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{f (x, y ) ∈ R | (x, y ) ∈ D}
é a imagem de f .
p
Figura: 4. Domı́nio de f (x, y ) = 9 − x 2 − y 2 (crédito: Cálculo Vol II J.
Stewart)
Exemplo 2. Em regiões com inverno severo, o ı́ndice de sensação
térmica é frequentemente utilizado para descrever a severidade
aparente do frio. Esse ı́ndice W mede a temperatura subjetiva que
depende da temperatura real T e da velocidade do vento, v .
Assim, W é uma função de T e de v , e podemos escrever
W = f (T , v ). A tabela na Figura 5 apresenta valores de W
compilados pelo Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados
Unidos e pelo Serviço Meteorológico do Canadá.
Figura: 5. O ı́ndice W de sensação térmica é uma função de T e de v
(crédito: Cálculo Vol II J. Stewart)
x2 + y2 − z2 = k
x2 y2 z2
+ − = 1.
k k k
Se k < 0, a superfı́cie de nı́vel é o hiperboloide de duas folhas (veja
Tabela I a seguir) de equação
x2 y2 z2
− − + = 1.
|k| |k| |k|
Se k = 0, a superfı́cie de nı́vel é o cone circular (veja Tabela I) de
equação
x 2 + y 2 − z 2 = 0.
Figura: 12. (crédito: Cálculo Vol II J. Stewart)
Exercı́cio 1. Determine e esboce o domı́nio da função.
√
(a) f (x, y ) = x + y
(b) f (x, y ) = ln(9 − x 2 − 9y 2 )
√ p
(c) f (x, y ) = 1 − x 2 − 1 − y 2
p
y − x2
(c) f (x, y ) =
1 − x2
Exercı́cio 2. Esboce o gráfico da função.
(a) f (x, y ) = 1 + y
(b) f (x, y ) = 10 − 4y − 5y
(c) f (x, y ) = 9 − x 2 − 9y 2
p
(c) f (x, y ) = 4 − 4x 2 − y 2
Exercı́cio 3. Um mapa de contorno de uma função é mostrado.
Use-o para fazer um esboço do gráfico da função.
(a)
lim f (x, y ) = L,
(x,y )→(x0 ,y0 )
lim f (x, y ) = L
(x,y )→(x0 ,y0 )
então L = M.
De fato, suponha por contradição que L ̸= M. Para ϵ > 0 tal
2ϵ < |L − M|, existe δ > 0 tal que (x, y ) ∈ D,
0 < ∥(x, y ) − (x0 , y0 )∥ < δ, implica
o que é impossı́vel.
Observações
3y 2 3(22 )
2
lim 2x y − = 2(−1)2 2 − = −8.
(x,y )→(−1,2) x +y −1 + 2
x2 − y2
Exemplo 2. Seja f a função definida por f (x, y ) = .
x2 + y2
(a) Calcule o limite de f (x, y ) quando (x, y ) tende a (0, 0) ao
longo de cada um dos seguintes caminhos: (i) eixo dos x; (ii)
eixo dos y .
(b) Existe lim f (x, y )? Em caso afirmativo, qual o seu
(x,y )→(0,0)
valor?
Solução.
x2 − 0
(a)(i) Sobre o eixo x, y = 0 e f (x, 0) = = 1, para x ̸= 0.
x2 + 0
Portanto, lim f (x, 0) = 1.
x→0
0 − y2
(a)(ii) Sobre o eixo y , x = 0 e f (0, y ) = = −1, para y ̸= 0.
0 + y2
Portanto, lim f (0, y ) = −1.
y →0
Estude a continuidade de f .
Solução. A função f é descontı́nua em (0, 0) porque
lim f (x, y ) não existe. Sabemos que f é contı́nua para
(x,y )→(0,0)
(x, y ) ̸= (0, 0), pois ela é uma função racional definida nessa
região.
Exemplo 10. Seja
3x 2 y
se (x, y ) ̸= (0, 0)
f (x, y ) = x2 + y2
0 se (x, y ) = (0, 0)
Estude a continuidade de f .
Solução. Sabemos que f é contı́nua para (x, y ) ̸= (0, 0), pois ela é
uma função racional definida nessa região. Como
3x 2 y
lim f (x, y ) = lim = 0 = f (0, 0),
(x,y )→(0,0) (x,y )→(0,0) x 2 + y 2
Tudo o que fizemos até aqui pode ser estendido para as funções
com três ou mais variáveis. Vejamos para três variáveis. A notação
lim f (x, y , z) = L
(x,y ,z)→(x0 ,y0 ,z0 )
significa que para todo ϵ > 0 existe um número δ > 0 tal que
y 3 + xz 2
lim .
(x,y ,z)→(0,−1,0) x 2+ y2 + z2
y 3 + xz 2 (−1)3 + 0(02 ) −1
lim 2 2 2
= 2 2 2
= = −1.
(x,y ,z)→(0,−1,0) x + y + z 0 + (−1) + 0 1
x2 + y2 − z2
Exemplo 13. Se f (x, y , z) = , será que
x2 + y2 + z2
lim f (x, y , z) existe?
(x,y ,z)→(0,0,0)
x2 + y
(b) lim
(x,y )→(0,0) x 2 + y 2
xy
(c) lim p
(x,y )→(0,0) x + y2
2
xy
(d) lim
(x,y )→(1,2) y − 2x
x 2y 2z 2
(e) lim
(x,y ,z)→(0,0,0) x 6 + y 6 + z 6
Exercı́cio 3. Discuta a continuidade das funções abaixo:
( xy
se (x, y ) ̸= (0, 0)
(a) f (x, y ) = |x| + |y |
0 se (x, y ) = (0, 0)
3 2
x y
se (x, y ) ̸= (0, 0)
(b) f (x, y ) = x8 + y4
0 se (x, y ) = (0, 0)
x3
se (x, y ) ̸= (0, 0)
(c) f (x, y ) = x2 + y2
0 se (x, y ) = (0, 0)
( xyz
se (x, y , z)) ̸= (0, 0, 0)
(d) f (x, y , z) = x2 + y2 + z2
0 se (x, y , z) = (0, 0, 0)
Derivadas Parciais
∂f f (x0 , y0 + ∆y ) − f (x0 , y0 )
(x0 , y0 ) = lim
∂y ∆y →0 ∆y
∂f ∂f
Calcule ∂x (x, y ) e ∂y (x, y ).
Solução. Nos pontos (x, y ) ̸= (0, 0), temos
∂f (x 4 + y 2 )2xy − x 2 y (4x 3 ) 2xy 3 − 2x 5 y
(x, y ) = =
∂x (x 4 + y 2 )2 (x 4 + y 2 )2
Para (x, y ) = (0, 0), temos
∂f f (∆x, 0) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = lim 0 = 0.
∂x ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0
Portanto,
2xy 3 − 2x 5 y
∂f se (x, y ) ̸= (0, 0)
(x, y ) = (x 4 + y 2 )2
∂x
0 se (x, y ) = (0, 0)
Analogamente, nos pontos (x, y ) ̸= (0, 0), temos
∂f (x 4 + y 2 )x 2 − x 2 y (2y ) x 6 − x 2y 2
(x, y ) = =
∂y (x 4 + y 2 )2 (x 4 + y 2 )2
∂f f (0, ∆y ) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = lim 0 = 0.
∂y ∆y →0 ∆y ∆y →0 ∆y ∆y →0
Portanto,
6
∂f x − x 2y 2
se (x, y ) ̸= (0, 0)
(x, y ) = (x 4 + y 2 )2
∂y
0 se (x, y ) = (0, 0)
x 2y
Sabemos que lim não existe. Portanto, f não é
(x,y )→(0,0) x 4 + y 2
∂f
contı́nua em (0, 0). No entanto, as derivadas parciais (0, 0) e
∂x
∂f
(0, 0) existem!
∂y
Interpretação geométrica das derivadas parciais
∂f f (x0 , y0 + ∆y , z0 ) − f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim
∂y ∆y →0 ∆y
e
∂f f (x0 , y0 , z0 + ∆z) − f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim
∂z ∆z→0 ∆z
se estes limites existirem.
Em geral, se u = f (x1 , x2 , . . . , xn ) é uma função de n variáveis, sua
derivada parcial em relação à i-ésima variável xi é
∂f
(x1 , x2 , . . . , xn ) =
∂xi
f (x1 , . . . , xi−1 , xi + h, xi+1 , . . . , xn ) − f (x1 , . . . , xi , . . . , xn )
= lim
h→0 h
se este limite existir.
As notações mais usadas para representar esta derivada parcial são:
∂f ∂u
, , fxi , uxi , Di f .
∂xi ∂xi
Exemplo 7. Determine fx , fy e fz se f (x, y , z) = xe x−y +z .
Solução. Para calcular fx , devemos considerar y z como constantes
e derivar f (x, y , z) = xe x−y +z em relação a x. Assim,
fz (x, y , z) = xe x−y +z .
Derivadas parciais de ordem superior
Sabemos definir as funções fx (x, y ) e fy (x, y ), sendo z = f (x, y ).
Da mesma forma, podemos definir as derivadas parciais das
funções fx (x, y ) e fy (x, y ), obtendo quatro novas funções que são
chamadas derivadas parciais de segunda ordem de f :
∂f ∂f
∂2f + ∆x, y ) −
∂ ∂f ∂x (x ∂x (x, y )
2
(x, y ) = (x, y ) = lim
∂x ∂x ∂x ∆x→0 ∆x
∂f ∂f
∂2f + ∆y ) −
∂ ∂f ∂x (x, y ∂x (x, y )
(x, y ) = (x, y ) = lim
∂y ∂x ∂y ∂x ∆y →0 ∆y
∂f ∂f
∂2f ∂y (x + ∆x, y ) − ∂y (x, y )
∂
∂f
(x, y ) = (x, y ) = lim
∂x∂y ∂x
∂y ∆x→0 ∆x
∂f ∂f
∂2f ∂y (x, y + ∆y ) − ∂y (x, y )
∂ ∂f
(x, y ) = (x, y ) = lim ,
∂y 2 ∂y ∂y ∆y →0 ∆y
∂2f
= fxx = zxx
∂x 2
∂2f
= fxy = zxy
∂y ∂x
∂2f
= fyx = zyx
∂x∂y
∂2f
= fyy = zyy
∂y 2
As definições das derivadas parciais de segunda ordem de funções
de três variáveis são análogas.
Exemplo 8. Calcule todas as derivadas parciais de segunda ordem
da função f (x, y ) = xy − e x cos y .
Solução. As derivadas parciais de primeira ordem são:
xy 3
se (x, y ) ̸= (0, 0)
f (x, y ) = x2 + y2
0 se (x, y ) = (0, 0)
utt − c 2 uxx = 0
Portanto
utt − c 2 uxx = 0.
A equação unidimensional do calor
ut − kuxx = 0
temos
f (x0 + ∆x) − f (x0 ) − a∆x
lim =0
∆x→0 ∆x
é equivalente a
ou equivalentemente,
E (x0 + ∆x, y0 + ∆y )
lim = 0,
(∆x,∆y )→(0,0) ∥(∆x, ∆y )∥
onde
E (x0 +∆x, y0 +∆y ) := f (x0 +∆x, y0 +∆y )−f (x0 , y0 )−a∆x −b∆y ).
Teorema 1. Se z = f (x, y ) é diferenciável em (x0 , y0 ), então f é
contı́nua em (x0 , y0 ).
Dem. Sendo f é diferenciável em (x0 , y0 ), existem reais a e b tais
que
E (x0 + ∆x, y0 + ∆y )
lim = 0,
(∆x,∆y )→(0,0) ∥(∆x, ∆y )∥
com E (x0 + ∆x, y0 + ∆y ) dada por
f (x0 +∆x, y0 +∆y ) = f (x0 , y0 )+a∆x +b∆y +E (x0 +∆x, y0 +∆y ).
Como
E (x0 + ∆x, y0 + ∆y )
E (x0 + ∆x, y0 + ∆y ) = ∥(∆x, ∆y )∥ →0
∥(∆x, ∆y )∥
quando (∆x, ∆y ) → (0, 0) e
lim [a∆x + b∆y ] = 0,
(∆x,∆y )→(0,0)
segue que
lim f (x0 + ∆x, y0 + ∆y ) = f (x0 , y0 ),
(∆x,∆y )→(0,0)
onde
E (x0 +∆x, y0 +∆y ) = f (x0 +∆x, y0 +∆y )−f (x0 , y0 )−a∆x −b∆y .
De (2) segue que
E (x0 + ∆x, y0 )
lim = 0.
(∆x,0)→(0,0) ∥(∆x, 0)∥
Mas
E (x0 + ∆x, y0 ) f (x0 + ∆x, y0 ) − f (x0 , y0 ) − a∆x
= .
∥(∆x, 0)∥ |∆x|
Assim,
f (x0 + ∆x, y0 ) − f (x0 , y0 ) − a∆x
lim = 0,
∆x→0 ∆x
ou seja,
f (x0 + ∆x, y0 ) − f (x0 , y0 )
lim = a.
∆x→0 ∆x
Portanto,
∂f
(x0 , y0 ) = a.
∂x
Analogamente, obtém-se
∂f
(x0 , y0 ) = b.
∂y
Observações
1. O Teorema 2 prova que se f é diferenciável em (x0 , y0 ), então
∂f ∂f
a = ∂x (x0 , y0 ) e b = ∂y (x0 , y0 ) são os únicos números reais
para os quais o limite em (2) existe e é nulo.
2. Segue do Teorema 2 que se alguma das derivadas parciais de
z = f (x, y ) não existir em (x0 , y0 ), então z = f (x, y ) não é
diferenciável em (x0 , y0 ).
3. Segue do Teorema 2 que provar que uma função z = f (x, y ) é
diferenciável em (x0 , y0 ) é suficiente provar que z = f (x, y )
possui derivadas parciais em (x0 , y0 ) e que
E (x0 + ∆x, y0 + ∆y )
lim = 0,
(∆x,∆y )→(0,0) ∥(∆x, ∆y )∥
onde
x 2y
se (x, y ) ̸= (0, 0)
f (x, y ) = x4 + y2
0 se (x, y ) = (0, 0)
∂f ∂f
(x, y ) = 2x cos(x 2 + y 2 ) e (x, y ) = 2y cos(x 2 + y 2 )
∂x ∂y
são contı́nuas em R2 .
Definição. Seja z = f (x, y ) uma função diferenciável em (x0 , y0 ).
O plano de equação
∂f ∂f
z − f (x0 , y0 ) = (x0 , y0 )(x − x0 ) + (x0 , y0 )(y − y0 )
∂x ∂y
é chamado plano tangente ao gráfico da função f no ponto
(x0 , y0 , f (x0 , y0 )).
A equação do plano tangente pode ser escrita na anotação de
produto escalar da seguinte forma
∂f ∂f
(x0 , y0 ), (x0 , y0 ), −1 · (x − x0 , y − y0 , z − f (x0 , y0 )) = 0.
∂x ∂y
∂f −x ∂f −y
(x, y ) = p , (x, y ) = p
∂x x2 + y2 ∂x x2 + y2
∂f ∂f 3 4
z = −3+ (3, 4)(x−3)+ (3, 4)(y −4) = −3− (x−3)− (y −4).
∂x ∂y 5 5
Exemplo 6. Seja
(
xy 2
x 2 +y 2
se (x, y ) ̸= (0, 0)
f (x, y ) =
0 se (x, y ) = (0, 0)
Mostre que o gráfico de f não admite plano tangente em
(0, 0, f (0, 0)).
Solução. Pela definição, para que o gráfico de f admita plano
tangente em (0, 0, f (0, 0)), f devee ser diferenciável em (0, 0). Se
verificarmos que f não é diferenciàvel em (0, 0), seguirá que o
gráfico de f não admite plano tangente em (0, 0, f (0, 0)). Temos
∂f ∂f
(0, 0) = (0, 0) = 0. (Verifique.)
∂x ∂y
E (0 + ∆x, 0 + ∆y ) =
∂f ∂f
= f (0 + ∆x, 0 + ∆y ) − f (0, 0) − (0, 0)∆x − (0, 0)∆y
∂x ∂y
∆x(∆y )2
= .
(∆x)2 + (∆y )2
Seja
E (0 + ∆x, 0 + ∆y ) ∆x(∆y )2
= p .
∥(∆x, ∆y )∥ [(∆x)2 + (∆y )2 ] (∆x)2 + (∆y )2
Temos
E (0, 0 + ∆y )
lim =0
∆y →0 ∥(0, ∆y )∥
e
E (0 + ∆x, 0 + ∆x) 1
lim = √ .
∆x→0 ∥(∆x, ∆x)∥ 2 2
Assim,
E (0 + ∆x, 0 + ∆y )
lim
(∆x,∆y )→(0,0) ∥(∆x, ∆y )∥
não existe, logo f não é diferenciável em (0, 0).
Observe que o plano de equação
∂f ∂f
z − f (0, 0) = (0, 0)(x − 0) + (0, 0)(y − 0),
∂x ∂y
ou seja,
z =0
não contém a reta tangente a curva r(t) = (t, t, f (t, t)) no ponto
(0, 0, f (0, 0)). De fato, a reta tangente a curva r(t) = (t, t, f (t, t))
no ponto (0, 0, f (0, 0)) é
1
(x, y , z) = (0, 0, 0) + λ 1, 1, , λR
2
x3
se (x, y ) ̸= (0, 0)
(d) f (x, y ) = x2 + y2
0 se (x, y ) = (0, 0)
Exercı́cio 2. Seja
2 2 1
(x + y ) sin se (x, y ) ̸= (0, 0)
f (x, y ) = x2 + y2
0 se (x, y ) = (0, 0)
∂f ∂f
a) Determine ∂x e ∂y .
∂f ∂f
b) Mostre que ∂x e ∂y não são contı́nuas em (0, 0).
c) Mostre, usando a definição, que f é diferenciável em (0, 0).
d) Mostre que f é diferenciável em R2 .
Exercı́cio 3. Encontre o ponto onde o plano tangente a superfı́cie
z = 2x 2 + 2xy − y 2 − 5x + 3y − 2 é horizontal.
p
Exercı́cio 4. Seja f (x, y ) = x 2 + y 2 , (x, y ) ∈ R2 . Calcule o
comprimento do segmento de reta normal ao gráfico de f
compreendido entre o ponto (3, −4, 5) e o plano xy .
Exercı́cio 5. Seja f : R2 → R uma função tal que
|f (x, y )| ≤ x 2 + y 2 para todo (x, y ) ∈ R2 . Mostre que f é
diferenciável em (0, 0).
Regra da Cadeia
dz ∂f dx ∂f dy
(t0 ) = (x(t0 ), y (t0 )) (t0 ) + (x(t0 ), y (t0 )) (t0 ). (3)
dt ∂x dt ∂y dt
Demonstração. Como f é diferenciável em (x0 , y0 ), temos
∂f ∂f
f (x, y )−f (x0 , y0 ) = (x0 , y0 )(x−x0 )+ (x0 , y0 )(y −y0 )+E (x, y ),
∂x ∂y
(4)
onde
E (x, y )
lim = 0.
(x,y )→(x0 ,y0 ) ∥(x, y ) − (x0 , y0 )∥
Portanto a função
E (x, y )
, (x, y ) ̸= (x0 , y0 )
g (x, y ) = ∥(x, y ) − (x0 , y0 )∥
0, (x, y ) = (x0 , y0 )
é contı́nua em (x0 , y0 ).
Substituindo em (4) o ponto (x, y ) por (x(t), y (t)) = r(t) e
dividindo ambos os lados de (4) por t − t0 , t ̸= t0 , temos
f (r (t)) − f (r (t0 ))
= (5)
t − t0
∂f x(t) − x(t0 ) ∂f y (t) − y (t0 ) ∥r (t) − r (t0 )∥
(r (t0 )) + (r (t0 )) + g (r (t))
∂x t − t0 ∂y t − t0 t − t0
Observe que
r (t) − r (t0 )
lim g (r (t)) = 0 e lim = ∥r ′ (t0 )∥,
t→t0 t→t0 t − t0
segue que
∥r (t) − r (t0 )∥
lim g (r (t)) = 0.
t→t0 t − t0
Logo, após fazer t → t0 em (5), obtemos
dz ∂f dx ∂f dy
(t0 ) = (x(t0 ), y (t0 )) (t0 ) + (x(t0 ), y (t0 )) (t0 ).
dt ∂x dt ∂y dt
Exemplo 1. Se z = x 2 y + 3xy 4 , onde x = sin 2t e y = cos t,
dz dz
determine (t) e (0).
dt dt
Solução. Da equação (3), temos
dz ∂z dx ∂z dy
= +
dt ∂x dt ∂y dt
Como
∂z ∂z dx dy
= 2xy +3y 4 , = x 2 +12xy 3 , = 2 cos 2t, = − sin t
∂x ∂y dt dt
e x = sin 2t e y = cos t, temos
dz
(t)
dt
= (2 sin 2t cos t + 3 cos4 t)2 cos 2t + (sin2 2t + 12 sin 2t cos3 t)(− sin t)
Para t = 0,
dz
(0) = 6.
dt
A derivada no Exemplo 1 pode ser interpretada como a taxa de
variação de z com relação a t quando o ponto (x, y ) se move ao
longo da curva C (Figura 18) com equações paramétricas
dP ∂P dT ∂P dV
= +
dt ∂T dt ∂V dt
8, 31 dT 8, 31T dV
= −
V dt V 2 dt
8, 31 8, 31(300)
= (0, 1) − (0, 2) = −0, 04155.
100 1002
A pressão está decrescendo com a taxa de 0, 04155.
Exemplo 3 (Regra da Cadeia: Caso 2) Sejam z = f (x, y ) um
função diferenciável num conjunto aberto U ⊂ R2 , g (s, t) e h(s, t)
funções diferenciáveis num conjunto aberto V ⊂ R2 tais que, para
todo (s, t) ∈ V , (x, y ) = (g (s, t), h(s, t)) ∈ U. Considere a função
Então
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y ∂f ∂x ∂f ∂y
i) = + = +
∂s ∂x ∂s ∂y ∂s ∂x ∂s ∂y ∂s
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y ∂f ∂x ∂f ∂y
ii) = + = +
∂t ∂x ∂t ∂y ∂t ∂x ∂t ∂y ∂t
∂f ∂f ∂x ∂x ∂y ∂y
onde ∂x e ∂y são calculadas em (g (s, t), h(s, t)) e ∂s ∂t , ∂s e ∂t
são calculadas em (s, t).
Solução. Para calcular ∂z
∂s , consideramos t constante; logo, x e y
dependem apenas da variável s. Portanto, da equação (3) segue
que
∂z ∂f ∂x ∂f ∂y
= (x, y ) (s, t) + (x, y ) (s, t),
∂s ∂x ∂s ∂y ∂s
onde (x, y ) = (g (s, t), h(s, t)). De modo análogo obtemos (ii)
considerando agora s constante.
Quando r = 2, s = 1 e t = 0, temos x = 2, y = 2 e z = 0,
portanto
∂u
= (64)(2) + (16)(4) + (0)(0) = 192.
∂s
y 2 − x 2 − sin(xy ) = 0.
∂F ∂F ∂z
+ = 0.
∂x ∂z ∂x
Um cálculo semelhante para derivação com relação à variável y
fornece
∂F ∂F ∂z
+ = 0.
∂y ∂z ∂y
Sempre que ∂F∂z ̸= 0, podemos resolver essas duas últimas equações
para as derivadas parciais de z = f (x, y ) para obter
∂F ∂F
∂z ∂z ∂y
= − ∂x e =− (6)
∂x ∂F ∂y ∂F
∂z ∂z
Um resultado importante da Análise estabelece as condições que
permitem que F (x, y ) = 0 defina y implicitamente em função de
x, a saber:
∂z Fx 3x 2 + yze xz ∂z Fy e xz − z sin y
=− =− , = − = −
∂x Fz 2z + xye xz + cos y ∂y Fz 2z + xye xz + cos y
∂z 0 ∂z 1
=− =0 e = − = −1.
∂x 1 ∂y 1
Exercı́cio 1. Se z = x 2 y + xy 2 , x = 2 + t 4 , y = 1 − t 3 , use a
regra da cadeia para determinar dz/dt.
√
Exercı́cio 2. Se z = e r cos θ, r = st, θ = s 2 + t 2 , use a regra da
cadeia para determinar ∂z/∂s e ∂z/∂t.
Exercı́cio 3. Se w = x 2 + y 2 + z 2 , x = st, y = s cos t, z = s sin t,
use a regra da cadeia para determinar ∂w /∂s e ∂w /∂t quando
s = 1, t = 0.
Exercı́cio 4. A temperatura T (x, y ), medida em graus Celsius, em
cada ponto (x, y ) de uma placa plana de metal não varia com o
tempo. Um inseto atravessando a placa √ de modo que sua posição
depois de t segundos seja dada por x = 1 + t, y = 2 + t/3, onde
x e y são medidos em centı́metros. A função temperatura satisfaz
Tx (2, 3) = 4 e Ty (2, 3) = 3. Quão rápido a temperatura aumenta
no caminho do inseto depois de 3 segundos?
Exercı́cio 5. Mostre que qualquer função da forma
z = f (x + at) + g (x − at)
é uma solução da equação da onda
∂2z 2
2∂ z
= a
∂t 2 ∂x 2
[Dica: sejam u = x + at, v = x − at.]
Exercı́cio 6. Se z = f (x, y ), onde x = r cos θ, y = r sin θ,
∂z ∂z ∂2z
a) determine , e
∂r ∂θ ∂r ∂θ
b) mostre que
∂2z ∂2z ∂2z 1 ∂z 1 ∂2z
+ = + +
∂x 2 ∂y 2 ∂r 2 r ∂r r 2 ∂θ2
x − x0 = ha, y − y0 = hb,
portanto
x = x0 + ha, y = y0 + hb,
e
∆z z − z0 f (x0 + ha, y0 + hb) − f (x0 , y0 ) u ) − f (P0 )
f (P0 + h⃗
= = =
h h h h
Se tomarmos o limite quando h → 0, obteremos a taxa de variação
de z na direção de u⃗, que é chamada derivada direcional de f no
ponto P0 na direção de u.
Definição 1. Sejam z = f (x, y ) uma função definida em um
conjunto aberto U ⊂ R2 e u⃗ = (a, b) um vetor unitário. A
derivada direcional de f no ponto P0 = (x0 , y0 ) ∈ U na direção
do vetor u⃗ é
f (x0 + ha, y0 + hb) − f (x0 , y0 )
Du⃗ f (P0 ) = lim
h→0 h
u ) − f (P0 )
f (P0 + h⃗
= lim
h→0 h
se esse limite existir.
Observação. Comparando a Definição 1 com (7) e (8), vemos que
∂f ∂f
se u⃗ = ⃗i, então D⃗i f = e se u⃗ = ⃗j, então D⃗j f = . Em outras
∂x ∂y
palavras, as derivadas parciais de primeira ordem de f relacionadas
a x e y são apenas casos especiais da derivada direcional.
Exemplo 1. Dada a função f (x, y ) = x 2 − xy + 5y , calcular
D(3/5,−4/5) f (−1, 2).
Solução. ∥(3/5, −4/5)∥ = 1, f (P0 ) = f (−1, 2) = 13,
3 2
3 4 4
u ) = −1 + h − −1 + h
f (P0 + h⃗ 2− h +5 2− h
5 5 5 5
36 21
= 13 − h + h2 .
5 25
Assim,
u ) − f (P0 )
f (P0 + h⃗ − 36
5 h+
21 2
25 h 36
lim = lim =− ,
h→0 h h→0 h 5
ou seja,
D(3/5,−4/5) f (−1, 2) = −36/5.
Para as funções de três variáveis podemos definir derivadas
direcionais de modo semelhante. Novamente Du⃗ f (x, y , z) pode ser
interpretado como a taxa de variação da função na direção do
vetor unitário u⃗.
Definição 2. Sejam z = f (x, y , z) uma função definida em um
conjunto aberto U ⊂ R3 e u⃗ = (a, b, c) um vetor unitário. A
derivada direcional de f no ponto P0 = (x0 , y0 , z0 ) ∈ U na
direção do vetor u⃗ é
∂f ∂f ∂f
Du⃗ f (x0 , y0 , z0 ) = (x0 , y0 , z0 )a+ (x0 , y0 , z0 )b+ (x0 , y0 , z0 )c.
∂x ∂y ∂z
Observação 1. A identidade (9) deixa de ser válida se f não é
diferenciável, mesmo que as derivadas direcionais existam para
todas as direções. Por exemplo, a função
( 2
x y
x 2 +y 2
(x, y ) ̸= (0, 0)
f (x, y ) =
0 (x, y ) = (0, 0)
√ ∆x 2|∆y | 2
E (∆x , ∆y ) (∆x ) +(∆y ) ∆x |∆y |
=p = ̸→ 0
∥(∆x , ∆y )∥ 2
(∆x ) + (∆y ) 2 (∆x )2 + (∆y )2
F (x, h(x)) = 0, x ∈ I,
∇f (x0 , y0 ) · r ′ (x0 ) = 0,
Fx (x0 , y0 , z0 ) Fy (x0 , y0 , z0 )
fx (x0 , y0 ) = − e fy (x0 , y0 ) = −
Fz (x0 , y0 , z0 ) Fz (x0 , y0 , z0 )
∇F (x0 , y0 , z0 ) · (x − x0 , y − y0 , z − z0 ) = 0.
Exemplo 5. Determine a equação do plano tangente ao elipsoide
x2 z2
+ y2 + =3
4 9
no ponto (−2, 1, −3).
Solução. O elipsoide é a superfı́cie de nı́vel (com k = 3) da função
x2 z2
F (x, y , z) = + y2 +
4 9
Portanto,
∂F x ∂F ∂F 2z
(x, y , z) = , (x, y , z) = 2y , (x, y , z) =
∂x 2 ∂y ∂z 9
∂F ∂F ∂F 2
(−2, 1, −3) = −1, (−2, 1, −3) = 2, (−2, 1, −3) = −
∂x ∂y ∂z 3
Então a equação do plano tangente ao elipsoide (-2,1,-3) é
2
−(x + 2) + 2(y − 1) − (z + 3) = 0
3
que pode ser escrita como 3x − 6y + 2z + 18 = 0.
Exemplo 6. Encontre a equação da reta tangente a curva de
interseção das duas superfı́cies
x2 + y2 + z2 = 6 e x3 − y2 + z = 2
N1 = (2, 2, 4),
V · N1 = 0 e V · N2 = 0.
2a + 2b + 4c = 0,
3a − 2b + c = 0.
a = 1, b = 1, c = −1.
x2 + y2 + z2 = 3 e x − z 2 − y 2 = −3
p
Figura: 25. z = x2 + y2
Exemplo 3. Seja f (x, y ) = y 2 − x 2 , (x, y ) ∈ R2 . O único ponto
crı́tico de f é (0, 0) e f (0, 0) = 0. No entanto, (0, 0) não é ponto
de mı́nimo local e nem de máximo local de f , pois
f (x, 0) = −x 2 < 0 para x ̸= 0 e f (0, y ) = y 2 > 0 para y ̸= 0.
Logo, toda bola aberta com centro (0, 0) contém pontos onde f
tem valores positivos, assim como pontos onde f tem valores
negativos. Este exemplo mostra que um ponto crı́tico de uma
função pode não ser máximo nem mı́nimo.
fx (x, y ) = 4x 3 − 4y e fy (x, y ) = 4y 3 − 4x
4x 3 − 4y = 0 e 4y 3 − 4x = 0
ou seja
x3 − y = 0 e y3 − x = 0
Para resolvê-las, substituı́mos y = x 3 da primeira equação na
segunda para obter
0 = x 9 − x = x(x 8 − 1),
1
f (x, y ) = x 2 + y 2 +
x 2y 2
for minimizada.
Para encontrar os pontos crı́ticos de f resolvemos o sistema de
equações
2 2
fx (x, y ) = 2x − = 0, fy (x, y ) = 2y − = 0.
x 3y 2 x 2y 3
1
(x0 , y0 ) é um ponto interior de D se existir um número real r > 0 tal que
Br (x0 , y0 ) ⊂ D
2
(x0 , y0 ) é um ponto fronteira se toda bola aberta B centrada em (x0 , y0 )
tem-se B ∩ D ̸= ∅ e B ∩ (R2 \ D) ̸= ∅
Exemplo 7. Consideremos uma placa com a forma
D = {(x, y ) ∈ R2 | x 2 + y 2 ≤ 1} e suponhamos que a temperatura
em D seja dada por T (x, y ) = x 2 + 2y 2 − x. Determinar o ponto
mais quente e o mais frio de D.
Solução. Como T é diferenciável, logo contı́nua, e o conjunto D é
fechado e limitado. Pelo Teorema de Weierstrass, existem (x1 , y1 )
e (x2 , y2 ) em D tais que
Tx (x, y ) = 2x − 1 = 0, Ty (x, y ) = 4y = 0.
onde 1 ≤ x ≤ 1.
Chegamos assim ao problema de determinar os pontos de máximo
e mı́nimo globais de F (x) = −x 2 − x + 2 em [−1, 1].
Usando as técnicas de Cálculo I, primeiramente determinamos os
pontos crı́ticos de F no intervalo aberto (−1, 1)
Agora,
Assim,
▶ Ponto de máximo absoluto de F em [−1, 1]: x = −1/2 e
F (−1/2) = 9/4.
▶ Ponto de mı́nimo absoluto de F em [−1, 1]: x = 1 e F (1) = 0.
Voltando ao problema inicial em estudo, temos:
√ √
▶ x = −1/2, implica y = ± 3/2 e T (−1/2, ± 3/2) = 9/4.
▶ x = 1, implica y = 0 e T (1, 0) = 0.
ou seja
2x 2 = λxyz
2y 2 = λxyz
2z 2 = λxzy