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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

DERIVADAS PARCIAIS

ANDRÉ COGORNI
BRUNO LIBERATO GIRARDI
GEOVANI FERREIRA CESCONETTO
GIOVANI RICARDO SCHNEIDER ANDRIOLI
LEANDRO JOSÉ PALOSCHI

PROFESSOR: ROGÉRIO VIEIRA


CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL II

Joinville
2008
SUMARIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................3
2. DERIVADAS PARCIAIS..........................................................................................5
2.1. Derivadas Parciais...........................................................................................5
2.2. Interpretação Geométrica Da Derivada Parcial De Uma Função De Duas
Variáveis..................................................................................................................8
2.3. Derivadas Parciais De Segunda Ordem Ou Mais.........................................9
2.3.1 Derivadas Parciais de Segunda Ordem......................................................9
2.3.3 Derivadas Parciais de Ordem Superior a Dois..........................................11
2.4. Derivadas Direcionais E Gradiente..............................................................11
2.5. Regra Da Cadeia............................................................................................12
2.6. Problemas de Máximo e Mínimo..................................................................13
2.7. Aplicações Das Derivadas............................................................................15
2.7.1. Posição e Deslocamento:.........................................................................17
2.7.2. Velocidade, Velocidade Média e Aceleração: ........................................18
2.7.3. Uso de derivadas parciais em termodinâmica química............................21
2.7.4. Uso das derivadas parciais em fenômenos de transportes.....................22
2.7.5. Estática dos fluidos...................................................................................24
3.0. CONCLUSÃO.....................................................................................................26
REFERÊNCIAS..........................................................................................................27
INTRODUÇÃO

Muitas das funções que aparecem na Matemática e em suas aplicações


envolvem duas ou mais variáveis independentes. Já encontramos funções dessa
espécie em nosso estudo da geometria analítica espacial. Assim, a equação z = x² -
y² é a equação de uma certa superfície de sela, mas define também z como função
das duas variáveis x e y, e a superfície pode ser encarada como o gráfico dessa
função.

Usualmente denotamos uma função qualquer de duas variáveis x e y


escrevendo z = f(x, y), e podemos visualizar tal função esboçando seu gráfico no
espaço xyz, (Fig. 1)

Figura1.

Nessa figura, P =m (x, y) é um ponto “adequado” do plano x y – isto é, um


ponto do domínio D da função – e z é a distância orientada para cima ou para baixo
ao correspondente ponto sobre a superfície. Essa superfície foi esboçada como
estando “acima” do domínio D, embora parte dela possa realmente estar abaixo do
plano xy.
Por uma extensão óbvia da notação aqui usada, w = f(x, y, z, t, u, v) é uma
função das seis variáveis entre parênteses. Por exemplo, se a temperatura T num
ponto P dentro de uma esfera sólida de ferro depende das três coordenadas
cartesianas x, y, e z de P, então escrevemos T = f(x, y, z); se, além disso,
consideramos a possibilidade de que a temperatura num dado ponto varia com o
tempo t, então T é uma função das quatro variáveis, T = f(x, y, z, t)

Veremos então, que os principais temas do cálculo diferencial de uma


variável – derivadas, taxas de derivação, cálculos com a regra da cadeia, problemas
de máximo e mínimo e equações diferenciais – podem ser entendidos para funções
de muitas variáveis. Porém, há diferenças surpreendentes entre o cálculo de uma
variável e o cálculo de muitas variáveis.
2. DERIVADAS PARCIAIS

2.1. Derivadas Parciais

A discussão sobre derivação de uma função de n variáveis com valores reais reduz-
se ao caso unidimensional, se tratarmos uma função de n variáveis como uma
função de uma variável de cada vez, mantendo fixas as demais variáveis. Isso nos
leva ao conceito de derivada parcial.

Ou seja, suponha que y = f(x) seja uma função de apenas uma variável.
Sabe-se que sua derivada, definida por:

Pode ser interpretada como a taxa de variação de y em relação a x. no caso


de uma função z = f(x, y) de duas variáveis independentes, necessitaremos de
instrumental matemático semelhante para trabalhar com a taxa com que z muda
quando ambos x e y variam. Para funções de mais de duas variáveis, faz-se com
que uma delas varie enquanto as demais são consideradas constantes. Então
teremos uma derivada para cada uma das variáveis independentes.

Para a função z = f(x, y) de duas variáveis, primeiro mantemos y fixo e


consideramos x como variável. A taxa de derivação em x é denotada por ∂z/ ∂x e
definida por:

5
Se esse limite existir, chama-se a derivada parcial de z em relação a x e lê-
se “delta z, delta x”.

As notações mais usadas para essa derivada são:

Analogamente, se x for mantido fixo e y variar, então a derivada parcial de z


em relação a y é definida por:

E as notações padrões nesse caso são:

Exemplos

Exemplo 1:

Encontre o valor da derivada parcial da função f(x, y) = xy² + x³ , no ponto (2,


1).

Solução:

fx(x, y) = y² + 3x² ou

fx(2, 1) = 13

fy(x,y) = 2xy ou

fy(2, 1) = 4

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Exemplo 2:

A Lei do Gás Ideal afirma que, para uma dada quantidade de gás, a pressão
p, o volume V e a temperatura absoluta T são ligados pela equação PV=nRT, onde n
é o número de moles de gás na amostra e R é uma constante. Mostre que

Solução:

Como

Temos

Assim,

Por ser esse resultado -1 e não +1, conclui-se que não pode-se tratar as
derivadas parciais do membro esquerdo como frações.

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2.2. Interpretação Geométrica Da Derivada Parcial De Uma Função De Duas
Variáveis

Interpretações geométricas das derivadas parciais de uma função de duas


variáveis são similares àquelas dadas para funções de uma variável. O gráfico de
uma funçãof de duas variáveis é uma suferfície cuja equação é z = f(x, y). se y for
mantida constante (digamos, y = y0), então z = f(x, y0) será uma equação do traço
dessa superfície no plano y = y0. a curva pode ser representada pelas equações

y = y0 e z = f(x, y)

pois ela é a intersecção dessas duas superfícies.

Então fx(x0, y0) é a inclinação da reta tangente à curva dada pelas


equações no ponto P0(x0, y0, f(x0, y0)), no plano y = y0. analogamente, fy(x0, y0)
representa a inclinação da reta tangente à curva cujas equações são

X = x0 e z = f(x, y)

No ponto P0, no plano x = x0. A figura 2 mostra partes das curvas e das
retas tangentes.

Figura 2.

8
Exemplo

Ache a inclinação da reta tangente à curva de intersecção das superfícies

Com o plano y = 2, no ponto (2, 2, √3)

Solução: A inclinação pedida é o valor de ∂z no ponto (2, 2, √3)


∂x

Assim em (2, 2, √3)

2.3. Derivadas Parciais De Segunda Ordem Ou Mais

2.3.1 Derivadas Parciais de Segunda Ordem


Observa-se que para uma função z = f(x, y) de duas variáveis, as derivadas
parciais fx e fy também são funções de duas variáveis e próprias podem ter
derivadas parciais. Essas derivadas parciais de segunda ordem são denotadas de
diferentes maneiras. Começando com as derivadas parciais de primeira ordem.

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As derivadas em relação a x são

As derivadas em relação a y são

Exemplo

Seja f(x, y) = x³e5y + y sen 2x. temos então

2.3.2 Derivadas Parciais de Segunda Ordem Mistas

As derivadas parciais de segunda ordem mistas,

envolvem novas idéias. A derivada parcial mista fxy dá a taxa de variação na


direção do eixo y da taxa de variação f na direção do eixo x; fxy dá a taxa de

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variação na direção do eixo x da taxa de variação de f na direção do eixo y. O que
não indica que essas derivadas parciais estejam relacionadas entre si.

Exemplo

Para a função f(x, y) = x³e5y + y sen 2x, vemos facilmente que

2.3.3 Derivadas Parciais de Ordem Superior a Dois


Derivadas parciais de ordem superior a dois, assim como derivadas de
ordem superior de funções de mais de duas variáveis, são definidas de maneira
óbvia. Por exemplo, se w = f(x, y, z), então

Em geral, com continuidade adequada, não é importante a ordem em que


uma sequência de derivações parciais é realizada, pois, aplicando as fórmulas
vistas, podemos inverter a ordem de quaisquer duas derivações sucessivas. Por
exemplo, fxxyz = fxyxz = fxyzx = fyxzx = fyzxx.

2.4. Derivadas Direcionais E Gradiente

Seja f(x,y,z) uma função definida em alguma região do espaço tridimensional


e seja P um ponto dessa região. Nas direções dos eixos x, y e z sabemos que as
taxas de variação de f são dadas pelas derivadas parciais ∂f∕∂x, ∂f∕∂y e ∂f∕∂z. A taxa

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de variação de f se partimos de P numa direção que não é a de um eixo coordenado
nos leva a um conceito muito importante de gradiente de uma função.

2.5. Regra Da Cadeia

A regra da cadeia para derivadas ordinárias mostra a maneira de se derivar


funções compostas: sendo w uma função de x e x, por sua vez, função de uma
terceira variável t, assim w=f(x). x=g(t), então

Sabemos, por experiência, que a regra da cadeia é um instrumento


indispensável de calculo; é usado com mais freqüência do que qualquer outra regra
de derivação.

A regra da cadeia mais simples para funções de várias variáveis envolve


uma função w=f(x,y) de duas variáveis x e y, onde x e y são, cada uma delas,
funções de outra variável t, x=g(t) e y=h(t). Então, w é uma função de t,

A derivada dessa função composta é dada pela

Exemplo

Sendo w = 3x² + 2xy – y² com x = cos(t) e y = sen(t), calcule dw/dt:

Solução

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Aplicando a formula da regra da cadeia teremos que

Substituindo-se agora x = cos(t) e y = sen(t), dw/dt se expressa em termos


de t:

2.6. Problemas de Máximo e Mínimo

No caso de funções de uma variável, uma das principais aplicações das


derivadas é o estudo de seus máximos e mínimos.Os problemas de máximo e
mínimo de funções de duas ou mais variáveis podem ser muito mais complicados do
que os com derivadas primeira e segunda de funções.

Suponha que uma função z = f(x, y) tenha um valor máximo num ponto P0 =
(x0, y0) no interior de seu domínio. Isso significa que f(x, y) está definida e que
também f(x, y) ≤ f(x0, y0) em alguma vizinhança de P0, como mostra a figura a
seguir.

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Se manter-se y fixo no valor y0, z = f(x, y0) é uma função apenas de x e,
como ela tem um valor máximo em x = x0, sua derivada deve ser zero nesse ponto.
Assim, ∂z/∂x = 0 nesse ponto. E da mesma maneira, ∂z/∂y = 0 nesse ponto.

Essas equações (∂z/∂x = 0 e ∂z/∂y = 0) são duas equações em duas


incógnitas cuja a solução são as coordenadas do ponto de máximo (x0, y0).

Aplica-se essas mesmas considerações ao valor mínimo mostrado no centro


da figura 3. mas, quando tenta-se localizar valores máximo ou mínimo de uma
função resolvendo as equações ∂z/∂x = 0 e ∂z/∂y = 0, deve saber-se que essas
equações podem resultar nas coordenadas de um ponto de sela, como mostrado a
direita da figura 3, onde a função tem um máximo em uma direção e um mínimo em
alguma outra direção.

Por analogia a definição referente a funções de uma variável, chama-se um


ponto (x0, y0) m que ambas as derivadas parciais são nulas, de ponto crítico de F(x,
y).

Exemplo

Calcule as dimensões de uma caixa retangular com a parte superior aberta,


com volume fixo de 4 m³ e com a menor área de superfície possível.

Solução:

Sendo x e y as arestas da base e z a altura, a área total da caixa será

A = xy + 2xz + 2yz

Como xyz = 4, temos z = 4/xy, e a área a ser minimizada pode ser expressa
como função das duas variáveis x e y,

A = xy + 8/y + 8/x

Procura-se um ponto crítico dessa função, isto é, um ponto em que

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∂A = y – 8 = 0 , ∂A = x – 8 = 0
∂x x² ∂y y²

Para resolver essas equações simultaneamente, as reescrevemos:

X²y = 8, xy² = 8.

Divindindo membro a membro teremos x/y = 1, logo y = x e uma das


equações fica x³ = 8. então x = y = 2. Assim, x = 1, logo a caixa de volume dado,
sem tampa com área de superfície mínima, tem uma base quadrada e altura
medindo metade do valor da aresta da base.

2.7. Aplicações Das Derivadas

Poucos conceitos terão tantas aplicações no mundo científico com o da derivada. De


fato na Física, Química, Biologia, Medicina, Sociologia e etc. Usam a simples

definição de derivada: . Contudo neste módulo vamos tratar


de aplicações y matemáticas que são também originadas pelo conceito.

f(x0+ ∆ x)
Seja y = f( x) a função que está representada
no gráfico, e sejam x0 e x0 + ∆ x dois valores de
seu domínio. f (x0)

o x0 x0 + ∆ x x

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∆y f ( x + ∆x ) − f ( x )
A razão incremental é dada por : =
∆x ∆x

∆y
Denomina-se função derivada o limite de quando ∆ x tende a zero ( assume
∆x
valores muito pequenos ).
E indica-se por :

∆y f ( x + ∆x) − f ( x )
f ´( x ) = lim ⇒ f ´( x) = lim
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x

nota:

A função derivada também pode ser indicada por :


• y´ ( lê-se, derivada de y )
dy
• ( lê- se, derivada de y em relação a x )
dx

Exemplo:
Dada a função f ( x ) =3 x 2 , definida em R , calcular a função derivada f ( x ) .

f ´ ( x) = lim
3 ( x + ∆x) 2 − 3x 2
= lim
[ ]
3 x 2 + 2 x∆x + ( ∆x ) 2 − 3x 2
= lim
3x 2 + 6 x∆x + 3(∆x) 2 − 3x 2
=
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x ∆x →0

∆x( 6 x − 3∆x )
lim = 6x ⇒ f `( x ) = 6 x
∆x →0 ∆x

Aqui serão estendidas as considerações apresentadas nos capítulo anterior para os


casos bi e tridimensionais. Vamos utilizar álgebra vetorial nos conceitos já vistos
(posição, velocidade, deslocamento e aceleração). LINUX.ALFAMAWEB.

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2.7.1. Posição e Deslocamento:
• Em geral, a localização de uma partícula é determinada pelo vetor posição r,
que é um vetor que de um ponto de referência (geralmente a origem de um
sistema de coordenadas) até a partícula. Pela notação de vetores,
escrevemos r como :
r = xi + yj + zk , onde xi , yj e zk são as componentes vetoriais de r, e os
coeficientes x, y e z são as componentes escalares.

Figura 4: Demonstra localização de uma partícula.

Ao longo do eixo x, P está 3 unidades da origem, no sentido –i . Ao longo do eixo y,


está à duas unidades da origem, no sentido +j . E, ao longo do eixo z, está a 5
unidades da origem, no sentido +k.

Ex.: Inicialmente, o vetor posição de uma partícula é r1 = -3i + 2j + 5k e logo depois é


r2 = 9i + 2j + 8k . Qual é o deslocamento de r1 para r2 ?

Solução :

∆ r = r2 – r1 = ( 9i + 2j + 8k ) – ( -3i + 2j + 5k ) = 12i + 3k

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Nota:

Este vetor deslocamento é paralelo ao plano xz, porque sua componente y é nula;
um fato constatado pelo resultado numérico. LINUX.ALFAMAWEB.

2.7.2. Velocidade, Velocidade Média e Aceleração:

Velocidade
Suponhamos que um carro se move em linha reta e que a sua distância ao ponto de
partida , após um tempo t , é dada por ) (t s . Então no intervalo de tempo entre t e
t+∆ t , o carro sofre um deslocamento ∆ s = s ( t+∆ t ) – s(t)

A velocidade média do carro nesse intervalo de tempo é definida como o quociente


do espaço percorrido pelo tempo gasto em percorrê-lo, ou seja:

Sabemos que a velocidade do carro varia durante o percurso, isto é, o carro tem sua
velocidade aumentada ou diminuída durante o intervalo de tempo considerado.
Portanto a velocidade média pode não ser igual a velocidade mostrada no
velocímetro no instante t Em princípio, a velocidade média nada nos diz sobre a
velocidade do corpo no instante t . Entretanto se fizermos os intervalos de tempo ∆ t
. cada vez menores, a velocidade média encontrada é uma boa aproximação da
velocidade instantânea. Dessa forma, a velocidade instantânea é dada como o limite
da velocidade média para quando ∆ t tende a zero, isto é:

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Como vimos anteriormente, esse limite é a derivada da função espaço em relação à
variável tempo. Portanto:

Velocidade instantânea
Uma partícula que sofre um deslocamento ∆ r, durante um intervalo de tempo ∆ t ,
tem velocidade média:

∆r ∆xi + ∆y j + ∆z k ∆x ∆y ∆z
v= = ⇒ v= i+ j+ k
∆t ∆t ∆t ∆t ∆t

A velocidade instantânea v é o limite de v , quando ∆ t tende para zero.

dr
Lembramos que esse limite é a derivada de r em relação á t ou seja, v = ;
dt

Substituindo r pela expressão r = xi + yj + zk , temos :

v=
d
dt
( )
xi + y j + z k =
dx
dt
i+
dy
dt
j+
dz
dt
k ⇒ v = vx i + v y j + vz k ;

dx dy dz
os coeficientes são as componentes escalares de v: v x = dt ; vy =
dt
; vz =
dt

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Figura 5: Demonstra a posição de uma partícula no ponto P e sua trajetória.

A posição da partícula P, na sua trajetória, é mostrada no instante t1 e no


instante t1 + ∆ t seguinte. O vetor ∆ r é o deslocamento da partícula, no intervalo ∆ t.
Também é mostrada a tangente à trajetória no instante t1.

Nota:
No limite, quando ∆ t tende a zero, a velocidade média tende para v
(velocidade instantânea) , e também, a velocidade média tem a direção da tangente.
Logo, v também tem a mesma direção, isto é, sempre tangente à trajetória da
partícula.

Aceleração
Vamos introduzir o conceito de aceleração de maneira análoga ao de velocidade.
A aceleração média mede a variação de velocidade do corpo por unidade de tempo
no intervalo de tempo ∆ t, isto é:

Para obtermos a aceleração instantânea, isto é, a aceleração do corpo no instante t,


basta calcular o limite da aceleração média para quando ∆ t tende a zero, ou seja:

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Logo, a aceleração é a derivada da função velocidade em relação à variável tempo,
portanto:

Como s´( t ) = v´ ( t ) e v´ ( t ) = a ( t ), temos s´´ ( t ) = a ( t ).

2.7.3. Uso de derivadas parciais em termodinâmica química


Vamos considerar como ponto de partida a equação de estado para gases
ideais:

PV = nRT, ou (1)

PVm = RT (onde Vm = V/n) (2)

A partir destas equações, é possível dizer de que qualquer uma das


variáveis depende das outras duas, e poderíamos escrever cada variável como
sendo uma função de duas variáveis. Por exemplo,

P = P(Vm, T) = (RT/Vm) (3)

Vm = Vm(P, T) = (RT/P) (4)

T = T(Vm, P) = (PVm/R) (5)

O uso de cálculo diferencial permite saber a maneira como uma variável


dependente, p. ex. P na equação (3), varia quando as variáveis independentes (T e
Vm na equação 3) são alteradas.

Uma derivada parcial representa a taxa de mudança de uma função,


dependente de várias variáveis independentes, quando todas as variáveis exceto
uma são mantidas constantes. Por exemplo, a mudança da pressão de um gás com
a temperatura mantendo o volume molar constante (por exemplo, no pneu de um
carro) pode ser representado por,

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(6)

De maneira análoga, podemos representar a variação da pressão com o


volume molar mantendo a temperatura constante através da equação (7),

(7)

Derivadas parciais também podem ser calculadas usando equação (5), onde
Vm é agora a variável dependente e P e T as variáveis independentes, ou equação
(6), onde T é a variável dependente e P e Vm as variáveis independentes.

Voltando a equação (6), podemos agora integrar esta expressão para


calcular a mudança na pressão com uma variação infinitesimal do volume molar a
temperatura constante.

A temperatura constante

(8)

Em muitas situações em termodinâmica, e em aplicações termodinâmicas, é


importante conhecer o valor numérico da derivada e não apenas a formula
analítica!!! Podemos ilustrar isto para um caso específico: um gás ideal a P = 1 atm e
T = 300 K. Conforme a equação dos gases ideais, V m = 24,6 dm3 para estas
condições de temperatura e pressão. Assim, substituindo na equação 8, podemos
obter o valor numérico de (∂P/∂Vm)300 K para as condições especificadas.

(∂P/∂Vm)300 K = - [0,082×300/(24,6)2] = - 4,1×10-2 atm mol dm-3

2.7.4. Uso das derivadas parciais em fenômenos de transportes

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Fluidos incompressíveis

São os fluidos cujos volumes não dependem da pressão, isto é, apresentam


volumes próprios independentes da pressão à que estão submetidos, tal como os
líquidos. A expressão formal é:

Em várias situações práticas usuais da Engenharia Química os líquidos são


considerados como incompressíveis, ou seja, a pressão não exerce influência no
volume por eles ocupado; pode-se aumentar ou diminuir a pressão que a densidade
permanecerá constante. Um exemplo dessa consideração é a simplificação que se
faz na equação do balanço diferencial de massa para o caso de líquidos. A equação
geral do referido balanço é:

Quando o líquido é considerado incompressível, tanto para escoamento em regime


estacionário ou variável, a relação entre o volume ocupado pelo líquido e a sua

massa, ou seja a densidade do líquido é constante e o termo é nulo. Assim, a


equação transforma-se em:

Que é bem mais simples de ser resolvida do que a equação (1).


Mas para ser adotada essa simplificação, deve-se antes verificar se é
permitida pelas condições de pressão e temperatura, na qual se encontra o líquido.
HOTTOPOS.

Fluidos compressíveis:

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São os fluidos cujos volumes dependem da pressão, isto é, apresentam
volumes próprios dependentes da pressão à que estão submetidos, tal como os
gases, (HOTTOPOS). A expressão formal é:

2.7.5. Estática dos fluidos

Considera-se na estática dos fluidos duas partes:


O estudo da pressão e a sua variação no interior de um fluido;
O estudos das forças de pressão em superfícies finitas.

Pressão num ponto

• A pressão média é calculada dividindo-se as forças normais, que age


contra uma superfície plana pela área desta;
• A pressão num ponto é o limite da relação entre a força normal e a
área quando fazemos a área tender para zero em torno do ponto;
• A pressão é a mesma em todas as direções num ponto de um fluido
em repouso
• Equação fundamental da estática dos fluidos; variação da pressão num
fluido em repouso; num fluido em repouso não há tensões de corte: as forças de
pressão equilibram a ação da gravidade.
A lei da variação de pressão num fluido em repouso (na forma de
componentes) é dada por

As derivadas parciais, que dão a variação nas direções horizontais, são uma
forma da lei de Pascal que afirma ser a mesma a pressão em dois pontos no mesmo

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nível de uma massa contínua de um fluido em repouso (os planos horizontais são
planos de pressão constante).
Como p é apenas função de z:

Esta equação diferencial simples relaciona a variação de pressão com o peso


específico (ρg ) e a variação decota, sendo válida tanto para fluidos compressíveis
como para incompressíveis.

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3.0. CONCLUSÃO

Dada uma função, conclui-se assim que, pela definição, investigar a


existência de sua derivada em qualquer ponto do domínio, examinando determinado
limite. Se a função for derivável em um ponto, existirá o limite examinado.
A derivada é o coeficiente angular da reta tangente à função. Uma curva
definida pela função F(x) e traçar uma reta que tangencie esta curva no ponto
definido pelo par ordenado (x,y = F(x)), o coeficiente angular desta reta será F´(x).
A equação da reta é y = mx + h, onde m é o tal coeficiente angular, que é a tangente
do ângulo que a reta faz com o eixo X. É neste ponto que chegamos numa das
maiores aplicações da derivada, encontrar máximos e mínimos de funções. Se este
coeficiente angular for zero então X = 0, pois tg(0)=0, significa que a reta à qual ele
pertence é paralela ao eixo X. Se esta reta é a reta tangente à curva, então este
ponto da curva é o maior ou menor valor que a função pode atingir. Existem outras
diversas aplicações para derivadas, como encontrar taxas de variação de função,
crescimento / decrescimento.
Os limites explicam os comportamentos que as funções possuem. Se forem
contínuas ou possuem singularidades; tendem-se a infinito ou a zero, etc.
As derivadas tratam de taxas de variação de grandezas. Através delas pode-se
determinar os máximos e mínimos de funções, os seus gradientes com isso
consegue-se resolver os problemas que aparecem em um sistema.

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REFERÊNCIAS

http://www.usp.br/massa/pessoal/riveros/tutorial/intro.pdf <Acesso em 19 de
outubro de 2008>

SIMMONS, George F. Cálculo com Geometria Analítica, Volume 2.


Editora: Makron Books, 2002.

LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analítica, 3ª Edição. Editora:


Harbra ltda, 2001.

http://www.hottopos.com/regeq2/sao_os_liquidos_incompressiveis.htm

<Acesso em 09 de Novembro de 2008>

http://linux.alfamaweb.com.br/sgw/downloads/38_084525_DerivadaeCinema
tica2aparte.doc <Acesso em 09 de Outubro de 2008>

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