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TEORIA DE FUNÇÕES

TEMA 1.- GENERALIDADES – DETERMINAÇÃO DO DOMÍNIO DE


DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE FUNÇÕES REAIS DE UMA
VARIÁVEL REAL

Funções – Gráficos

Em várias situações da vida real, o valor de uma determinada grandeza depende do valor de uma
segunda grandeza. Por exemplo, a poluição do ar em Saurimo depende do número actualmente
elevado de veículos automóveis nas ruas. Relações como esta são geralmente representadas
matematicamente por funções.
Em termos gerais, uma função consiste em dois conjuntos não vazios e uma regra ou lei de
composição que associe os elementos de um conjunto aos elementos do outro. Suponhamos que
você esteja interessado em determinar o efeito do preço sobre o número de unidades vendidos do
livro de Calculo com Geometria Analítica, Vol. 2 de Louis Leithold. Para estudar esta relação é
indispensável conhecer o conjunto de preços admissíveis, o conjunto de vendas possíveis e uma
regra que associe a cada preço, um determinado de número de unidades vendidas do Livro. Com
base nisto definimos,

DEFINIÇAO
Consideremos dois conjuntos não vazios D e I. Chamamos função numérica de uma
variável real toda regra ou lei que associa a cada elemento (ou objecto) x tomado no conjunto de
partida D um e apenas um elemento (ou objecto) y pertencendo ao conjunto de chegada I.
Ao conjunto D chamamos de Domínio de definição (ou Domínio ou ainda Campo de existência
da função) e escrevemos Df ou D(f) e ao conjunto I denominamos de Contradomínio ou Imagem
da função e escrevemos CD(f) ou Im f.
Denotamos de forma genérica toda função por uma letra do alfabeto como por exemplo f, g, h ou
F, G, H até também por letras do alfabeto grego. Ao elemento x do conjunto de partida D
chamamos antecedente e a y imagem de x por f.
A função f que a todo elemento x de D associa o elemento y de I pode escrever-se
f: D I:x y = f(x) ; ou
f
D ↷ I : x ⟿ y = f(x)

x é o antecedente e é a variável independente e y a imagem de x por f(x) – f(x) lê-se “f de x”, y é


o valor funcional de f aplicado a x e é também a variável dependente.
Quando não se especifica se os conjuntos são partes de ℝ a função é uma aplicação.
Exemplos

1
1. Seja a função f com domínio ℝ tal que f(x) = x2 para todo x de ℝ.
a) Calcular f(-6) e f(a + b).
b) Qual é o contradomínio de f.

Resolução:

a) Fazendo a substituição de x por -6 como por a + b. Calcula-se a imagem do referido


antecedente por f:
f(-6) = (-6)2 = 36 f(a + b) = (a + b)2 = a2 + 2ab + b2
Sabendo que o contradomínio é o conjunto de todos os elementos da forma f(x) = x2 , para x
ℝ. Como ℝ +.
2. Muitas das fórmulas matemáticas e outras ciências são funções de uma ou mais variáveis. No
caso do cálculo, por exemplo, da área A = 2 do círculo de raio r. A cada numero real positivo r
2
corresponda um valor único de A. Determina-se assim uma função f tal que f(r) = e se pode
escrever A = f(r). A letra r é a variável independente e A a variável dependente.

3. Consideramos um automóvel viajando com a velocidade constante de 80 km/h, então a


distância d (em km) percorrida depois dum certo tempo t (em horas) está dada por d = 80 t.
Portanto, a distância d é uma função do tempo t.
4. Dois barcos partem no mesmo tempo de um porto. Um navegador pelo Oeste a 17 km/h e o
outro vacia pelo Sul a 12 km/h. Seja t o tempo (em horas) decorrido desde a saída. Expressar a
distância d entre as embarcações como uma função de t.
Solução
Pelo teorema de Pitágoras d2 = a2 + h2 d= Como distancia = (velocidade). (tempo)
e as velocidades são 17 e 12 respectivamente, substituímos d = e temos: d =
=d= =d= t (expressão da distancia d como função de t)

A a B

h
d

Ilustração 1: Aplicação do teorema deCPitágoras


5. A função

y = sign x = está definida sobre a recta numérica e seu

domínio de valores

2
y

+1

0
x
-1

Ilustração 2: Gráfico da função f(x) = sign x


Uma função numérica pode ser definida de três maneiras diferentes:

a) ANALITICAMENTE
Por uma fórmula ou expressão matemática indicando as operações a cumprir sobre
a variável x do domínio Df para obter o valor correspondente de y ou seja uma equação que
fornece y em termos de x.
Diz-se então que f é definida pela equação ou é dada pela equação y = f(x).
Exemplo:
A função definida por y = 2x + 4, x , está definida analiticamente.

Uma função definida analiticamente pode ser dada:

- explicitamente (função explicita) quando a variável dependente y é dada em função da variável


independente x.
Exemplos:
1.- y= ; x ℝ- 2.- y= , para todo x
real
- implicitamente (função implícita) quando a função é do tipo f(x, y) = 0.

Exemplos:

1.- y + 2x -5 = 0 2.- x3 + y 3 – 3 axy = 0

3
3.- xy + 2x + y = 0 (Folium de Descartes)

b) PARAMETRICAMENTE
Quando as variáveis x e y são expressas por meio de um sistema móvel (t localiza
o movimento) dados pelas equações paramétricas:
;t ℝ

Exemplos
1.- O ciclóide dado pelas equações paramétricas

tem uma representação gráfica da forma:


C(at, t)

x
0

2.- As equações paramétricas Ilustração 3: Gráfico do ciclóide

Definem uma figura denominada cardioide.

Ilustração 4: Gráfico da cardióide

4
c) GRAFICAMENTE
Pelo seu gráfico que por definição é o conjunto de todos os pontos (pares) (x, f(x)) do
plano cujas abscissas x pertencem ao domínio de definição de f e cujas ordenadas (pertencendo a
Imagem de f) são iguais aos valores correspondentes f(x).

Podemos utilizar o gráfico ou diagrama sagital como na figura a seguir:

A f
B

3
2

Ilustração 4: diagrama de Venn com setas ou Diagrama sagittal

ou o sistema de coordenadas cartesianas:


y

y = f(x)

0 x

Ilustração 5: plotagem de uma linha recta utilizando o referencial cartesiano

5
Nem todas as funções definidas analiticamente admitem representações gráficas. É o caso da
função de Dirichlet:
D(x) =
Voltaremos a falar mais adiante dessa função devido dumas das suas particularidades.

Na representação gráfica de funções, muitas vezes utiliza-se o procedimento de esboço por


pontos devidamente escolhidos e ligando-os por uma curva continua. O que nem sempre
funciona, já que deveria ter em mente a suposição de que se
conhece a forma do gráfico entre os pontos estabelecidos. Uma função mais complicada requer
métodos mais sofisticados.
Na definição admitida de uma função f, a Y
necessidade de que f associe um e somente P um
valor de y a cada valor de x em seu domínio Mesma
corresponde à
condição geométrica de que dois abscissa pontos distintos
0
do gráfico não podem possuir a mesma abscissa.
x
Q

Ilustração 6: Teste na recta vertical


Portanto a curva acima não pode representar uma função, pois os pontos P e Q têm a mesma
abscissa. O gráfico de uma função não pode passar acima ou abaixo de si mesma. No gráfico de
uma função o domínio e contradomínio de uma função podem ser facilmente determinados.
Assim o domínio de uma função é o conjunto de todas as abscissas dos pontos sobre o gráfico,
enquanto seu contradomínio é o conjunto de todas as coordenadas dos pontos do seu gráfico:

Y y
Imagem de

F
f

0 Dominio de f 0
x x

Ilustração 7: Determinação da Imagem e do Domínio de uma função usando o gráfico


Os dois exemplos a seguir ilustram a afirmação de que, quando uma função f é definida por uma
equação e nenhuma restrição é estabelecida, o domínio de f consiste nos valores de x para os
quais a função existe.

6
Exemplos

Seja f a função definida pelas seguintes equações. Esboce o gráfico de f e define o seu domínio e
contradomínio:

1. y =
Solução
Já que é definida para 4 – x y
para x , o domínio de f é o intervalo
. Assim se y = , segue da
definição da raiz quadrada principal que y
0.
0 x
Observa-se que a variável dependente y pode
assumir qualquer valor
não-negativo Portanto a imagem de f Ilustração 8: gráfico da função y =
é o intervalo .

2. y = ustração 8: gráfico da função y =

Solução
A variável independente x pode assumir qualquer valor em ℝ, portanto o seu
domínio é o conjunto ℝ. Ao se esboçar o gráfico, deve-se considerar separadamente a porção a
direita da recta vertical x = 3 e a porção a esquerda desta recta. Para a directa de x = 3, o gráfico é
a porção de recta com inclinação 1 e que contem o ponto (3, 5). Para a esquerda de x = 3, o
gráfico é a parte de uma parábola. A união das duas porções se constitui no gráfico de f. Deste
gráfico vemos que a variável dependente y pode assumir qualquer valor maior ou igual a -4;
portanto, a imagem de f é .
d) COM TABUA ou TABULARMENTE

Podemos definir uma função utilizando a forma tabular isto é dando correspondência ordenada
entre valores escolhidos x1, x2, x3, …, xn e as imagens correspondentes y1, y2, y3, …, yn.

X x1 x2 x3 xn

y y1 y2 y3 …. yn

7
Ilustração 9: Definição tabular de uma função
Leituras sugeridas:
Munem – Foulis. Calculo; Revisão pp 24 – 27 Exercícios: Ver no mesmo livro em Conjunto
de Problemas #5
L. Goldstein, Matemática Aplicada: economia, Administração e Contabilidade. Capitulo 0
Manuel Alvarez Blanco, Calculo diferencial e Integral, pp

TEMA 1 Funções e seus gráficos, Limites


AULA Nº 2

ASSUNTO: 1.2. Classificação das funções numéricas


CONTEUDO
Classificação das funções numéricas – Pesquisa e Determinação do Domínio de definição de uma
função numérica a variável real
OBJECTIVO
Que no fim da aula o aluno seja capaz de Classificar uma qualquer função numérica a
variável real e determinar o seu domínio de existência.
INTRODUÇAO
Recordar ao aluno o conceito da função numérica a variável real. A Aula de hoje baseia-
se na descrição de tipos de funções que para o Calculo são muito importantes, insistindo no
estudo da função linear.
DESENVOLVIMENTO
1.- CLASSIFICAÇAO DAS FUNÇOES NUMERICAS

As funções numéricas classificam-se em 1.- Funções algébricas e


2.- Funções transcendentes ou não-algébricas.
As funções algébricas podem ser racionais (inteiras ou fraccionarias) ou irracionais e são
transcendentes as funções que não são algébricas isto é as funções exponenciais, logarítmicas,
trigonométricas e hiperbólicas. Para melhor classificar uma função numérica é conveniente
que esteja na forma analítica explícita e se não for procurar transformá-la em tal.

8
INTEIR POLINOMI
A AL

RACION
AL FRACCIONA
ALGEBRIC RIA
A IRRACION
FUNÇAO AL

TRANSCENDENTE

FUNÇOES EXPONENCIAIS – FUNÇOES


LOGARITMICAS - FUNÇAO
TRIGONOMETRICA (DIREITA E
RECIPROCA) – FUNÇOES HIPERBOLICAS –
FUNÇOES DEFINIDAS POR SERIES - ETC.
Ilustração 10: Classificação de funções

1.- FUNÇAO ALGEBRICA É toda função numérica que pode ser obtida através de um numero
limitado de operações algébricas (elementares) (adição, subtracção, multiplicação, divisão,
potenciação, radiciação com índice inteiro positivo)
Exemplos: a) y = x2 + 3x – 5 b) y = c) y = x3 - +

d) y = e) y = 1 f) y = x

1.1.- FUNÇAO ALGEBRICA RACIONAL


1.1.1.- FUNÇAO ALGEBRICA RACIONAL INTEIRA é uma função polinomial ou seja uma
função que pode ser definida por uma equação de tipo
f(x) = + = .
Se , diz-se que a função polinomial é de grau n. Os termos , i = 1, 2, …, n são chamados
coeficientes. Uma função polinomial de tipo f(x) = + ; , denomina-se função afim
e seu gráfico é uma recta com coeficiente angular e ordenada à origem . E o seu grau é 1.
Uma função afim particular é a função linear definida por f(x) = (cujo caso particular é a
função identidade definida por f(x) = ) será objecto de estudo na secção a seguir. Se a função
polinomial for do tipo f(x) = a0 (= um numero real) fala-se de função constante e o seu gráfico é
uma recta paralela ao eixo (coeficiente angular nulo) cortando o eixo em . No entanto á
f(x) = 0 não é atribuído nenhum grau.

9
Exemplos:
1.- y = 2.- y = 3.- y = 5x 4.- y = 4x -7 5.- y = 5
função de grau 3 função de grau 1 f. lineares de grau 1
f. constante
1.1.2.- FUNÇAO ALGEBRICA RACIONAL FRACCIONARIA é uma função cuja expressa
analítica é do tipo

O domínio de definição deste tipo de funções consiste no


conjunto de todos os valores de x para os quais q(x) . Os seus gráficos que podem assumir
várias formas serão objecto de estudo mais tarde (Cfr. Assíntotas e Aplicações das Derivadas).
Exemplos:

1.- y = 2.- 3.-

1.2.- FUNÇAO ALGEBRICA IRRACIONAL é toda função cuja expressão analítica é do tipo
y = onde p(x) é uma função algébrica racional e o índice n, um inteiro não negativo
diferente de 1.
Exemplos:

1.- y = 2.- y = x + 3.- y =

4.- y = 5.- y =

2.- FUNÇOES TRANSCENDENTES


São todas as funções que não são algébricas, já que elas transcendem aos métodos
algébricos. São transcendentes ou transcendentais:
2.1.- A FUNÇAO EXPONENCIAL
é a função definida por : ; a .
a é a base da função exponencial.
Exemplos:

1.- y = 2.- y = 3.- y =

10
2.2.- A FUNÇAO LOGARITMICA
é a função ; 0 a .
a é a base da função logarítmica.

Exemplos:
1.- y = ln x 2.- y = ln (x2-1) 3.- y = log (1-2x) 4.- y =
5.- y = log x 6.- y =
2.3.- A FUNÇAO TRIGONOMETRICA
As funções trigonométricas, já familiares a todos nós, são as funções circulares e suas
inversas como:
1.- y = sen x 2.- y = cos x 3.- y = tg x 4.- y = cotg x
5.- y = arc sen x 6.- y = arc cos x 7.- y = arc tg x 8.- y = arc cotg x
2.4.- FUNÇAO HIPERBOLICA
é uma função do tipo 1.- sh x = ( seno hiperbólico) 2. Ch x = (cosseno

hiperbólico) 3.- tgh x = (tangente hiperbólica) 4.- cotgh x = e


suas inversas: argsh x (argumento seno hiperbólico de x), argch x (argumento cosseno
hiperbólico de x) , …
2.5.- A FUNÇAO REPRESENTADA POR SERIES São funções definida como nos dois
exemplos a seguir

1.- y = y=

2.6.- FUNÇOES DESCONTINUAS


Funções com gráficos em uma única curva continua ou “conexos” são denominadas funções
continuas e serão discutidas mais adiante. Existem funções especificas não continuas. Uma das
mais interessante função descontinua é a função maior valor inteiro que, assim como a função
valor absoluto, tem o seu próprio símbolo especial.
Função maior valor inteiro
Se x é um número real, o símbolo denota o maior inteiro que é maior que x, ou seja
é o inteiro que está mais próximo de x mas que é menor ou igual a x. a função maior valor
inteiro é definida por f(x) = sendo o único inteiro que
satisfaz a condição +1.

11
Exemplo:

Para enfatizar que os pontos na extremidade esquerda dos segmentos horinzontais pertencem ao
mesmo segmento, usa-se pequenos pontos cheios como mostra a figura abaixo

Ilustração 11: Grafico da função maior valor inteiro

3.- FUNÇAO PAR E FUNÇAO IMPAR


Consideramos as funções definidas por:
f(x>) = - x2 + 4 e g(x) = x3
cujos gráficos estão abaixo assinalados. Na figura 11(a), observa-se que f(- x) = f(x)
(a imagem de x e do seu oposto ou simétrico); portanto o gráfico é simétrico relativamente ao
eixo Oy das ordenadas; isto é, como o ponto (x, f(x)) pertence ao gráfico, o ponto (-x, f(x))

12
também pertence. Na figura 11(b), vê-se que g(- x) = g(x); o gráfico de g é simétrico
relativamente à origem O; isto é, se (x, f(x)) pertence ao gráfico, (- x, f(x)) também pertence.

Ilustração 11a; Gráfico duma função par Ilustração 11b:


Gráfico duma função ímpar

É obvio que as funções pares são as funções cujos gráficos (curvas representativas) são
simétricos em ralação ao eixo vertical (fala-se de simetria axial), enquanto as funções ímpares são
aquelas cujos gráficos são simétricos relativamente à origem dos eixos (fala-se simetria central).
EXEMPLO: Mostre que as funções abaixo são pares
a) g(x) = x4 b) f(t) = 2t2 + 3
Resolução:
a) g(- x) = (-x)4 = x4 = g(x); portanto g é uma função par. b)
f(t) = 2(-t)2 + 3 = = f(t) ; portanto f é par. Monstra que as
funções abaixo são ímpares a) g(x) =
x5 b)
Resolução:
a) g(-x9 = (-x)5 = - x5 = - g(x) ; portanto g é uma função impar. b)
f(-x) = (-x) . =-x. = - f(x); portanto f é uma função impar.
Quanto á simetria, nem todos os gráficos de funções apresentam uma simetria axial ou
simetria central, pois existem muitas funções que não são nem pares nem impares. Elas são ditas
funções genéricas. EXEMPLO:

13
São genéricas as funções definidas por f(x) = 2x + x2 , h(t) = e g(x) = - x3 +
; pois como pode se verificar cada uma destas funções nem par nem ímpar. Contudo, se
a função for par ou impar, a construção do seu gráfico fica facilitada devido á simetria envolvida.
Ao construir o gráfico, divide-se o intervalo de estudo em duas partes e considera-se qualquer
uma das partes, a outra obtendo-se por simetria ou mais concretamente “por pliagem “ a volta do
eixo de simetria o centro de simetria.

4.- FUNÇAO PERIODICA


Consideremos as funções definidas por f(x) = cos x , f(x) = sen x, f(x) = tg x, f(x) = cotg x,
f(x) = sec x e f(x) = cosec x. Das curvas representativas observa-se que:

14
Ilustração 12: Gráfico de funções periódicas: funções seno, cosseno, tangente e co-tangente

Ilustração 13: Gráfico de funções periódicas: funções secante e cossecante

Observa-se que a intervalo regular cada um desses gráficos passa a retomar os valores anteriores.
Por isso, a função é dita periódica. Para determinar o período de uma função o procedimento é o
seguinte: Devemos exibir um numero real não nulo T tal que f(x + T) = f(x) e como pode se
observar mediante as expressões das identidades que se seguem:

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Cos (x + 2 ) = cos x . cos 2 - sen x sen 2 (cfr formula do cosseno do arco-soma) = cós
x . 1 – sen x . 0 = cos x. sen (x +
2 = sen x . cos 2 + sem 2 . cos x (cfr. Formula do seno do arco-soma)= sem x . 1 + 0 .
cos x = sem x . Abaixo
seguem algumas identidades trigonométricas importantes.

2.- DETERMINAÇAO DO DOMINIO DE DEFINIÇAO DE UMA FUNÇAO

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A determinação do campo de existência ou domínio de uma função depende da natureza
da função, isto é, graficamente, tabular ou analiticamente. E de forma mais explícita digamos que
depende da sua classificação atendendo que não podem atribuir-se a x valores para os quais y (a
imagem de x) toma:
a) valor imaginário
b) símbolo de impossibilidade ou ainda
c) símbolo de indeterminação (deve-se antes demais levantar a indeterminação).
No que se segue o nosso interesse está apenas nas funções definidas analiticamente. E neste caso
convém relembrar que para domínio de definição de uma função, entende-se o conjunto de todos
os valores reais de x para os quais a expressão analítica que defina a função toma apenas valores
reais finitos.
Exemplos
1.- A função definida por y = tem por domínio de definição Df o segmento
e contradomínio a porção .
2.- O domínio de definição da função definida por y = sem x é a recta numérica (Df
= ) e o contradomínio é
De modo geral, temos para:
A.- A FUNÇAO É ALGEBRICA RACIONAL INTEIRA OU POLINOMIAL
Nesse caso, o seu domínio de definição ou campo de existência é Df =
Assim sendo qualquer uma das seguintes funções tem o conjunto dos números reais
como domínio de definição: EXEMPLOS:
1.- y = 2.- y = 3.- y = 5x 4.- y = 4x -7 5.- y = 5
B.- A FUNÇAO É ALGEBRICA RACIONAL FRACCIONARIA
O seu domínio de definição é o conjunto dos números reais no qual foram extraídos
os zeros do denominador ou seja os valores de x que anulam o denominador. Assim
escreveremos Df =
EXEMPLO: Sejam as funções definidas por

1.- y = 2.- 3.- ,


de acordo ao estipulado acima, temos: 1) Df = .

Sob forma de intervalo, escreveremos ou ainda como conjunto de números


em compreensão Df = 2) Como , o
denominador não admite zeros ou seja não se anula qualquer que seja o valor real atribuído a x.
Portanto Df = 3) Como , então Df =

C.- A FUNÇAO É ALGEBRICA IRRACIONAL


Distinguimos dois casos: o índice do radical é par - o índice do radical é ímpar.

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1º Caso: ÍNDICE IMPAR
(i) - A função é do tipo f(x) = . A
determinação do domínio de definição da função é idêntica á determinação do domínio de uma
função polinomial. Isto é Df = EXEMPLO:
Determinar o domínio de definição da função definida por
Como o índice é 3 (Ímpar) e
que o radicando é um polinómio, então Df = (ii) – A função no radicando é
uma função fraccionaria, vale o que foi dito sobre a determinação de funções racionais
fraccionarias. Isto é, Df = .

EXEMPLO: Determinar o domínio de definição da função definida por f(x) = . Sendo

o índice impar e como o radicando é uma função algébrica racional fraccionaria, preocupa-nos a
que o denominador não pudesse admitir um zero. Isto é, devemos excluir todo valor de x que
anula o denominador: = 0 implica que x1 = 2 e x2 = 3. Daí Df = =
. É
possível que o radicando apresentar-se de várias formas mas deve-se recordar que o radicando em
si pode ser tanto negativo quanto positivo.
2º Caso: ÍNDICE PAR
A função pode apresentar-se sob diversas formas como
-Tipo A

- TIPO B - TIPO C - TIPO D TIPO E

Quando a função se apresenta sob qualquer um dessas formas, velar a que o radicando seja
sempre não negativo (isto é, positivo ou nulo) com atenção a que se o radicando for fraccionaria,
o denominador nunca pode ser nulo. Se a função admitir um denominador como no Tipo B, C e
D, vale a mesma indicação. Do outro lado aconselhamos utilizar uma tabela de variação de sinais
para determinar os intervalos do domínio de definição. Consideremos os seguintes exemplos:
Determinar o domínio de definição das funções
definidas como seguem: 1.- f(x) = 2.-

3.- 4.-

Solução: Em todos os quatro exemplos considerados, o índice é par. Portanto podemos entre
vários métodos aplicar o da tabela de variação de sinal. Devemos determinar os zeros das funções
componentes:

1.- =0 . Usando a tabela de variação vem:

18
x -5 4
+ 0 0
+
0 0

Logo, o dominio de definição da função dada é ou seja


2.-

f(x) = . O radicando sendo fraccionário, devemos velar a que a função racional seja

positiva ou nulo mas o denominador sempre não nulo. Necessitamos construir a tabela de
variação de sinal sabendo que o numerador pode ser ou não nulo.

x -5 -1 4
+ 0 0 +
0 +
0 + 0 +

0 0
.

Ve-se portanto que o dominio de definiçao da funçao dada é

3.- Com certeza que a função é de tipo fraccionaria irracional,


portanto o denominador deve ser não nulo e o radicando ser maior ou igual a zero (não negativo).
Pela tabela de variação de sinais

x -5 -2 4

+ 0 0 +
0 0
0 +
0 0

como pode-se observar, o dominio de definiçao da funçao dada é


Verifica-se com facilidade que para todo valor de x compreendido entre -5 e 4, a funçao toma
valores negativos e sendo assim não é definida nesta parte.

19
4.- , usando a Tabela de Variação de sinais determina-se que o domínio de

definição é

x -5 4 7

0
+
+ 0 0 +
0 0

Podem existirem outras funçoes obtidas atraves de varias manipulaçoes como a soma, diferença,
… em que o dominio de definiçao será obtido fazendo a intersecçao dos dominios das funçoes
componentes.

EXEMPLO: Determinar o dominio de definiçao da funçao definida por

Soluçao: Determinar os dominios de definiçao das funçoes parcelares e

. e . O dominio
de definiçao procurado ( ) =
.

D. A FUNÇAO É TRANSCENDENTE
D1.-FUNÇAO LOGARITMICA GENERALIZADA
Consideremos a funçao logaritmica de base a definida por , com
. A determinaçao do dominio de definiçao de uma funçao çogaritmica

dependerá entao das condiçoes de existencia que são . Isto é devemos

20
conjonturar a base e o logritmando.

EXEMPLO:Determinar o dominio de definiçao da funçao definida por


a)
b)

Soluçao:
a) Devemos verificar as condiçoes de existencia da funçao. Como a base é o numero e = 2,718 …
, positivo, precisaremos apenas de trabalhar com . Na procura das raizes vê-se
que o discriminante . A funçao y = terá o sinal do
coeficiente de x2. Portanto .

b) Verificaçao das condiçoes de existencia:

Estudando o sinal de y = temos


X -4 1

+ 0 0 +
E
e
Fazendo a intersecçao dos dominios Df e Dg junto ao criterio de que , o dominio de
definiçao da funçao dada é
D2.-FUNÇAO EXPONENCIAL
Seja a um numero real, positivo e difrerente de 1. Chamamos funçao exponencial de
base a a funçao definida de . Como se pode observar nas fiugras abaixo,

21
o dominio de definiçao de uma funçao exponencial dependerá em grande parte do tipo de funçao
que se encontra em expoente. Assim por exemplo, o dominio de definiçao da funçao

Leituras sugeridas: Munem – Foulis, pp 28 – 36


B. Demidovitch; Problemas e Exercicios de Ánalise Matemática, pp11 - 16
Ia. S. Bugrov. Matematica para Ingenhiaria

22
Capítulo 2 Limite e Continuidade

1.1.-Limite ordinário 1.2.-Limite das funções básicas nos pontos de seu domínio
1.3.-Limite das operações com funções 1.4.-Regra do Cancelamento
1.5.-Limites laterais 1.6.-Limite real no infinito
1.7.-Limite infinito num número real 1.8.-Limite infinito no infinito
1.9.-Regras de cálculo com infinitos e números reais 1.10.-Indeterminações
1.11.-Regra de Leibniz 1.12.-Limite fundamental algébrico
1.13.-Continuidade num ponto 1.14.-Continuidade de uma função num conjunto
Exercícios

Capítulo 1 Limite e Continuidade


Até ao presente momento, para traçarmos o gráfico de uma função, temo-nos apoiado nos pontos
do gráfico que se obtêm avaliando directamente a função e nas propriedades das mesmas que já
se conhecem. Não obstante, a avaliação de uma função num ponto, em muitos casos, não é
suficiente para analisar o seu comportamento em redor de dito ponto.
Por outro lado, a maioria das funções com que vamos trabalhar estão definidas em intervalos da
forma ] −  ; b [ , ] −  ; +  [ o ] a ; +  [ e, como se sabe, uma função não se pode avaliar no
infinito.
Além disso, pode suceder que o domínio da função esteja fragmentado por um ou mais pontos
nos quais a função não esteja definida e, portanto, não se pode avaliar nesses pontos.
Para resolver os três problemas colocados anteriormente, é necessário introduzir o conceito de
limite, o qual marca a fronteira da Matemática Elementar para a Matemática Superior. O limite é
o conceito fundamental da Matemática Superior porque os outros três conceitos básicos da
mesma: continuidade, derivada e integral, se definem a partir de um limite.
Por tudo o que foi exposto anteriormente, ao finalizar este tema os estudantes devem ser capazes
de:

Analisar o comportamento de uma função de uma variável num ponto (pertencentes ao


seu domínio ou não), no infinito, num intervalo ou em todo o seu domínio, utilizando o
cálculo de limites e as propriedades das funções contínuas.

Para dar cumprimento a este objectivo:


1.-O estudante deve saber:

23
- O que se denomina limite de uma função e quais são as formas distintas de passar ao limite
- Interpretar geometricamente cada resultado obtido no cálculo do limite
- Quais são as regras de cálculo de limites, quando e como se aplicam
- Quando uma função é contínua num ponto, num intervalo e no seu domínio
- Como se analisa a continuidade de uma função num ponto e num intervalo
- Quais são as propriedades das funções contínuas.
2.-O estudante deve desenvolver habilidades para:
- Calcular limites num ponto e no infinito
- Analisar a continuidade num ponto e num conjunto
- Aplicar o cálculo de limites e as propriedades das funções contínuas para analisar o
comportamento local e global das funções.

1.1.-Limite ordinário

DEFINICÃO. A função f (x ) tem limite L quando x tende a x0 se para todo o número real

  0 , existe outro número real   0 tal que se 0  | x − x0 |  , então | f ( x) − L |  .

Escreve-se: lim f ( x) = L . Lê-se: “o limite de f (x), quando x tende a x0 , é igual a L”.


x→ x 0

Também se pode escrever: y → L , quando x → x0 . Lê-se: “y tende a L, quando x tende a x0 ”.

De acordo com a definição, x → x0 se para qualquer número real positivo  , tão pequeno

quanto se queira, é possível encontrar um valor de x  x0 tal que | x − x0 |  , ou seja:

−   x − x0  

x0 −   x   + x0

x  ] x0 −  ;  + x0[ .

A este intervalo chamamos vizinhança ou redor de centro x0 e raio  .É denotado por V ( x0 ,  ) .

Quando não houver necessidade de assinalar o raio escreve-se V ( x0 ) . Se em redor se

consideram somente os pontos x  x0 (exclui-se o centro), então denomina-se redor reduzido e

escreve-se V * ( x0 ,  ) ou V * ( x0 ) conforme o caso.

V ( x0 ,  )

´´´´´´´´´´´´´´´´´

24
x0 −  x0 x0 + 

Analogamente, f ( x) → L se, qualquer que seja o número real


positivo  tão pequeno como se queira, seja possível encontrar um
valor de y tal que y  ] L −  ; L +  [ .

O anterior significa que, como ilustrado no gráfico, uma vez fixado


o valor de   0 , todo valor de y = f (x ) situado no intervalo Fig. 2.1

] L −  ; L +  [ é imagem de um valor de x situado no intervalo ]x0 −  ; x0 +  [ (Fig. 2.1).

Observações:

1.- lim f ( x) = L equivale a dizer que y → L , quando x → x0 . Isto, geometricamente,


x→ x 0

significa que quando x → x0 , o gráfico converge no ponto ( x0 ; L) (Fig. 2.2; 2.3; 2.4).

2.-Como o gráfico converge no ponto ( x0 ; L) quando x → x0 , a curva nem sempre passa pelo

ponto ( x0 , f ( x0 )) (Fig. 2.3).

3.-A curva passa pelo ponto ( x0 , f ( x0 )) unicamente quando o valor da função em x0 e o limite
coincidem (Fig. 2.2).

Fig. 2.2 Fig. 2.3 Fig. 2.4

Das observações anteriores deduz-se que no processo de cálculo do limite não importa que o
valor da função não coincida com o limite, nem sequer é importante que a função esteja definida
no dito ponto; chega que esteja definida num redor reduzido do ponto.

TEOREMA (de unicidade). Se uma função tem limite num ponto, este é único.

Isto quer dizer que, qualquer que seja a forma que x se aproxime de x0 , a função vai sempre a
aproximar-se do mesmo valor L.

25
1.2.-Limite das funções básicas nos pontos de seu domínio
Como se sabe, o gráfico das funções elementares básicas traça-se unindo todos os pontos que se
obtêm ao avaliar directamente a função. Isto deve-se ao facto de todas as funções elementares
básicas cumprirem com a condição exposta na figura 2.2, ou seja, que o limite coincide com o
valor da função no ponto. Em correspondência com isto, o limite das funções elementares
básicas, quando x tende para um ponto do seu domínio, obtém-se avaliando directamente a
função no dito ponto.

Exemplos:

a) lim 8 = 8 ; b) lim 3 = 3 ; c) lim 5 = 5.


x →−2 x →−5 4 4 x →10

d) lim x = −4 ; e) lim x 2 = 62 = 36 ; f) lim x5 = (−1)5 = −1 .


x →−4 x →6 x → −1

g) lim 10 x = 100 = 1 ;
x →0
x
( ) (3 )
h) lim 2 = 2
x →−1 3
−1 3
= ;
2
i) lim 5 x = 53 = 125 .
x →3

j) lim log3 x = log3 3 = 1 ; k) lim log5 x = log5 25 = 2 ; l) lim log4 x = log4 1 = 0


x→3 x →25 x →1

Interpretação:

Em todos estes exemplos o limite coincide com o valor da função, portanto, a interpretação

geométrica é similar. Por exemplo, no exemplo e), lim x 2 = 36 significa que y → 36 , quando
x →6

x → 6 e, portanto, a curva y = x 2 passa pelo ponto (6; 36).

1.3.-Limite das operações com funçõe

TEOREMA. Se lim f ( x) = A e lim g ( x) = B , então:


x→ x 0 x→ x 0

a) lim ( f  g )( x) = A  B : O limite da soma é a soma dos limites;


x→ x 0

b) lim ( f  g )( x) = A  B : O limite do produto é o produto dos limites;


x→ x 0

c) lim  g  ( x) =
f A
se B  0 : O limite do quociente é o quociente dos limites (se/si B  0 );
x→ x 0   B

d) lim n f ( x) = n A : O limite de uma raiz é a raiz do limite;


x→ x 0

26
e) lim [ f ( x)]g ( x) = AB : O limite de uma potência é o limite da base elevado ao limite do
x→ x 0

expoente.

Exemplos:

lim 5 x3 lim 5  lim x3


5 x3 → → → 5  23
a) lim = x 2 = x 2 x 2 = =8
x →2 x + 3 lim ( x + 3) lim x + lim 3 2 + 3
x →2 x →2 x →2

x2 + 7 x2 + 7 32 + 7 4
b) lim = lim = =
x →3 x+6 x →3 x + 6 3+6 3

2 x −14 lim ( 2 x −14)


c) lim 
 x+2

x →8  x − 6 

=  lim
x + 2  x →8

 x →8 x − 6 
(2 )
2
= 10 = 25

O resultado obtido no exemplo a) significa que y → 8 , quando x → 2 , é dizer, a curva

5 x3
y= passa pelo ponto (2; 8) (Note-se que limite e o valor da função em/no/nos/na/nas 2 são
x+3
iguais). Interprete os demais.

1.4.-Regra do Cancelamento

A regra do cancelamento exige que o limite do denominador seja distinto de zero. Se o limite do
denominador é zero e o do numerador não, obtém-se um caso de indefinição que trataremos mais
adiante. Não obstante, quando o numerador e o denominador tendem a zero simultaneamente,

obtém-se a indeterminação 00 que, em certos casos, se pode resolver aplicando a regra do

cancelamento.

TEOREMA (Regra do cancelamento). Sejam f e g duas funções definidas numa vizinhança de


x0 e que para x  x0 se cumpre que f ( x) = g ( x) . O limite de uma de elas existe se e só se

existir o limite da outra e nesse caso cumpre-se que lim f ( x) = lim g ( x) .


x→ x 0 x→ x 0

Exemplos:

x 2 − x − 20 ( x + 4)( x − 5) ( x + 4) 9
a) lim = lim = lim =
x →5 2
x − 25 x →5 ( x + 5)( x − 5) x →5 ( x + 5) 10

27
x −3 ( x − 3)( x + 3) ( x ) 2 − 32 ( x ) 2 − 32
b) lim = lim = lim = lim
x →9 x − 9 x →9 ( x − 9)( x + 3) x →9 ( x − 9)( x + 3) x →9 ( x − 9)( x + 3)

x−9 1
= lim = lim = 1.
x →9 ( x − 9)( x + 3) x →9 x +3 6

O resultado obtido no exemplo a) significa quando x → 5 , y → 10


9 e, portanto, a curva

x 2 − x − 20
y= 9 ) , mas não passa por ele, porque a função não está
converge no ponto (5 ; 10
2
x − 25
definida no ponto x = 5 .

1.5.-Limites laterais

Ao analisar o comportamento de uma função num ponto, ocorrem casos em que não se pode
calcular o limite ordinário directamente. Isto pode dever-se a duas razões: uma é que a função
somente esteja definida de um lado do ponto e a outra é que a função esteja definida por
expressões distintas para cada lado do ponto.
Nestes casos falamos dos limites laterais (direito ou esquerdo) da função f no ponto para o
diferenciar do limite ordinário; portanto, quando falarmos em limite, sem especificar o lado,
estaremos a referir-nos ao limite ordinário.
Para os limites laterais utilizaremos as notações seguintes:
lim f ( x) : lê-se “limite de f (x) quando x tende a x0 pela direita”.
x → x0+

lim f ( x ) : lê-se: “limite de f (x) quando x tende a x0 pela esquerda”.


x → x 0−

De acordo com o teorema de unicidade do limite, para que exista o limite de uma função no
ponto é necessário e suficiente que existam e sejam iguais os limites laterais, ou seja:
lim f ( x) = L se e só se lim f ( x ) = lim f ( x ) = L .
x → x0 x → x 0− x → x0+

As regras de cálculo do limite ordinário estudadas anteriormente aplicam-se, sem alteração, ao


cálculo dos limites laterais.

Exemplos:

a) Analise se existe o limite da função y = | x | quando x tende para zero.

28
 x se x  0
|x|=
− x se x  0
lim | x | = lim x = 0 
x →0 + x →0 + 
  lim+ | x | = lim− | x | = 0 ; portanto,
lim | x | = lim (− x) = 0  x →0 x →0
x →0 − x →0 − 
existe o limite ordinário e também é igual a zero, ou seja, lim | x | = 0 . Fig. 2.5
x →0

Isto significa que quando x → 0 , tanto pela esquerda como pela direita, y → 0 ; portanto, o
gráfico de y = | x | converge no ponto (0; 0) por ambos lados de zero (Fig. 2.5).

 1 se x  0

b) Analise se existe o limite da função sgn x =  0 se x = 0 , quando x tende a zero.
− 1 se x  0

lim sgn x = lim (−1) = −1
x →0 − x →0 − 
  lim− sgn x  lim+ sgn x .
lim sgn x = lim 1 = 1  x →0 x →0
x →0 + x →0 + 
Conclusão: Não existe lim sgn x .
x →0

Neste caso, se x → 0− , y → −1 , então o gráfico de y = sgn x

converge no ponto (0; -1). Se x → 0+ , y → 1 , então o gráfico Fig. 2.6. de


y = sgn x converge no ponto (0; 1).
Note-se também que f (0) = 0 ; portanto, produz-se um salto no gráfico (Fig. 2.6).

2.6.-Limite real no infinito

DEFINICÃO. lim f ( x) = L se, para todo número   0 , existe outro número M  0 tal
x →

que se | x |  M , então | f ( x) − L |   .
Ora se x →  qualquer que seja o número real positivo M, tão grande quanto se queira, é
possível encontrar um valor de x tal que | x |  M , ou seja, x  −M ou x  M .
Quando se considera somente que x  M diz-se que x → + e quando só se considera
que x  −M , diz-se que x → − .

29
x → − x → +
´´´´´´´´´´´´ ´´´´´´´´´´´´´´´´
−M 0 M x

Geometricamente, lim f ( x) = L , significa que quando | x | cresce


x →

ilimitadamente, então y → L ; portanto, o gráfico da função se


aproxima à recta y = L (Fig. 2.7)
A recta y = L chama-se assimptota horizontal do gráfico de y = f (x ) quando x → − ou
quando x → + , conforme o caso. Fig. 2.7

De acordo com as características observadas no gráfico das funções constante e exponencial


(Fig. 2.8) pode inferir-se que:
a) lim c = c ;
x →

b) lim a x = 0 para a  1;
x→− 

c) lim a x = 0 para 0  a  1 .
x→+ 

Fig. 2.8

Exemplos:

a) lim 5 = 5 . Isto significa que a medida que | x | cresce ilimitadamente, y = 5 ; portanto, a


x →

recta y = 5 e a assimptota horizontal coincidem.

b) lim 2 x = 0 . Isto significa quando x → − , y → 0 ; portanto, a curva y = 2 x se aproxima à


x →− 

recta y = 0 , ou seja, a recta y = 0 (eixo x) é uma assimptota horizontal da

curva y = 2 x quando x → − .

30
c) ()
x
lim 1 = 0 . Isto significa quando x → + , y → 0 ; portanto, a curva y = 1
x→+  2
x
se (2 )
aproxima à recta y = 0 . A recta y = 0 (eixo x) é uma assimptota horizontal da

()
x
curva y = 1 quando x → + .
2

2.7.-Limite infinito num número real

Diz-se que uma função é infinitamente grande ou que é um infinito em x0 se se cumprir

lim f ( x) =  .
x→ x0

DEFINICÃO. lim f ( x) =  se para qualquer número M  0 , existe outro número   0 tal


x→ x0

que se 0  | x − x0 |   , então | f ( x) |  M .

Se lim f ( x) =  , isso quer dizer que quando x → x0 , y →  ;


x→ x0

portanto, o gráfico da função y = f (x ) aproxima-se à recta x = x0 (Fig.


2.9).
A recta x = x0 chama-se assimptota vertical do gráfico pela

esquerda e/ou pela direita, conforme os casos. O ponto x0 chama-se

pólo da função. Fig. 2.9

De acordo com as características observadas no gráfico das funções logarítmicas (Fig. 2.10),
pode inferir-se que:
+  se 0  a  1
lim+ log a x =  .
x →0
−  se a  1
Exemplos:

a) lim log2 x = − . Isto significa que quando x → 0+ , y → − ;


x →0 +

portanto, a curva y = log2 x aproxima-se à parte negativa da recta

x = 0 , ou seja, o eixo y é uma assimptota vertical de y = log2 x pela direita. Fig. 2.10

31
b) lim log1 / 2 x = +  . Isto significa que quando x → 0+ , y → +  ; portanto, a curva
x →0 +

y = log2 x se aproxima à parte positiva da recta x = 0 , ou seja, o eixo y é uma assimptota


vertical de y = log1 / 2 x pela direita.

2.8.-Limite infinito no infinito


De maneira análoga ao caso anterior, podemos dizer que uma função é infinita no infinito se se
cumpre que lim f ( x) =  .
x →

DEFINICÃO. lim f ( x) =  se, para todo número M  0 , existe outro número K  0 tal que
x →

se | x |  K , então | f ( x) |  M .
Nestes casos não existe uma interpretação geométrica específica. Só se pode deduzir o
quadrante em que se encontra o gráfico de acordo com o sinal do infinito a que tendem x e y.
De acordo com as características observadas nos gráficos das funções potência (Fig. 2.11),
exponencial (Fig. 2.8) e logarítmica (Fig. 2.10), podem deduzir-se as seguintes regras.
+  se n for par
a) lim x n = +  b) lim x n = 
x →+  x→− 
−  se n for impar

 0 se 0  a  1 +  se 0  a  1
c) lim a x =  d) lim a x = 
x→+ 
+  se a  1 x→− 
 0 se a  1

−  se 0  a  1
e) lim log a x = 
x→+ 
+  se a  1
Fig. 2.11
Exemplos:

a) lim x 2 = +  b) lim x3 = +  c) lim x 4 = + 


x→+  x→+  x →− 

d) lim x5 = − 
x→− 
e) lim 5 x = + 
x→+ 
f) lim (2)x = +
x→−  3

g) lim log x = +  h) lim log1 / 4 x = − 


x →+  x→− 

2.9.-Regras de cálculo com infinitos e números reais

32
Com a introdução dos limites impróprios, −  e +  , torna-se necessário operar
simultaneamente com infinitos e números reais. Para isso, consideraremos o conjunto dos
números reais ampliado: R = R  {− ; + } , onde são válidas certas regras que daremos de
seguida.
Seja k um número real. Então cumpre-se:

1) k   =   3) +  +  = + 5)    =  7) k = 

2) −  −  = − 4) k   =  (k  0) 6) k = 0 8) k0 =  ( k  0)

Exemplos:

a) lim ( x + 2) = +  + 2 = +  b) lim ( x3 + 5) = −  + 5 = − 
x →+ x →− 

5x − 15
c) lim = = d) lim (log2 / 3 x − log x) = −  −  = − 
x →−3 x + 3 0 x →+

2.10.-Indeterminações

Ao analisar o comportamento de uma função num ponto ou no infinito, ficam indeterminados


os sete casos seguintes:

0; ;  −  ; 0   ; 00 ; 0 ; 1 .
0 

Algumas destas indeterminações podem resolver-se aplicando a regra do cancelamento, como


já vimos anteriormente, as propriedades das operações de cálculo e outros artifícios
matemáticos.

Exemplos:

x 2 − 16
a) lim conduz à indeterminação 00 . Apliquemos a regra do cancelamento.
2
x →4 x − 8 x + 16

x 2 − 16 ( x + 4)( x − 4) x+4
lim = lim = lim =
x →4 x 2 − 8 x + 16 x →4 ( x − 4) 2 x →4 x − 4

2x
b) lim conduz à indeterminação 

. Apliquemos as propriedades da potência.
x→+  3x

33
lim
x→+  3x
2x x
()
= lim 2 = 0
x→+  3

3x + 2 x + 1
c) lim conduz a 

. Dividamos cada termo pela expoente de maior base.
x →+  4 x + 3 x + 5

x
3 + 2 +1 x
3x
x
x
+ 2 x + 1x (34 ) x + (24 ) x + 41 x 0+0+0
lim = lim 4 x 4 4 = lim = =0
x →+  4 x + 3 x + 5 x →+  4 + 3x + 5 x →+  1 + (3 ) x + 5 1+ 0 + 0
4x 4x 4x 4 4 x

5x
d) lim conduz 

. Dividamos cada termo pela maior potência de x.
x →+  2
9 x + 10
5x
5x x 5 5 5
lim = lim = lim = lim = = 5.
x →+  9 x 2 + 10 x→+  9 x 2 + 10 x→+  9x2 10 x →+  10 9 3
+ 9+
x x2 x2 x2

e) lim ( x + 1 − x ) conduz a  −  . Multipliquemos e dividamos pela conjugada.


x→+ 

( x + 1 )2 − ( x )2 x +1− x 1
lim ( x + 1 − x ) = lim = lim = lim =0
x →+ x →+ x +1 + x x →+ x + 1 + x x →+ x + 1 + x

f) lim (3x 4 − 2 x 2 ) conduz a  −  . Saquemos a maior potência como factor comum.


x→+ 

 2 x 2   2 
lim (3x 4 − 2 x 2 ) = lim x 4  3 − = lim x 4  3 −  = +
x→+  x →+   x 4  x →+   x2 

Observação:

No exemplo f), o limite da expressão que ficou entre parênteses é 3, que é o coeficiente x 4 no

polinómio. Daí que o resultado obtido é o lim 3 x 4 . Isto não é uma casualidade nem é um
x→+ 

resultado exclusivo deste exercício, mas que, de maneira geral, o comportamento dos
polinómios, no infinito, é determinado pelo termo de maior potência.

g) lim (−3x3 + 2 x 2 + 7 x + 2) = lim − 3x3 = (−3) (− ) = +


x →−  x →− 

2.11.-Regra de Leibniz

34
Para resolver indeterminações da forma 

em funções racionais fraccionárias utiliza-se a

regra de Leibniz, a qual estabelece que:

an x n + an −1x n −1 +  + a1x + a0 an x n
lim = lim .
x →  bm x m + bm −1x m −1 +  + b1x + b0 x → bm x m

Exemplos:

4 x2 + x + 2 4 x2
a) lim = lim =4
2 2 3
x→  3x − 2 x x →  3x

3 x3 + x 3 x3 3
b) lim = lim = lim =0
5
x→  7 x − 2 x x→  7 x 5 x→  7 x2

5 x3 + 8 x − 2 5 x3
c) lim = lim = lim (− 5 x) = +
2 2 3
x → − − 3x + 1 x →−  − 3x x →− 

 0 se n  m

a n x n + a n −1 x n −1 +  + a1 x + a 0  a n
Destes exemplos deduz-se que lim m −1
= se n = m .
x→  b x m + b +  + b1 x + b0  bm
m m −1 x
  se n  m

d) lim [log (20x + 1) − log (2 x + 2)] = lim log


x →+  x→+ 
(20 x +1
2x+2
) = log10 = 1
2.12.-Limite fundamental algébrico

O número e = 2,718281 , conhecido como a base dos logaritmos naturais, é um número


irracional que se define assim

(
e = lim 1 + 1
x → x
) x
.

Esta fórmula é conhecida pelo nome de limite fundamental algébrico.


No estudo que se segue, trabalharemos com duas funções que jogam um papel

importantíssimo na análise Matemática: a função exponencial y = e x e a logarítmica y = loge x .

Esta última é denominada logaritmo natural ou logaritmo neperiano e, para maior comodidade,
usa-se a notação y = ln x . As funções são mutuamente inversas. Portanto, cumpre-se que
x
eln x = ln e x = x . Daqui se deduz que a x = eln a = e x ln a . No geral tem-se que:

35
ab = eb ln a .
Se fizermos uma análise do membro direito de acordo com as regras estabelecidas, damo-nos

conta que conduz a uma indeterminação da forma 1 . É aqui que radica a sua grande
importância, já que permite resolver muitos casos de limites onde aparece esta indeterminação.
Para facilitar a aplicação do limite fundamental algébrico, façamos uma análise das
características do mesmo que nos permitam fazer uma generalização:

1) Na base aparece 1 somado com a expressão  ( x ) = 1x

2)  ( x) = 1x → 0 quando x → 

1
3) No expoente aparece x =
 ( x)

Se se cumprirem estas três condições, independentemente do valor a para o qual tende a


variável, o limite também é igual a e, ou seja, se  → 0 para a forma indicada de passar o limite,
então
1
lim (1 +  )  = e .
Exemplos:
1
a) lim (1 + x) x = e
x →0
x +3 x +3 x +3 x +3
 x + 3  x+3   x + 3 − ( x − 1)   4 
b) lim   = lim 1 + − 1 = lim 1 +  = lim 1 + 
x →  x − 1  x →  x −1  x →  x −1  x →  x −1
x −1 4 4 x +12
 ( x +3)
 4  4 x −1 lim
= lim 1 +  = e x → x −1 = e4 .
x →  x −1
1
ln (1 + x)
c) lim = lim 1 ln (1 + x) = lim ln (1 + x) x = ln e = 1
x →0 x x →0 x x →0

ln (1 +  )
Em geral, se  → 0 para a forma indicada de passar o limite, então lim =1 .

Exemplo:

ex −1 ex − 1 ex −1 1 1
d) lim = lim = lim = lim = =1
x →0 x x →0 ln e x x →0 ln [1 + (e x − 1)] x →0 ln [1 + (e x − 1)] 1

ex − 1

36
e − 1
Em geral, se  → 0 para a forma indicada de passar o limite, então lim =1

Exemplo:

ax −1 e x ln a − 1 e x ln a − 1
e) lim = lim = lim  ln a = 1  ln a = ln a
x →0 x x →0 x x →0 x ln a

a − 1
Em geral, se  → 0 para a forma indicada de passar o limite, então lim = ln a

2.13.-Continuidade num ponto
As funções contínuas jogam um papel importantíssimo na Matemática pois elas gozam de
propriedades de grande utilidade na prática.
Aqui estudaremos a continuidade das funções naqueles pontos, em torno dos quais a função
está definida (o que ocorre em quase todos os problemas práticos). Isto adapta-se à nossa
percepção da continuidade como um traço contínuo.

DEFINICÃO. A função y = f (x ) é contínua em x0 se lim f ( x) = f ( x0 ) .


x → x0

Esta definição estabelece que, para que uma função seja contínua no ponto x0 , tem de cumprir
as três seguintes condições:
1) Tem que estar definida em x0

2) Tem que existir o lim f ( x)


x→ x0

3) Tem que cumprir-se que lim f ( x) = f ( x0 ) .


x → x0

Se pelo menos uma de estas três condições não se cumprir, então a função não é contínua em
x0 . Nesse caso, diz-se que a função é descontínua em x0 .

As causas que provocam a descontinuidade de uma função num ponto podem ser muito
variadas. É por isso que, para uma melhor compreensão de cada caso, se tenha feito a seguinte
classificação.
Contínua : Se lim f ( x) = f ( x0 )
x → x0

 Evitável : Se existir lim f ( x)
En x0 , f pode ser   x → x0
Descontínua 
 Inevitável : Se não existir xlim f ( x)
 → x0

Exemplos: Analise a continuidade das funções seguintes nos pontos indicados.

37
 x2 − 4
 se x  2
a) f ( x) =  x − 2 , para x = 2 .
 4 se x = 2

1) f (2) = 4

x2 − 4 ( x + 2)(x − 2)
2) lim f ( x) = lim = lim = lim ( x + 2) = 4
x →2 x →2 x − 2 x→2 x−2 x →2

3) lim f ( x) = f (2) = 4
x →2

Conclusão: A função é f contínua éx =2 porque lim f ( x) = f (2) .


x →2
Fig. 2.12

2 x + 3 se x  0

b) g ( x) =  3 se x = 0 , para x = 0
3x + 1 se x  0

1) g (0) = 3

lim g ( x) = lim (2 x + 3) = 3 
x →0 − x →0 − 
2)   lim− g ( x)  lim+ g ( x) .
lim g ( x) = lim (3x + 1) = 1  x →0 x →0
x →0 + x →0 + 
Logo, não existe lim g ( x) . Fig. 2.13
x→0

Conclusão: A função g é descontínua inevitável para x = 0 porque não existe o limite.

 x 2 se x  0
c) h( x) =  1 , para x = 0
 x se x  0

1) h(0) = 02 = 0

2) lim h( x) = lim x 2 = 0
x →0 − x →0−

lim h( x) = lim 1 = + 
x →0 + x →0 +
x

Não existe o limite ordinário porque não existe o limite pela direita. Fig. 2.14

Conclusão: A função h é descontínua inevitável x = 0 porque não existe o limite.

38
 x 2 + 1 se x  1
d)  ( x) =  , para x = 1
− 2 x + 4 se x  1
1) A função não está definida para x = 1 ; é, portanto, descontínua
nesse ponto. Analisemos que ocorre com o limite.

lim  ( x) = lim ( x 2 + 1) = 2 

x →1− 
2) x →1   lim−  ( x) = lim+  ( x) .
lim  ( x) = lim (−2 x + 4) = 2 x →1 x →1
x →1+ x →1+ 

Portanto, lim  ( x) = 2 . Fig. 2. 15


x →1

Conclusão: A função  é descontínua evitável para x = 1 porque existe o limite.


Na realidade, a palavra evitável é um tanto inadequada para classificar a descontinuidade deste
tipo, pois uma função que seja descontínua num ponto, não pode deixar de o ser (não se pode
evitar). O que sucede é que quando existe limite no ponto analisado, mas não coincide com o
valor da função no mesmo ou a função não está definida nele, pode obter-se outra função, a
partir de função dada, que seja contínua no dito ponto. Esta função denomina-se prolongamento
contínuo da função dada. Para o prolongamento contínuo da função f usa-se a notação fˆ e

 f ( x) se x  x0
define-se assim fˆ ( x) =  .
 xlim f ( x) se x = x0
→ x0

Exemplo:
 x 2 + 1 se x  1

O prolongamento contínuo da função  dada no exemplo d) é ˆ ( x) =  2 se x = 1
− 2 x + 4 se x  1

2.14.-Continuidade de uma função num conjunto

Quando se deseja analisar a continuidade de uma função, é necessário saber como se comporta
a mesma em cada um dos pontos do seu domínio; não obstante, na maioria dos casos, o domínio
é um intervalo infinito, pelo que dita análise não se pode fazer ponto a ponto. Então é necessário
estender o conceito de continuidade a conjuntos e estabelecer as regras que nos permitem
analisar o comportamento global da função, ou seja, em todo o seu domínio.

DEFINICÃO. Uma função é contínua num conjunto se o for para cada um dos pontos de dito
conjunto. Uma função é contínua se for contínua em todo o seu domínio.

39
Como já temos visto, para cada uma das funções elementares básicas cumpre-se que
lim f ( x) = f ( x0 ) para todos os pontos x0  Dom f . Isto quer dizer que todas as funções
x → x0

elementares básicas são contínuas para cada um dos pontos onde estão definidas, ou seja, que são
contínuas em todo o seu domínio ou, simplesmente, são funções contínuas. Isto justifica o
procedimento que se tem vindo a utilizar para o cálculo de limites, ou seja, avaliar a função no
ponto para onde tende a variável.

TEOREMA. Se f e g são funções contínuas, então f  g , f  g , f : g , f g y f  g são


contínuas para cada um dos pontos onde ditas operações estejam definidas.

De acordo com estas propriedades, quando uma função vem expressa numa única fórmula em
que intervenham as operações aritméticas, a potência ou a composição de funções elementares
básicas, a determinação do domínio continuidade (Dc ) reduz-se à determinação do domínio de

definição de ditas funções.

Exemplos:

a) As funções lineares: y = mx + n , quadráticas: y = ax2 + bx + c e, no geral, as racionais

inteiras: P( x) = an xn + an−1x n−1 +  + a1x + a0 , estão definidas e, portanto, são contínuas em

todo o R, ou seja, D c = R .

an x n + an −1x n −1 +  + a1x + a0
b) Todas as funções racionais fraccionárias: R( x) = , estão
bm x m + bm −1x m −1 +  + b1x + b0
definidas e, portanto, são contínuas para cada um dos pontos onde o denominador seja distinto
de zero.
c) y = log ( x − 5) está definida para x  5 . Portanto, Dc = {x  R : x  5}

Quando a função vem definida por intervalos, a análise da continuidade deve ser feita para
todos os intervalos de maneira global e para cada um dos pontos onde se dividem os intervalos
de maneira local.
Exemplos: Determine o domínio de continuidade das seguintes funções.
 x se x  0
a) f ( x) = | x | = 
− x se x  0

40
A função é contínua para x  0 , pois para esse intervalo | x | = x , que é contínua; é contínua
para x  0 , pois para esse intervalo | x | = − x , que é contínua. Vejamos que ocorre para x = 0 .
1) f (0) = | 0 | = 0
2) lim f ( x) = lim | x | = 0
x →0 x →0

3) lim f ( x) = f (0) ; portanto, f ( x) = | x | é contínua para x = 0 .


x →0

Conclusão: f ( x) = | x | é contínua para todos os números reais: D c = R .


 x − 3x se x  5
2

b) f ( x) = 

 x + 4 se x  5

A função contínua para x  5 porque nesse intervalo f ( x) = x 2 − 3 x , que é uma função

contínua. Também é contínua para x  5 porque nesse caso f ( x) = x + 4 , que é uma


função contínua. Só falta analisar que ocorre para x = 5 .

1) A função está definida para x = 5 : f (5) = 52 − 3  5 = 10 .

lim f ( x) = lim ( x 2 − 3x) = 10



x →5− 
2) x →5   lim− f ( x)  lim+ f ( x) . Não existe lim f ( x) ;
lim f ( x) = lim x + 4 = 3  x →5 x →5 x→5
x →5+ x →5− 
portanto, a função não é contínua em x = 5 .

Conclusão: A função é contínua para todo x  5 , ou seja, Dc = R \ {5}.

Exercícios

1.-Calcule os seguintes limites e interprete o resultado.

4 x3 − 2 x 2 + x ( x + 2) 2 − 4 x2 − 5x + 6
a) lim b) lim c) lim
x →0 3x 2 + 2 x x →0 x x →2 x 2 − 12x + 20
x+9 −3 x −5 x− a
d) lim e) lim f) lim
x →0 x x →25 x − 25 x →a x − a

x −8 x −1
3
x2 + x − 1
g) lim 3 h) lim i) lim
x →8 x − 2 x →1 x − 1 x → 2 x + 5

41
j) lim
3x 2 − 2 x + 1
k) lim
x2 + 2x + 1
l) lim ( x+3 − x )
x → x2 + 4 x → x5 + x 4 x →+

2 x +1 + 3x +1 2 x 2 − 3x − 4
m) lim  x 2 + 4 x − x  m) lim n) lim
x →+   x →+ 2 x + 3x x → x4 + 1
3
2x + 3 x2 x2 + 1
ou) lim p) lim q) lim
x → x + 3 x x → 10 + x x x → x + 1

x x x
 x   x −1  x + 2
r) lim   s) lim   t) lim  
x →  x + 1  x →  x + 1  x →  x + 3 

x+2
 x −1  log (1 + 10x)
u) lim   v) lim w) lim x [ ln ( x + 1) − ln x]
x →  x + 3  x →0 x x →+

1+ x
ln
e3 x − e 2 x 1− x
x) lim [ln 3 x + ln x − ln( x 2 + 5)] e) lim z) lim
x → + x →0 x x →0 x
f ( x + x) − f ( x)
2.-Calcule o lim para as funções:
x →0 x

a) f ( x) = c b) f ( x) = x c) f ( x) = mx + n d) f ( x) = x 2

e) f ( x ) = 1x f) f ( x) = x g) f ( x) = loga x h) f ( x) = a x

3.-Analise o comportamento das funções seguintes nos pontos indicados e interprete o resultado
geometricamente.
 x 2 − 36
 se x  6  x 2 se x  3
a) f ( x) =  x − 6 , para x = 6 b) f ( x) =  , para x = 3
 12 se x = 6 2 x + 1 se x  3

 x2 − 4   x + 2  x +10
 se x  2   se x  0
c) f ( x) =  x − 2 , para x = 2 d) f ( x) =   x  ,para x = 0
 x+7 se x  2 
  3x + 5 se x  0

  x + 1 1 / x  x2 + 2 se x  2
  se x  0 
e) f ( x) =   x + 2  , para x = 0 f) f ( x) =  x − 2 , para x = 2
 2  se x  2
( x + 3) se x  0  x+7 −3
1/ x

42
 x 2 + 3 x − 10
 se x  2
 x 2
− 4
g) f ( x) =  e3 se x = 2 , para x = 2
 1
(4 x − 7) x − 2 se x  2


 x 2 + 15 − 8
 se x  7
 x − 7
h) f ( x) =  ,para x = 7
 x − 49
2

 x 2 − 16x + 63 se x  7

4.-Determine o domínio de continuidade das seguintes funções.


 4 − x se x  1  x−2
( )
a) f ( x) = 1x ln 11+− xx

c) f ( x) =  3 se x = 1

e) f ( x) =  x 2 − 4
se x   2
 x 2 + 2 se x  1  1 se x =  2
 

 4 se x  0
7+ x −3  x se x  2 
b) f ( x) = d) f ( x) =  f) f ( x) =  1x se 0  x  1
x2 − 4 3 x + 1 se x  2 2 x − 1 se x  1

5.-Determine para que valores de a e b as seguintes funções são contínuas.
 x2 − a2  x2 − a2
 se x  a  se x  a
a) f ( x) =  x − a b) f ( x) =  x − a
 18 se x = a  a2 se x = a
 

 x 2 + ax + 2a se x  10 b 2 + 3bx − 10x 2 se x  1
c) f ( x) =  d) f ( x) = 
 ax + 50 se x  10  0 se x = 1

ax 2 + bx se x  2  ax 2 + bx se x  1
 
e) f ( x) =  6 se x = 2 f) f ( x) =  9 se x = 1
4ax + 3bx se x  2 2ax + 3bx − 13 se x  1
 
6.-Construa o prolongamento contínuo das seguintes funções

x 2 − 100 x 2 + 11 − 6 | x | +5 − 3
a) f ( x) = b) f ( x) = c) f ( x ) =
x3 − 10x 2 + x − 10 x−5 x−4

( x + 1)2 − 1 e x − e− x 3
x −4
d) f ( x) = e) f ( x) = f) f ( x) =
x x x − 64

43
Tema 3
APLICAÇÕES DA DERIVADA
3.1.-Regra de L´Hospital
3.2.-Monotonia e Extremos locais
3.3.-Concavidade e Pontos de inflexão
3.4.-Traçado de curvas
3.5.-Problemas de optimização

Exercícios

44
TEMA 3.- Aplicações da derivada

3.1.-Regra de L´Hospital
Existe uma grande quantidade de casos de indeterminações que não se podem resolver com as
regras estudadas no tema de Limite e Continuidade. Muitos destes problemas resolvem-se com a
regra de L´Hospital, na qual se aplica a derivada para calcular o limite. A regra de L´Hospital
estabelece-se através do seguinte teorema.
TEOREMA. O limite do quociente de duas funções infinitas, ou infinitesimais, é igual ao limite
do quociente das suas derivadas (finito ou infinito) se este existir (no sentido indicado).
Observações:
1.-Para aplicar a regra de L´Hospital tem que aparecer a indeterminação 00 ou  , a qual deve
comprovar-se em cada passo.
2.-Ter sempre presente que calcula-se o quociente das derivadas e não a derivada do quociente,
f ( x) f ( x )
ou seja, lim = lim .
g ( x) g ( x )
3.-A regra de L´Hospital deve usar-se em combinação com as demais técnicas já conhecidas, e
não pensar nela como algo omnipotente.
Exemplos:
1 1
1−
x − 1 − ln x x = lim x 2 = 1
a) lim = lim
x →1 x 2 − 2 x + 1 x →1 2 x − 2 x →1 2 2
2
x 2x 1
b) lim 2
= lim 2
= lim 2
=0
x →+ e x x → + 2 x e x x → + e x

As demais indeterminações também se podem resolver aplicando a regra de L´Hospital. Para


isso é necessário transformar a expressão dada numa equivalente que cumpra com as condições
que exige a regra. Por exemplo, a indeterminação  −  aparece em expressões da
forma f ( x) − g ( x) . Em algumas ocasiões, basta efectuar a diferença e esta transforma-se
automaticamente num quociente ao que se lhe pode aplicar a regra.
Exemplo:
 x 50  x( x + 5) − 50 x 2 + 5 x − 50 2x + 5 3
c) lim  −  = lim = lim = lim =
x →5  x − 5 x 2 − 25  x →5 x 2 − 25 x →5 x 2 − 25 x →5 2 x 2
A indeterminação 0   aparece em expressões da forma f ( x)  g ( x) , que geralmente se
transformam num quociente, bastando para isso dividir um dos factores pelo recíproco do outro,
segundo convenha, ou seja:
f ( x) g ( x)
f ( x)  g ( x) = ou f ( x)  g ( x) = .
1 / g ( x) 1 / f ( x)
Exemplos:
x2 2x 2
d) lim x 2  5− x = lim = lim = lim =0
x → + x →+ 5 x x →+ 5 ln 5x x →+ 5 ln 2 5
x

45
1
ln x  x2 
e) lim x ln x = lim = lim x = lim  −  = lim (− x) = 0
x →0 + x →0+ 1 x →0 + − 1 x →0 +  x  x →0+
x x2
As indeterminações 00 , 0 y 1 aparecem em expressões da forma [ f ( x)]g ( x ) . Nos três casos
procede-se da mesma forma: Faz-se [ f ( x)]g ( x) = e g ( x)  ln ( f ( x)) (no expoente aparecerá sempre a
indeterminação 0   ). Calcula-se então o limite do expoente de maneira análoga ao procedimento
seguido nos exemplos d) e e).
Exemplos:
f) lim x x = lim e x ln x = e 0 = 1 [Ver exemplo e)]
x →0 + x →0 +
1 1
ln x
= e onde:
2 2
g) lim x x = lim e x
x →+ x → +
1
1 1/ x 1
ln x 2
 = lim 2 ln x = lim 2 = lim = lim
2
= 0 . Portanto, lim x x = e0 = 1.
x → + x x →+ x x →+ 2 x x →+ 2 x x →+
3 3 3 ln x
ln x
h) lim x x −1 = lim e x −1 = lim e x −1 = e z onde:
x →1 x →1 x →1
3
3 ln x 3 1
z = lim = lim x = 3 . Portanto, lim x x −1 = e3 .
x →1 x − 1 x →1 1 x →1

4.2.-Monotonia e Extremos locais


De seguida estudaremos duas propriedades importantes das funções que, mais adiante, nos
servirão para traçar o seu gráfico. Referimo-nos à análise da monotonia e à existência de
extremos locais.
Lembremos que uma função y = f (x ) é crescente (decrescente) num intervalo se para todos
os pontos desse intervalo, à medida que x aumenta, y aumenta (diminui).
O teorema seguinte apresenta-nos uma condição necessária e suficiente para analisar a
monotonia de uma função num intervalo onde dita função seja derivável.
TEOREMA. Uma função f, derivável em ] a, b[ , é crescente (decrescente) nesse intervalo se e
só se f ( x)  0 ( f ( x)  0) para todo x  ] a, b[ .
Exemplo:
a) A função y = x 2 é derivável em todo o R.
y = 2 x = 0 para x = 0 .
– + sgn( y = 2 x)
0 x Fig. 4.1
2
Portanto, y = x é decrescente em ] −  ; 0 [ e crescente em ] 0 ;+ [ (Fig. 4.1)

46
Lembremos também que uma função alcança o seu valor máximo (mínimo) no ponto x0 se
para todo x  Dom f se cumpre f ( x0 )  f ( x) ( f ( x0 )  f ( x)) . Neste caso y0 = f ( x0 ) é o valor
máximo (mínimo) da função e denomina-se extremo global ou extremo absoluto da função
porque é o maior (menor) valor da função entre todos os pontos onde a função está definida.
Existem outros tipos de extremos, chamados extremos locais, que se definem como se segue.
DEFINIÇÃO. Uma função f tem um máximo (mínimo) local no ponto x0 se existir uma
vizinhança de x0 tal que f ( x0 )  f ( x) ( f ( x0 )  f ( x)) para todo x de dita vizinhança.
y0 = f ( x0 ) é um valor máximo (mínimo) local da função e ( x0 , y0 ) é um ponto máximo
(mínimo) local do gráfico de f.
Observações:
1.-Nos pontos máximo locais, a curva apresenta um topo. Por exemplo, ( x1, y1) e ( x3 , y3 )
(Fig. 4.2).
2.-Nos pontos mínimos locais, a curva apresenta uma fundonada.
Por exemplo, ( x2 , y2 ) e ( x4 , y4 ) (Fig. 4.2).
3.-Aos valores máximo e mínimo locais da função f chamamos
extremos locais de f. Isto deve-se a que eles são máximos ou
mínimos entre os pontos que estão ao redor de x0 , o que não tem
de se cumprir noutra parte do domínio; inclusivamente, pode
suceder que um máximo local seja menor do que um mínimo
local. Na figura 4.2 se pode ver que y1  y4 . Fig. 4.2
4.-Note-se, finalmente, que nos pontos onde a curva tem um extremo local, a tangente é
horizontal e, portanto, o seu declive é zero. Isto confirma o teorema seguinte.
TEOREMA. Se f é derivável num ponto x0 onde tem um extremo local, então f ( x0 ) = 0
Observações:
5.-O teorema anterior dá-nos uma condição necessária para a existência de extremos. Isso
significa que uma função não pode ter extremos nos pontos onde f ( x )  0 .
6.-A condição não chega a ser suficiente, pois existem funções que não têm extremos nos
onde f ( x) = 0 . Por exemplo:
Seja y = x3 . A sua derivada, y = 3x 2 , anula-se para x = 0 ; não obstante, y = x3 não tem
extremo em x = 0 porque, para x  0 , cumpre-se que 03  x 3 , enquanto que, para x  0 ,
temos 03  x 3 .
7.-Existem funções que têm extremos em pontos onde não são deriváveis. Por exemplo:
A função y = | x | tem um mínimo para x = 1 ; não obstante, a função não é derivável nesse
ponto.
8.-Os únicos pontos onde pode haver extremos são aqueles onde f ( x) = 0 ou onde f (x ) não
está definida. Estes pontos se denominam pontos críticos de primeira espécie.
Ora bem, como se analisa se num ponto crítico existe um extremo? No caso de ter extremo,
como se sabe se é máximo ou mínimo?
Para responder a estas inquietudes, observemos de novo à figura 3.2. Note-se que nos pontos
onde existe extremos, muda a monotonia da função. Especificamente, se f tem um máximo num
ponto, então f é crescente à esquerda e decrescente à direita desse ponto. Pelo contrário, se f tem
um mínimo num ponto, então f é decrescente à esquerda e crescente à direita de dito ponto.
47
Relacionando isto com o sinal da derivada obtém-se a condição para a existência de extremos que
se expressa no seguinte teorema.
TEOREMA. Seja f uma função contínua em x0 e derivável numa vizinhança reduzida de x0 .
Então f tem um extremo em x0 se e só se f (x ) muda de sinal quando x passa por x0 da
esquerda para a direita. O extremo é um máximo se f (x ) é positiva para x  x0 e negativa
para x  x0 . O extremo é um mínimo se f (x ) é negativa para x  x0 e positiva para x  x0 .
Exemplo:
b) Determine os intervalos de monotonia e os extremos locais de f ( x) = x3 − 3 x 2 + 2 .
1.-Calcula-se a derivada da função:
f ( x) = 3 x 2 − 6 x .
2.-Determinam-se os zeros da derivada:
3x 2 − 6 x = 0
3x( x − 2) = 0
x = 0; x = 2 .
3.-Determinam-se os pontos onde a derivada não está definida:
Neste caso não existe pontos para os quais a derivada não está definida porque é um
polinómio.
4.-Determina-se o sinal da derivada nos intervalos determinados pelos pontos críticos.
+ – + sgn y
0 2 x
5.-Interpreta-se o sinal da derivada e conclui-se o seguinte:
a) A função é crescente nos intervalos ] −  ; 0 [ e ] 2 ;+ [ porque neles f ( x)  0 .
b) A função é decrescente no intervalo ] 0 ; 2 [ porque nesse intervalo f ( x)  0 .
c) Em x = 0 , a função tem um máximo local porque f é contínua em x = 0 e a derivada
muda o sinal de positivo para negativo, quando x passa por zero da esquerda para a
direita.
ymax = f (0) = 2 (Valor máximo local da função)
(0; 2) (Ponto máximo local do gráfico).
d) Em x = 2 , a função tem um mínimo local porque f é contínua em x = 2 e a derivada
muda o sinal de negativo para positivo, quando x passa por zero da esquerda para a
direita.
ymin = f (2) = 23 − 3  22 + 2 = −2 (Valor mínimo local da função)
(2; -2) (Ponto mínimo local do gráfico)

48
4.3.-Concavidade e Pontos de inflexão

Para traçar com êxito o gráfico de uma função é importante ter em conta para onde está
dirigida a concavidade (para cima ou ao/para baixo) e em que pontos ocorre uma mudança da
direcção da concavidade (pontos de inflexão).
DEFINIÇÃO. Uma função é côncava para cima (para baixo)
num intervalo se em todos os pontos de esse intervalo a curva
fica por cima (por baixo) da tangente. O ponto onde muda a
direcção da concavidade denomina-se ponto de inflexão.
A função da figura 4.3, é côncava para baixo em ]a, b[ ,
côncava para cima em ]b, c[ e tem um ponto de inflexão em
x = b . Note-se que no ponto de inflexão, a tangente atravessa a
curva.
Fig. 4.3
TEOREMA. Seja f uma função contínua em [a, b] e duas vezes derivável em ]a, b[. Então o
gráfico de y = f (x ) tem a concavidade dirigida para cima (para baixo) em [a, b] se e só se para
todo x  ] a, b [ se cumpre que f ( x)  0 ( f ( x)  0) .
Segundo o teorema anterior, os pontos onde f ( x)  0 não podem ser pontos de inflexão.
Os únicos pontos onde pode haver inflexão são aqueles em que f ( x) = 0 ou para os
quais f (x) não está definida e denominam-se pontos críticos de segunda espécie.
TEOREMA. Seja y = f (x ) uma função contínua no ponto crítico de segunda espécie x0 e
duas vezes deriváveis numa vizinhança reduzida de x0 . Se f (x) muda de sinal em x0 , então
( x0 , f ( x0 )) é um ponto de inflexão do gráfico de f.
Exemplo: Determine os intervalos de concavidade e pontos de inflexão de f ( x) = x3 − 3 x 2 + 2 .
1.-Calcula-se a segunda derivada:
f ( x) = (3 x 2 − 6 x) = 6 x − 6 .
2.-Determinam-se os zeros da segunda derivada:
6x − 6 = 0
6( x − 1) = 0
x =1
3.-Determinam-se os pontos onde a segunda derivada não está definida:
Não existe pontos que para os quais a segunda derivada não está definida porque é um
polinómio.
4.-Analisa-se o sinal da segunda derivada:
– + sgn y
1 x
5.-Interpreta-se o sinal da segunda derivada e conclui-se da seguinte forma:
a) A curva é côncava para baixo no intervalo ] −  ;1[ porque aí f ( x)  0 .
b) A curva é côncava ao/para cima no intervalo ]1; +  [ porque aí f ( x)  0 .

49
c) Para x = 1 , a função tem um ponto de inflexão porque é contínua em x = 1 e a segunda
derivada muda de sinal nesse ponto.
f (1) = 13 − 3  12 + 2 = 0 ; portanto, (1; 0) é o ponto de
inflexão do gráfico.
De acordo com estes resultados e os do exemplo b) da
epígrafe anterior, a função f ( x) = x3 − 3 x 2 + 2 (Fig. 4.4)
é contínua em todo o R, é crescente nos intervalos ] −  ; 0 [ e
] 2 ;+ [ , é decrescente no intervalo ] 0 ; 2 [ , tem um máximo
local em (0; 2), tem um mínimo local em (2; -2), é côncava
para baixo em ] −  ;1[ , côncava para cima ]1; +  [ e tem um
ponto de inflexão em (1; 0). Fig. 4.4

4.4.-Traçado de curvas
Para traçar com precisão o gráfico de uma função há que analisar os seguintes aspectos:
I.-Domínio de definição.
Determina-se o conjunto de todos os valores de x para os quais a função está definida.
II.-Paridade.
Acha-se f ( − x ) e compara-se com f (x ) . Então:
- Se f f (− x) = f ( x) a função é par; portanto, o gráfico é simétrico em relação ao Eixo y.
- Se f (− x) = − f ( x) a função é ímpar. O gráfico é simétrico em relação à origem (0; 0).
- Se f (− x)   f ( x) a função não é par nem ímpar.
III.-Continuidade e comportamento nos pontos de descontinuidade.
a) Determina-se o conjunto de todos os valores de x para os quais a função é contínua.
b) Analisa-se o comportamento da função nos pontos de descontinuidade. Para isso, calcula-se
o limite da função por ambos lados dos pontos de descontinuidade e interpreta-se o resultado
geometricamente em cada caso.
IV.-Comportamento no infinito.
a) Calcula-se o lim f ( x) e interpreta-se geometricamente o resultado.
x →+
b) Calcula-se o lim f ( x) e interpreta-se geometricamente o resultado: Se a função é par,
x →−
então lim f ( x) = lim f ( x) e se a função é ímpar, lim f ( x) = − lim f ( x) .
x →− x→+ x →− x →+
V.-Intersecção com os eixos.
a) Os pontos de intersecção do gráfico com o Eixo x, se existirem, são os zeros da função.
b) O ponto de intersecção do gráfico com o Eixo y, se existir, é (0 ; f (0)) .
VI.-Monotonia e extremos locais.
1.-Calcula-se a primeira derivada.
2.-Acham-se os zeros da primeira derivada.
3.-Determinam-se os pontos para os quais a primeira derivada não está definida.
4.-Determina-se o sinal da primeira derivada em cada intervalo de monotonia.
5.-Classifica-se a monotonia para cada intervalo: Se f ( x)  0 , a função é crescente e se
f ( x)  0 , a função é decrescente.
6.-Deduz-se em que ponto existe extremo local:
50
a) Máximo, se a função é contínua no ponto e a derivada muda o sinal de + para –.
b) Mínimo, se a função é contínua no ponto e a derivada muda o sinal de – para +.
VII.-Concavidade e pontos de inflexão.
1.-Calcula-se a segunda derivada.
2.-Acham-se os zeros da segunda derivada.
3.-Determinam-se os pontos para os quais a segunda derivada não está definida.
4.-Determina-se o sinal da segunda derivada para cada intervalo de concavidade.
5.-Classifica-se a concavidade em cada intervalo: Se f ( x)  0 , a função é côncava para cima
e se f ( x)  0 , a função é côncava para baixo.
6.-Deduz-se onde existem pontos de inflexão, ou seja, aqueles pontos onde a função é
contínua e a segunda derivada muda o sinal.
Exemplo:
a) Analise os aspectos anteriores e trace ou gráfico de y = e− x
2

I.-Domínio: Dom f = R
II.-Paridade.
f (− x) = e− ( − x) = e− x = f ( x) . A função é par; portanto, o seu gráfico é simétrico em
2 2

relação ao Eixo y.
III.-Continuidade e comportamento nos pontos de descontinuidade.
A função é contínua porque é a composição de duas funções contínuas.

IV.-Comportamento no infinito.
a) lim f ( x) = lim e − x = 0 . Portanto, a recta y = 0 (Eixo x) é uma assimptota horizontal
2

x→+ x → +
quando x → + . Isto ocorre quando x → − porque a função é par.
V.-Intersecção com os eixos.
a) A curva não corta ao Eixo x, porque y = e−x  0 para todo x  R.
2

b) f (0) = e−(0) = 1 . O ponto de intersecção do gráfico com ou Eixo y é (0; 1).


2

VI.-Monotonia e extremos locais.


1) y = (e− x ) = −2 x e− x
2 2

2) y = −2 x e−x = 0 para x = 0 .
2

3) A derivada y = −2 x e − x está definida para todos os números reais.


2

4) Sinal da derivada y = −2 x e − x
2

+ – sgn y
0 x
5) A função y = e− x :
2

a) É crescente em ] −  ;1[ porque y  0 .


b) É decrescente em ]1; +  [ porque y  0 .

51
c) Tem um máximo local em x = 1 porque é contínua nesse ponto e y muda o sinal de +
para –. O ponto máximo local do gráfico é (0; 1).
VII.-Concavidade e pontos de inflexão.
1) y = (−2 x e−x ) = −2 e− x + (−2 x )e− x (−2 x) = −2 e− x + 4 x 2 e− x = (4 x 2 − 2) e− x
2 2 2 2 2 2

= (4 x 2 − 2) e− x = 4( x 2 − 1 ) e− x = 4  x + 1   x − 1  e− x = 4  x + 1   x − 1  e− x
2 2 2 2

2  2  2  2  2

2) y = 4  x + 1   x − 1  e−x = 0 para x = − 1 , x = 1


2

 2  2 2 2
3) A segunda derivada está definida para todos os números reais.
4) Sinal da segunda derivada y = 4  x + 1   x − 1  e− x
2

 2  2
+ – + sgn y
− 1 1 x
2 2

5) A função y = e− x :
2

a) É côncava para cima nos intervalos  −  ; − 1  e  − 1 ;   porque y   0 .


 2   2 

b) É côncava para baixo no intervalo  − 1 , 1  porque y  0 .


 2 2 
c) Tem pontos de inflexão em x = − 1 , x = 1 .
2 2
−(  1 2
) −1
f ( 1 ) = e 2 =e 2 = 1 . Os pontos de inflexão são  − 1 ; 1  e  1 ; 1  .
2 e  2 e  2 e

VIII.-O gráfico da função y = e− x (Fig. 4.5) é conhecido pelo nome de campânula de Gauss.
2

Fig. 4.5

52
4.5.-Problemas de optimização

Chama-se problema de optimização àqueles em que é necessário achar o valor máximo ou o


valor mínimo de uma função. Esses valores, que coincidem com os extremos absolutos da
função, são chamados valores óptimos.
A resolução destes problemas será desenvolvida em três etapas: construção do modelo,
resolução do modelo e conclusões, tal como temos vindo fazendo com outros modelos.
I.-Construção do modelo. Aqui agrupam-se todos os dados que conformam o modelo clássico de
optimização numa variável:
a) Variável de decisão: Magnitude incógnita, que será a variável independente da função
objectivo.
b) Restrições: Condições, que a variável de decisão deve cumprir, debaixo das quais se resolve
o problema. Nos problemas económicos, geralmente, a variável é não negativa. Para além
desta, podem existir outras restrições na forma de equações ou inequações.
c) Função objectivo: Função para a qual se deve achar o valor óptimo.
d) Critério de optimização: Maximizar ou minimizar a função objectivo.
II.-Resolução do modelo. Resolve-se, matematicamente, o modelo elaborado aplicando a
derivada. Como se parte de um critério de optimização, obtido da própria natureza do
problema, este indica o tipo de extremo que se deve determinar. Por esta razão, se o problema
estiver bem construído, pode omitir-se a análise da condição suficiente.
III.-Conclusões. Finalmente, faz-se uma interpretação do resultado obtido na resolução do
modelo de acordo com o que pede o problema e escrevem-se as conclusões.
Exemplos:
PROBLEMA 1. O custo de fabrico de q unidades de um produto é C = q 2 − 100q + 2600 . Qual
é o nível de produção para o qual o custo é mínimo? Ache o custo mínimo.
Construção:
q: unidades de produto fabricadas.
q  0 : Condição de não negatividade.
C = q 2 − 100q + 2600 : Custo total (em €)
min C
Resolução:
1) A derivada de C é C  = (q 2 − 100q + 2600) = 2q − 100
2) Achemos os zeros da derivada: 2q − 100 = 0 para q = 50 .
3) A derivada está definida para todos os números reais.
4) O sinal da derivada fica como segue:
– + sgn (2q − 100)
50 q
Conclusões:
a) O custo total é mínimo quando o nível de produção for de 50 unidades de produto.
b) O custo mínimo é C (50) = 502 − 100  50 + 2600 = $100

53
PROBLEMA 2. O preço de um produto, em função da procura, é p = 200 − 2q . Que
quantidade de produto será necessário vender para que o rendimento seja máximo? Ache o
rendimento máximo. Ache o preço de venda.
Construção:
q: unidades de produto procuradas.
q  0 : Condição de não negatividade.
I = p  q = (200 − 2q)q = 200q − 2q 2 : Rendimento total (em €)
max I
Resolução:
1) I  = (200q − 2q 2 ) = 200 − 4q
2) 200 − 4q = 0 para q = 50
3) I  está definido para qualquer valor de q.
4) O sinal de I  fica como segue
+ – sgn (I  = −4(q − 50))
50 q
Conclusões:
a) Para que o rendimento seja máximo devem vender-se 50 unidades de produto.
b) O rendimento máximo é I (50) = 200  50 − 2  502 = 10000 − 5000 = 5000
c) O preço de venda é p(50) = 200 − 2  50 = 200 − 100 = 100

PROBLEMA 3. O custo de produção de x metros de tela é C = x 2 − 10 x + 1000 . O preço de


cada metro é p = 198 − 3 x . Quantos metros de tela terão de se fabricar para que o ganho seja
máximo?
Construção:
x: metros de tela a produzir
x  0 : Condição de não negatividade.
g = I − C = p  q − C = (198 − 3 x) x − ( x 2 − 10x + 1000)
g = −4 x 2 + 208x − 1000: Ganho (em €)
max g
Resolução:
1) g  = (−4 x 2 + 208x − 1000) = −8 x + 208
2) g  = −8 ( x − 26) = 0 para x = 26
3) g  = −8 x + 208 está definida para todos os números reais porque é uma função linear.
4) sgn g  + –
26 x
Conclusões:
a) Para que o ganho seja máximo terão de se fabricar 26m de tela.
b) O ganho máximo é g (26) = −4  262 + 208  26 − 1000 = $1704 .

54
PROBLEMA 4. A quantidade de produto que se pode elaborar utilizando duas matérias-primas
nas quantidades x e y, cujos preços unitários são €9 e €15, respectivamente, vem dada por
q = 3 xy . Que quantidade de cada matéria-prima se deve utilizar para elaborar 45 unidades de
produto com o custo mínimo?
Construção:
x: unidades de matéria-prima 1
e: unidades de matéria-prima 2
x, y  0
3xy = 45 unidades de produto.
C = 9 x + 25 y (Função de custo).
min C = 9 x + 15 y
Resolução
1) De 3xy = 45 obtém-se que y = 15 . Com isto a função objectivo fica numa variável.
x
2
15 9 x + 225
C = 9 x + 15  =
x x

 9 x 2 + 225  18x  x − (9 x 2 + 225) 18x 2 − 9 x 2 − 225 9 x 2 − 225 9( x + 5)( x − 5)
2) C =   = = = =
 x  2 2 2
x2
  x x x
9( x + 5)( x − 5)
3) C  = = 0 para x = −5 ; x = 5 .
x2
4) C não está definida para x = 0
5) O sinal de C´ fica como segue
+ – – + sgn C´
-5 0 5
Conclusão:
a) Os valores –5 e 0 não são tidos em conta porque x, y têm que ser positivos. Para x = 5 ,
y = 15 = 3 ; portanto, para produzir para produzir 45 unidades de produto com o custo mínimo
5
é necessário utilizar 5 unidades de matéria-prima 1 e 3 unidades de matéria-prima 2.

b) O custo mínimo é C = 9  5 + 15  3 = $90

55
Exercícios
1.-Calcule os seguintes limites.
5
x3 − 2 x 2 − x + 2 ex ln x −
a) lim b) lim c) lim 3 d) lim x x1
x →1 x3 − 7 x + 6 x →+ x5 x → + x x →0 +
3 1 1
 x 1 
e) lim  −  f) lim x 4+ ln x g) lim (e3x − 5 x) x h) lim x x
x →1  x − 1 ln x  x →0 +
x →0 + x → +
 1 5 
j) lim (1 − e− x )e
x
i) lim  −  k) lim ln x  ln ( x − 1) l) lim x 2 x
x →1  x − 3 x − x − 6 
2
x →0+ x →1+ x →0 +
2.-Faça um esboço do gráfico dos seguintes polinómios onde se reflecte a monotonia, os
extremos locais, a concavidade e os pontos de inflexão.
a) y = x3 − 4 x 2 + 4 x b) y = 1 ( x3 − 3x + 2)
4
c) y = 1 (3x − x3 ) d) y = 1 x4 − 2 x3 + 4 x 2
2 4
3.-Faça uma análise das seguintes funções focando os seguintes pontos: domínio, paridade,
continuidade, comportamento no infinito, intersecção com os eixos, monotonia, extremos,
locais, concavidade e pontos de inflexão. Trace o gráfico.
1
a) f ( x) = x3 − 3x b) f ( x) = x 4 − 2 x 2 c) f ( x) = 2
x +1
x
x e 3x
d) f ( x) = 2 e) f ( x) = f) f ( x) = 1 2
x +1 x x
e2
g) f ( x) = x  ln x h) f ( x) = x  ln( x 2 ) i) f ( x) = x 2 ln( x 2 )
4.-O preço unitário de um produto, em função da procura, é p = (80 − q ) / 4 . Determine a procura
que torna máximo o rendimento. Ache o rendimento máximo.
5.-A equação de procura de um produto é p + 5q = 30 . A que preço se maximizam os
rendimentos? Ache o rendimento máximo.
6.-A procura de um produto é q = 10000e −0,02 p . Ache o preço o qual o rendimento é máximo.
7.-O custo operacional de um táxi numa hora de trabalho é C = 0,08 + 0,12v − 0,0012v 2 , onde v
( 0  v  60 ) é a velocidade em milhas por hora. A que velocidade o custo é mínimo?
8.-Uma empresa pode vender x artigos por semana a um preço de p euros por artigo. A equação
de procura é 5 x = 375 − 3 p . O custo total de produção é C = 500 + 15x + 0,2 x 2 . Quantos
artigos se devem vender para que a utilidade seja máxima? Ache essa utilidade.
9.-O custo produção de q unidades de um produto é C = −0,5q3 + 3q 2 + 20q e o preço unitário é
p = 50 − 0,5q . Para que nível de produção se obtém o ganho máximo? Ache o ganho máximo.
10.-Um sapateiro produz x pares de botas diariamente com um custo total de C = 3 x 2 + 8 x + 1
euros. Se o preço de venda de cada par de botas é p = 120 − x , quantos pares deve fabricar
diariamente para que o ganho seja máximo?
11.-O custo de fabrico de um produto é de €3 por unidade e o preço, em função da procura é
p = 10 . Determine o preço que maximize as utilidades.
q

56
TEMA 4. – ESTUDO COMPLETO DE UMA FUNÇÃO

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