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APONTAMENTOS DE

ANÁLISE MATEMÁTICA III


SEBENTA COM PROBLEMAS RESOLVIDOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS

PRIMAIRA Parte

Professor Doutor José António Fazenda


Luanda 2020

INDECE

1
PARTE UM: ESTUDO DE FUNÇÕES DE DIVERSAS VARIÁVEIS

1. Campo de existência ou Domínio da função


2. Limites da função
2.1.Limites parciais e iterados
3. Continuidade da função

PARTE DOIS: DERIVAÇÃO EM Rn

1. Curvas de Nível
2. Derivadas Parciais e de ordem superior
3. Diferencial
4. Derivada dirigida
5. Condição suficiente de Diferenciabilidade
6. Diferencial de segunda ordem
7. Gradiente da função
8. Derivada de funções compostas
9. Derivada de funções dadas na forma implícita
10. Extremos: Máximos e Mínimos
11. Ponto estacionário

PARTE TRÉS: INTEGRAIS MULTIPLOS

12. Integrais duplos


13. Integrais duplos em coordenadas cartesianas
14. Integrais duplos em coordenadas Polares
15. Aplicação do integral duplo

Laplace, Pierre-Simon,

2
(Beaumont-en-Auge, Francia, 1749-París, 1827)

Matemático frances. filho de um granjeiro, iniciou seus estudos primários na


escola local, mas graças a intervenção de D’ Alembert, profundamente
impresionado por uma obra escrita pelo joven sobre os principios da mecánica,
pode trasferir se para a capital,onde consiguiu uma bolsa na “École Militaire”.
Entre 1771 e 1789 desenvolveu a maior parte dos seus trabalhos sobre
astronomía, particularmente seu estudo sobre as desigualdades planetarias,
seguido por alguns escritores sobre cálculo integral e equações diferenciais em
derivadas parciales.

Destacas-se entre suas produções do período entre 1784-1787 a


determinação da atração de um esferoide sobre uma partícula situada no seu
exterior, para cuja determinação introduziria a análise de armónicos ou
coeficientes de Laplace e o conceito de potencial. Em 1796 publicou a sua
Exposção sobre o sistema do mundo, em que ofreceu uma versão divulgativa da
mecánica newtoniana e uma exposição do sistema solar.

Seus resultados analíticos sobre a mecánica estrelar publicaram – se em


cinco volumes do Tratado de mecánica celeste (1799-1825). Nos primeiros
volumes describuiu métodos para o cálculo do movimiento dos planetas e seus
satélites, e determinou suas trajectorias. O terceiro contiene a aplicação destes
métodos e muitas tabelas astronómicas.

Em 1814, Laplace publicou um ensaio sobre probabilidades orientado ao leitor


profano, que lhe serviría de base para a segunda introdução de sua Teoría
analítica das probabilidades (tratado publicado em 1812), donde incluiu uma
exposição do método dos mínimos cuadrados, base de toda a teoría dos erros.

3
1. ESTUDO DE FUNÇÕES DE DIVERSAS VARIÁVEIS

1.1. NOÇÃO DE FUNÇÃO DE DIVERSAS VARIÁVEIS

Definição: Uma grandeza variável Z, denomina-se função uniforme de duas


variáveis x e y, se a cada conjunto de valores do par (x, y) num campo dado,
corresponde um valor único e determinado, para o valor Z.

Exemplo 1: Z = f (x, y).

Nota: Consideremos a função z = f (x, y) onde x e y são variáveis independentes


e z uma variável dependente. A função Z= f (x, y) diz-se na forma explicita de x e
y. entretanto se a relação entre as variáveis x e y for dada pela função f (x,y,z)=0
diz-se que a função esta apresentada na forma implícita.

Exemplo 2: seja a função da superfície esférica de centro na origem e raio r:

Nota: da geometria sabe-se que o volume do cone é:

Onde h – é a altura do cone

Logo

Exemplo 3: A área S de um rectângulo de lados x e y, é dada pela forma S= xy.

A cada par de valores de x e y corresponde um valor determinado da área S;


pode se dizer que S é uma função de duas variáveis.

Exemplo 4: O alcance R de um projéctil lançado com uma velocidade inicial v 0,

sob o ângulo φ horizontalmente, expressa-se através da formula

(despreza-se a resistência do ar). O símbolo g na formula representa aceleração


devido a foça de gravidade. Para cada par de valor de v 0 e φ a formula dá uma
determinado valor para R, quer dizer que R é uma função das variáveis v 0 e φ.

Exemplo 5:

4
Aqui u é uma função de x, y, z, t.

Nota: Se a cada par (x,y) de valores das duas x e y, independentes uma da


outra, se certo campo de existência D da sua variação, corresponder um valor
determinado da grandeza Z, diz-se que Z é uma função de duas variáveis
independente x e y, definida no campo D.

Definição: O valor da função Z = f (x, y) no ponto P (a, b), isto é, quando x= a e


y=b, designa-se por f(a,b) ou f(P).

Exemplo 6: determinar o valor da função

CAMPO DE EXISTÊNCIA OU DOMÍNIO DA FUNÇÃO

Seja uma função em que x e y variáveis independentes e z a variável

dependente.

Definição: Campo de existência ou domínio da função , é o conjunto


de valores reais de x e y de tal forma que resultem para a função somente
valores reais determinados. Pode-se considerar nos casos elementares, o
domínio como sendo uma parte finita ou infinita do plano coordenado limitada por
uma ou várias curvas.

Nota: O domínio ou campo de existência de uma função pode ser interpretado


geometricamente. Se cada par de valor x e y, for representado mediante um
ponto P(x,y) no plano Oxy, o domínio da função será representado por um
conjunto de pontos neste plano.

Nota: Os domínios podem estar constituídos por partes do plano limitadas por
uma ou mais linhas. A linha que limita o domínio dado denomina-se fronteira. Os
pontos do domínio que não pertencem a fronteiras chamam-se pontos interiores
do domínio. Todo domínio constituído somente por pontos interiores é designado
por domínio aberto, enquanto que o domínio que inclui também pontos da
fronteiras chama-se domínio fechado.

Definição: O domínio ou o campo de existência de uma função denomina-se


acotado se existir uma grandeza constante C, tal que a distancia entre o ponto
P do domínio e a origem de coordenadas seja menor que C:

5
Exemplo7: Achar o domínio da função

A expressão analítica tem sentido para todos os valores de x e y. Por esta


razão o domínio desta função coincide com todo plano Oxy.

Exemplo 8: Achar os campos de existências da função:

Resolução

A função admite números reais na condição de que , ou seja

O campo de existência desta função, é a circunferência de raio a e centro na


origem de coordenadas. As fronteiras da circunferência são fechadas.
Graficamente:

Exemplo 9: Achar os campos de existências da função:

Resolução

6
Esta função fica definida, se . Ou seja o

domínio da função dada, é a região que fica entre duas parábolas, incluindo o
ponto (0,0):

Graficamente:

Exemplo 10: Achar os campos de existências da função:

Resolução:

  x0  x0
 x0  
2 2
D:x 0e x  y 0  x  y  0   y   x
 x  y x  y   0  
 x  y  0  y  x

Graficamente:

1.2. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

7
1 z  1 x2  y2

2. z  y sen x

3. u  x  y  z

4. z  1  x  y

1
5. z 
x y

6. z  x  1y
7. z  x  logx  y  1

8.

9.

10. z  arcsen x  y 

11.

12. z  1  x 2  1  y 2

1.3. CURVAS E SUPERFICIÉS DE NIVEL

8
O gráfico S de uma função f de duas variáveis é o conjunto de todos os pontos
(x,y,z) de tais que (x,y), esta no domínio D de f(x,y), isto é,

S=

é sabido qu o grafo de uma função f de uma variável é uma curva de equação y=


f(x).

no caso de uma função de duas variáveis, o seu grafo é uma superfície de


equação z= f(x,y).

de entre estas superfície, usaremos frequentemente as chamadas superfície


quádricas. Um estudo sumario deste tipo de superfície encontra-se no apêndice B
no final do livro.

Exemplo11: Esboce o gráfico de

Quadrando ambos os membros da equação , obtemos

,ou ainda, o grafo de f é porção de elipsóide


situado acima do plano x0y (figura 2)

(0,0,1)

x (0,2,0)

(2,0,0)

Quando não podemos recorrer a métodos computacionais para a visualização de


imagens tridimensionais que representam grafos de função de duas variáveis,
podemos recorrer as chamadas curvas de nível, numa imagem bidimensional, nos
dão informação sobre o grafo da função.

Seja f uma função de duas variáveis e uma constante real pertencente ao


contradomínio de f. Ao conjunto dos pontos (x,y) do plano tais que f(x,y)= damos o

9
nome de curva de nível de f de valor . A curva de nível de f de valor é
constituída pelos pontos do domínio de f, para quais grafos de f tem altura ,
. A curva de nível de valor é a projecção ortogonal sobre o plano x0y, da
curva do contorno de valor de f que é a intersecção de grafo de f pelo plano
(figura 3).

z
20

0 y
x

K=20
K=17

K=14
K=10
K=12
Um exemplo comum de curvas de nível, são as chamadas curvas isotérmicas.
São curvas de nível da função temperatura e representam todos os pontos de uma
região que registam a mesma temperatura. Também os mapas topográficos de
região montanhosa exibem curvas de nível. Estas curvas de nível representam
região cuja altitude é constante.

(x,y,z)

O conjunto D é o domínio de f sendo o contradomínio de f o conjunto dos valores


que f toma em , isto é,

O grafo de uma função de três variáveis e um subconjunto de


espaço de dimensão 4, não podendo ser, por conseguinte, visualizado. No
podemos entender, de forma natural, o conceito de curva e de nível dado para a
função de duas variáveis. Sejam f uma função de três variáveis e k uma constante
real pertencente ao contradomínio de f. Ao conjunto de todos os pontos (x,y,z)=k,
chamamos superfície de nível de f de valor k.

10
Exemplo 12: Determine a superfície de nível da função f(x,y,x)=x 2+y2.

Resolução: A superfície de nível de f é as superfícies de equação x 2+y2=k, k≥0,


ou seja a origem (para k=0) e uma família de cilindros circulares rectos
concêntricos, com base de raio (figura 4)
z

Ao estudarmos as superfícies quadráticas, destacamos as secções rectas


y
horizontais e verticais como resultado dos cortes das superfícies por planos
x paralelos tanto horizontais como verticais. Observe a figura 1.

Definição: Consideremos a função


Chamamos curvas de Nível da função f(x, y) as projecções das secções
rectas horizontais da superfície sobre o plano XOY, e a suas equações
expressam – se na forma F(x, y) = c. observemos a figura 2.

11
Eis as curvas de nível da função

Figura 3

Estamos em condições de verificar um problema relacionado com o traçado


de uma recta tangente a uma curva num ponto dado, cortando a superfície
por um plano vertical paralelo ao eixo OX, y é constante.

Figura 4

Ou por um plano paralelo ao eixo OY, onde x é constante:

12
O resultado do corte é uma função, por tanto pode se aplicar o sistema de
conceito da derivação em R a essa função e a uma recta tangente a esta num
ponto, o inconveniente é que o plano de corte ou é paralelo ao eixo x ou paralelo
ao eixo y, assim sendo, o plano será constante a variável contrária y ou x,
respectivamente. Este facto nos leva então a retomar o sistema de termos
utilizados nos limites e obteremos que este novo conceito de derivada, mediante
cortes na superfície por planos verticais, corresponde com o de limites parciais por
ele utilizar o termo de derivadas parciais fica justificado.

13
1.4. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

Achar as linhas de nível das funções:

13.

14.

15.

16.

17.

1.5. LIMITES DAS FUNÇÕES

14
Limite de z  f x, y  quando x, y   A é igual a B denota-se por  xlim f x , y   B
, y  A

se f x, y   B   , com x, y   A  

Seja z  f x, y  uma função definida no ponto Aa, b  do seu domínio. A função
considera-se contínua neste ponto se lim f x, y   f a, b 
 x , y a ,b 
2
Como sabemos , logo uma extensão em R se
expressaria da seguinte forma: .
Isto significa que os pontos se aproximam do ponto e
interpreta – se da seguinte forma

para todo .
Geométricamente:

y0

0 x x0

Definição : Seja

Donde , este limite chama – se limite duplo


da Função

1.5.1. LIMITES PARCIAIS E ITERADOS

Os limites se chamam limites parciais do limite duplo

15
da função

Aqui, o limite se chama limite parcial da função em ordem a x. O


limite

se chama limite parcial de f em relação a y.

Podemos constatar que o conceito de limite parcial está associado ao facto das
duas variáveis não se consideram variando ao mesmo tempo e daí o termo de
parcial utilizado. Para nos referir a qualquer um deles devemos utilizar a referência
da variável, quer dizer, limite parcial com respeito a x (y) que indica que é a
variável que não se menciona passa a ser constante na operação que se realiza.

Os limites chamam - se limites iterados.


O conceito de limite iterado corresponde tal como se observa na notação com a
acção de repetir o cálculo e se introduz para indicar a acção que origina quando
se calcula um limite parcial e com este resultado se calcula o outro limite parcial.

Exemplo 13: Determine os limites parciais e iterados da seguinte função no ponto


(0,0):

Resolução:

a. Ao calcularmos os limites parciais obteremos:

b. Ao calcularmos os limites iterados obteremos:

Os limites parciais e iterados existem e em ordem a cada variáveis apresentam –


se diferentes e de acordo com o teorema da unicidade dos limites não pode
existir

limite da função no ponto (0,0).

16
Exemplo 14: ao nos aproximarmos (0,0), ao longo do eixo 0x,

isto é, ao longo da recta da equação y=0, obteremos:

. Se nos aproximarmos de (0,0) ao longo do

eixo 0y, ou seja ao longo da recta de equação x=0 teremos:

. Logo pode se afirmar que não existe

lim
1  y sen x
Exemplo 15:
 x , y 0 , 0  x

Resolução:

lim
1  y sen x  lim 1  y  sen x  1  1  1
 x , y 0, 0  x  x , y 0 , 0  x

 y 1
 x2
Exemplo 16: Considere a função f  x , y   x  2
 0 x2

Diga se existe limite.

Resolução:

y 1 0
Sendo lim 
 x , y  2,1 x2 0

Deveremos recorrer ao limite na vizinhança do ponto  2,1 . Para tal determina-


se a Equação da recta que passa pelo ponto em questão, usando a forma
simétrica da equação da recta e obteremos a equação y  1  mx  2  fazendo
x  2  h ,

teremos y  1  mh .

Desta forma

y 1 1  mh  1
lim  lim m
x  2  h x2 h  0 2h2
y 1 mh

17
Podemos concluir que não existe limite.

Exemplo 17:

Neste caso levanta-se a indeterminação recorrendo aos limites na vizinhança do


ponto (0,0).

Consideremos o ponto A (x0,y0) e P(x,y) um ponto genérico tal que .

Desta forma P(x,y) pertence a vizinhança de A (x 0,y0) de amplitude , e tem-se


que:

Graficamente:

P(x,y)=P(x0+h,y0+k)
k
α
A(x0,y0) R(x0+h,y0)

A partir da figura pode se constatar que existem infinitos pontos na vizinhança do


ponto A (x0,y0). Entretanto a passagem do ponto A para o ponto B da sua
vizinhança depende da inclinação do ângulo α.

O percurso de A para P é feito parcialmente através do ponto R. a partir do


triangulo ARP, rectângulo em R, tem-se: .

Desta forma vê-se que, dando um acréscimo h a x 0, resulta o acréscimo k= hm


para y0. Assim sendo, para:

Na prática

Nota: Na determinação do limite pode suceder:

1º Se o limite for em função de m, diz-se que não há limite, pois, para cada
, resulta um valor diferente.

18
2º Se o limite for uma constante, então diz-se que nada se pode concluir.

a) No caso em estudo, o limite é calculado ao longo das rectas que passam


pelo ponto A e cuja a inclinação é α. Pode acontecer que o limite calculado
ao longo de outra linha que passa por A (parábola, circunferência) seja
diferente do anterior, neste caso não há limite.

b) Se o limite ao longo de diversas linhas for igual então nada se pode concluir
e neste caso recorre-se a definição.

Voltando ao exemplo anterior:

Obs: Aqui tem-se que para cada valor de m, obtêm-se um valor para o limite. Os
limites na vizinhança do ponto são diferentes, isto é, a função não tem limite.

1.6. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

 x 2  2x  1  y 2 
18. Diga se existe limite  x , y 1,0   2
lim 
2 
 x  2x  1  y 

19
x  y 1
19. Considere a função f x , y   e calcule o limite quando
x  1 y
x, y   0,1

20. Seja , analisemos a existência do limite no ponto

21.

22.

23.

24.

1.7. CONTINUIDADE DA FUNÇÃO

20
Seja Z= f (x,y) uma função definida no ponto A(a,b), sendo A um ponto do seu
domínio.

Nota: A função Z=f (x,y) considera-se continua no ponto se:

se considerarmos a definição de limite de função, tem-se.

Nota: A função Z=f (x,y) é continua num ponto, se:

Nota: A função Z=f (x,y) considera-se continua num domínio , se for


continua em todos os pontos do domínio.

Definição:
Seja f: A ⊆ R2 → R, A≠Ø . Diremos que Z= f(x, y) é contínua no conjunto A se fôr
contínua em cada ponto de A.

Exemplo 17: Mostre que a função f x, y  definida

 x2 y4
 x , y   0
por f x, y    x 4  y 8 é descontínua no ponto 0,0
 0 x , y   0
Resolução:

x2 y4 0
Seja lim 4 8
 Desta forma terá
 x , y  2 ,1 x y 0

x2 y4 h2m4h4 h6m4 h2m4


lim  lim  lim  lim
 x , y h ,mh  x 4  y 8 h 0 h 4  m 8 h 8 
h 0 h 4 1  m 8 h 4 h 0 1  m 8 h 4

 Nada se pode concluir

Entretanto pode-se constatar na função que o denominador é o dobro do

numerador, logo procuramos o limite na vizinhança, isto é ao longo da parábola

21
x  my 2 , fazendo y  h e x  mh 2 , teremos:

x2 y4 m 2 h8 m2
lim 2  lim   Não há limite, a função é
 x , y mh ,h  x 4  y 8  
h 0 h 8 m 4  1 m4 1

Descontínua

Exemplo 18: Analisar a continuidade

da função

O problema resume – se no cálculo do

Vamos implementar o procedimento para achar o limite fundamental


trigonométrico dadas as características da função dada. Assim teremos:

Aplicando a regra do produto de limites, uma vez conhecido o valor do limite


fundamental trigonométrico, calcula – se em seguida o limite do segundo factor,
isto é:

22
1.7. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

1
25. Mostre que f x, y   admite duas linhas de descontinuidade.
x  y2
2

26. Considere a função f x, y  definida em R 2 e com valores em R

4 x y
tal que f x, y    2 . Estude a continuidade da função.
x xy

27. Determine os pontos em que a função f x, y  é contínua,

1
 senxy  y0
tal que: f x, y    y
 x y0

Analisar a continuidade das funções:

28.

29.

30.

31.

32.

Achar o domínio e a continuidade das seguintes funções:

33.
23
34.

2. DERIVADAS PARCIAIS

Definição: Seja f: A ⊆ R2 → R, (x0, y0) ∈ A, h∈R. Chama – se derivada parcial em


relação a variável x, da função f (x, y) no ponto (x0, y0) e se denota por

24
ao limite, se existir

De forma semelhante se define a derivada parcial com respeito a y a partir da função f (x,
y) no ponto (x0, y0) ∈ A. As derivadas parciais de uma função de duas variáveis são as
derivadas ordinárias da função com relação a cada variável, e se calculam mantendo a
variável contrária como uma constante e são válidas as aplicações, em cálculos, dos
resultados da derivação.

Resumindo:

Existem várias notações alternativas para as derivadas parciais:

Exemplo 19:Seja a função

Resolução:

Achar

Exemplo 20:Seja a função

Resolução:

Achar

25
Exemplo 21.Seja a função Achar

Resolução:

Exemplo 22. Demonstrar que a função , satisfaz a

condição

Resolução:

Coloquemos os resultados obtidos na parte esquerda da condição dada:

Exemplo 23. Demonstrar que

a função:

Resolução:

Coloquemos os resultados encontrados na parte esquerda da equação dada:

26
2.2. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

27
35.Seja a função Achar

36.Seja a função Achar

37.Seja a função Achar

38.Seja a função Achar

39.Seja a função Achar

40.Seja a função Achar

41.Seja a função Achar

42.Seja a função Achar

43.Seja a função Achar

44.Seja a função Achar

45.Seja a função Achar

46.Demostrar que satisfaz a condição

2.3. DIFERENCIAL DE UMA FUNÇÃO CE VÁRIAS VARIÁVEIS

28
Em R ao estudar – se o diferencial de uma função se concluiu que este expressa o
incremento que realiza a função tangente quando passa do ponto x 0 ao ponto x0 + h, na
figura 9 se indica com uma seta ao lado do segmento CT, o que calculamos aplicando as
razões trigonométricas no triângulo rectângulo ACT, donde ,o
qual denotamos por df(x0)= f’(x0)⋅h e ao denotar o incremento em x por dx escrevemos
df(x0)= f’(x0)⋅dx, e insistimos que o diferencial de uma função real num ponto se calcula
mediante o produto da derivada avaliada no ponto pelo incremento da variável.

Ao ser R um espaço unidimensional, o valor f’(x0) é suficiente para calcular este


incremento, mas para o caso de R2 necessitaríamos incorporar os valores relativos as
direções do eixo x e do eixo y. Logo tem sentido o seguinte:

Definição: Sejam f: A ⊆ R2 → R, (x0, y0) ∈ A. O diferencial da função f no ponto (x0, y0)


se expressa por
Pode – se apreciar que intervêm as duas derivadas parciais multiplicadas pelo seus
respetivos incrementos e ao soma – los obtém – se os valor do diferencial no ponto. A
representação gráfica (Fig.10) é o plano tangente a superfície que passa pelo ponto [x0,y0, f
(x0, y0)], de equação:

29
Exemplo 24.Seja a função Achar

Resolução:

Sendo que , então:

Exemplo 25.Seja a função Achar

Aqui temos que:

Resolução:

2.4. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

47.Seja a função Achar

48.Seja a função Achar

30
49.Seja a função Achar

50.Seja a função Achar

51.Seja a função Achar

52.Seja a função Achar

53.Seja a função Achar

54.Seja a função Achar

2.5. DIFERENCIAL DE ORDEM SUPERIOR

31
Seja f: A ⊆ R2 → R, diferenciável em A aberto. Suponhamos que existem todas as
derivadas parciais de f e são contínuas em A, então o diferencial de segunda ordem de f em
(x0, y0) vem dado pela expressão

NOTA: Fórmulas básicas da derivada de ordem superior.

NOTA: Fórmulas básicas do diferencial de ordem superior

32
Para graus superiores a dois, aplica – se a regra binominal de Newton

Exemplo 26.Seja a função Achar

Resolução:

Exemplo 27Seja a função Achar

Resolução:

. Exemplo 28 Seja a função Achar

Resolução:

33
Exemplo 29..Seja a função Achar

Resolução:

34
2.7. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

55. Achar

56. Achar

57. Achar

58. Achar

59. Achar

60 Achar

61.Demonstrar que a função satisfaz a condição:

62.Demonstrar que a função satisfaz a condição

63.Seja a função Achar

64.Seja a função Achar

65.Seja a função Achar

35
1.8. DERIVADA DIRIGIDA

Definição:
Seja f: A ⊆ R2 → R; A um intervalo aberto, (x0, y0)∈A. Seja um vector unitário tal que

de , . Chamamos derivada dirigida de f em segundo a direção de

ao limite, se existir

e denota – se por

NOTA: Fórmulas básicas para o cálculo da derivada dirigida:

Onde:

36
Exemplo 30: Se tomamos os vectores unitários da base canónica de R 2: (0,1) e (1,0),que
derivadas dirigidas obteríamos?

Resolução:

Efectivamente as derivadas parciais (Fig.7), vejamos:

Se

= =

De igual forma, se

Assim sendo podemos concluir que:

37
a. ;
b. As derivadas parciais expressam o valor do coeficiente angular da recta tangente das
secções rectas a superfície com relação aos planos verticais e paralelos aos eixos
coordenados, em geral as derivadas dirigidas expressam o coeficiente angular das
rectas tangentes das secções rectas a superfície com relação aos planos verticais e
paralelos ao vector u .
c. A característica do plano tangente a uma superfície (Fig.8), num ponto
[x0, y0, f(x0, y0)] é que contém todas as rectas tangentes das secções
rectas a superfície com relação aos planos verticais e paralelos ao vector
u.

d. Se existem as derivadas dirigidas em qualquer direcção, então, existem todas as


derivadas parciais, mas o recíproco não é válido

Exemplo 31Achar a derivada da função no ponto M(1,1), na direcção

do vector que forma um ângulo de com a direcção positiva do eixo Ox.


,

Resolução:

Assim, determinemos as derivadas parciais da função no ponto M (1, 1).

38
Exemplo 32. .Achar a derivada da função no ponto M(3,2,1) na direcção
do vector onde N(5,4,2).

Resolução:

Finalmente taremos:

1.9. 2.9. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

66.Achar a derivada da função no ponto M (1,1), na direcção do

vector

67.Achar a derivada da função no ponto M (1,1,1) na direcção

do vector

68.Achar a derivada da função no ponto M (1,2,1) na direcção do

vector

39
40
1.10. GRADIENTE DA FUNÇÃO

Definição

Seja f: A ⊆ R2 → R, A aberto, (x, y)∈A. Suponhamos que existem as derivadas parciais de


f em (x, y). Define – se o gradiente de f em (x, y) como el vector cujas coordenadas são as
derivadas parciais de f em (x, y), e se denota por:

Em geral, o conceito se vincula a uma superfície e em consequentemente a R 3, e se diz que


o gradiente desde ponto de vista geométrico é um vector perpendicular ao plano tangente a
superfície em (x0, y0, f (x0, y0)) pelo que a representação geométrica destes conceitos está
associada ao que foi mostrado na figura 12.
O gradiente, a derivada dirigida, as derivadas parciais têm dois componentes e por tanto a
referencia deve ser vinculada com as rectas do plano x0y que resultam das intersecções
entre o plano tangente a superfície em (x0, y0, f (x0, y0)) e os planos que contêm todas as
rectas tangentes das secções rectas a superfície em relação aos planos verticais paralelos ao
vector u (Fig. 12).

41
NOTA: Fórmula básica para o cálculo do gradiente da função:

Para determinar a derivada da função na direcção do gradiente da função:

Para determinar o gradiente da função de tres variáveis reais:

Exemplo 33. .Achar o gradiente da função

Resolução:

Expressando mediante vectores unitários da base canónica, teremos:

Graficamente teremos:

42
Exemplo 34. .Achar o gradiente da função

Resolução:

Exemplo 35.Achar a derivada da função no ponto M (3,4), na


direcção do gradiente da função z.

Resolução:

Neste caso, o vector coincide con o gradiente no ponto dado. Assim:

43
Exemplo 36.Achar a o comprimento e a direcção do gradiente da função
no ponto, .

Resolução:

Calculemos as derivadas parciais:

Avaliemos as derivadas no ponto M:

Finalmente:

44
2.11. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

69.Determinar o comprimento e a direcção do gradiente da função


n ponto

70.Determinar o comprimento e a direcção do gradiente da função no


ponto M (2,1,1).

71. Achar a derivada da função na direcção do vector

45
46
Gauss, Karl Friedrich

(Brunswick, atual Alemanha, 1777-Gotinga, id., 1855)

Matemático, físico e astrónomo alemão. Nascido no seio de uma família


humilde, desde muito sedo deu mostras de uma prodigiosa capacidade para as
matemáticas (segundo a legenda, aos três anos interrompeu o sei pai quando
estava ocupado em la contabilidade de seu negocio para indicar - lhe um erro de
cálculo), ate ao ponto de ser recomendado ao duque de Brunswick por seus
professores da escola primária.

O duque lhe proporcionou assistência financeira nos seus estudos


secundários e universitários, que efetuou na Universidade de Gotinga entre 1795 e
1798. Sua tese doutoral (1799) versou sobre o teorema fundamental da álgebra
(que estabelece que toda ecuação algebraica de coeficientes complexos tem
soluciones igualmente complexas), que Gauss demostrou.

47
Em 1801 publicou uma obra destinada a influir de forma decisiva na
conformação da matemática do resto do século, e particularmente no âmbito da
teoria dos números, as Disquisições aritméticas, entre cujos numerosos avanços
cabe destacar: a primeira prova da lei da reciprocidade quadrática; uma solução
algebraica al problema de como determinar si un polígono regular de n lados pode
ser construído de maneira geométrica (sem resolver desde os tempos de
Euclides); um tratamento exaustivo da teoria dos números congruentes; e
numerosos resultados com números e funções de variável complexam (que
volveria a tratar em 1831, descrevendo o modo exato de desenvolver uma teoria
completa sobre os mesmos a partir de sua representação no plano x, y) que
marcaram o ponto de partida da moderna teoria dos números algebraicos.

Sua fama como matemático cresce consideravelmente nesse mesmo ano,


quando foi capaz de predizer com exatidão o comportamento orbital do asteroide
Ceres, avistado pela primeira vez poucos meses antes, para o qual empregou o
método dos mínimos quadrados, desenvolvido por ele mesmo em 1794 apesar de
que hoje em dia faz – se na base computacional de modernas ferramentas de
estimação astronómica.

Em 1807 aceitou o cargo de professor de astronomia no Observatório de


Gotinga, cargo em que permaneceu toda sua vida. Dois anos mais tarde, sua
primeira esposa, com quem havia contraído matrimonia em 1805, faleceu ao dar a
luz a seu terceiro filho; más tarde se casou em segundas núpcias e teve três filhos
mais. Em estes anos amadureceu suas ideias sobre geometria não euclidiana, isto
é, a construção de uma geometria logicamente coerente que prescindira do
postulado de Euclides das paralelas; apesar de que não publicou sus conclusões,
se adiantou em mais de trinta anos aos trabalhos posteriores de Lobachewski e
Bolyai.

Por volta de 1820, ocupado na correta determinação matemática da forma e


tamanho do globo terráqueo, desenvolveu numerosas ferramentas para o
tratamento dos dados observacionais, entre las quais se destaca a curva de
distribucional de erros que levam seu nome, conhecida também com o apelativo
de distribuição normal e que constitui um dos pilares da estadística. Outros
resultados associados a seus interesses pela geodesia são a invenção do
heliotrópio, e, no campo da matemática pura, suas ideias sobre o estúdio das
características das superfícies curvas que, explicitada em sua obra” Disquisitiones
geraias acerca superfícies curvas (1828), sentaram as bases da moderna
geometria diferencial.

Também mereceu sua atenção o fenómeno do magnetismo, que culminou


com a instalação do primeiro telégrafo elétrico (1833). Intimamente relacionados

48
com suas investigações sobre dita matéria foram os princípios da teoria
matemática do potencial, que publicou em 1840. Outras áreas da física que
estudou foram a mecânica, a acústica, a capilaridade e, muito especialmente, a
ótica, disciplina sobre a qual publicou o tratado Investigações dióptricas (1841),
nas quais demostrou que um sistema de lentes qualquer é sempre reduzível a
uma só lente com as características adequadas. Foi tal vez o último aporético
fundamental de um científico cuja profundidade de análises, amplitude de
interesses e rigor de tratamento lhe mereceram em vida o apelativo de «príncipe
dos matemáticos».

2.12. DERIVADA DE FUNÇÕES COMPOSTAS

Em R considera – se que se f[ϕ(x)] era uma função composta, então a sua derivada
expressava – se mediante o produto : {f[ϕ(x)]}' = f'(ϕ(x)) ⋅ ϕ'(x) y que se enuncia dizendo
que a derivada de uma função composta se calcula multiplicando a derivada da função
externa pela derivada de la função interna.

Seja a função f x, y  que possui derivadas parciais contínuas num domínio
. Sejam funções que admitem derivadas finitas de
primeira ordem num conjunto . Se substituirmos os valores de na
função f x, y  , teremos:

A função é uma função de composta por intermédio de .


Sendo z função de duas variáveis , as suas derivadas serão parciais
enquanto são variáveis de uma só variável t e as suas derivadas serão
totais.

Assim sendo teremos:

Exemplo 36.Calcular a derivada da função f (ϕ (x)) =

49
Resolução:

A função externa é a potencial f[ϕ(x)]= [ϕ(x)]1/2 e a interna a função ϕ(x)=2x-1, e suas


derivadas são: f’[ϕ(x)]=½ [ϕ(x)]-1/2 e ϕ’(x)=2 respectivamente; a derivada da função composta
{f[ϕ(x)]}'= ½ [ϕ(x)]-1/2⋅ 2=[2x-1]-1/2

No caso de R2 tem – se:

Seja f (x, y) = , aqui identificamos duas funções, uma externa potencial de

exponente ½ e a outra interna φ (x, y) = x2 + y2.


Calculando a derivada parcial com respeito a x desta função composta, seguindo o caminho
que estabelece a própria composição, teremos:

De igual forma

Exemplo37.Seja
Resolução:

Aqui, devemos calcular , pois a função u depende de x e de y enquanto x e y

são funções finitas dependentes de t. Assim

50
. Exemplo 38 Calcule se

Resolução:

Logo

Ora, como é somente função em ordem a t substituímos pelos


seus valores dados antes e teremos:

Exemplo 39. Demonstre que a função donde são


funções tais que u é diferenciável de segunda ordem, satisfaça a condição

Resolução:

Façamos

Então:

51
Exemplo 40. Calcule se

Resolução:

Seguindo o caminho indicado no esquema. Teremos:

2.13. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

72. Achar

73. Achar

52
74. Achar

75. Achar

76. Achar

77. Achar

78. Demonstre que a função satisfaz a condição

79. Demonstre que a função satisfaz a condição

53
2.14. DERIVADAS DE FUNÇÕES DADAS NA FORMA IMPLÍCITA

Recorde – se que y é uma função implícita de x quando está dada indirectamente


mediante uma equação da forma F(x, y)=0. Logo uma extensão a R2 , nos leva ao
seguinte:

Definição:
Seja f: A ⊆ R2 → R, B⊂ A. Se f (x, y) = 0 determina uma função y = g(x), no conjunto
B, que é solução da equação f(x, g(x))=0. Diremos que f(x, y) = 0 define g como
função implícita de x.

Teorema:
Seja f: A ⊆ R2 → R, diferenciável num intervalo A, aberto e M0 (x0,y0) A. A função F

se anula em M0, quer dizer,

1. Existem intervalos abertos , tais que:

2.
3. g é contínua em V
4. g é derivável e V e cumpre – se que:

54
Exemplo 41.Calcular

Resolução:

A função é diferenciável em aberto,

, logo nos pontos (x, y) tais que

se cumprem as condições do teorema e

Exemplo 42.Calcular

Resolução

Sendo

Exemplo 43.Calcular

Resolução:

Calculando a derivada de ordem dois, teremos:

55
Exemplo 44..Calcular

Resolução:

2.15. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

80.Calcular

81.Calcular

82.Calcular

83.Calcular

84.Calcular

85.Calcular

86.Calcular

87.Calcular

88.Calcular

56
89.Calcular

90.Calcular

Cauchy, Augustin-Louis

(París, 1789-Sceaux, França, 1857)

Matemático francês. Era o mais velho dos seis filhos de um advogado


católico e realista, que se retirou para Arcueil quando se instalou a Revolução. Ali
sobreviveram de forma precária, pelo que Cauchy cresceu desnutrido e débil. Foi
educado em casa por seu pai e não ingressou na escola até aos treze anos.

Aos dezasseis anos entrou na École Polytechnique parisiense e aos


dezoito passou a frequentar uma escola de engenheira civil, donde se graduo três
anos depois. Seu primeiro trabalho foi como engenheiro militar para Napoleão,
ajudando a construir as defesas em Cherburgo. Aos vinte e quatro anos voltou a

57
Paris e dois anos mais tarde demonstrou uma conjetura de Fermat que havia
superado a Euler e Gauss.

Com vtnte e sete anos ja era um dos matemáticos de maior prestigio e


começou a trabalhar em funções de variável complexa, publicando as 300 páginas
dessa investigação onze anos depois. Nesta época publicou seus trabalhos sobre
limites, continuidade e sobre a convergência das series infinitas. Em 1830 se
exilou emTurín, donde trabalhou como professor de física matemática até que
regressou a Paris (1838).

Passou o resto da sua vida ensinando na Sorbona. Publicou um total de 789


trabalhos, entre os que se encontram o conceito de limite, os critérios de
convergência as fórmulas e os teoremas de integração e as equaciones
diferenciais de Cauchy - Riemann. Sua extensa obra introduziu e consolidou o
conceito fundamental de rigor matemático.

«Os homens passam pero sus feitos permanecem.»

3. INTEGRAIS MÚLTIPLOS

3.1. INTEGRAL DUPLO EM COORDENADAS CARTESIANAS

Vamos partir da generalização da integral definida de uma função de uma


variável definida no intervalo finito

para obter o conceito de integral múltiplo. O intervalo , será


dimensionado por uma região n – dimensional que se denominará região de
integração, o integrando , será substituído por uma função de várias
variáveis, definida na região de integração.

Desta forma, resulta uma integral denominada Integral múltipla, onde:

- a região de integração será:

- o integrando será

58
definida na região S.

Nota: a integral múltipla representa-se simbolicamente da forma

No que diz respeito ao integral duplo, teremos

- a região de integração será:

- o integrando será

definida na região S.

Nota: representação simbolicamente da forma

Propriedades:

1.

2.

3. Se a região de integração R está subdividida em duas sub-regiões


R1, e R2, tal que e , então:

59
Nota: Esta propriedade pode estender – se a um número maior de sub-
regiões.

4. Se a função integrando de uma integral dupla for maior ou igual a zero,


então, o resultado da integração também será maior do que zero, pou seja:

Seja Contínua na região

então

Considerando a variável x como constante, teremos como resultado uma


função de x, que chamaremos G (x), contínua no intervalo e pode ser
integrada em relação a x.

Obtendo - se como resultado um número real

Tal procedimento recebe o nome de integração iterada e simbolicamente


representa – se na forma:

ou

Teorema fundamental do cálculo: Sejam g1 e g2, duas funções contínuas


e definidas no intervalo tal que para cada. Seja S uma região fechada
definida por:

Seja

Uma função contínua, cumprindo que ,então:

a.

60
“NOTA: A demonstração deste teorema pode encontrar – se: “Calculo

Diferencial e integral”, Tomo II, de N”. Piskunov; “Análise Matemática” de

T. M. Apostoi e “ Advanced calculus” de A. E. Taylor.

Exemplo 45 onde

Resolução:

61
Fazendo:

Exemplo46

, sendo R a região definida pelo eixo OYe pela elipse de

equação: Ou seja

Resolução:

Fazendo uma mudança de variáveis, teremos

Logo:
62
Exemplo 47. , onde S é o subconjunto de definido por

por

Resolução:

A região de integração pode ser analisada nos dois pontos de vista tratados
no teorema fundamental de cálculo. Assim sendo, do ponto de vista
horizontal teremos:

Desta forma, integrando em seguida em ordem a y, teremos:

63
Do ponto de vista vertical teremos de proceder a subdivisão da região de
integração em duas sub-regiões, ou seja, S = S1+S2:

Exemplo 48 Onde S é 0 trapezoide de vértices A(0,0);


B(1,0); B(2,1) e C(0,1)

Resolução:

Este exercício pode ser avaliado de dois pontos de vista. O vertical e o


horizontalmente simples. Do ponto de vista vertical, a região subdivide – se
em duas partes:

Do ponto de vista horizontalmente simples, teremos:

64
Integrando tem – se:

Exemplo 49. Calcular onde

Resolução:

Este exercício pode será avaliado em dois pontos de vista. O vertical e o


horizontalmente simples. Visto verticalmente, a região subdivide – se em
duas partes:

65
Do ponto de vista horizontalmente simples, teremos:

Exemplo 50 Calcular sendo

Resolução:

66
Este exercício pode ser avaliado de dois pontos de vista. O vertical e o
horizontalmente simples. Do ponto de vista vertical, teremos:

Integrando vem:

Nota: O primeiro integral resolve-se por partes, enquanto o segundo é

imediato.

Do ponto de vista horizontalmente simples, teremos:

NOTA: A função não tem integração exacta e nenhum dos métodos


conhecidos até ao momento o solucionou, mas pode ser resolvida utilizando
séries de potência.

Exemplo 51. Calcular a área da região

67
Resolução:

Exemplo 52 Calcular a área da região

Resolução:

68
9. Calcula

Resolução:

Exemplo 53 Calcular sendo

69
Resolução:

Dadas as características da função integrando, vamos integrar primeiro em

ordem a x e posteriormente em y, ou seja, tomaremos a região como sendo

do tipo horizontalmente simples. Então:

Exemplo 54. Calcular sendo

Resolução:

Observando a figura podemos constatar que o eixo Ox, divide a região de

integração em duas partes iguais, dai que vamos determinar a área de uma

delas e multiplicar por dois, ou seja:

70
A partir desta figura pode – se ver que os limites de integração podem ser:

Exemplo 55.. Calcular sendo

71
Resolução:

Se tomarmos os limites em ordem a y como constantes, e os de ordem a x,


variáveis, nota – se que a região de integração ficará dividida e duas sub-
regiões, isto é, do ponto de vista horizontal:

Assim sendo:

Entretanto, do ponto de vista horizontalmente simples teremos :

72
Exemplo 56. Calcular sendo

Resolução:

Analisando do ponto de vista vertical, tem – se:

Avaliando este exercício horizontalmente teremos:

Exemplo 57. Calcular da região dada pela expressão

73
Resolução;

Vamos analisa – lo verticalmente, ou seja:

Exemplo 58. Calcular sendo

Resolução:

74
Exemplo 59. Calcular sendo

Resolução:

Exemplo 60. Calcular sendo

Resolução:

75
Exemplo 61. Calcular sendo

Resolução:

Exemplo 62. Calcular sendo

76
Resolução:

As parábolas intersectam – se no ponto A(1;0). A região de integração S é a


parte referente ao primeiro quadrante e define – se pelas inequações:

Assim sendo:

Exemplo 63. Calcular da figura limitada pelas linhas:

77
Resolução:

Estamos diante de duas parábolas que se intersectam num dado ponto.

Buscamos o ponto de intersecção das parábolas resolvendo o sistema:

Exemplo 64. Calcular sendo

78
Resolução:

Passamos a troca de variáveis de forma que

Isto vai permitir que a região S se transforme num retângulo, como se pode
observar na segunda figura, ou seja,

Eis a transformação jacobiano:

79
Desta forma tem – se que:

Exemplo 65. Calcular sendo

Resolução:

80
Façamos isto implica que o
jacobiano terá a forma:

Por conseguinte sendo que a região

S transformou – se em quadrado, então:

81
3.2. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

91. Calcular , sendo

92.Calcular , sendo

93.Calcular

94.Calcular

95. Calcular , sendo

96. Calcular , sendo

97. Calcular , sendo

98. Calcular , sendo S o triângulo com os vértices: A(2,3); B(7,2);


C(4,5)

99. Calcular , sendo

82
100. Calcular , sendo

101. Calcular , sendo

102. Calcular , sendo

103. Calcular

104. Calcular

105. Calcular

106. Calcular

107. Calcular

108. Calcular

109. Calcular

110. Calcular

83
3.3. INTEGRAL DUPLO EM COORDENADAS POLARES

Seja a figura:

A partir do triangulo ABC, consideramos as seguintes razões


trigonométricas do ângulo agudo θ:

84
O sistema (1) representa a transformação de coordenadas cartesianas em

polares. A partir deste sistema, dividindo a segunda equação pela primeira,

teremos:

No triangulo ABC, rectângulo em C, aplicamos o teorema de Pitágoras, ou

seja:

Juntando as duas ultimas deduções num sistema, teremos a transformação

de coordenadas polares em cartesianas.

Assim sendo teremos:

Sendo aqui as
derivadas dependerão de duas variáveis ρ e θ, assim sendo, vamos aplicar
derivada de uma função de varias variável, as derivadas parciais em ordem
a θ e em ordem a ρ.

85
;

Desta forma podemos buscar o Jacobiano |J|, calculando o determinante de

uma matriz de ordem dois.

Finalmente

Exemplo 66:

Calcular sendo

Resolução:

55. Calcular sendo

86
Resolução:

Integrando por partes o integrando dependente de ρ, teremos:

Exemplo 67. Calcular sendo

87
Resolução:

As curvas , representam circunferências de


raios 1e 2 e centros (1,0) e (2,0) respectivamente, a sua transformação e
coordenadas polares tem a seguinte forma:

Para as restantes equações teremos:

Finalmente, substituindo estas expressões nas equações dadas, teremos a


função integrando em coordenadas polares, ou seja,

Exemplo 68 Calcular sendo

88
Resolução:

A curva , representa uma


circunferência de raio 2 e centro (0,2),
a sua transformação e coordenadas
polares tem a seguinte forma:

Para as restantes circunferências teremos:

Finalmente, , representam os eixos coordenados e ao


transformar – se em coordenadas polares, dão – nos as rectas .
Para determinar o ponto de intersecção entre as duas circunferências
inscritas de raio dois, faz – se:

Fica claro que a região de integração divide – se em duas partes:

89
Exemplo 69. Calcular a área da figura limitada pelas circunferências

sendo no interior da circunferência

Achemos as coordenadas do ponto E, ou seja:

Assim sendo, temos que:

90
Exemplo 70 Calcular a área da região dada pela expressão

Resolução:

A circunferência , transforma – se em enquanto que a


circunferência transforma – se em .
Graficamente teremos:

Neste caso podemos calcula a área que se pretende mediante uma só


integral dupla considerando e entre o valor de no
ponto de intersecção das duas circunferências, obtêm – se
91
simultaneamente entre as duas equações, resolvendo um sistema de
equações pelo método de comparação.

Assim:

Exemplo 71.Calcular da região dada pela expressão

Resolução:

Exemplo 72. Calcular sendo

92
Resolução:

Nesta base:

Exemplo 73. Calcular sendo

93
Resolução:

De acordo com a figura temos:

Nota:
O ângulo é determinado simultaneamente para as circunferências
, assim sendo:

Finalmente calculando o integral:

94
3.4. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

111. Calcular , sendo S limitada pela metade da

Circunferência de equação

112. Calcular , sendo S limitada pela circunferência de


equação

113.Calcular , sendo S a região limitada pelas linhas de

equação

114. Calcular , sendo S limitada pelas linhas

95
115. Calcular , fazendo a mudança de variáveis, ou seja,

116. Calcular , sendo S limitada pelas linhas

117. Calcular , sendo S limitada pelas linhas

118.Calcular , sendo S limitada pelas linhas

119.Calcular , sendo S limitada pelas linhas

120.Calcular , sendo S limitada pelas linhas

121. Calcular , sendo S limitada pelas linhas

122. Calcular , sendo S limitada pelas linhas

123. Calcular , sendo S limitada pelas linhas

124. Calcular , sendo S limitada pelas linhas

96
3.5. APLICAÇÃO DO INTEGRAL DUPLO.

3.5.1. CÁLCULO DO MOMENTO DE INÉRCIA E DO CENTRO DE MASSA.

Se um disco ocupa o domínio D do plano xoy, terá como variáveis de área


da superfície dada γ = γ ( x ,y), então a massa M do disco expressa – se
através da fórmula:

O momento estático do disco em relação ao eixo ox e oy, determina – se


pela fórmula:

No caso em que o disco é uniforme, então γ = const.

97
As coordenadas do centro de massa do disco podem calcular – se através
das fórmulas:

x y

Onde M é a massa do disco, M e M são os momentos estatísticos em

relação aos eixos de coordenadas.

No caso de discos uniforme, estas fórmulas tomam a forma:

Onde S é a área de D

O momento de inércia do disco em relação aos eixos Ox e Oy, calculam –

se tomando as fórmulas:

O momento de inércia relativo ao centro de coordenadas, determina – se

pela fórmula:

Exemplo 74. Calcular as coordenadas do centro de massa da figura


limitada pelas linhas

98
Resolução:

Podemos observar que a figura é simétrica em ordem ao eixo Ox, então

Determinamos em seguida a área da figura:

Assim sendo, teremos:

Exemplo 75. Achar as coordenadas do centro de massa da figura limitada

pela elipse e sua corda

99
Resolução:

Então:

Exemplo 76 Calcular o momento polar de inércia da figura limitada pelas


linhas

Resolução:

Estamos diante do comento de inércia a partir do centro de coordenadas.

Nesta base, teremos:

100
Exemplo 77Calcular a o momento de inércia em relação ao eixo Ox, da
figura limitada pelo cardioide

Resolução:

Passamos para coordenadas polares na fórmula:

101
3.6. EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

125. Determine o centro de massa da região limitada pelas seguintes


linhas:

126. Determine o centro de massa da região limitada pelo cardioide:

127. Determine o centro de massa da região limitada por uma parte da


parábola:

128. Determine o centro de massa da região limitada pelas parábolas:

129. Determine o centro de massa da região limitada pela parábola:

130. Determine o momento de inércia da região limitada pelas rectas:

131. Determine o momento de inércia da região limitada pelas linhas:

132. Determine o momento de inércia da região limitada pelas rectas:

102
I . INTEGRAL TRIPLO. COORDENADAS CARTESIANAS

2
Consideremos por analogia, com as regiões rectangulares de R , o sólido Q
3
de R , determinado por um produto cartesiano
integrável em Q, assim como uma das integrais iteradas correspondentes,

então:

c d
0 y

EXEMPLOS:

1.Calcular , sendo dada pela expressão

Resolução:

103
2. Calculara integral , sendo V limitado pelos planos

Resolução:

O sólido dado por V estão limitados por coordenadas no plano XOZ e YOZ,
a cima e em baixo, está limitado pelos planos dados pelas expressões

Respectivamente. Achemos as linhas de intersecção destes planos, ou

seja:

Vamos construir no plano XOY o uma região D apartir da expressão

104
3. Calcular , sendo a região E limitada pelos planos

Resolução:

105
A região E está limitada por cima pelo plano , e por baixo,
pelo plano . A projecção do corpo no plano x0y é o triângulo formado
pelas retas x = 0, y = 0 e y = 2 – x. Desta forma teremos:

4. Calcular , sendo a região E a parte superior do elipsoide

Resolução:

A projecção do corpo no plano x0y é a elipse

Assim sendo, tem – se:

106
EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

1. Calcular , sendo

2. Calcular , sendo

3. Calcular , sendo

4. Sabe – se que , desenhe o sólido E,

mostrando as suas projecções no eixo x0y. Expresse a integral tripla como


uma ou mais integrais iteradas sendo a primeira em ordem a y.

5.Calcular o volume do sólido dado pela expressão

6. Calcular , sendo o sólido limitado por três planos coordenados


e as superfícies:

107
II. INTEGRAL TRIPLO: COORDENADAS CILÍNDRICAS

Coordenadas cilíndricas: Seja P(x, y, z) um ponto qualquer da superfície de um


cilindro circular reto de raio r cujo eixo é o 0z. a equação da superfície é
claramente

Uma parte da superfície que se localiza no primeiro octante está representada na


figura abaixo. Pelo ponto P e eixo 0z faz – se passar um plano que corta numa
geratriz cujo ponto de intersecção com o plano x0y é o ponto P´.

Seja OP´= r, e designamos por θ o ângulo formado por OP` e a parte positiva do
eixo 0x. Então teremos as relações:

Para que as coordenadas cilíndricas (r, θ, z) um único ponto do espaço, restringi


– se os valores de r, θ e z aos intervalos:

r≥0, 0 ≤ θ ≤ 2π

Os valores de x, y e z em coordenadas cilíndricas, podem bem representar – se


em coordenadas cartesianas ou seja:

P(x,y,z)

0 y

108
x

III. INTEGRAL TRIPLO: COORDENADAS ESFÉRICAS: Seja o ponto P (x, y, z) um


ponto qualquer da superfície esférica de centro na origem e raio r. a equação da
superfície esférica é evidentemente:

Observemos a porção da esfera compreendida no primeiro quadrante ilustrado na


figura abaixo. Pelo ponto P e o eixo 0Z passa um plano que corta o plano x0y na
reta l. Denotemos por θ o ângulo formado pela reta l e a parte positiva do eixo 0x,
e por φ o ângulo formado pelo raio OP e a parte positiva do eixo 0z. Designemos
por P’, A, B e C respetivamente, as projeções do ponto P sobre o plano x0y e
sobre os eixos 0x, 0y e 0z.

Seja OP´=CP=s

A partir do triangulo OPC teremos que s=rsen φ

A partir dos triângulos OAP´, OBP´, e OP´P, teremos respetivamente:

X=s cos θ=r sen φcos θ

Y=s sen θ =r sen φ sen θ

Z=P´P = r sem (90º- φ)= r cos φ

Destas relações, é possível localizar qualquer ponto P na superfície esférica


quando se conhecem os valores de r,φ eθ. Para que as coordenadas esféricas
(r,φ , θ) representem um ponto único no espaço, deve – se restringir os seus
valores nos intervalos:

r ≥ 0; 0 ≤ φ ≤ π; 0 ≤ θ ≤ 2π

as relações anteriores podem considerar – se como a transformação de


coordenada cartesianas em esféricas. Se isolarmos r, φ e θ obteremos:

109
z

0 B y

EXEMPLOS:

5.Calcular , onde V estás limitada pela parte do cone


e o plano

Resolução:

z=3

110
r y

r=3

Utilizemos as coordenadas cilíndricas para caracterizar o volume V, a projecção


sobre o plano x0y é um círculo fechado de raio 3 e a variação no eixo z, na direcção em que
se desenvolve o sólido, vai desde a superfície do cone atéao plano z=3, por tanto em
coordenadas cilíndricas teremos:

Logo:

6.Calcular o valor do integral , sendo a região D limitada pelas


esferas

Resolução: Vamos utilizar coordenadas esféricas para caracterizar D, a


projecção sobre o plano xoy, serão os círculos concêntricos fechados de
raios a e b (a > b), que geram a região limitada põe esferas mediante as
coordenadas esféricas dadas na forma:

B ≤ ρ ≤ a ; 0 ≤ θ ≤ 2π; 0 ≤ φ ≤ π

111
2
Aqui, J=ρ |senφ|. Com efeito, fazendo a troca de variáveis teremos:

bb a y

x
7.Calcularo volume do corpo limitado pelas seguintes superfícies:

Resolução:
O corpo em causa está limitado em baixo pela superfície ,ea
baixo pela superfície de equação .
No plano XOY podemos observar a região D-

Passando para coordenadas cilíndricas, teremos:

112
A equação do paraboloide terá a forma:

A amplitude do ângulo φ observa-se na figura

Isto significa que:

113
8. Calculara , sendo E limitada pela superfície

Resolução:

0 y

Para caracterizar a região de integração deve – se projectar o sólido num


dos planos, por exemplo o plano xoy, assim, teremos:

9. Calcular , sendo E, a esfera

Resolução:

Na troca de coordenadas cartesianas (x, y, z) para esféricas (ρ, φ, θ),


vamos considerar que 0≤ ρ ≤ R; 0 ≤ φ ≤ 2π; 0 ≤ θ ≤ π. Assim sento,
teremos:

114
76. Calculara , sendo a região E limitadapelocilindro
e pelos planos y = 0, z = 0 e z = a.

Resolução:

Passando para coordenadas cilíndricas, a equação do cilindro terá a


seguinte forma: ρ2cos2φ+ρ2 sem2 φ = 2 ρ cosφ ou ρ2 (cos2 φ + sem2 φ) = 2
ρcosφ. Logo ρ = 2 cosφ. Nesta base, a região E em coordenadas cilíndricas
terá a forma: 0 ≤ ρ ≤ 2cosφ; 0 ≤ φ ≤ ; 0 ≤ z ≤ a.
Calculando o integral, temos:

10. Calcular , sendo a região E a parte superior da


metade da esfera de equação .
Passando para coordenadas esféricas teremos que:
0 ≤ ρ ≤ r; 0 ≤ φ ≤ ; 0 ≤ θ≤ . Desta forma:

11. Calcular o volume do corpo limitado pela superfície

115
z

h
0 y

O corpo dado é limitado por baixo pelo parabolóide enquanto por


cima é limitado pelo plano z = h e a projecção no plano x0y é a
circunferência de equação
Passando para coordenadas cilíndricas, onde o paraboloide terá a forma
, o volume do corpo será igual a:

116
EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

7. Calcular , sendo

8. Calcular , sendo a parte comum entre as esferas

9. Calcular , sendo E, o interior do elipsoide

10. Calcular , sendo E, o sólido limitado pelo cilindro

11. Calcular , sendo E, o sólido limitado pela esfera

12.Calcular , sendo

13. Calcular , sendo

117
14. Calcular , sendo

15. Calcular , sendo

16. Calcular , sendo

17. Calcular , sendo

18. Calcular , sendo

19. Calcular , sendo

20. Calcular , sendo

21. Calcular , sendo

22. Calcular , sendo

23. Calcular , sendo

24. Calcular , sendo

25. Calcular , sendo

26. Calcular , sendo

27. Calcular , sendo

118
28. Calcular , sendo

29. Calcular , sendo

IV. APLICAÇÃO DO INTEGRAL TRIPLO

Calcule a massa de cada uma das seguintes regiões, sendo que para cada
caso é indicada a densidade de massa.

12. Calcular a massa do corpo limitado pela superfície do cone


, no plano

Resolução

O vértice cone encontra – se no ponto O (0, 0, 2) e a intersecção do cone


com plano z = 0 é igual a circunferência de equação:

y
2

A superfície do corpo em análise é : , sendo assim termos:

119
Nota: Para Calcular as coordenadas do centro de massa de um dado
corpo, no espaço R3 cujo volume em relação a densidade ,
utilizam – se as fórmulas:

; ;

As grandezas:

; ;
Denominam – se momento estatístico do corpo em relação as coordenadas
dos planos x0y, y0z e x0z, se , ou seja, as coordenadas do
centro de massa não dependem da densidade do corpo V.

13. Calcular as coordenadas do centro de massa do sólido V limitado pela


superfície dada pela equação:

y
2 2
x = y +z

0 x

120
Resolução:

A região V está limitada pela superfície de um paraboloide em relação ao


plano x = 4. A sua projeção no plano y0z é representada pela circunferência
de equação . Calculemos primeiro a massa do sólido usando
coordenadas cilíndricas, considerando que a sua densidade é:

Logo:

Analogamente se determina . Mas o corpo é uniforme e simétrico


em relação ao eixo 0x, então pode – se imediatamente considerar que

3
Nota: Para determinar o momento de inércia de um dado corpo V ϵ R de
densidade δ(x, y, z) define – se pela fórmula:

O momento de inércia em relação aos eixos 0x, 0y e 0z, determinam – se


da seguinte forma:

121
O momento de inércia em relação aos planos 0xy, 0yz e 0xz, determinam –
se da seguinte forma:

14. Calcular o momento de inércia de uma esfera uniforme de raio R e peso


P em relação ao seu centro e diâmetro.

Tendo em conta que o volume da esfera é igual a

Juntemos o centro da esfera na origem das coordenadas, logo a superfície


esférica fica dada pela expressão:

Assim sendo o momento de inércia em relação ao centro da esfera, calcula


– se preferencialmente pelas coordenadas esféricas:

Em consideração ao facto de que a esfera é uniforme e simétrica em


relação a origem das coordenadas, então os momentos de inércia em
relação a qualquer diâmetro, são iguais. Desta forma, vamos calcular por
exemplo o momento de inércia em relação ao diâmetro adjacente ao eixo
0z.

122
EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

Calcule a massa de cada uma das seguintes regiões, sendo que a


densidade da massa é indicada em cada caso.

30.

31.

32.

33.

34.

Calcule o momento de inércia em relação ao eixo Oz, por cada um dos


sólidos definidos pelas seguintes regiões, sendo que em todos os casos se
considera que d(x, y, z) = k.

35

36.

123
37.

38. Calcule o momento de inércia em relação ao eixo Ox, do sólido definido


pela região, comum com os cilindros. A densidade de massa de cada ponto
é considerada constante.

V. INTEGRAL AO LONGO DE UMA CURVA OU DE LINHA

Esta integral recebe o nome a partir do domínio de integração. Já conhecemos as

integrais definidas em R, donde o domínio de integração é constituído

por intervalos acotados em R2 e integra – se no plano, . Em R2 se

pode integrar também sobre curvas.

Existem dois problemas da física que se caracterisam pelas integrais ao longo de


uma linha:

1. Conhecer a massa de um arame fino a partir da densidade de cada ponto.


2. Conhecer o trabalho realizado por uma força ao transladar uma partícula
entre dois pontos por um caminho perfilado.
A resolução do primeiro caso, gerou o conceito de integral de linha do primeiro
tipo e o segundo, de integral de linha do segundo tipo.

O primeiro conceito necessário e que deve ser dominado é relativo a Curva.

Curva: é todo conjunto K

124
14 Calculara integral curvilínea

Sendo

a trajetória C(OABO), limitada pelas linhas

Calculando o valor do integral ao longo da sua tragectória, no sentido anti


horário, teremos:

Calculando o valor do integral aplicando o Teorema de Green, teremos:

125
15. Calcular o valor do integral curvilíneo ao longo sua trajectória, a linha C
e utilizando o Teorema de Green.

, sendo:

Resolução

Avaliemos este exercício em duas formas, as quais fluem pelo método de

integração por partes.

126
Voltando a integrar J, incorporando estes cálculos em duas integrais,

teremos:

16 Calcular , sendo C o segmento de recta que vai de A(0,0), ate


B(3,4).

127
A equação da recta definida pelos pontos A e B tem a forma

Assim sendo:

17 Calcular , sendo C dada pela expressão:

18. Calcular .Este integral não depende da sua

trajectória porque

Neste caso, escolhemos como trajectória de integração, a linha paralela ao


eixo de coordenadas. Assim teremos na primeira parte
, na segunda parte da função ,
por conseguinte:

19. Calcularutilizando a fórmula de Green o integral


, sendo C os contornos de um triângulo cujos
vértices são: A (1,1), B (2,2) e C (1,3), percorrido no sentido anti horário.
Verificar o resultado achando o valor do integral ao longo do contorno.

128
De realçar que a região C é o triângulo ABC. A equação da recta AB: y = x;
a recta BC: y = - x+4. Expressemos o integral de acordo com a região
descrita, ou seja, calculemos a área do triangulo do ponto de vista
verticalmente simples.

Determinemos agora o valor do integral ao longo das linhas AB,BC e CA


sendo que:

129
Desta forma teremos que:

21. Calcular o integral , sendo C dada pela equação da


circunferência x2 +y2 = 4, percorrida no sentido anti-horário.

130
22. Encontrar o valor do integral curvilíneo , ao longo da

circunferência de equação .

Resolução:

O valor deste integral não depende da sua trajectória porque

Assim sendo:

Assim sendo, escolhemos outra trajectória mais sensível ao cálculo do

integral que se pretende. Tomamos como curva C, a poligonal que une os


1 2 3 4

segmentos de recta K , K , K , K , cujas equações são:

131
Desta forma:

Expressamos estes integrais em função de uma única variável e para isso


elegemos a variável x. Assim teremos:

Consequentemente:

Integrando, teremos:

23 Calcular o integral , sendo C a poligonal que une


os pontos A(0,0), B(1,2) e C(5,3) no sentido directo, ou seja na mesma
ordem.

132
EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

Calcular os seguintes integrais de linha:

164.Calculara integral , sendo a trajetória percorrida


desde o ponto A(1,1) até ao ponto B(3,4), um segmento de reta.

165. Calculara integral , sendo a trajetória


percorrida ao longo da linha OAB, onde O (0,0); A (2,0) e B (4, 2).

133
166. Calculara integral , sendo K a parábola
percorrida no sentido anti-horário.

167. Calculara integral , sendo K percorrida no sentido anti

horário ao longo da figura limitada pelas linhas

168. Calculara integral , sendo K contorno do triangulo de


vértices A(1,2), B(3,1) e C(2,5) percorrido no sentido anti-horário.

169. Calculara integral , sendo K o IºQ da circunferência

percorrida no sentido anti-horário.

170. Calculara integral , sendo K a linha que limita as


parábolas

171. Calcularusando a fórmula de Green o integral


, sendo C os limites da região D.

172. Calcular o integral , por duas trajetórias diferentes:

a. Ao longo da circunferência

b. Pelos contornos de uma porção da parábola .

173. Calculara integral , sendo K a parábola


percorrida no sentido anti-horário.

174. Calculara integral , sendo K a parábola


percorrida no sentido anti-horário.

175. Calculara integral , sendo K a parábola


percorrida no sentido anti-horário.

176. Calculara integral , sendo K a parábola


percorrida no sentido anti-horário.
134
177. Calculara integral , sendo K a parábola
percorrida no sentido anti-horário.

TEOREMA DE STOKES

Este teorema relaciona a integral de linha de um campo vetorial ao redor de uma


curva fechada simples C em IR 3, com a integral sobre uma superfície S da qual C
vem sendo sua fronteira.

Teorema de Stokes

Seja S a superfície orientada definida por uma função C 2, z = f (x, y) donde (x,
y) está em D, e seja F um campo vetorial C1 em S. Então, se C é a curva fronteira
orientada de S tem se que

A última integral corresponde a integral ao redor de C da componente tangencial


de F, enquanto a segunda integral corresponde a componente normal da
rotacional do campo vetorial F sobre a superfície S.

Exemplo:

Seja F(x,y,z) = (y ez, + xez, xyez), mostrar que a integral ao redor de uma
curva fechada simples orientada C, que é a fronteira de uma superfície S é 0.

Solução:

Exemplo

135
Use o teorema de Stokes para avaliar a integral de linha
onde C é a interseção do cilindro x 2 + y2 = 1 e o plano x
+ y + z = 1, com C orientada no sentido anti horário no plano xy.

Solução:

A curva C contém a superfície S definida por z = 1 – x – y = f(x,y), com


(x,y) tal que x2 + y2  1 y F(x,y,z) = (-y3 , x3 , -z3 ), cujo rotor es x F = (0, 0, 3x2 +
3y2 ), usando o teorema de Stokes: =

podemos verificar este resultado

avaliando directamente a integral de linha, parametrizando a fronteira de C por


x(t) = cos t , y(t) = sen t , z(t) = 0 , para 0  t  2, tem se que a curva C fica
parametrizada por x = cós t, y = sem t , z = 1 – sen t – cós t, para 0  t  2,
então:

Teorema de Stokes para superfícies parametrizadas


Seja S uma superfície orientada definida por uma parametrização biunívoca : D
 IR2S se C é a fronteira orientada de S, F um campo vetorial C 1 em S então

Ejemplo:
24. Seja S a superficie esférica de raio 1, con D = {(x,y)/ x 2 + y2  1}, percorrida
no sentido anti horario y F = ( y ,-x , exz)

Solucção:

Com o teorema de Stokes é possível dar uma interpretação física do rotor de uma
função. Por exemplo se V é um campo de velocidade num fluido, então a

136
circulação é a velocidade do fluido ao redor da fronteira de S, de modo
que o rot V  n representa o efeito de giro ou rotação do fluido ao redor do eixe
que contém n.

Definição (Circulação e rotacional)


Rot V(P)  n(P) é a circulação de V por unidade de área em P em uma superfície
perpendicular a n(P)

Exemplo
25. Sejam E e H os campos magnéticos e elétrico que dependem do tempo
respetivamente, no espaço. Seja S uma superfície com fronteira C, define se a
voltagem ao redor de C e o fluxo magnético através de S como
respectivamente, a Lei de Faraday afirma que a voltagem
ao redor de C é igual ao oposto da razão da troca de fluxo magnético através de
S. Mostre que a lei de Faraday se deduz da seguinte equação diferencial

Solução:

Se derivarmos em ordem a t a integral , e supondo que se pode inter

cambiar

tem se a lei de Faraday.

CAMPOS CONSERVATIVOS

Teorema (Campos Conservativos)


Seja F um campo vectorial C1 definido em IR3 exceto eventualmente num número
finito de pontos, as seguintes condições sobre F são equivalentes:
i) para qualquer curva fechada simples orientada C.

ii) , para qualquer par de curvas C 1 e C2 que tenham os


mesmos pontos finais.
iii) F = f, isto é, F é o gradiente de alguma função f( se F não está definida
em algum ponto tão pouco f está definida nesse ponto)
iv) x F = 0

137
Um campo vectorial que satisfaça uma das condições i, ii, iii, iv, se denomina
Campo vectorial Conservativo. A função f se chama potencial para F.

As interpretações físicas da integral de linha , como o trabalho realizado


por uma força F ao mover uma partícula ao longo de C, outra é o conceito de
Circulação, no qual F é o campo de velocidade de um fluido, F s é
aproximadamente a componente tangencial de F por s , a circulação é
a componente tangencial ao redor de C, por exemplo, una pequena roda com
aspas colocadas num fluido girará se está centralizada num ponto onde F se anula
e se a circulação do fluido é diferente de zero, ou 0 para pequenos laços
C, similarmente, na teoria eletromagnética , se F representa um campo elétrico
então uma corrente fluirá ao redor de um lasso si 0

Um campo F não tem circulação se e só se rot F =  x F = 0 , daqui que um


campo vectorial F com rot F = 0 se denomine irrotacional.

Teorema
Um campo vetorial F em IR3 é irrotacional se e só se é um campo gradiente
para alguma função f , quer dizer, se e só se F = f.

Exemplo

26. Considere o campo vectorial F em IR3 dado por F(x,y,z) = (y, zcos(yz) + x, y
cos(yz), demonstrar que este campo é irrotacional e determine um potencial
escalar para F

Solução

O rotor de F é zero (calcule-o), de modo que o campo F seja irrotacional , portanto


existe um potencial f , sabemos que se pode resolver o sistema de equações:
estas equações são equivalentes
a:
f(x,y,z) = xy + h1(y,z) , f(x,y,z) = sen yz + xy + h 2(x,z) , f(x,y,z) = sen yz +
h3(x,y) para funções h1 , h2 , h3 , independentes de x, y , z respetivamente.
Seja f(x,y,z) = xy + h1(y,z) (*) y , se determina que

, integrando h1(y,z) = ,
substituindo em (*) se tem que f(x,y,z) = xy + sen yz + g(y), mas por f(x,y,z) =

138
sen yz + xy + h 2(x,z) se tem que g(y) = h 2(x,z), como o lado esquerdo depende
da variável y, o lado direito depende de x  z é claro que deve ser uma
constante C, então se tem que f(x,y,z) = xy+sen yz+C,

Teorema
Se F é um campo vectorial C1 em IR2 da forma (Pi + Qj ) com ,
então F = f , para alguma função f definida em IR 2 ( F deve ser suave em todo
ponto, para IR2 não se permitem excepções como no caso de IR 3)

Exemplo
27. Determinar se o campo vectorial: a) F= i exy + j ex + y b) F = (2 x cosy, x2sen y)

Solução:
a) P(x,y) = e xy , Q(x,y) = ex +y
, de modo que calculamos,

Dado que , se tem que F não tem função de Potencial.

b) Neste caso : , de modo que F tem uma função de


Potencial f, a qual é f(x,y) = x2 cos y + C . Porquê?

Exemplo
28. Calcular a integral , si c(t) = (et-1 , sen (
)), 1  t  2.

Solução:

Como os pontos finais são c(1) = (1,0) y c(2) = (e,1), F é irrotacional. Porquê?
logo F é um campo vectorial gradiente, logo c é substituível por qualquer curva
C1 a pedaços que tenha os mesmos pontos finais, em particular, pela trajectória
poligonal de (1,0) a (e,0) a (e,1) , portanto:

= (e2 – 1) + e2(cos1 – 1) = e2 cos 1 – 1

Avaliar a integral usando o teorema fundamental (obter previamente a função


potencial
para F)

Teorema:

Se F é um campo vectorial C1 em IR3 com div F = 0, então existe um campo


vectorial G de classe C1 tal que F = rot G.

139
TEOREMA DE GAUSS

O teorema de Gauss assegura que o fluxo de um campo vectorial para fora de


uma superfície fechada é igual a integral de la divergência desse campo vectorial
sobre o volume fechado pela superfície, este é um resultado paralelo ao teorema
de Stokes e ao teorema de Green, no sentido que relaciona uma integral sobre um
objeto geométrico fechado (curva ou superfície) com uma integral sobre uma
região contida (superfície o volume)

Teorema de Gauss da Divergencia

Seja U uma região elementar simétrica no espaço, e seja U a superficie fechada


orientada que acota a U, F um campo vectorial suave definido em U. Então:

Exemplo
Sea F = 2xi + y2j +z2k y S a esfera unitaria dada por x 2 + y2 + z2 = 1 avaliar

Solução
Pelo teorema de Gauss donde U é a bola

acotada pela esfera, a integral da direita é .


Exemplo
29. Usar o teorema da divergencia para avaliar com U a
bola sólida x 2 + y2 + z2  1

Solução:

Para aplicar o teorema de Gauss da Divergencia, debemos encontrar algum


campo vectorial F = F1 i + F2 j + F3 k em U com Fn = x2 + y + z em qualquer
ponto (x,y,z) em U, a normal unitaria exterior n a U é n = xi + yj + zk
(qualquer raio vector r é normal a esfera), portanto fazemos xF 1= x2 , yF2 = y , zF3
= z, resolvemos para F1, F2, F3 encontrando que F1= x , F2 = 1 , F3 = 1, cuya
divergencia é 1, logo pelo teorema da divergencia se tem que =

140
Nota: Se div F(P) > 0 existe um fluxo para o exterior próximo do ponto P
considerado uma fonte de F .
Se div F(P) < 0 o ponto P se considera um sumidero de F
Se div F(P) = 0 numa superficie fechada se diz que o fluido é
incompreensível ali.

VI. INTEGRAL DE SUPERFÍCIE

Seja , uma função contínua e superfície plana S, onde


é dada num determinado domínio D do plano xOy. O integral de
superfície de primeira espécie denomina-se o limite da soma com a
condição de que :

Onde é a área em que o elemento de superfície S no ponto


, pertence a este elemento, é o diâmetro deste elemento,
Seja ,uma função contínua uma função definida em cada ponto da
superfície S.

O valor da integral de superfície não depende do lado em que se realiza a


integração. Ela calcula – se pela fórmula:

Nota: Observamos os dois lados da superfície S e escolhemos entre eles o


lado S+. A função , ficará definida nos pontos de S+.

O limite de integração da soma é

a projeção no plano XOY na qual o elemento de superfície S, tem a área


,na condição de que ,denomina – se Integral de superfície

141
de segunda espécie e define – se no lado escolhido da superfície S,
representa – se simbolicamente na forma:

Se funções contínuas e s+ - o lado da


superfície plana S, e a direção característica da normal é
então a correspondente integral de segunda espécie
terá a forma:

-
Ao passarmos para o outro lado da superfície S , esta integral muda para o
sinal contrário.

Se a superfície S for dada na forma implícita, , a direção do


cosseno da normal a esta superfície, define – se pela formula:

Onde o sinal antes do radical deve ser de acordo com o lado da superfície.

Nota: O momento de inércia da parte da superfície em relação ao eixo de


coordenadas, expressa – se pelo integral de superfície:

; ;

142
Nota: As coordenadas do centro de massa da parte da superfície, pode – se
determinar pelas fórmulas:

; ;

Onde S, é a área da parte dada da superfície.

Nota: A massa material da superfície é calculada pela fórmula:

Onde é a área da superfície.

Nota: O momento estatístico da superfície em relação as coordenadas


definem – se pelas fórmulas:

; ;

Exemplos:

30. Calcular , onde S – é a parte da superfície cónica dada


pela expressão

Resolução:

Temos que

Assim sendo:

143
A região de integração D será o círculo dado pela expressão

Por isso

31. Calcular , pela parte superior da metade superior da


esfera

Resolução:

A projeção da esfera no plano x0y é uma circunferência dada pela equação

A equação da parte superior de esfera tem a forma

Por esta razão

Passando para coordenadas polares, teremos:

Nota: No cálculo de , fez – se a substituição do tipo

144
32. Calcularo momento de inércia da metade superior de esfera
, em relação ao eixo Oz.

Resolução:

Temos que ,

A região de integração considera – se a projeção na metade da esfera no


plano XOY, ou seja, , por isso, passando para coordenadas
polares obteremos:

33. Calcularas coordenadas do centro de massa da parte da superfície z =


x limitada pelos planos

Resolução:

Achemos a área da parte eleita da superfície

Consequentemente

Finalmente:

145
(usando a equação do plano )

34. Achar a massa da superfície esférica e o momento estatístico m xy, da


parte superior da esfera, se a área da superfície em cada ponto é igual a
distancia deste ponto ao diâmetro vertical.

Resolução:

Juntamente com a origem de coordenadas e o centro da esfera, orientamos


o eixo Oz verticalmente passando para coordenadas esféricas:

Desta forma ,a área da superfície


logo tem – se que:

146
EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

178.Calcularas coordenadas do centro de massa da parte da superfície

, distribuído pelo plano xOy.

193.Determinar , sendo S a parte da superfície


distribuído pelos planos

179.Achar o momento de inércia do parabolóide ,em relação ao


eixo 0z sendo

180.Determinar , sendo S definida pela expressão

181.Determinar , sendo S:

182.Determinar , sendo S a superfície do cilindro


situado no primeiro quadrante, entre

183.Determinar , sendo S a superfície do semi – cone


limitado pelo plano

147
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Noções gerais

Denominam – se equações diferenciais a uma equação que liga a variável


independente x, a função e as suas derivadas , ou seja,
uma equação na forma:

Se a equação diferencial depende de uma só variável , então trata – se


de uma equação diferencial ordinária, isto é:

A ordem de uma equação diferencial, é a ordem da derivada de de maior ordem


que figura na equação. Por exemplo, a equação diferencia l, é de
nona ordem.

Denomina – se solução da equação diferencial, uma função Y = φ (X),


determinada no intervalo (a, b) juntamente com as suas derivadas sucessivas até
a ordem n, inclusive, tal que ao fazer a substituição Y = φ (X), na equação
diferencial, esta se converte numa identidade com relação a x no intervalo (a, b).

EXEMPLOS:

35. A função é solução da equação . Com efeito a


segunda derivada desta função, se tiver, tem – se.

Substituindo na equação diferencial pelas respetivas equações,


obteremos a identidade

Graficamente, a solução de uma equação diferencial denomina – se curva integral

da equação. A forma geral de uma equação de primeira ordem é

148
Nesta equação, se for possível isolar resultará , que representa uma
equação de primeira ordem resolvida em ordem a sua derivada.

Equações diferenciais de variáveis separáveis

As variáveis da equação são separáveis se a


equação admite a forma em que o factor integrante

, determinado por inspecção, reduz a equação à forma

, da qual a primitiva pode ser obtida por integração, isto é

EXEMPLOS:

36. Resolver
Resolução:
Dividindo ambos os membros da equação pelo produto

Obtivemos uma equação diferencial de variáveis separáveis. Integrando


teremos:

Efectuando a potenciação obteremos

A partir daqui:

149
Designando tem – se que ,ou seja

obtivemos a integral geral da equação dada. Ao dividirmos pelo produto


se supunha que nenhum dos factores se convertia em zero.
Igualando cada factor a zero, obteremos respectivamente:
.
Substituindo na equação inicial, comprovaremos que representa que
são soluções da equação. Estas podem obter – se

formalmente da integral geral, fazendo C = 0 e C = . Isto significa que a

constante C se substitui por 1/C2 depois do qual a integral geral toma a forma:

Fazendo na última igualdade C 2 = 0 o que corresponde a C = , teremos

daí têm a solução da equação inicial. Como


consequência, as funções e , são soluções
particulares da equação dada. Por conseguinte, o resultado final é:

37. Achar a solução particular da equação :que satisfaça a


condição inicial
Resolução:

Integrando, obteremos a integral geral

150
De onde achamos que , pondo este valor de C na equação

anterior, obteremos a integral particular

Assim sendo a solução particular que se pretende é:

38. Achar a solução particular da equação : que satisfaça as


condições iniciais

Resolução:
Tem – se que:

Integrando, obtêm – se a integral geral

Potencializando teremos:

Que é a solução geral da equação dada.


a. Ponhamos agora

isto significa que C = 1. Assim sendo

b. Achemos em seguida a solução particular da equação que satisfaz a


condição:

fazendo C = 0 na solução geral, obteremos a solução particular que se


pretende.

EXERCÍCIOS PARA RESOLVER:

151
Verificar se as soluções dadas correspondem as respectivas equações
diferenciais:

184.

185.

186.

187.

188.

189.

190.

Formar as equações diferenciais das famílias de curvas dadas.

191.

192.

193.

194.

Resolver as equações diferenciais

195.

196.

197.

198.

152
199.

200.

201.

202.

203. Achar a solução particular de , satisfazendo a condição


inicial .

VI. Equações diferenciais homogéneas.

Equações transformáveis em homogéneas

153
Dada uma equação diferencial na sua forma canónica,
considera-se homogénea se são funções homogéneas do
mesmo grau. Assim, a equação dada na forma canónica pode reduzir-se à forma

e por meio da substituição onde é uma nova função incógnita,

se transforma em Equação de Variáveis Separáveis. Aqui, pode-se também


aplicar a substituição da forma .

Se onde é contínua e supondo-se que na

equação onde as constantes são determinadas pelo


sistema de equações , obtemos uma
equação diferencial homogénea, quanto as variáveis , se supondo-se
que na equação obtém-se uma equação de variáveis
separáveis.

EXEMPLOS:

39. Achar a solução da equação :


Resolução:

Escrevemos a equação na forma

Como a equação é homogénea fazemos a substituiçãoy=ux.Então:

Integrando teremos:

Donde substituindo teremos

154
A integral geral e consequentemente a solução geral é:

Nota: Neste exercício, no processo de separação de variáveis dividimos ambos


os membros da equação pelo produto com o qual de poderiam perder
as soluções que convertem em zero os seus factores. Se fizermos
teremos que não é solução da equação devido ao facto

de que de onde . Com uma verificação directa nos

convencemos de que as funções são as soluções da equação.


Estas são as soluções singulares da equação dada.

40. Achar a solução da equação :


Resolução:
Examinemos a equação dada formando a partir dela um sistema de duas
equações algébricas lineares, ou seja:

O sistema tem solução única fazendo a substituição do tipo

Logo a equação dada toma a forma:

Esta é uma equação homogénea. Fazendo e substituindo na equação


anterior obteremos de onde

separando variáveis teremos:

. Integrando, teremos:

Voltando As variáveis x e y, obteremos:

155
Ou seja:

41. Achar a solução da equação


Resolução:

Neste caso, para integrar a equação faz – se a substituição:

Integrando:

Voltando as variáveis x e y, obteremos a integral geral da equação diferencial

dada, isto é:

42. Achar a solução da equação :

Resolução:

Vamos fazer a substituição do tipo onde de princípio é


um número arbitrário. Substituindo na equação dada pelas respectivas
expressões, teremos: Isto é:
.

De nota que o grau de é , o grau de e o grau


de . Esta equação obtida será homogénea se os graus de todos os
termos forem iguais ou seja, se se cumprir a condição . Dai que
de onde .
156
Por conseguinte, teremos que com a equação inicial toma a forma.

ou seja:

Façamos em seguida , a equação inicial terá a forma:

Façamos agora então esta equação toma a forma:

. A partir daqui tem – se

separando as variáveis obteremos: Integrando temos:

Vamos substituir e obteremos a integral geral da equação diferencial

em estudo. Além disso, a equação tem a solução trivial que se obtêm da

integral geral escrevendo a na forma: e passando depois os limites

para . Consequentemente a função é a solução particular da equação


diferencial dada.

157
EXERCÍCIOS PARA RESOLVER:

Resolver as equações:

204.

205.

206.

207.

208.

209.

210.

158
211.

212.

213.

Bibliografia

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