 e uma parte variável, a comissão, que é de 10% sobre o valor de suas vendas mensais. Determine uma função que
relacione o salário S com o valor das vendas x de um determinado mês.

Solução:

Note que: Salário Mensal = Valor Variável + Valor Fixo

onde Valor Fixo = 1000

Valor Variável = 10% de x =0,1x

Assim,

S = 0, 1x + 1000

É uma função de primeiro grau que relaciona o salário mensal S às vendas x do vendedor.

Neste problema, cabe salientarmos que o domínio da função é D (S ) = {x ∈ R/x ≥ 0} pois as vendas sempre serão um valor
positivo ou nulo. Da mesma forma, temos a imagem I m (S ) = {S ∈ R/S ≥ 1000} pois o mínimo que o vendedor receberá por
mês é R$ 1000,00, no caso de ele não receber comissão.

Exemplo 6: Sejam f e g funções de R em R dadas por f (x ) = 0, 5x + 4 e g (x ) = 1, 5x − 1 . Determine para quais valores de x


teremos f (x ) > g (x )

Solução 1:

Uma forma de compararmos as funções f e g é estudar o sinal da função h dada por

h (x ) = f (x ) − g (x )

Temos que

h (x ) = 0, 5x + 4 − 1, 5x + 1 = −x + 5

Assim, podemos notar que h (x ) > 0 para x < 5 .

Logo f (x ) > g (x ) quando x < 5 .

Solução 2:

Podemos resolver esse mesmo exemplo 6 graficamente. Os valores de x para os quais f (x ) > g (x ) podem ser determinados
verificando em qual (ou quais) intervalo(s) o gráfico da função f fica acima do gráfico da função g . Observe a Figura 2.30.

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Figura 2.30: Resolução gráfica de uma desigualdade

Exemplo 7: Obtenha a representação algébrica da função cuja representação gráfica está apresentada na Figura 2.31.

Figura 2.31: representação gráfica de uma função

Solução:
Como o gráfico é uma reta, sabemos que se trata de uma função de primeiro grau, logo, a representação algébrica é do tipo:
. Ou seja, precisamos determinar os valores das incógnitas a e b.
f (x ) = ax + b

Sabemos que a função passa por dois pontos conhecidos: (0, −3) e (2, 1) . Assim, para cada um desses pontos podemos escrever
uma equação:

(0, −3) : a ∗ 0 + b = −3

b = −3

(2, 1) : a ∗ 2 + b = 1

2a + (−3) = 1

2a = 4

a = 2

Logo, a representação algébrica da função é: f (x ) = 2x − 3 .

A função f (x ) = ax + b com a, b ∈ R é chamada de Função Afim por muitos autores. Os seguintes casos são os casos
particulares:

I. Função do primeiro grau, quando a ≠ 0 ;

II. Função linear, quando a ≠ 0 eb = 0 ;

III. Função constante, quando a = 0

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A animação abaixo mostra o que acontece com o gráfico de uma função linear quando variamos o valor do coeficiente angular a.

Esta outra animação, mostra o que acontece com o gráfico de uma função do primeiro grau quando fixamos o valor de a e variamos
o valor do coeficiente linear b.

Uma característica peculiar das funções lineares é que elas crescem (ou decrescem) a uma taxa constante. Você deve ter percebido
isso quando analisou a variação da função para cada unidade de variação de \(x\). Agora, vejamos alguns exemplos de utilização
dessas ideias...

Exemplo 8:
a) À medida que o ar seco move-se para cima, ele se expande e se esfria. Se a temperatura do solo for de 20℃ e a temperatura a
uma altura de 1 km for de 10℃, expresse a temperatura \(T\) (em ℃) como uma função da altura \(h\) (em km), supondo que um
modelo linear seja apropriado.
b) Faça um gráfico da função da parte a). O que representa a inclinação?
c) Qual a temperatura a 2,5 km de altura?

Solução:
a) sejam \(T\) a temperatura do ar seco e \(h\) a altura. Como se supõe que o modelo linear seja apropriado, podemos escrever \
(T\left(h\right)=ah+b\), com \(a,b\in\mathbb{R},a\neq0\). O problema nos fornece os seguintes dados:
• a temperatura do solo é de 20℃, isto é, para \(h=0,\;T=20\), o que podemos escrever como: \(T\left(0\right)=20\)

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• a temperatura a uma altura de 1 km é de 10℃, isto é, para \(h=1,\;T=10\) ou \(T\left(1\right)=10\)


Agora basta encontrar os valores de \(a\) e \(b\), usando os dados fornecidos e o modelo adotado, por meio da resolução do sistema
linear:

\(\left\{\begin{array}{l}20=a.0+b\\10=a.1+b\end{array}\right.\)

A solução do sistema é \(a=-10\) e \(b=20\). Logo o modelo linear que associa altura e temperatura é \(T\left(h\right)=-10h+20\).
b) O Gráfico está apresentado na Figura 2.32.

Figura 2.32. Gráfico temperatura x altura

A inclinação \(a=\frac{-10^\circ C}{Km}\) representa a taxa de variação da temperatura em relação à altura. Ou seja, a cada
quilômetro de altura, a temperatura diminui 10℃.

c) \(T\left(2,5\right)=-10\ast2,5+20=-5^\circ C\)

Exemplo 9: A tabela seguinte fornece uma lista de níveis médios de dióxido de carbono na atmosfera, medidos em partes por
milhão, no Observatório de Mauna Loa, de 1972 a 1990. Use os dados da tabela para encontrar um modelo para o nível de dióxido
de carbono.

Solução:
Inicialmente, devemos plotar os dados num diagrama de dispersão (Figura 2.30) para verificar o comportamento dos dados.

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Figura 2.33. Diagrama de dispersão Nível de \(CO_2\) x ano

Observe que os pontos parecem alinhados, o que nos sugere que o modelo linear é adequado para representar o nível de \(CO_2\).
A questão agora é: como calcular esse modelo?
Podemos escolher dois pontos aleatórios e calcular a equação da reta que passa por esses dois pontos. Lembre que estamos
usando um modelo linear. Experimentemos usando os pontos (1974,330) e (1986,347).
Assim, sejam \(A\) o ano e \(N\) o nível de \(CO_2\). Então: \(N=aA+b\)
A inclinação da reta que passa pelos pontos (1974,330) e (1986,347). é dada por: \(a=\frac{\triangle N}{\triangle A}=\frac{347-330}
{1986-1974}=\frac{17}{12}\cong1,42\)
Observe que aqui usamos outro método para determinar (usamos o modo como normalmente aprendemos em Geometria Analítica),
porém. se tivéssemos usado o mesmo método do Exemplo 8 teríamos obtido o mesmo resultado.
Para concluir, fazendo \(A=1974,\;N=330\) e \(a=1,42\), encontramos:

\(\begin{array}{l}N=aA+b\\330=1,42.1974+b\\b=-2473,08\end{array}\)

Logo, \(N=1,42A-2473,08\)

Esse é um bom modelo? Se testarmos com outros dados da tabela veremos o quanto ele é, ou não, bom. Se os resultados forem
bastante próximos dos tabelados, é um bom modelo. Você vai aprender como determinar o melhor modelo para extrapolar dados
quando fizer a disciplina de Estatística.

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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

2.11 Função modular e definida por várias sentenças

O módulo de um número real é definido da seguinte forma:

x, se x ≥ 0
|x | = {
−x , s e x < 0

A função definida por f (x ) = |x | chama-se função módulo. O seu domínio é o conjunto D (f ) = R e o conjunto imagem é

Segue abaixo, na Figura 2.34, o gráfico desta função:

Tabela 2.5
Figura 2.34: Gráfico da função modular

Função modular

Continuação: Função modular

Exemplo 1: Vamos construir o gráfico da função f (x ) = |2x − 8|

Solução 1:

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Para fazer o gráfico, vamos escrever a função modular dada sem o módulo. Lembre-se que quando o número é positivo, o módulo do número é
o próprio número, mas quando o número é negativo,o módulo do número é o oposto do número. Para a função em questão, isso é traduzido
na seguinte fórmula:
2x − 8, s e 2x − 8 ≥ 0
|2x − 8| = {
− (2x − 8) , s e 2x − 8 < 0

x, se x ≥ 0
(compare essa escrita com a fórmula |x | = { , comentada no início dessa seção)
−x , s e x < 0

Quando escrevemos a função modular como uma função de duas sentenças, nosso problema se reduz ao traçado de duas semirretas. Para
delimitar o domínio de cada uma das sentenças, precisamos resolver as inequações 2x − 8 ≥ 0 e 2x − 8 < 0 .

2x − 8 ≥ 0 ⇒ 2x ≥ 8 ⇒ x ≥ 4

2x − 8 < 0 ⇒ 2x < 8 ⇒ x < 4

Assim, a fórmula
2x − 8, s e 2x − 8 ≥ 0
|2x − 8| = {
− (2x − 8) , s e 2x − 8 < 0

pode ser reescrita como:

2x − 8, s e x ≥ 4
|2x − 8| = {
−2x + 8, s e x < 4

Agora, basta traçarmos a reta de equação y = 2x − 8 na região do plano cartesiano em que x ≥ 4 e traçar a reta de equação y = −2x + 8 na
região em que x < 4 . (Esses gráficos você pode fazer como você aprendeu na seção de função do primeiro grau). Observe a figura 2.35.

Figura 2.35: Gráfico da função

Solução 2:
O método apresentado na solução 1 não é o único possível para esboçar o gráfico de uma função modular. Aqui, citaremos outro.

Primeiramente, encontramos o zero da função: 2x − 8 = 0

x = 4

Depois, substituímos na função valores próximos ao valor encontrado x = 4 . Nesse caso, o "bico" que aparece no gráfico está no ponto cuja
abscissa é o zero da função. Veja a figura 2.36.

Tabela 2.6
Figura 2.36: Gráfico da função

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Exemplo 2: No final de certo campeonato de sinuca, um dos jogadores precisava acertar a bola preta em uma das caçapas para vencer a partida
e o campeonato. Suponha que sobre a mesa de sinuca foi colocado um sistema de eixos coordenados em um dos cantos da mesa. A bola preta,
que estava na posição (1,6 ; 1,2), foi impulsionada pelo jogador, atingindo a lateral da mesa no ponto de coordenadas (2,4 ; 0). Sabendo que o
objetivo desse jogador era acertar a caçapa que estava na posição (3,6 ; 1,8) resolva:

a) Escreva uma função do tipo y = a |x − b| que descreva a trajetória da bola na jogada (considere que na jogada a bola realizou movimentos
retilíneos).

b) O jogador conseguiu acertou a bola na caçapa pretendida? Justifique. (SOUZA, 2010)

Solução:

a) A função que representa a trajetória da bola é do tipo y = a |x − b| , substituindo nela os pontos dados no problema, temos:

1, 2 = a |1, 6 − b| e 0 = a |2, 4 − b|

Da segunda equação obtemos

0 = |2, 4a − ab|

2, 4a = ab

2, 4 = b

Substituindo b na primeira equação

1, 2 = a |1, 6 − 2, 4|

1, 2 = a.0, 8

a = 1, 5

Portanto, a função procurada é y = 1, 5 |x − 2, 4| .

b) Agora, para saber se o jogador acertou a caçapa, basta verificarmos se a caçapa estava na trajetória da bola. Fazemos isso verificando se o ponto
(3, 6; 1, 8) pertence à função y = 1, 5 |x − 2, 4|

y = 1, 5 |3, 6 − 2, 4|

y = 1, 5 |1, 2|

y = 1, 8

Logo, o jogador acertou a caçapa pretendida.

Exemplo 3: (UERJ) O volume de água em um tanque varia com o tempo de acordo com a equação v = 10 − |4 − 2t | − |2t − 6| , t ∈ R + .
Nela, v é o volume medido em m3 após t horas, contadas a partir de 8h de uma manhã. Determine os horários inicial e final dessa manhã em
que o volume permanece constante.

Solução:

Primeiramente vamos analisar os módulos, pela definição de módulo segue que

4 − 2t , se t ≤ 2
|4 − 2t | = {
2t − 4, se t > 2

2t − 6, se t ≥ 3
|2t − 6| = {
6 − 2t , se t < 3

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Teremos então três intervalos para a construção da função v : t ≤ 2, 2 < t < 3 e t ≥ 3 (esses intervalos são determinados nas condições para as
duas funções em estudo: a primeira função muda se t ≤ 2 ou se t < 2 ; já a segunda muda se t ≥ 3 ou t < 3 ). Vamos analisar a função V em
cada um desses intervalos:

Assim, v pode ser escrita da seguinte forma

V = 10 − |4 − 2t | − |2t − 6| =

⎧ 10 − (4 − 2t ) − (6 − 2t ) ,

se t ≤ 2 ⎧ 4t , se t ≤ 2

⎨ 10 − (2t − 4) − (6 − 2t ) , se 2 < t < 3 = ⎨ 8, se 2 < t < 3



⎪ ⎩

10 − (2t − 4) − (2t − 6) , se t ≥ 3 20 − 4t , se t ≥ 3

Portanto, o volume permanece constante para 2 < t < 3 , ou seja, ente 10 e 11 horas.

Exemplo 4: a) Esboce o gráfico da função f (x ) = |x + 3| − 2

b) Determine o conjunto imagem.

Solução:
a) Para esboçar o gráfico, vamos escrever a função sem o módulo:

Observe que −2, que está fora do módulo, não entrou na condição se x + 3 ≥ 0 ou x + 3 < 0 . Da mesma forma, na definição da função ele
não alterou o seu sinal. Podemos reescrever (1) da seguinte maneira:

Agora, basta traçar o gráfico que representa cada uma dessas sentenças. O gráfico está apresentado na Figura 2.37.

Figura 2.37: Gráfico da função f (x ) = |x + 3| − 2

b) Note que o conjunto dos valores de y que são imagem de algum valor x é o conjunto dos números reais maiores que −2. Então, escrevemos:
I m (f ) = [−2, +∞[ ou I m (f ) = {y ∈ R |y ≥ −2}

Você deve ter notado que escrevemos a função modular como uma função de duas sentenças, para a qual não usamos o módulo.
Frequentemente, acontece de termos várias restrições para uma determinada situação, e isso nos obriga a escrever uma função cuja lei de
formação tem mais de uma sentença. Denominamos tais funções de "funções definidas por partes" ou "funções definidas por várias
sentenças". Veremos alguns exemplos.

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Exemplo 5: A partir de março de 2014 entrou em vigor no Estado do Paraná, uma nova tabela de Tarifas de Saneamento Básico para as regiões
que são atendidas pela SANEPAR. A Tabela seguinte mostra alguns valores. Você já deve ter notado que, mensalmente, um funcionário da
empresa prestadora de serviços, chega à sua casa para a verificação do consumo e deixe o boleto para pagamento (a conta de água!). Para que
o processo de geração do boleto seja tão ágil, além da tecnologia, é preciso que se converta os dados tabelados numa função para que se
programa a tecnologia utilizada para a emissão do boleto. Com base nos dados apresentados na tabela, elabore uma função que relacione o
valor a ser pago pelo consumidor que mora no interior e é atendido pela Sanepar com os serviços de água e esgoto.

Tabela 6: Tarifa normal de Saneamento Básico para Municípios do Estado do Paraná atendidos pela SANEPAR, em vigor a partir de março de
2014.

Solução:

Seja x o consumo de água, em m3 , e p(x ) o valor a pagar em função do consumo x .

i) Para a primeira faixa, devemos ter: p1 (x ) = 45, 25 para 0 ≤ x ≤ 10 .


Note que essa é uma função constante nesse intervalo, ou seja, independentemente do consumo de água mensal, se for de 2m3 ou 7m3 , se ele
estiver na faixa de até 10m3, o valor a ser pago será o mesmo.
ii) Para a segunda faixa, observe que a cada metro cúbico excedente, inferior a 30m3 , custa R$ 6,78. Isso nos faz escrever a seguinte função
para o intervalo de 10 < x ≤ 30 :
229
Fazendo as operações indicadas, podemos reescrever p2 (x ) como:
p2 (x ) = 6, 78x − 22, 55

Ou seja, na segunda faixa, devemos ter p2 (x ) = 6, 78x − 22, 55 para 10 < x ≤ 30 .

iii) Para a terceira faixa, procedemos de modo análogo ao realizado para a segunda faixa. Observe que a tabela indica que o valor a ser pago
será de R$180,77 acrescidos de R$ 11,57 por cada metro cúbico consumido que for superior a 30. Assim, para

Simplificando essa expressão, teremos:


p3 (x ) = 11, 57x − 166, 33

Ou seja, na terceira faixa, teremos p3 (x ) = 11, 57x − 166, 33 para x > 30 .

Portanto, a função que modela o consumo de água residencial para o interior do Estado do Paraná, em municípios que são atendidos pela
Sanepar, é:

⎪ 45, 25
⎧ se 0 ≤ x ≤ 10

p (x ) = ⎨ 6, 78x − 22, 55 s e 10 < x ≤ 30




11, 57x − 166, 33 s e x > 30

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2
⎧x − 1 se x ≤ 0



2x s e 0 < x ≤ 1
Exemplo 6: Dada a função f (x ) = ⎨ determine:
⎪ 2 se 1 < x < 3



2 − x se x ≥ 3

a) D (f )

b) f (−3)

1
c) f ( )
2

d ) f (2)

e) f (3)

f ) f (4)

g) o esboço do gráfico de f
h) o conjunto imagem de f .

Solução:
a) observe nas restrições da função que D (f ) = R , pois a primeira sentença contempla os números reais menores ou iguais a zero, a segunda
contempla os números que estão entre zero e 1, incluindo o 1, a terceira contempla os números entre 1 e 3 e a quarta sentença contempla os
números maiores ou igual a 3.

b) Para determinar f (−3) é preciso observar que −3 < 0 , ou seja, o −3 está contemplado na restrição da primeira sentença, assim,
2
f (−3) = (−3) −1 = 9−1 = 8

isto é, f (−3) = 8
c) Para determinar f (
1
) = 1 note que 0 < 1

2
< 1 , logo, f (
1
) = 2.
1
= 1
2 2 2

isto é, f (
1

2
) = 1 .
d) Como , 1 < 2 < 3, f (2) = 2 .
e) Para calcular f (3) , note que x = 3 está contemplado na restrição da quarta sentença. Assim. f (3) = 2 − 3 = −1 . Isto é, f (3) = −1 .
f) Como 4 > 3 , f (4) = 2 − 4 = −2
g) Como a função possui quatro sentenças, dividimos o plano cartesiano em quatro regiões, conforme as restrições para x . Para traçar o gráfico
da função f (x ), podemos usar uma tabela auxiliar, como feito em exemplos anteriores, para cada uma das sentenças. Porém, é preciso lembrar
que o gráfico é um só, mas com quatro "partes" diferentes. Obedecer as restrições para traçar o gráfico de cada uma dessas partes é uma
condição essencial para a elaboração do gráfico de f (x ).
Tabela auxiliar para traçar o gráfico de f1 (x ) = x 2 − 1 s e x ≤ 0 :

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Observação: você pode atribuir outros valores a para traçar o gráfico, lembre ainda que usamos apenas alguns exemplares, mas que essa parte
da função f vale para todo número não positivo.

O Gráfico de f1 (x ) pode ser visualizado na figura 2.38.

Figura 2.38: Gráfico de f (x ) apresentando apenas a parte referente a f1 (x ) .

Tabela auxiliar para traçar o gráfico de f2 (x ) = 2x se 0 < x ≤ 1 :

Observe que f2 (x ) é uma função linear, cujo gráfico é uma reta. Logo, podemos usar a tabela auxiliar com apenas dois valores, que devem
atender a restrição de x , isto é, nesse caso, deve estar entre 0 e 1. Como esse segmento de reta deve estar representado na faixa 0 < x ≤ 1 ,
esse valores extremos da faixa, 0 e 1, devem ser usados na tabela para uma adequada delimitação gráfica. Para dizermos que x = 0 não está
contemplado na restrição, usamos uma bola aberta no ponto (0, 0) . Como x = 1 , faz parte do intervalo para restrição, no ponto (1, 2)
deixamos uma bola fechada. A Figura 2.39 mostra o gráfico de f (x ) com as representações gráficas de f1 (x ) e f2 (x ) .

Figura 2.39: Gráfico de f (x ) apresentando a parte referente a f1 (x ) e f2 (x )

A terceira parte da função f é definida por uma função constante, a qual já sabemos que o gráfico é uma reta paralela ao eixo x , isso dispensa
o uso da tabela auxiliar. Entretanto, devemos lembrar que essa função constante (f3 (x ) = 2) está restrita ao intervalo (1,3), ou seja, só pode ser
desenhada na faixa 1 < x < 3 . Como já dito antes, para dizer que x = 1 e x = 3 não estão contemplados nessa sentença, devemos colocar, na
representação gráfica, uma bola aberta no ponto (1,2) e outra bola aberta no ponto (3,2). Note que a bola aberta do ponto (1,2) estará sobre
uma bola fechada, colocada quando traçamos o gráfico de f2 (x ) , isso faz com que, ao visualizarmos o gráfico, percebamos apenas a bola
fechada, observe a Figura 2.40, a qual acrescenta o gráfico de f3 (x ) na Figura 2.39.

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Figura 2.40: Gráfico de f (x ) apresentando a parte referente a f1 ,


(x ) f2 (x ) e f3 (x ) .

Para concluirmos o gráfico de f (x ), basta acrescentarmos o gráfico de f4 (x ) . Como f4 (x ) é uma função de primeiro grau, podemos usar
apenas dois valores para x na tabela auxiliar, mas não podemos nos esquecer que essa função é válida para todo número real maior ou igual a
3.
Tabela auxiliar para traçar o gráfico de f4 (x ) = 2 − x s e x ≥ 3 :

O gráfico de f (x ) está apresentado na Figura 2.41.

Figura 2.41: Gráfico de f (x ).

h) observe pela Figura 2.41 que I m (f ) = R

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2.12 Função quadrática

A função f : R → R definida por f (x ) = ax


2
+ bx + c , a ≠ 0 é chamada função do 2º grau ou função quadrática. Seu
domínio é D (f ) = R pois não há restrição alguma para x para que f (x ) seja calculado.

O gráfico de uma função quadrática é uma parábola. Antes de continuarmos, propomos um desafio! Qual a implicação de cada
coeficiente na representação gráfica? Ou seja, se mudarmos os valores dos coeficientes, o que muda no gráfico?

Você deve ter observado que:


1) em relação ao coeficiente a: quando ele é positivo, a concavidade da parábola está voltada para cima, mas quando ele é
negativo, a concavidade da parábola está voltada para baixo.
2) em relação ao coeficiente b: quando b > 0 , a parábola intercepta o eixo y na parte crescente da parábola, mas quando b < 0 a
parábola intercepta o eixo y na parte decrescente da parábola; quando b = 0 , a linha de simetria da parábola está sobre o eixo y
(em outras palavras, o vértice fica sobre o eixo y ).
3) em relação ao coeficiente c : ele é a ordenada do ponto de intersecção da parábola com o eixo y .

O gráfico de uma função quadrática é uma parábola com eixo de simetria paralelo ao eixo dos y . Se o coeficiente de x 2 for positivo
(a > 0) , a parábola tem concavidade voltada para cima. Se a < 0 , a parábola tem a concavidade voltada para baixo.

A intersecção do eixo de simetria com a parábola é um ponto chamado vértice o qual é dado por:

b △
V = (− ,− )
2a 4a

Resposta do desafio:
A parábola tem por representação algébrica a fórmula y = ax
2
+ bx + c . O eixo de simetria, é a reta que passa pelo ponto médio
2b

2 2
−b+√ b −4ac −b−√ b −4ac x1 +x2 2a
dos valores x1 = e x2 = , isto é, = = −
b

2a 2a 2 2 2a

O Vértice da parábola está sobre esse eixo de simetria, logo a abscissa do vértice é dada por xv e a ordenada yv é dada
b
= −
2a

por yv = f (xv ) . Agora,

2 2 2
b b ab b
f (xv ) = a(− ) + b (− ) + c = − + c
2a 2a 2 2a
4a

2 2 2 2 2 2
ab 2ab 4a c −ab +4a c −b +4ac
f (xv ) = − + = =
2 2 2 2 4a
4a 4a 4a 4a

−△
f (xv ) =
4a

pois △ = b 2 − 4ac
Assim, as coordenadas do vértice são dadas por:

−△
e yv
b
xv = − =
2a 4a

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A intersecção da parábola com o eixo dos x define os zeros da função, também chamados raízes da equação , como
f (x ) = 0

ilustra a Figura 2.42.

Figura 2.42: Raízes e vértice de uma função quadrática

Os zeros da função quadrática são obtidos resolvendo-se a equação f (x ) = 0 .


Seja ax 2
+ bx + c = 0 com a ≠ 0 . Dividindo todos os termos da equação por a, obtemos:
2 b c
x + .x + = 0
a a
2

Para escrever os termos em x como um quadrado perfeito, é preciso que na equação apareça mais um termo: b
. Mas como não
4a 2

podemos simplesmente acrescentar este termo, usando as propriedades dos números reais fazemos:
2 2

x
2
+
b
.x +
b
2

b
2
+
c
= 0 (1)
a 4a 4a a

Os três primeiros termos desta equação podem ser escritos como um quadrado perfeito, assim, a equação (1) torna-se
2 2

(x +
b
) −
b
2
+
c
= 0 (2)
2a 4a a

Isolando o x :
2 2
b b c
(x + ) = −
2a 2 a
4a

2
2 b −4ac
b
(x + ) =
2a 2
4a
−−−−−−−− −−
2
−−−
2 b −4ac
b
√(x + ) = √
2a 2
4a

2
√b −4ac
b
∣x + ∣ =
∣ 2a
∣ 2a

2
√b −4ac
b
x + = ±
2a 2a

2
√b −4ac
b
x = − ±
2a 2a

De onde segue:
2
−b±√ b −4ac
x =
2a

Exemplo 1: Dada a função f (x ) = x


2
+ x − 6 , determine:
a) o esboço do gráfico de f (x ).
b) o conjunto imagem de f (x ).
c) o intervalo para o qual f (x ) é crescente.

Solução:
a) Para traçar o gráfico da função, podemos simplesmente atribuir valores x a e encontrar pontos (x , f (x )) para serem marcados
no plano cartesiano, os quais servirão de base para o traçado da curva. No entanto, esse processo pode ser muito demorado,
dependendo da função e da escolha desses valores para x . Então, usamos os conhecimentos teóricos já tratados para agilizar esse
processo.

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Para traçarmos a parábola, pelo menos um ponto é fundamental: o vértice.Os demais pontos, entre eles o(s) zero(s) da função,
podem ajudar. Em geral, quando a função quadrática possui zeros, calculamos esses zeros e as coordenadas do vértice para traçar
o esboço gráfico. Quando não existem zeros, calculamos as coordenadas do vértice e usamos uma tabela auxiliar para obter outros
pontos.

i) Zeros da função: a = 1, b = 1, c = −6
Como △ = b 2 − 4ac = 25 > 0 , a função possui dois zeros reais distintos. Aplicando os valores de a, b e c , na fórmula de
Bhaskara, obtemos:

2
−1±√ (1) −4.1.(−6)

x = ⇒ x1 = 2 e x2 = −3
2.1

Isto significa que os pontos (2,0) e (-3,0) são pontos pelos quais passa o gráfico da função.
ii) As coordenadas do vértice:
b 1
xv = − ⇒ xv = −
2a 2

△ 25
yv = − ⇒ yv = −
4a 4

Assim, as coordenadas do vértice V são: (− 1 , − 25 ).


2 4

iii) Como c = −6, sabemos que a parábola interceptará o eixo y no ponto (0, −6) .
iv) Como a = 1 > 0 , sabemos que essa parábola terá concavidade para cima.

Agora, basta colocarmos esses pontos que acabamos de determinar no plano cartesiano e traçarmos uma parábola. O gráfico da
função está representado na Figura 2.43.

Figura 2.43. Gráfico da função f (x ) = x


2
+ x − 6

b) I m (f ) = {y ∈ R ∣
∣y ≥ −
25
}
4

Também podemos escrever: I m (f )


25
= [− , +∞[
4

c) Note que a função é crescente para x ≥ −


1

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Exemplo 2: Determine o conjunto imagem e esboce o gráfico da função g (x ) = x


2
+ 2x + 5

Solução:
i) Zeros da função: a = 1, b = 2, c = 5
△ = −16 < 0 , então a função não possui zeros reais, isso significa que a parábola não vai interceptar o eixo x .

ii) Vértice:
b
xv = − ⇒ xv = −1
2a


yv = − ⇒ yv = 4
4a

Logo, as coordenadas do vértice V são V(-1, 4).


iii) Como c = 5, a parábola vai interceptar o eixo y no ponto (0, 5)
iv) a = 1 > 0 a parábola tem CVC.
iv) Tabela auxiliar para elaboração do gráfico:

Na Figura 2.44 está o gráfico da função f (x ) = x


2
+ 2x + 5

Figura 2.44: Representação gráfica da função f (x ) = x


2
+ 2x + 5

O conjunto imagem dessa função é: I m (f ) = [4, +∞[

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Exemplo 3: Esboce o gráfico da função g (x ) = −x


2
+ 2x − 1

Solução:
i) zeros da função: a = −1, b = 2, c = −1

Como △ = 0 , a função tem dois zeros reais iguais, que são dados por:
−2±√0
x = = 1
−2

Logo, a parábola passa pelo ponto (1,0)


ii) Vértice:
2
xv = − = 1
−2

0
yv = − = 0
4

Logo, V(1,0) é o vértice da parábola.


iii) Como c = −1, a parábola intercepta o eixo y no ponto (0,-1).
iv) Como a = −1 < 0 , a parábola tem concavidade voltada para baixo.
iv) Tabela auxiliar para traçar o gráfico.
Observe que o vértice coincide com o ponto de intersecção da parábola com o eixo x . Então precisamos calcular outros pontos
pelos quais a parábola passa.

O gráfico de f (x ) = −x
2
+ 2x − 1 está na Figura 2.45

Figura 2.45: Representação gráfica da função f (x ) = −x


2
+ 2x − 1

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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

No quadro seguinte caracterizamos as diversas possibilidades para o gráfico de uma função quadrática:

Figura 2.46: Variações no gráfico da função quadrática

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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

Função quadrática

Continuação: Função quadrática

Uma das aplicações mais comuns da função de segundo grau é no lançamento oblíquo de um projétil, após o lançamento, o trajeto
percorrido pelo projétil é o de uma parábola, sendo assim podemos determinar a altura máxima atingida pelo mesmo e a qual
distância do local de lançamento ele atingirá o chão. Vejamos o exemplo a seguir:

Exemplo 4: Dois meninos brincam de bola na rua, quando um chuta a bola para o outro, a bola percorre o trajeto descrito pela
equação \(y=-2x^2+8x-6\), onde \(x\) e \(y\) são dados em metros. Qual a altura máxima atingida pela bola? Qual a distância entre os
dois meninos?

Solução:

Ao construir o gráfico da função, visualizamos melhor a situação descrita:

Figura 2.47: trajeto descrito pela equação

Notamos que as raízes da função representam os pontos de onde a bola foi chutada e onde ela toca novamente o chão, assim,
calculando as raízes da função obtemos \(x=1\) e \(x=3\) , concluímos então que a distância entre os dois amigos era de \(3-
1=2\) metros.

Agora, para encontrar a altura máxima atingida pela bola, basta calcularmos o vértice \(y\) da função, assim

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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

\(vertice\;y=-\frac\triangle{4a}=-\left(\frac{b^2-4ac}{4.a}\right)=-\left(\frac{8^2-4.\left(-2\right).\left(-6\right)}{4.\left(-2\right)}\right)=2\),

portanto a altura máxima alcançada pela bola foi de 2 metros.

Exemplo 5: (UFMS) Um cabo está suspenso entre dois postes de mesma altura e que distam 20 m entre si. O cabo foi feito com um
material especial de modo que a curva por ele representada é uma parábola. Sabendo-se que a flexão do cabo a uma distância de 2
m de um dos postes é de 14,4 cm e que a altura dos postes é de 9 m, então é correto afirmar que o ponto mais baixo do cabo, com
relação ao solo, ficará a uma altura de:

a) 7,35 m. d) 7,6 m.

b) 8,6 m. e) 8,3 m.

c) 8,35 m.

Solução:

Vamos considerar um sistema de eixos coordenados onde o vértice \(c\) da parábola está sobre o eixo \(y\), dessa forma, notando
que o eixo \(y\) está com a escala em centímetros, teremos que as extremidades dos postes estarão nos pontos \
(\left(-10,\;900\right)\) e \(\left(10,\;900\right)\). Como a flexão do cabo a uma distância de 2m é 14,4 cm, podemos dizer que \
(f\left(-8\right)=f\left(8\right)=900-14,4\;cm\).

Figura 2.48: Representação gráfica do enunciado

Este tipo de parábola que estamos construindo (com vértice sobre o eixo \(y\)) tem equação do tipo \(f\left(x\right)=ax^2+c\), assim

\(\begin{array}{l}\left\{\begin{array}{l}f\left(-10\right)=a\left(-10\right)^2+c=900\\f\left(-8\right)=a\left(-8\right)^2+c=900-
14,4\end{array}\right.\\\\\left\{\begin{array}{l}100a+c=900\\64a+c=885,6\end{array}\right.\end{array}\)

Resolvendo este sistema obtemos \(a=0,4\) e \(b=860\).

Logo, a equação da parábola é dada por \(f\left(x\right)=0,4x^2+860\), e o seu vértice tem coordenada \(x=0\), então

\(f\left(0\right)=0,4\left(0\right)^2+860=860\)

e o ponto mais baixo da parábola está a 860 cm, ou seja, a 8,6 m do solo. (alternativa b)

Exemplo 6: Uma função polinomial do tipo \(f\left(x\right)=ax^2+bx+c\) está representada graficamente a seguir (Figura 2.49). A
partir das informações gráficas, determine a expressão algébrica dessa função \(f(x)\).

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Figura 2.49: Representação Gráfica de uma função \(f\left(x\right)=ax^2+bx+c,\;\;\;\;a\neq0\)

Solução:
Precisamos determinar os valores das incógnitas \(a\), \(b\) e \(c\) para que a expressão algébrica da função \(f(x)\) fique
estabelecida. Como são três incógnitas a determinar, precisamos retirar pelo menos três informações do gráfico, que nos permitam
calcular os valores de \(a\), \(b\) e \(c\).
i) sabemos que \(a>0\), pois a concavidade da parábola está voltada para cima.
ii) sabemos que \(c=1\), pois a parábola intercepta o eixo \(y\) no ponto \((0,1)\).
iii) Sabemos que a parábola passa pelos pontos (1,2) e (-1,4). Com isso, podemos escrever as seguintes equações: (usamos por
base a igualdade \(f\left(x\right)=ax^2+bx+c\))

\(\left\{\begin{array}{l}a.1^2+b.1+1=2\\a.\left(-1\right)^2+b.\left(-1\right)+1=4\end{array}\Rightarrow\left\{\begin{array}{l}a+b=1\\a-
b=3\end{array}\right.\right.\)

De onde segue que \(a=2\) e \(b=-1\)

Portanto, a expressão algébrica da função \(f(x)\) é \(2x^2-x+1\), isto é \(f\left(x\right)=2x^2-x+1\)

Exemplo 7. (ITA-SP) Os dados experimentais da tabela abaixo correspondem às concentrações de uma substância química medida
em intervalos de 1 segundo. Assumindo que a linha que passa pelos três pontos experimentais é uma parábola, tem-se que a
concentração (em moles) após 2,5 segundos é:
a) 3,60 b) 3,65 c) 3,70 d) 3,75 e) 3,80

Solução:
Como assumimos que a linha é uma parábola, podemos escrever que a concentração é dada por: \(C\left(t\right)=at^2+bt+c\).
Das informações que \(C\left(1\right)=3,\;C\left(2\right)=5\;e\;C\left(3\right)=1\), escrevemos o seguinte sistema linear: \(\left\
{\begin{array}{l}a+b+c=3\\4a+2b+c=5\\9a+3b+c=1\end{array}\right.\)

Resolvendo esse sistema, obtemos:

\(\left\{\begin{array}{l}a+b+c=3\\4a+2b+c=5\\9a+3b+c=1\end{array}\right.\sim\left\{\begin{array}
{l}a+b+c=3\\2b+3c=7\\6b+8c=26\end{array}\sim\left\{\begin{array}{l}a+b+c=3\\2b+3c=7\\c=-5\end{array}\sim\left\{\begin{array}
{l}a=-3\\b=11\\c=-5\end{array}\right.\right.\right.\)

Logo, \(C\left(t\right)=-3t^2+11t-5\). Após 2,5 segundos, a concentração será: \


(C\left(2,5\right)=-3\left(2,5\right)^2+11\left(2,5\right)-5=3,75\)

Portanto, a alternativa correta é a letra d.

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2.13 Função polinomial

O domínio é sempre o conjunto dos números reais.

O gráfico da função polinomial é uma curva que pode apresentar pontos de máximos e mínimos.

Exemplo 1: A função constante f (x ) = k é uma função polinomial de grau zero.

Exemplo 2: A função f (x ) = ax + b, a ≠ 0 é uma função polinomial do 1º grau.

Exemplo 3: A função quadrática f (x ) = ax


2
+ bx + c , a ≠ 0 é uma função polinomial do 2º grau.

Exemplo 4: A função f (x ) = x
3
é uma função polinomial do 3º grau, chamada função cúbica.

Exemplo 5: A função f (x ) = 5x
5
− 6x − 7 é uma função polinomial de grau 5.

Exemplo 6: A distribuição da área da folha do milho, no sentido horizontal, determina a intercepção de radiação por fotossíntese.
Dessa forma, uma relação que bem descreve a área da folha como uma função da altura é dada por f (h) = 1 + a2 h2 + a3 h3 .
Considerando no modelo f (h) = 0 para h = 1 metro e f (h) = c para h = 0, 5 metro, reescreva a função com os coeficientes
a2 e a3 em função de c . (SVIERCOSKI, 2008)

Solução:

No problema acima, a área da folha do milho é dada por uma função polinomial de grau 3, onde os coeficientes a2 e a3 são
desconhecidos. Como foram fornecidos os valores de f para dois valores de h distintos, podemos escrever as equações:

f (1) = 1 + a2 .1
2
+ a3 .1
3
= 0 e f (0, 5) = 1 + a2 .0, 5
2
+ a3 .0, 5
3
= c

Obtemos então o seguinte sistema linear

1 + a2 + a3 = 0
{
1 + 0, 25a2 + 0, 125a3 = c

Reorganizando as equações do sistema linear e multiplicando a primeira equação por −0, 25 segue

−0, 25a2 − 0, 25a3 = 0, 25


{
0, 25a2 + 0, 125a3 = c − 1

Somando as duas equações do sistema, obtemos

−0, 125a3 = −0, 75 + c

−0,75+c 0,75−c
a3 = =
−0,125 0,125

Agora substituímos a3 na equação 1 + a2


0,75−c
= + a3 = 0
0,125

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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1
0,75−c
1 + a2 + = 0
0,125

0,75−c
a2 = −1 −
0,125

−0,875+c
a2 =
0,125

Assim, reescrevemos a função f (h)


−0,875+c 2 0,75−c 3
= 1 + ( )h + ( )h
0,125 0,125

A representação gráfica das funções de grau maior que 2 será retomada com o estudo das derivadas, porque, usando a teoria das
derivadas, é possível determinar pontos de máximo e mínimo de uma função polinomial com maior facilidade.

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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

Você deve ter percebido que o gráfico de uma função pode se deslocar ou se alongar pela ação de uma constante (um número
real).
Observe, por exemplo, na Figura 50, os gráficos das funções f (x ) = x
2
e g (x ) = 2x
2
, desenhadas no mesmo plano cartesiano
para melhor comparação.
Note que a função g está mais alongada verticalmente do que a função f . Isso porque g (x ) = 2.f (x ) . Perceba que esse
alongamento vertical interfere diretamente na taxa de crescimento da função.

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Figura 50: Gráfico comparativo para as funções f (x ) = x


2
e g (x ) = 2x
2

Você deve ter percebido que:


 A multiplicação de uma função por uma constante k > 1 alonga o gráfico verticalmente, enquanto que se 0 < k < 1 , o gráfico
fica comprimido verticalmente. Se k = 1, os gráficos coincidem.
 Se k < 0, o gráfico fica refletido em relação do eixo x , além de alongá-lo ou encolhê-lo.

Agora vem uma outra pergunta: e se no lugar de multiplicar uma função por uma constante, somarmos uma constante k ao y ou ao
x . Vamos investigar?

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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

Você deve ter percebido que:


 Ao somarmos uma constante k à uma função, obtemos um deslocamento vertical do gráfico inicial. Se k > 0 o gráfico "sobe", ou
seja, há um deslocamento para cima. Se k < 0, o gráfico "desce", isto é, há um deslocamento para baixo.
 Ao somarmos uma constante k na variável independente x (isto é, se trocarmos x por x + k , o gráfico desloca-se
horizontalmente: para a direita se k < 0, ou para a esquerda se k > 0.

Perceber esses fatos, nos ajuda a esboçar mais rapidamente alguns gráficos, além de analisar melhor o comportamento das
funções. Por exemplo:
Considere a função f (x ) = x
2
− 2x + 3 . Podemos reescrevê-la assim:
2
f (x ) = (x − 2x + 1) + 2

2
f (x ) = (x − 1) + 2

Olhando para essa última forma, percebemos que, em relação ao gráfico da função h(x ) = x
2
, o gráfico de f deve estar deslocado
para a direita em 1 unidade (porque nesse caso k = −1 ), e duas unidades para cima (por causa do 2 que está sendo somado).
Confira! O gráfico está na Figura 2.51.

Figura 2.51: Gráficos comparativos das funções h(x ) = x


2
ef (x ) = x
2
− 2x + 3

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2.14 Função Racional e Função Algébrica

p(x )
É a função definida como o quociente de duas funções polinomiais, isto é, f (x ) =
q(x )
, onde p (x ) e q (x ) são polinômios e
q (x ) ≠ 0 .

O domínio da função racional é o conjunto dos reais excluindo aqueles x tais que q (x ) = 0 . Isso porque não existe divisão por
zero. Com o que estudamos até o momento, uma tabela de valores pode nos ajudar a determinar o conjunto imagem e o gráfico da
função. As teorias de Limites e Derivadas nos fornecem métodos melhores para a obtenção do gráfico. De toda forma, determinar o
domínio da função é o primeiro passo para o esboço do gráfico e do conjunto imagem

x −1
Exemplo 1: A função f (x ) =
x +1
, é função racional. Determine:

a) o domínio D (f ) .

b) O esboço do gráfico f (x )

c) O conjunto imagem de f (x )

Solução:

a) Para determinar o domínio da função, primeiramente vamos analisar os valores reais possíveis para o numerador e para o
denominador da função:

Observe que não há restrições para o numerador (x − 1) . Isto quer dizer que para todo número real x , é sempre possível
calcular x − 1 .
Já para o denominador (x + 1) existe uma restrição, precisamos encontrar os valores x ∈ R tais que o denominador da função
seja diferente de zero. Isto é, devemos ter:

x + 1 ≠ 0 ⇒ x ≠ −1

A partir da análise desses dois pontos (restrições para o numerador e denominador), podemos encontrar os valores que compõem o
domínio da função. Note que x pode ser qualquer número real, exceto o −1 . Assim, o domínio da função é o conjunto dos números
reais, diferentes de −1 . Em símbolos, D (f ) = R − {−1} .

b) Para o esboço do gráfico, vamos montar uma tabela atribuindo valores a x . Como D (f ) = {x ∈ R | x ≠ −1} , não podemos
esquecer de atribuir a x valores próximos de −1 .

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Agora, basta representar os pontos calculados no plano cartesiano. A Figura 2.19 abaixo mostra o gráfico de f :

Figura 2.19: Gráfico da função

2 2
(x +3x −4)(x −9)
Exemplo 2: Dada a função f (x ) =
2
, determine o seu domínio, a sua imagem e esboce o seu gráfico.
(x +x −12)(x +3)

Solução:

a) Domínio da função: devemos ter denominador diferente de zero (para o numerador não há restrições). Ou seja:

2 −1±√49 −1+7
x + x − 12 ≠ 0 ⇒ x ≠ =
i) 2 2

x ≠ 3 e x ≠ −4

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ii) x + 3 ≠ 0 ⇒ x ≠ −3

Logo, o domínio da função é o conjunto dos números reais, exceto os números −4, −3 e 3. Ou seja, D (f ) = R − {−4, −3, 3}

Esse domínio significa que as abscissas x = −4, x = −3 ex = 3 não tem imagem pela função f (x ).

b) Para fazer o gráfico da função, tentamos simplificar as expressões que compõem a sua representação algébrica. Vejamos:
2 2
(x +3x −4)(x −9)
f (x ) =
2
(x +x −12)(x +3)

Usando a fatoração, podemos escrever as seguintes igualdades:

2
x + 3x − 4 = (x − 1) (x + 4)

2
x − 9 = (x − 3) (x + 3)

2
x + x − 12 = (x − 3) (x + 4)

Substituindo as expressões de f (x ) por essas expressões equivalentes, escrevemos:

2 2
(x +3x −4)(x −9)
Ou seja, a função dada inicialmente f (x ) =
2
é equivalente à função f (x ) = x − 1 . Assim, o gráfico da função
(x +x −12)(x +3)

dada é uma reta, que possui bolas abertas nos pontos de coordenadas: (−4, −5) , (−3, −4) e (3, 2) .

Observe, na Figura 2.20, a descontinuidade nos pontos da reta que representa f :

Figura 2.20: Gráfico da função

c) O conjunto imagem de f (x ) é o conjunto: I m (f ) = R − {−5, −4, 2} . Note que estão excluídos do conjunto imagem os
valores que são imagem dos pontos que estão excluídos do domínio.

Exemplo 3: Considerando que, em um experimento de adubação, a resposta do crescimento de uma planta (cm) pode ser dada por
, em que é a quantidade de fertilizante adicionada, determine o domínio e a imagem da função .
20x 2
f (x ) = x > 0 (g /m ) f
x +5

(SVIERCOSKI, 2008 - modificado)

Solução:

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Como não se explicitou a quantidade máxima nem mínima de fertilizante, sabemos apenas que esta quantidade é positiva ou nula e,
para que a função esteja definida x deve ser diferente de −5 (caso contrário, teríamos x + 5 = 0 e como sabemos o
denominador nunca pode ser zero), assim D (f ) = {x ∈ R/ x ≠ −5} .

Agora vamos analisar o que acontece com a altura f (x ) da planta quando a quantidade de fertilizante for aumentando:

Para x temos f
0
= 0 (0) = = 0
5

Para x = 10 temos f (10) = 13, 333

Para x = 100 temos f (100) = 19, 048

Para x = 1000 temos f (1000) = 19, 9

Para x = 10000 temos f (10000) = 19, 99

Logo, f (x ) = 0 representa a altura mínima e f (x ) = 20 representa a altura máxima possível a ser atingida pela planta.

Portanto, I m (f ) = {y ∈ R/0 ≤ y < 20} .

Vídeo de função racional

Continuação: Vídeo de função racional

Uma função f é chamada de função algébrica se puder ser construída usando operações algébricas (tais como adição, subtração,
multiplicação, divisão e extração de raízes) começando por polinômios.
−−− −− 2x −3
As funções f (x ) = √x
2
+ 1 e g (x ) =
3
2
são exemplos de funções algébricas.
√x −1

4x −1
Exemplo 1: Considere a função f (x ) = . Determine:
√x +1

a) O Domínio da função f ;

b) O esboço do gráfico de f ;
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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

c) O conjunto imagem de f .

Solução:

a) Para determinarmos o domínio da função, procedemos da mesma forma que para a função racional. Isto é, precisamos:

analisar os valores possíveis para o numerador e denominador (isso é feito analisando se existem restrições para os valores de
x );

determinar a interseção dos valores possíveis para numerador e denominador. Essa interseção será o domínio da função f .

Façamos os Cálculos:

i) numerador: 4x − 1 , não há restrição. Qualquer que seja o valor real atribuído a x , é sempre possível fazer 4x − 1 .
−−−−
ii) denominador: √x + 1 . Sempre devemos ter d e nomi nad or ≠ 0. Além disso, como esse denominador possui uma raiz
quadrada, temos mais uma condição a analisar: r ad i c and o ≥ 0 . Como essa raiz está no denominador, calculamos os valores
possíveis de para os quais r ad i c and o > 0 .

r ad i c and o > 0 ⇒ x + 1 > 0 ⇔ x > −1

Logo, D (f ) = {x ∈ R |x > −1} .

b) Para esboçar o gráfico de f (x ) podemos usar uma tabela de valores. Apenas precisamos lembrar que os valores a serem
atribuídos devem ser valores que estão no domínio da função, ou seja, x > −1 , mas é importante usar valores próximos a −1 ,
porém maiores que −1 .

Lembre-se que os valores de x são atribuídos por quem está fazendo a representação gráfica da função. O número de pontos a
serem usados depende de você conseguir traçar o gráfico da função adequadamente.

c) o conjunto imagem da função é o conjunto de todos os valores funcionais possíveis (valores de y ). Como pode ser observado,

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25/09/2021 09:49 Funções - parte 1

I m (f ) = R

Com o estudo de Limites e Derivadas teremos condições de esboçar o gráfico de funções racionais e/ou algébricas com maior
facilidade.

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