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INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DA

MATEMÁTICA III
AULA 02 –
FUNÇÕES

Caro estudante,

Seja bem-vindo à nossa segunda aula!

Neste módulo você aprenderá sobre as funções, estudando suas


características, propriedades e representações. Também irá conhecer a
ampla aplicação de funções em algumas das diversas áreas de concentração
das ciências, além de suas definições e sua lei de formação.

Bons estudos!
Ao final deste bloco de aula, você será capaz de compreender o conteúdo das
funções, construindo inferências lógicas a partir de modelos de exemplo sobre os
tópicos discutidos.
1 FUNÇÕES

1.1 Funções e suas propriedades

Você sabe o que são variáveis quantitativas? São os itens que compõem as
fórmulas matemáticas.
DEFINIÇÃO: Função, conjunto domínio (ou domínio) e conjunto imagem (ou
imagem)
Uma função de um conjunto A em um conjunto B é uma lei que associa para
todo elemento em A um único elemento em B. O conjunto A é o domínio da função e
o conjunto B, com os valores produzidos por essa associação, é o conjunto imagem.
Mas podem ocorrer associações diferentes? Sim. A função de um conjunto A pode
estar em um conjunto C, de modo que C não seja o conjunto imagem, mas um
conjunto que contenha a imagem. Nessa situação, C leva o nome de contradomínio.
Você sabe ser intuitivo? Sim? Então pense em uma função como uma
máquina, na qual os valores x do domínio são colocados dentro da máquina (que faz
papel da função) para produzir os valores y da imagem. Para indicar que y vem de
uma função de x, usamos a notação de função de Euler, dada por y = f(x) (você pode
ler "y igual a f de x" ou "o valor de f em x"). Aqui, x é a variável independente e y =
f(x) é a variável dependente, (Figura 1):

Figura 1 - Um diagrama de uma "máquina" para compreender função.

Fonte: Demana et al., 2013.


Uma relação entre os elementos do domínio e os elementos da imagem: você
pode ver uma função dessa maneira também. A Figura 2 (a) mostra uma função que
relaciona elementos do domínio X com os elementos da imagem Y. A Figura 2 (b)
apresenta uma relação que não é de uma função, uma vez que a regra de que o
elemento x, associa a um único elemento de Y não ocorre, (Figura 2):

Figura 2 - O diagrama em (a) retrata uma relação de X em Y, que é uma função.


O diagrama em (b) retrata uma relação de X em Y, que não é uma função.

Fonte: Friedrich, 2010.


A unicidade do valor da imagem é muito importante para você entender o seu
comportamento. Saber que f(2) = 8 e, posteriormente, verificar que f(2)
= 4 é uma contradição. O que acontece é que jamais teremos uma função
definida por uma fórmula ambígua como f(x) = 3x + 2.
Outra forma de observar funções é graficamente. O gráfico da função y
= f (x) é o conjunto de todos os pontos (x, f(x)), com x pertencente ao domínio
de f. Você pode visualizar os valores do domínio sobre o eixo horizontal x, como
também os valores da imagem sobre o eixo vertical y, tomando como referência os
pares ordenados (x, y) do gráfico de y = f(x).
Para saber se os pontos de um gráfico pertencem ou não a uma função,
traçamos uma linha vertical sobre o gráfico; se a linha cortar dois ou mais pontos,
então não se trata de uma função, pois, nesse caso, há mais de uma imagem (y) para
um mesmo valor do domínio (x). Caso contrário configura função.
Observa a figura a seguir alguns exemplos de função:

Estes, no entanto, não são exemplos de função:


Nestes dois últimos exemplos, há muitas possibilidades de uma reta vertical
cruzar o gráfico em dois pontos. Lembre-se de que só existe função se cada x do
domínio apresentar apenas uma imagem.

1.1.1 Domínio, contradomínio e imagem

O domínio de uma função – D (f) ou dom (f) – é o conjunto de onde partem as


flechas (diagramas) ou os valores de x da função (gráfico).
O contradomínio – Cd (f) ou Cdom (f) – é o conjunto onde chegam as flechas
(diagramas).
A imagem Im(f) é um subconjunto do contradomínio, formado apenas pelos
elementos que se relacionam com algum x do domínio.
Em diagramas, a Im(f) é o conjunto formado apenas pelos elementos que
receberam flechas. Assim, nestes diagramas estão representados:
Dom(f) = (1, 2, 3, 4, 5, 6}
CDom(f) = {-2, -3, -4, -5}
Im(f) = {-2, -3}
Para encontrar o domínio e a imagem nos gráficos, devemos conhecer um
pouco mais sobre funções. Todavia, apenas a título de ilustração, observe o gráfico a
seguir:

Esse gráfico representa uma função exponencial. Conhecendo suas


propriedades, poderemos observar que:
Dom(f): R (todos os números reais, ou seja, qualquer valor de x
pode ser utilizado na função);
Im(f): R (todos os reais não negativos: a função nunca será nem negativa nem
igual a zero).
Exemplos:

1) Seja f(x) = x²- 2x + 1, calcule:

a) f(1) = 12 - 2.1 + 1 = 0
b) f(2) = 22 – 2 – 2 + 1 = 1
c) f(-1) = (-1)2 – 2 - (-1) + 1 = 4

2) Sendo y = 3x - 2x², encontre o valor da função para x = 2. Assim,


y = 3* 2 – 2* 22 = 6 – 12 = -6.
Desse modo, f(2) = -6.

Observação:
Se f(x) = 0, x é a raiz da função. Ou seja, para encontrar a raiz (ou o zero da
função), basta igualar a expressão da função a zero.
1.1.2 Domínio de uma função

Como vimos, o domínio de uma função é representado pelos valores de x que


podemos aplicar na função. Normalmente, dizemos que uma função é uma relação
de R em R ou f: R → R. Isso significa que tanto no domínio quanto no contradomínio
todos os números são reais, mas há exceção.
1
Considere a seguinte função: 𝑓(𝑥) =
𝑥
1
Se x for 0, então 𝑓(0) =
0

Outro exemplo é 𝑓(𝑥) = √𝑥. Perceba que essa função não permite que x seja

negativo. Note que 𝑓(−1) = √−1 não é um número real. Logo, dom(f) = R. Observe
que devemos excluir do domínio os valores para os quais a função não está definida.

1.1.3 Regras de cálculo do domínio

Toda função polinomial tem dom(f) = R:

a. f(x) = x² - 6x
b. f(x) = x³ - 4x + 6x - 1
c. f(x) = 3 - 2x

Quando existir um denominador, ele deverá ser diferente de zero:

Quando no numerador houver um radical de índice par, o radicando deverá ser


maior ou igual a zero:
Se o radical de índice par estiver no denominador, a expressão pode ser maior
que zero:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEMANA, F. D.; et al. Pré-cálculo. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2013.
FRIEDRICH, M. A.; MANZINI, N. Matemática aplicada. São Leopoldo: UNISINOS,
2010.
TAN, S. T. Matemática aplicada a administração e economia. 9. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2014.

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